Acompanhando a dinamicidade societária, as pesquisas em Serviço Social não se limitam a estudar apenas os fundamentos da profissão como ocorreu no princípio da institucionalização dos cursos de pós-graduação. Atualmente, têm-se uma diversidade de temáticas com diferentes recortes de objetos de estudos que refletem sobre a conjuntura política, econômica e social no contexto da fase contemporânea do capitalismo e suas refrações para o exercício e formação profissional, para a execução e gestão de políticas sociais e para as diferentes expressões da questão social.
Diante da diversidade de temáticas de estudos e dos desafios que perpassam a prática de produzir conhecimento em Serviço Social foram criados os Grupos Temáticos de Pesquisa (GTPs) da Associação Brasileira de Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) em 2008, que concentram temáticas específicas de acordo com as subáreas de pesquisa em Serviço Social no âmbito da pós-graduação e da graduação. Os GTPs estão organizados em oito áreas de concentração envolvendo as grandes áreas de pesquisa, tais como: Trabalho, Questão Social e Serviço Social; Política Social e Serviço Social; Serviço Social: Fundamentos, Formação e Trabalho profissional; Movimentos sociais e Serviço Social; Questão Agrária, Urbana, Ambiental e Serviço Social; Relações de exploração/opressão de gênero, Feminismos, Raça/Etnia e Sexualidades; Ética, Direitos Humanos e Serviço Social; Serviço Social, Geração e Classes sociais.
Com isso, este artigo objetiva identificar as principais temáticas das linhas de pesquisa dos grupos de pesquisas de Serviço Social da região Nordeste registrados no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq. O processo metodológico consistiu em um levantamento dos grupos e núcleos de pesquisas realizado no site do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq. A busca foi feita através de um refinamento por região (Nordeste), grandes áreas (Ciências Sociais Aplicadas) e área (Serviço Social). A escolha pelos grupos de pesquisa do Nordeste se justifica pelo fato de ser a região com maior número de programas de pós-graduação na área (CAPES, 2021) de acordo com a Avaliação Quadrienal da CAPES (2017-2020) e os grupos de pesquisa, geralmente, serem vinculados aos programas.
De natureza exploratória e qualitativa, o estudo utilizou fontes bibliográficas e documentais. O artigo está estruturado em dois itens fundamentais, além desta introdução e das considerações finais. O primeiro trata do processo de inserção da pesquisa no Serviço Social, abordando a importância dos grupos de estudos e pesquisas para o fortalecimento da produção de conhecimento da área. O segundo apresenta o levantamento dos grupos e núcleos de pesquisas de Serviço Social encontrados no Diretório do CNPq, enfatizando as principais tendências temáticas que aparecem nas linhas de pesquisa dos grupos. Espera-se com esse estudo dar maior visibilidade a esses espaços riquíssimos para formação e produção de conhecimento.
1 A PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL E A IMPORTÂNCIA DOS GRUPOS E NÚCLEOS DE PESQUISAS
A formação profissional em Serviço Social teve início no Brasil na década de 1930, com a criação da Escola de Serviço Social de São Paulo em 1936 e a do Rio de Janeiro, em 1937. Nesse período, a profissão privilegiava a sua dimensão interventiva em detrimento da dimensão investigativa, constituindo-se em mera consumidora do conhecimento produzido por outras áreas das Ciências Sociais. A expansão de pesquisas nessa área se deu somente a partir dos anos 1970, com a criação dos cursos de pós-graduação, que ocorreu no bojo do movimento de renovação da profissão.
Esse movimento no interior do Serviço Social, denominado na América Latina como Movimento de Reconceituação e no Brasil conhecido como Processo de Renovação (NETTO, 1996), teve início nos anos 1960 sob uma tendência modernizadora, mas na metade dos anos 1970 sintonizou-se com o movimento de rearticulação política vigente na sociedade brasileira, assumindo um projeto de ruptura com as bases conservadoras de origem da profissão e a construção de um projeto profissional compromissado com uma sociedade democrática, privilegiando as lutas e os interesses da classe trabalhadora.
O rompimento com as bases do Serviço Social Tradicional assentou-se na aproximação de referências teórico-metodológicas no campo da tradição marxista, o que imprimiu mudanças substanciais na profissão. No âmbito da proposta formativa, o Serviço Social dá passos importantes na sua constituição como área de conhecimento, dado que naquele momento buscava-se “uma relativa cientificidade que contribuísse para a legitimação do trabalho profissional no conjunto das diferentes instituições em que se inseria e demandava o trabalho do assistente social” (FREITAS; REIS, 2017, p. 197).
A partir dos anos 1980, o referencial marxista imprime uma direção social ao pensamento e à ação social da profissão (YAZBEK, 2009). Nesse contexto, houve um avanço significativo na produção científica da área, especialmente em nível de pós-graduação, que também passa por uma expansão nessa década, inclusive com a criação do primeiro curso de doutorado em 1980, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
Sob esse referencial teórico-metodológico, a profissão começa a se debruçar sobre aspectos importantes sobre a profissão, sua natureza e a realidade que intervém (YAZBEK, 2009), o que faz com que haja um amadurecimento teórico da profissão. Com isso, o Serviço Social passa a ser considerado como área de conhecimento das Ciências Sociais Aplicadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) a partir de 1982.
Essa nova direção social da profissão também fomentou um debate crítico que resultou na reforma curricular com a implantação do currículo mínimo de 1982, que inseriu a pesquisa na grade curricular como disciplina obrigatória, estimulando a aproximação dos/as futuros/as profissionais com a pesquisa durante a formação profissional em nível de graduação. Na década de 1990, quando a profissão adquire uma maturidade intelectual, o currículo de 1982 foi revisado e substituído pelas Diretrizes Curriculares do Curso de Serviço Social de 1996, em que a pesquisa adquire centralidade na formação profissional dos/as assistentes sociais. De acordo com Bourguignon (2007, p. 47), a pesquisa em Serviço Social tem contribuição
Em diferentes campos da ação profissional, no âmbito das políticas públicas, no enfrentamento das expressões da questão social, na construção da proposta curricular e definição dos seus fundamentos teóricos e metodológicos, na consolidação do projeto ético-político profissional, entre outros aspectos
O objetivo da lógica curricular das Diretrizes centra-se em “construir um espaço por excelência do pensar crítico, da dúvida, da investigação e da busca de soluções” (ABEPSS, 1997, p. 9). A partir disso, a pesquisa em Serviço Social passa a ser constituinte e constitutiva da profissão (BOURGUIGNON, 2007) voltada para uma apreensão crítica da realidade sob influência da teoria social de Marx. Os processos investigativos se desenvolvem nos diferentes níveis de formação, mas reconhece-se que a pós-graduação é o principal lócus de aprofundamento da produção de conhecimento no âmbito do ensino superior, especialmente nas universidades públicas.
As pesquisas no âmbito do Serviço Social têm acompanhado os acontecimentos históricos da realidade, demarcando os avanços, retrocessos, desafios e limites impostos pela dinâmica da sociedade capitalistas calcada, atualmente, na égide ultraneoliberal. De acordo com Guerra (2009, p. 13), “a pesquisa para o Serviço Social fornece subsídios à análise do processo de produção e reprodução da vida social sob o capitalismo, no âmbito do qual o Serviço Social se situa”.
As pesquisas em Serviço Social concentram-se em grandes áreas de conhecimento no campo das políticas sociais, dos fundamentos da formação profissional, do trabalho, das expressões da questão social. A pesquisa em Serviço Social se concentra no âmbito da pós-graduação, que é organizada por áreas de concentração e linhas de pesquisas. Segundo Prates e Kunzler (2015), as áreas de concentração se direcionam para os eixos: Fundamentos do Serviço Social; Trabalho e Questão Social e Política Social, que se desmembram nos diferentes recortes de objetos de estudos preocupados em discutir temáticas direcionadas aos estudos de gênero, raça/etnia, questão ambiental/urbana/agrária, dos movimentos sociais, das classes sociais, geração, da ética e direitos humanos.
As áreas de concentração e os diferentes eixos temáticos dos objetos de estudos são distribuídos em grupos de pesquisas que articulam pesquisas da pós-graduação e da graduação. Os grupos de pesquisas estudam diferentes objetos de estudo de acordo com o objetivo traçado pelos/as líderes dos grupos e conforme a área de pesquisas dos/as docentes. Tais grupos são potencializadores para o desenvolvimento de pesquisas e para o processo de reflexão através da realização de eventos que proporcionam a socialização do conhecimento científico, se constituindo enquanto “espaço didático-pedagógico que contribui para a formação em Serviço Social e áreas afins, na medida em que privilegiam a articulação entre formação, investigação e extensão e a interface entre a graduação e pós-graduação” (PRATES; KUNZLER, 2015, p. 13).
Os grupos de estudos são espaços que, ao promover o diálogo entre a pós-graduação e graduação através da iniciação científica, são essenciais para o fortalecimento do arcabouço teórico do Serviço Social e para o despertar para a atitude investigativa, uma vez que estimula o interesse pela continuidade de estudos, contribuindo para o processo de uma formação crítica e para o exercício profissional.
Os Grupos são estruturas menores agregadas por um pesquisador responsável ao qual se vinculam alunos de Graduação e Pós-Graduação que pesquisam aquela temática e que tem suas produções a ela vinculadas ou que lhe são transversais. Os grupos são avalizados pela instituição de ensino e reconhecidos como tal pelo CNPq, órgão nacional de fomento à pesquisa e formação vinculado ao Ministério da Educação (PRATES; KUNZLER, 2015, p. 15).
O reconhecimento dos grupos de pesquisa pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científicos e Tecnológico (CNPq) e os registros no diretório de Grupos de Pesquisas imprime a importância dos grupos de pesquisas para o desenvolvimento de pesquisas no âmbito da pós-graduação.
A construção de um referencial teórico próprio da profissão demandou uma organização da categoria para fortalecer a pesquisa em Serviço Social diante da conjuntura marcada pela lógica neoliberal de mercantilização da educação e do produtivismo acadêmico. Nessa direção, a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) em 2010 instituiu os Grupos Temáticos de Pesquisa em Serviço Social (GTPs), que são compostos por pesquisadores docentes e tem como um dos objetivos categorizar as grandes áreas de pesquisa de acordo com os recortes de objetos de estudos.
Compete aos grupos temáticos de pesquisa: I - propor e implementar estratégias de articulação entre grupos e redes de pesquisa na perspectiva do fortalecimento da área do Serviço Social; II – organizar estratégias de fortalecimento ou redimensionamento das linhas de pesquisa na área de Serviço Social; III- realizar levantamentos permanentes das pesquisas desenvolvidas e dos eixos temáticos de cada grupo; IV- coordenar ações acadêmico-científicas da entidade relativas aos eixos de cada grupo temático; V- propor à diretoria estrutura de organização temática para o Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social – ENPESS (ABEPSS, 2008).
Os GTPs estão organizados em oito eixos temáticos que dão conta da diversidade de objetos de estudo do Serviço Social, são eles: Trabalho, Questão Social e Serviço Social; Política Social e Serviço Social; Serviço Social: Fundamentos, Formação e Trabalho Profissional; Movimentos Sociais e Serviço Social; Questão Agrária, Urbana, Ambiental e Serviço Social; Serviço Social, Relações de Exploração/opressão de Gênero, Feminismo, Raça/etnia e Sexualidades; Ética, Direitos Humanos e Serviço Social e Serviço Social, Geração e Classes Sociais (ABEPSS, 2008). Levando em consideração os eixos temáticos dos GTPs, serão analisados no item a seguir os principais temas das linhas de pesquisa dos núcleos e grupos de pesquisa de Serviço Social da Região Nordeste.
2 OS GRUPOS E NÚCLEOS DE PESQUISA DE SERVIÇO SOCIAL DA REGIÃO NORDESTE
Através dos parâmetros de busca aplicados, o levantamento realizado no Diretório do CNPq identificou 83 grupos e núcleos de pesquisa de Serviço Social na região Nordeste em 2023. Os estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Bahia foram os mais predominantes em termos de número de grupos registrados, sendo Pernambuco o quantitativo mais significante, com um total de 12 grupos do total de 83 e os demais estados mencionados possuem 10 grupos, respectivamente. Todos os grupos estão vinculados a instituições de ensino superior públicas, sendo a maioria universidades federais, mas contando também com universidades estaduais e institutos federais. Vale ressaltar que, no estado da Bahia a instituição que mais possui grupos de pesquisa é a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
Em consulta ao espelho dos grupos, foram identificadas as respectivas linhas de pesquisa. De acordo com Barbosa, Sasso e Berns (2009, p. 446), “as linhas de pesquisa são entendidas como temas aglutinadores de estudos científicos que se fundamentam em tradição investigativa, de onde se originam projetos cujos resultados guardam afinidades entre si”. Os temas das linhas de pesquisa dos grupos foram agrupados em categorias, tendo como critérios o foco das linhas de pesquisa, a descrição do grupo e o nome dos grupos. A partir da categorização, verificou-se que o eixo temático “Estado/Políticas Sociais/Questão Social” foi predominante, estando presente nas linhas de pesquisa de 23 grupos de pesquisa.
Quadro 1 – Grupos de pesquisa sobre Estado/Políticas Sociais/Questão Social
|
Título |
Instituição |
Líder(es) |
Foco |
01 |
GEPSS - Grupo de Estudos em Políticas de Seguridade Social e Serviço Social |
Universidade Federal do Piauí |
Iracilda Alves Braga
Mauricéia Lígia Neves da Costa Carneiro
|
Políticas de Seguridade Social |
02 |
Grupo de Estudos e Pesquisas em Questão Social, Política Social e Serviço Social |
Universidade Federal Rio Grande do Norte |
Edla Hoffmann
Roberto Marinho Alves da Silva |
Política Social e Questão Social |
03 |
Estado, Direito e Capitalismo Dependente |
Universidade Federal de Alagoas |
Adriano Nascimento Silva
Elaine Nunes Silva Fernandes |
Estado, direito, capitalismo dependente |
04 |
Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Estado, Direitos e Políticas Públicas - GEDIPO |
Universidade Federal do Piauí |
Rosilene Marques Sobrinho de França
|
Estado e questão social |
05 |
Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Estado, Política Pública e Sociedade - GEPPS |
Universidade Federal de Pernambuco |
Helena Lúcia Augusto Chaves
|
Estado, Política Pública e Sociedade |
06 |
Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão Sobre Democracia, Direitos Humanos e Políticas Públicas - GDES |
Universidade Federal do Maranhão |
Lilia Penha Viana Silva
Carla Cecilia Serrão Silva |
Democracia, Direitos Humanos, Políticas Públicas |
07 |
Grupo de Estudos, Pesquisas e Assessoria em Políticas Sociais (GEAPS) |
Universidade Estadual da Paraíba |
Jordeana Davi Pereira
Sheyla Suely de Souza Silva |
Capitalismo e Políticas Sociais |
08 |
Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas, Questão Social, Democracias, Direitos e Diversidades - VIOLAS |
Universidade Estadual de Pernambuco |
Elizabeth da Silva Alcoforado |
Políticas Públicas, Questão Social e Diversidades |
09 |
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Políticas Sociais - NEPPS |
Universidade Federal da Paraíba |
Marinalva de Sousa Conserva
Emanuel Luiz Pereira da Silva |
Políticas Sociais e Proteção Social |
10 |
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Políticas Sociais e Direitos Sociais |
Universidade Federal de Pernambuco |
Ana Cristina de Souza Vieira
Marco Antonio Mondaini de Souza |
Estado e Políticas Sociais |
11 |
Núcleo de Pesquisa sobre Estado e Políticas Públicas |
Universidade Federal do Piauí |
Solange Maria Teixeira
Masilene Rocha Viana |
Estado e Políticas Públicas |
12 |
Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais
|
Universidade Federal de Maranhão |
Cacilda Rodrigues Cavalcanti
Josefa Batista Lopes |
Políticas Públicas e Lutas Sociais |
13 |
Observatório de Políticas Públicas em Educação, Direitos Humanos e Segurança Pública |
Universidade Federal de Alagoas |
Ricardo Augusto da Silva
Elione Maria Nogueira Diógenes |
Estado, política de educação e segurança pública |
14 |
OPSS - Observatório de Política Social e Serviço Social |
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia |
Silvia de Oliveira Pereira
Dyane Brito Reis Santos |
Política Social e participação social |
15 |
Políticas de Seguridade Social, Movimentos Sociais e Trabalho do Serviço Social |
Universidade Estadual do Ceará |
Lúcia Conde de Oliveira
Virginia Márcia Assunção Viana |
Políticas de Seguridade Social, participação e movimentos sociais |
16 |
Políticas Públicas e Processos Organizativos da Sociedade |
Universidade Federal de Alagoas |
Margarida Maria Silva dos Santos
Maria Betania Buarque Lins Costa |
Políticas públicas e lutas sociais |
17 |
Políticas Públicas, Controle Social e Movimentos Sociais |
Universidade Federal de Alagoas |
Maria Valéria Costa Correia
Aruã Silva de Lima |
Políticas públicas e Controle Social |
18 |
Estado, Questão Social e Serviço Social
|
Universidade Estadual do Ceará |
Laura Maria Cunha
Liana Brito de Castro Araújo |
Estado e questão social |
19 |
Questão Social, Estado e Sociedade
|
Universidade Católica de Salvador |
Maria de Fátima Pessôa Lepikson
Nadjane Crisóstomo Prado |
Questão Social, Estado e Serviço Social |
20 |
ARCUS - Ações em Rede Coordenadas no Universo Social |
Universidade Federal de Pernambuco |
Ana Cristina Brito Arcoverde |
Estado, Questão Social e Direitos |
21 |
TEMPOSS Grupo de Estudos e Pesquisa - Territórios, Movimentos Sociais, Políticas e Serviço Social |
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia |
Jucileide Ferreira do Nascimento
Heleni Duarte Dantas de Ávila |
Políticas Sociais e Territórios |
22 |
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Direitos e Políticas de Proteção Social
|
Universidade Católica de Salvador |
Maria de Fátima Pessôa Lepikson
Ivone Pires Ferreira de Oliveira |
Direitos e Políticas de Proteção Social |
23 |
Grupo de Estudos e Pesquisa em Políticas Públicas |
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte |
Maria do Perpétuo Socorro Rocha Sousa Severino
Gilcélia Batista de Góis |
Serviço Social, Questão Social e Políticas Públicas |
Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de dados do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.
Estudos como Silva et al. (2005) e Iamamoto (2004) apontam que Políticas Sociais/Políticas Públicas é o principal tema no campo de investigações do Serviço Social, o que, segundo Prates, Closs e Carraro (2016) está associado ao vínculo histórico da profissão com as políticas sociais, especialmente o campo da seguridade social, e por este ser o principal espaço sócio-ocupacional dos/as assistentes sociais. Ainda, sendo as políticas sociais a tipificação do enfrentamento da questão social pelo Estado, verifica-se uma associação entre tais temas.
O segundo eixo temático com maior ênfase nas linhas de pesquisa dos grupos de pesquisa foi “Gênero/Questão Étnico-Racial/Geração”, presente em 17 grupos de pesquisa, abordando temáticas relacionadas a relações de gênero, raça/etnia, classe, sexualidade, geração e suas intersecções.
Quadro 2 – Grupos de pesquisa sobre Gênero/Questão étnico-racial/Geração
|
Título |
Instituição |
Líder (es) |
Foco |
01 |
Pretas: Observatório da Violência contra Mulheres no Semiárido Alagoano |
Universidade Federal de Alagoas |
Marli de Araújo Santos
|
Gênero e raça/etnia |
02 |
AMANDLA - Grupo de estudo, pesquisa e extensão: políticas públicas sobre gênero, raça/etnia, desenvolvimento e territorialidade |
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira |
Matilde Ribeiro
Joana D Arc de Sousa Lima |
Políticas Públicas nas áreas de gênero, raça/etnia, desenvolvimento e territorialidade |
03 |
GEMTSS - Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Mulher, Trabalho e Seguridade Social |
Universidade Federal de Pernambuco |
Laudicena Maria Pereira Barreto
|
Divisão Sexual do trabalho |
04 |
Grupo de Estudos e Pesquisas sobre as Relações Sociais de Gênero e Feminismo (GEF) |
Universidade Estadual Rio Grande do Norte |
Fernanda Marques de Queiroz
Mirla Cisne Álvaro
|
Gênero e violência contra mulher |
05 |
Grupo de Pesquisa e Extensão sobre Relações de Gênero, Étnico-Raciais, Geracional, Mulheres e Feminismos |
Universidade Federal do Maranhão |
Silvane Magali Vale Nascimento
Thiago Pereira Lima |
Relações de Gênero, Étnico-raciais e Geracionais |
06 |
Grupo de Pesquisa Frida Kahlo - Estudos de Gênero, Feminismos e Serviço Social |
Universidade Federal de Alagoas |
Andréa Pacheco de Mesquita
Maria Olivia da Silva Monteiro |
Gênero, raça/etnia e sexualidade |
07 |
Grupo Flor e Flor Estudos de Gênero e Sexualidade |
Universidade Estadual da Paraíba |
Idalina Maria Freitas Lima Santiago |
Gênero e sexualidade |
08 |
LES - Laboratório de Estudos e Pesquisas em Lesbianidade, Gênero, Raça e Sexualidades |
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia |
Simone Brandão Souza
|
Gênero, Raça e Sexualidade |
09 |
Grupo de Pesquisa e Extensão Redes, Questões Geracionais e Políticas Públicas |
Universidade Federal de Alagoas (UFAL) |
Marcia Iara Costa da Silva
Martha Daniella Tenório de Oliveira |
Infância, juventude, idosos e políticas públicas
|
10 |
Grupo de Pesquisa e Trabalho sobre Envelhecimento Populacional - GTENPO |
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia |
Marcela Mary José da Silva Roberio
Marcelo Rodrigues Ribeiro
|
Envelhecimento populacional |
11 |
Desigualdades sociais e interseccionalidades de classe, gênero, raça/etnia e gerações |
Universidade Federal da Bahia |
Samira Safadi Bastos
Vanderlay Santana Reina |
Opressões de gênero, raça/etnia, classe social e gerações |
12 |
Observatório de Racialidade e Interseccionalidade - ORI |
Universidade Federal da Bahia |
Magali da Silva Almeida
|
Relações de raça/etnia, gênero e classe |
13 |
Relações Étnico-raciais: cultura e sociedade |
Universidade Estadual do Ceará |
Maria Zelma de Araújo Madeira
Wanessa Nhayara Maria Pereira Brandão |
Relações étnico-raciais, gênero e classe |
14 |
Núcleo de Pesquisas e Estudos Maria Quitéria- NUPEQ |
Universidade Federal da Bahia |
Valeria dos Santos Noronha
|
Gênero e relações étnico-raciais |
15 |
Grupo de Pesquisa Serviço Social, Educação, Negritude e Gênero - GPSSENGÊ |
Instituto Federal Baiano |
Maria Asenate Conceicao Franco
|
Assistência estudantil, relações étnico-raciais e gênero |
16 |
Grupo de Estudos, Pesquisas e Extensões no campo da Política da Criança e do Adolescente (GECRIA) |
Universidade Federal de Pernambuco |
Valeria Nepomuceno Teles de Mendonça
Delâine Cavalcanti Santana de Melo |
Criança e adolescente |
17 |
Núcleo de Pesquisa e Extensão Comunitária infanto-juvenil - NUPECIJ |
Universidade Estadual da Paraíba |
Terçalia Suassuna Vaz Lira |
Criança e adolescente |
Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de dados do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.
Pressupõe-se que o crescimento do debate sobre esses marcadores foi impulsionado pela aprovação do Grupo Temático de Pesquisa da Associação Brasileira de Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) chamado “Serviço Social, Relações de Exploração/ Opressão de Gênero, Raça/Etnia, Geração, Sexualidades”, em 2009. Percebe-se nos focos dos grupos de pesquisa a predominância da associação entre raça/etnia e gênero, o que, segundo Oliveira (2017, p. 387-388), “[...] é justificada por compreender que a população demandatária do Serviço Social se constitui, em sua maioria, por aqueles que experienciam cotidianamente violência étnico-racial e de gênero”.
O tema “Trabalho” é central nas linhas de pesquisa de 11 grupos de pesquisa, associado ao debate sobre questão social, Estado, políticas públicas, capitalismo, formação profissional e lutas sociais. Segundo Lara (2008, p. 240), o Serviço Social tem acompanhado “o debate oriundo das polêmicas em torno do trabalho que intensificaram nas ciências sociais e humanas no final da década de 1970”. Além disso, a temática trabalho ocupa um lugar central na formação profissional em Serviço Social, com base nas Diretrizes Curriculares de 1996.
Quadro 3 - Grupos de Pesquisa sobre Trabalho
|
Título |
Instituição |
Líder (es) |
Foco |
01 |
Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Trabalho, Lutas Sociais e Serviço Social (GETRALSS) |
Universidade Federal de Campina Grande |
Hiago Trindade de Lira Silva
Maria Clariça Ribeiro Guimarães |
Trabalho e lutas sociais |
02 |
Grupo de Estudos e Pesquisa em Economia Política e Trabalho - GEPET |
Universidade Federal da Paraíba |
Claudia Maria Costa Gomes
Luciana Batista de Oliveira Cantalice |
Trabalho e Estado |
03 |
Grupo de Estudos e Pesquisas em Trabalho, Questão Social e Movimento Social (GETEQ) |
Universidade Federal de Sergipe |
Tereza Cristina Santos Martins
Nelmires Ferreira da Silva |
Trabalho e Questão Social |
04 |
Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho e Proteção Social |
Universidade Estadual da Paraíba |
Moema Amelia Serpa Lopes de Souza
Monica Barros da Nóbrega |
Trabalho, capitalismo e proteção social |
05 |
Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho, Estado, Políticas Sociais e Movimentos Sociais |
Universidade de Pernambuco |
Liana França Dourado Barradas
Raquel Bianor da Silva |
Trabalho e Questão social |
06 |
Grupo de Estudos em Serviço Social, Trabalho, Direitos e Lutas Sociais |
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte |
Iana Vasconcelos Moreira
Sâmya Rodrigues Ramos |
Trabalho, Direitos e Lutas Sociais |
07 |
Tramas e Fios - Estudos Sobre Trabalho, Memória e Movimentos Sociais |
Universidade Federal da Paraíba |
Valéria Costa Aldeci de Oliveira
Ana Lúcia Batista Aurino |
Trabalho e movimentos sociais |
08 |
Trabalho, Sociabilidade e Lutas Sociais
|
Universidade Estadual do Ceará |
Epitacio Macario Moura
Erlenia Sobral do Vale |
Trabalho e capitalismo |
09 |
Trabalho, Formação Profissional e Serviço Social
|
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia |
Lúcia Maria Aquino de Queiroz
Albany Mendonca Silva |
Trabalho e Formação Profissional |
10 |
Grupo de Pesquisa Serviço Social, Trabalho, Profissão e Políticas Sociais |
Universidade Federal do Alagoas |
Maria Alcina Terto Lins
Japson Gonçalves Santos Silva |
Trabalho e questão social |
11 |
Núcleo de Estudo e Pesquisa Trabalho, Serviço Social e Políticas Sociais (NETRASS) |
Instituto Federal do Ceará |
Roberta Menezes Sousa
Renata Lígia Rufino Neves de Souza |
Trabalho e Políticas Sociais |
Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de dados do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.
O tema Saúde é o foco das linhas de pesquisa de cinco grupos, sendo dois do Piauí, dois da Bahia e um da Paraíba. Ramos, Adriano e Souza (2018) chamam atenção para o fato de que as pesquisas sobre saúde no Serviço Social podem estar relacionadas a necessidade de compreensão do trabalho profissional dos/as assistentes sociais nesse expressivo espaço sócio-ocupacional, bem como das inflexões que atingem a política de saúde, sobretudo no contexto neoliberal.
Quadro 4 – Grupos de pesquisa sobre Saúde
|
Título |
Instituição |
Líder (es) |
Foco |
01 |
Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Políticas Públicas, Serviço Social e Saúde Mental |
Universidade Federal do Piauí |
Sofia Laurentino Barbosa Pereira
|
Saúde Mental |
02 |
Núcleo de Pesquisa em Política de Saúde e Serviço Social |
Universidade Federal do Piauí |
Solange Maria Teixeira
Masilene Rocha Viana |
Política de saúde |
03 |
Serviço Social, Saúde, Conhecimento e Trabalho |
Universidade Federal da Bahia |
Cristiana Mercuri de Almeida Bastos
|
Saúde |
04 |
Setor de Estudos e Pesquisas em Saúde e Serviço Social |
Universidade Federal da Paraíba |
Patrícia Barreto Cavalcanti
Rafael Nicolau Carvalho |
Políticas de saúde |
05 |
CIPÓSS - Grupo de Estudos e Pesquisa - Cidadania, Política Social e Serviço Social |
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia |
Heleni Duarte Dantas de Ávila
Jucileide Ferreira do Nascimento |
Política de drogas e saúde pública |
Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de dados do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.
O tema Assistência Social apareceu apenas em dois grupos de estudos, um do Pernambuco e outro da Bahia. Em um deles o foco é exclusivamente a política de Assistência Social e no outro tem-se uma articulação entre a Assistência Social, a pobreza e o território. Geralmente, a política de Assistência Social aparece enquanto objeto de análise dentro do eixo temático Política Social e Serviço Social, por isso a quantidade de grupos de estudos com ênfase apenas na política de Assistência Social é ainda incipiente.
Quadro 5 - Grupos de pesquisa sobre Assistência Social
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Título |
Instituição |
Líder (es) |
Foco |
01 |
Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Assistência Social - GEPAS |
Universidade Federal de Pernambuco |
Edistia Maria Abath Pereira de Oliveira
|
Assistência Social |
02 |
Grupo de Pesquisa em Pobreza, Assistência Social e Território - GEPAST
|
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia |
Fabricio Fontes de Andrade
Ilzamar Silva Pereira
|
Assistência Social |
Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de dados do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.
Kameyama (1998) afirma que as pesquisas sobre Políticas Sociais ocupam um lugar central no Serviço Social, mas que os recortes de objetos se concentram em reflexões acerca das políticas da Seguridade Social, em que a política de Assistência Social é inserida. Das três políticas que compõe a Seguridade Social, A Assistência Social tem se destacado nos recortes de objetos de estudos. No início dos cursos de pós-graduação as discussões giravam em torno do resgate da concepção da política, o significado e as perspectivas, atualmente concentram-se em torno da desestruturação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), do (des)financiamento e dos desafios e demandas no contexto de precarização dos serviços públicos.
O tema Formação Profissional e Fundamentos do Serviço Social foi identificado em três grupos de pesquisas, um do Piauí, um em Sergipe e outro da Bahia. O primeiro com foco na formação profissional, no trabalho e nas políticas públicas; o segundo com ênfase na formação profissional e nos fundamentos do Serviço Social e nas Políticas Sociais; e o terceiro direcionado para a ética, o Serviço Social e a ontologia. O recorte para as Políticas Sociais/Públicas aparece em dois grupos de estudos isso porque a efetivação de políticas sociais para o trato das expressões da questão social é a base constitutiva do Serviço Social.
Quadro 6 - Grupos de pesquisa sobre Formação e Fundamentos
|
Título |
Instituição |
Líder (es) |
Foco |
01 |
Grupo de Estudos e Pesquisa Formação, Trabalho, Desigualdade Social e Políticas Públicas |
Universidade Federal do Piauí |
Edna Maria Goulart Joazeiro |
Formação, trabalho, e políticas públicas |
02 |
Grupo de Estudos e Pesquisas em Fundamentos, Formação em Serviço Social e Políticas Sociais - GEPSSO |
Universidade Federal de Sergipe |
Vera Núbia Santos
Maria da Conceição Vasconcelos Gonçalves
|
Formação, Fundamentos do Serviço Social e políticas sociais |
03 |
Núcleo de Estudos sobre Ética, Serviço Social e Ontologia |
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia |
Débora Rodrigues Santos
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Ética, Serviço Social e Ontologia |
Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de dados do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.
De acordo com Closs (2015) a produção de conhecimento que trata diretamente dos Fundamentos do Serviço Social é pouco expressiva, tendo predominância da abordagem dos fundamentos articulada com o trabalho, formação e a ética profissional, “cujo núcleo central reside no debate teórico-metodológico marxista, na análise da sua historicidade, na abordagem teórica da questão social e da categoria trabalho (mediada com a profissão), bem como do seu projeto ético-político” (CLOSS, 2015, p. 7).
O tema Movimentos Sociais aparece em três grupos de estudos, sendo um da Paraíba e dois do Maranhão. O primeiro grupo tem como foco a articulação entre a educação popular e os movimentos sociais; o segundo grupo trata especificamente dos movimentos sociais e o Serviço Social; e o terceiro grupo aborda questões relacionadas ao território, as relações étnico-raciais e de gênero e dos movimentos sociais. Segundo Duriguetto (2014), as discussões sobre movimentos sociais articulada de forma direta com o Serviço Social é pouco expressiva, geralmente as discussões giram em torno de entender as diferentes articulações dos movimentos sociais com bandeiras de lutas específicas, como por exemplo a pauta da luta por moradia, da questão agrária/urbana, das relações étnico-raciais e de gênero, etc.
Quadro 7 - Grupos de pesquisa sobre Movimentos Sociais
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Título |
Instituição |
Líder (es) |
Foco |
01 |
Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Popular, Serviço Social e Movimentos Sociais - GEPEDUPSS |
Universidade Federal da Paraíba |
Aline Maria Batista Machado
Maria de Fátima Leite Gomes
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Educação popular e movimentos sociais |
02 |
Grupo de Estudos, Pesquisa e Debates em Serviço Social e Movimento Social - GSERMS |
Universidade Federal do Maranhão |
Josefa Batista Lopes
Mariana Cavalcanti Braz Berger
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Movimentos sociais e Serviço Social |
03 |
Grupo de Estudos, Pesquisas, Debates e Extensão sobre Movimentos Sociais, Questão Social e Identidades |
Universidade Federal do Maranhão |
Claudia Alves Durans
Rosenverck Estrela Santos |
Movimentos sociais, território e relações étnico-raciais e de gênero |
Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de dados do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.
O tema Estudos Marxistas foi identificado em quatro grupos de estudos, sendo dois de Sergipe e dois da Paraíba. Apenas um grupo trata especificamente sobre o marxismo, os demais fazem articulação entre o marxismo e Estado; o marxismo e questão ambiental e agrária; e cidadania e teoria social marxista. O marxismo tem grande contribuição para a perspectiva crítica do Serviço Social, o que torna imperativo estudos sobre essa temática para apropriação e fundamentação de análises das demais temáticas pesquisadas no Serviço Social.
Quadro 8 - Grupos de estudos sobre Estudos Marxistas
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Título |
Instituição |
Líder (es) |
Foco |
01 |
Grupo de Estudos e Pesquisas Marxistas |
Universidade Federal de Sergipe |
Paulo Roberto Félix dos Santos
Carla Alessandra da Silva Nunes |
Marxismo e Estado |
02 |
Grupo de Estudos e Pesquisas Marxistas em Serviço Social |
Universidade Federal de Campina Grande |
Reginaldo Pereira França Júnior
Juliana e Silva de Oliveira |
Marxismo |
03 |
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Marxismo e Serviço Social |
Universidade Federal de Sergipe |
Nailsa Maria Souza Araújo
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Marxismo, questão ambiental e agrária |
04 |
Setor de Estudos em Cidadania e Teoria Social - SECTS |
Universidade Federal da Paraíba |
Jaldes Reis de Meneses
Edna Tania Ferreira da Silva |
Cidadania e teoria social marxista |
Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de dados do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.
A temática Educação foi encontrada em quatro grupos de pesquisas, três no estado da Bahia e um no Ceará, que é o único grupo que estuda a educação a partir de análises das políticas públicas e da exclusão social. Os demais grupos analisam a Política de educação, a educação em articulação com a ética e os direitos humanos e as ações afirmativas e a assistência estudantil. Segundo Silva (2011), as discussões em torno da educação se concentram em duas esferas, sendo a primeira sobre os impactos neoliberais que demarcam cortes orçamentários, retrocessos de financiamento e mercantilização, e a segunda sobre a inserção do Serviço Social na educação. As abordagens diferentes sobre essa temática têm contribuindo para os avanços teóricos na área.
Grupo 9 - Grupos de estudos sobre Educação
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Título |
Instituição |
Líder (es) |
Foco |
01 |
Grupo de Trabalho e Pesquisa em Serviço Social na Educação -GTSSEDU
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Universidade Federal Recôncavo da Bahia |
Marcela Mary José da Silva
Tattiana Tessye Freitas da Silva |
Política de Educação |
02 |
Núcleo de Estudos sobre Educação e Direitos Humanos
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Universidade Católica de Salvador |
Vanessa Ribeiro Simon Cavalcanti
Antonio Carlos da Silva |
Ética, educação e direitos humanos |
03 |
Núcleo de Estudos e Pesquisa Acões Afirmativas e Assistência Estudantil |
Universidade Federal da Bahia |
Elisabete Aparecida Pinto
Marina da Cruz Silva |
Ações afirmativas e Assistência Estudantil |
04 |
Políticas Públicas e Exclusão Social |
Universidade Estadual do Ceará |
Francisca Rejane Bezerra Andrade
Mônica Duarte Cavaignac
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Educação |
Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de dados do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.
Os grupos classificados com foco em outros temas são os grupos que as linhas de pesquisa apresentaram uma temática única entre os demais, ou seja, nenhum outro grupo de pesquisa apresentou um tema semelhante em suas linhas, por isso não foi criada uma categoria específica para o seu agrupamento.
Quadro 10 – Grupos de pesquisa sobre outros temas
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Título |
Instituição |
Líder (es) |
Foco |
01 |
Grupo de Avaliação e Estudos da Pobreza e de Políticas Direcionadas à Pobreza - GAEPP |
Universidade Federal do Maranhão |
Maria Ozanira da Silva e Silva
Heric Santos Hossoe |
Avaliação e Políticas Direcionadas à Pobreza |
02 |
Grupo de Estudo e Pesquisa Direito, Justiça e Sociedade |
Universidade Federal de Alagoas |
Maria Adriana da Silva Torres |
Direito, Justiça e Sociedade |
03 |
Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Poder, Cultura e Práticas Coletivas |
Universidade Federal de Pernambuco |
Jaileila de Araújo Menezes
Rosineide de Lourdes Meira Cordeiro |
Poder, Cultura e Práticas coletivas |
04 |
Grupo de Estudos sobre Álcool e outras Drogas - GEAD |
Universidade Federal de Pernambuco |
Roberta Salazar Uchôa
José Arturo Costa Escobar |
Álcool e drogas |
05 |
Grupo de Pesquisa em Democracia, Cidadania e Direitos Fundamentais |
Instituto Federal do Rio Grande do Norte |
Rocco Antonio Rangel Rosso Nelson
Rafael Laffitte Fernandes |
Democracia, cidadania e direitos fundamentais |
06 |
Grupo de Pesquisa sobre Reprodução Social |
Universidade Federal de Alagoas |
Edlene Pimentel Santos
Maria Norma Alcântara Brandão de Holanda |
Reprodução social |
07 |
Laboratório de Produção Científica do Centro de Ciências Jurídicas e Sociais |
Universidade Federal de Campina Grande |
Reginaldo Pereira França Júnior
Anderson Henrique Vieira |
Produção de conhecimento |
08 |
Núcleo de Estudos e Pesquisa em Habitação e Saneamento Ambiental |
Universidade Federal de Pernambuco |
Rosa Maria Cortês de Lima
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Habitação e saneamento |
09 |
Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Questão Ambiental e Serviço Social |
Universidade Federal de Pernambuco |
Maria das Graças e Silva
Sandra Maria Batista Silveira |
Questão ambiental e Serviço Social |
10 |
Desenvolvimento Regional, Políticas Sociais, Turismo e Cultura |
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia |
Lúcia Maria Aquino de Queiroz
Albany Mendonca Silva |
Desenvolvimento regional e Cultura |
Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de dados do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.
Entre os temas desses grupos se incluem políticas direcionadas à pobreza; direito e justiça; poder e cultura; álcool e drogas; democracia e cidadania; reprodução social; produção de conhecimento; habitação; questão ambiental e desenvolvimento regional e cultura. São temas de grande relevância para o Serviço Social, e, embora não tenham incidência nos demais grupos, podem fazer parte das linhas de pesquisa de grupos das outras regiões, sendo recomendável um novo estudo para essa análise.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise dos Grupos de Pesquisa de Serviço Social da região Nordeste registrados no Diretório do CNPq demonstrou que os grupos se concentram nas universidades públicas, reforçando a associação entre produção de conhecimento e a universidade. Evidenciou ainda que as temáticas mais expressivas nas linhas de pesquisa entre os 83 grupos são “Estado/ Políticas Sociais/Questão Social” (23); “Gênero/Questão étnico-racial/Geração” (17) e “Trabalho” (11).
Foi observado que as temáticas que tratam de áreas mais específicas têm menor número de grupos de pesquisas, tais como “Assistência social” que só foi encontrada em dois grupos, “Movimentos Sociais” em três grupos e “Formação e Fundamentos” também em três grupos. As temáticas “Estudos Marxistas” e “Educação” apareceram em quatro grupos, respectivamente, e “Saúde” apareceu em cinco grupos. No entanto, é importante ressaltar que o pouco quantitativo de grupos de estudos com essas temáticas não significa que se tem pouca produção teórica sobre as temáticas em questão na área. É necessária uma análise mais detalhada dos grupos de pesquisas das demais regiões do país para mapear se as mesmas aparecem nas linhas de pesquisas dos demais grupos. Além disso, os objetos de estudos do Serviço Social são transversais e podem ser analisados associados com as diferentes temáticas de pesquisa.
Reforça-se a importância que os grupos de pesquisa desempenham para o acúmulo e publicização teórica do Serviço Social, que possibilita a contribuição com tanto com o exercício quanto com a formação profissional. É um espaço que tem articulado graduação e pós-graduação, bem como profissionais da área, fortalecendo uma análise fundamentada sobre uma perspectiva crítica.
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