A Saúde do trabalhador é uma temática que dialoga com diferentes áreas de conhecimento, tais como a Medicina Social, Saúde Pública, Saúde Coletiva, Clínica Médica, Medicina do Trabalho, Sociologia, Epidemiologia Social, Engenharia e Psicologia que através das vivências do trabalhador e do seu conhecimento sobre o ambiente de trabalho constroem uma melhor compreensão da relação que se estabelece entre a saúde daquele que trabalha e o trabalho que realiza.
A preocupação com a saúde do trabalhador emerge do impacto do aparecimento de diferentes doenças que atingiam severamente a classe trabalhadora causando ausências, mortes, acidentes de trabalho que significavam a redução/perda de lucros situação considerada inadmissível pelo patronato.
No Brasil com a Reforma Sanitária a saúde do trabalhador tornou-se o foco de lutas consolidando-se com a Lei Orgânica da Saúde de 1990 e com a Constituição Federal de 1998. O trabalhador agora era visto como sujeito ativo que também participaria e contribuiria na melhoria da saúde ligada ao trabalho. Apesar disso, ainda foi constatada a ocorrência de enfermidades como a depressão, a síndrome de Burnout e problemas físicos em profissionais decorrentes das pressões sofridas no ambiente de trabalho.
A Saúde, no entanto, só era vista no que se referia ao aspecto físico, desprezando os aspectos relacionados à saúde mental aspecto também afetado pelas condições de trabalhos existentes.
Em 1952, na França, falou-se da psicopatologia do trabalho que já explorava e estudava a saúde psíquica do trabalhador por entender que a atividade laboral também causava danos psicológicos.
É importante destacar as contribuições de Dejours (1988) e dos estudos no campo da Psicodinâmica do Trabalho que, baseada na psicanálise, analisa os mecanismos adotados pelo trabalhador para lidar com as tensões e conflitos produzidos no e pelo trabalho.
Muitos estudos foram realizados sobre a saúde do trabalhador e muitas questões demandam estudos que não se esgotam no balanço aqui produzido.
A Saúde do trabalhador é uma temática que dialoga com diferentes áreas de conhecimento, tais como a Medicina Social, Saúde Pública, Saúde Coletiva, Clínica Médica, Medicina do Trabalho, Sociologia, Epidemiologia Social, Engenharia e Psicologia que através das vivências do trabalhador e do seu conhecimento sobre o ambiente de trabalho constroem uma melhor compreensão da relação que se estabelece entre a saúde daquele que trabalha e o trabalho que realiza.
A preocupação com a saúde do trabalhador emerge do impacto do aparecimento de diferentes doenças que atingiam severamente a classe trabalhadora causando ausências, mortes, acidentes de trabalho que significavam a redução/perda de lucros situação considerada inadmissível pelo patronato.
No Brasil com a Reforma Sanitária a saúde do trabalhador tornou-se o foco de lutas consolidando-se com a Lei Orgânica da Saúde de 1990 e com a Constituição Federal de 1998. O trabalhador agora era visto como sujeito ativo que também participaria e contribuiria na melhoria da saúde ligada ao trabalho. Apesar disso, ainda foi constatada a ocorrência de enfermidades como a depressão, a síndrome de Burnout e problemas físicos em profissionais decorrentes das pressões sofridas no ambiente de trabalho.
A Saúde, no entanto, só era vista no que se referia ao aspecto físico, desprezando os aspectos relacionados à saúde mental aspecto também afetado pelas condições de trabalhos existentes.
Em 1952, na França, falou-se da psicopatologia do trabalho que já explorava e estudava a saúde psíquica do trabalhador por entender que a atividade laboral também causava danos psicológicos.
É importante destacar as contribuições de Dejours (1988) e dos estudos no campo da Psicodinâmica do Trabalho que, baseada na psicanálise, analisa os mecanismos adotados pelo trabalhador para lidar com as tensões e conflitos produzidos no e pelo trabalho.
Muitos estudos foram realizados sobre a saúde do trabalhador e muitas questões demandam estudos que não se esgotam no balanço aqui produzido.
Breve panorama sobre as relações entre saúde e trabalho.
De acordo com Mendes (2003) desde a antiguidade se faz referência a relação entre trabalho e saúde/doença. No antigo Egito já existiam doenças ligadas ao trabalho que recebiam atendimento médico. Na tradição judaica também havia preocupação com a saúde do trabalhador enquanto que no Império Grego Romano o desinteresse pelo tema saúde e trabalho estava presente. Vale a pena ressaltar que nesse Império eram os escravos que desempenhavam o trabalho pesado e de risco o que explica o descaso com a saúde dos que trabalhavam sem qualquer valorização e reconhecimento.
Mendes também aponta alguns autores da antiguidade que estudaram sobre a saúde e a doença ocupacional em diversos âmbitos. Apesar disso estas produções não se configuraram em um corpo teórico nem chegaram a produzir modificações no espaço laboral que visassem melhorar as condições de trabalho. Na Idade Média, por outro lado, se tinha menos conhecimento da relação entre trabalho e saúde. Tanto é que o conhecimento sobre a existência do que se poderia considerar como o primeiro livro a tratar deste assunto data do século XV, redigido por Ellenbog (1440-1449-apud Mendes, 2003).
Na Renascença os avanços foram mínimos no que se refere à saúde pública e a saúde do trabalhador de modo geral. A partir do século XVII amplia-se a literatura médica sobre males ocupacionais com a publicação, em 1700, do Tratado sobre Doenças dos Trabalhadores de autoria de Bernardino Ramazzini que foi obra de referência até o século XIX (Mendes, 2003).
Com a industrialização, o uso de novas tecnologias e as transformações nos processos de produção, principalmente após a II Guerra Mundial, surgem problemas referentes à saúde do trabalhador e a insatisfação dos mesmos com as condições de trabalho (Silva, 2001).
A introdução das máquinas, na verdade, apesar de beneficiar a produção com a oferta ampliada de mercadorias, acarretava em impactos negativos aos trabalhadores devido às pressões e as longas e intensas jornadas de trabalho.
No Brasil Colonial, com a economia baseada no trabalho escravo, a saúde daqueles que trabalhavam só se tornava objeto de preocupação quando doenças resultavam na perda da força de trabalho com mortes e incapacitações. Assim, as epidemias que ocorreram, como a febre amarela entre 1685-1690, despertaram a atenção da corte para a relação saúde e trabalho desde quando muitos trabalhadores eram dizimados por estas doenças impactando negativamente nos resultados econômicos esperados pelos dominantes (Mendes, 2003)
Somente no século XX, em 1972, se implanta no Brasil o Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) que controlava os acidentes de trabalho orientando-se pela teoria da unicausalidade, enquanto a Saúde ocupacional avançava com uma proposta interdisciplinar incorporando a teoria da multicausalidade.
Ocorreram também iniciativas para introduzir um novo modelo de atenção à saúde do trabalhador que só teve expressão em 1980 no âmbito da Reforma Sanitária. A luta era na defesa de uma concepção teórica em que a saúde fosse tomada como direito dos cidadãos sobrepujando os modelos tradicionais de atenção a saúde passando, assim, a considerar o trabalhador como um ator social. O compromisso estava em resgatar e preservar a Saúde do trabalhador intervindo e modificando o ambiente da empresa (Silva, 2001).
De acordo com Louzada nos anos 1980 a saúde do trabalhador aparece como uma questão na luta pela democracia, cidadania e liberdade na organização dos trabalhadores.
Outro aspecto que não pode ser minimizado está no fenômeno da globalização que produziu , e ainda produz, transformações profundas no sistema produtivo impactando diretamente no bem estar e/ou no mau estar do trabalhador.
Apesar das dificuldades politicas e econômicas quanto a legitimidade da saúde do trabalhador como questão central e relevante quando se trata de organização dos processos de produção, atualmente encontramos uma maior preocupação com essa dimensão como podemos constatar nos estudos sobre gestão de pessoas.
A saúde do trabalhador
Campo específico da área de saúde pública, a especialidade visa promover e defender a saúde dos indivíduos que desempenham uma atividade laboral. A saúde é entendida por Dubos (apud MENDES, 2003) como o equilíbrio perfeito entre a pessoa e o meio ambiente. Por outro lado o trabalho faz parte da vida do homem, o influencia e é influenciado por ele marcando sua existência de modo a atingir, muitas vezes, a sua saúde física e mental (VIEIRA, 1994 a). Ao mesmo tempo é preciso lembrara que o trabalho é visto como atividade produtiva ontológica e constituinte da identidade do trabalhador. Entretanto, os contextos em que o trabalho se realiza podem ser precários provocando o adoecimento ocupacional do homem (Tamayo, 2004)
Entre os agravos a saúde encontra-se o estresse ocupacional conseqüência da modificação da relação do ser humano com o trabalho decorrente da introdução de modernos processos de informatização, automação e robotização aliado a longas jornadas de trabalho. (Mendes 2003). Este autor ainda aborda a Síndrome de Burnout que emerge como uma resposta a estressores emocionais e interpessoais que envolvem a representação que o indivíduo tem de si e dos outros. O termo ‘Burnout’ significa apagar, queimar lembrando uma vela apagando- se lentamente. Esta Síndrome ocorre quando os sentimentos de baixa auto-estima, insegurança, ansiedade e desestabilização do pertencimento a grupos se exacerbam no trabalhador levando a um esgotamento profissional.
A LER (Lesões por Esforço Repetitivo), também mencionada por Mendes (20033), resulta de técnicas e modelos de trabalho que não consideram o modo de funcionar do ser humano como se este pudesse se adaptar totalmente as normas e regras pré estabelecidas. Isso ocasiona alterações musculoesqueléticas com danos, muitas vezes, permanentes.
Outra enfermidade ligada ao trabalho é a depressão com manifestação de tristeza, apatia, falta de esperança e vivências de fracasso que interferem na vida profissional e pessoal do indivíduo aparecendo através de expressões somáticas, ou seja, sintomas no corpo e no organismo.
O sistema produtivo visa basicamente o lucro e não alia o trabalho á saúde, á educação e ao lazer. Além disso, podemos citar como fator desencadeante de patologias do trabalho o problema do desemprego que a sociedade enfrenta hoje, aliada a falta de perspectiva, às condições de trabalho desfavoráveis e os baixos salários que contribuem para o sofrimento do trabalhador, repercutindo direta ou indiretamente na família.
Conforme Maslach e Leiter (1999) na sociedade norte-americana o desgaste físico e emocional tem atingido grande parte dos trabalhadores. Na verdade têm ocorrido mudanças no local de trabalho que hoje se mostra frio, hostil e exigente econômica e psicologicamente. A natureza do emprego também se modifica ficando os indivíduos exaustos física, emocional e espiritualmente o que mina com o entusiasmo deles e faz com que diminua o compromisso, o envolvimento e a dedicação para com o trabalho. Os autores dizem ainda que este desgaste decorre de um desencontro entre natureza do trabalho e a natureza da pessoa que trabalha além de existir uma predominância de valores econômicos em relação aos valores humanos junto às enormes exigências do novo mercado.(Maslach, Leiter, 1999)
Entre os possíveis fatores causadores do desgaste do trabalhador são abordados o excesso de trabalho (fazer muito em pouco tempo); falta de controle sobre o próprio trabalho (ausência de espaço para tomada de decisões e escolhas); falta de recompensa (reconhecimento, valorização); falta de união (isolamento e perda de contato) e a falta de equidade (carência de respeito, desigualdade de remuneração). (Maslach, Leiter, 1999)
Embora o desgaste seja um grande problema, as empresas tendem a considerá-lo como responsabilidade exclusiva do empregado quando na verdade é assunto que diz respeito também ao empregador.
Existe a possibilidade de solucionar o problema do desgaste do trabalhador se o empregador considerar os comportamentos, emoções e o trabalho do empregado de modo a transformar os sentimentos de exaustão, ceticismo e ineficiência do seu funcionário em prazer.
O autor coloca que a resolução para o problema do desgaste ocorrerá quando as chefias refletirem sobre o trabalhador sugerindo ações, sem, no entanto, perder de vista que isso engloba um processo de adaptação constante a uma organização que se aperfeiçoa e modifica continuamente em função das transformações da sociedade.
Gomes (2001), por sua vez, afirma que o trabalho deve ser para o trabalhador uma fonte de prazer, satisfação pessoal, garantia de renda, sobrevivência, sensação de integração, apoio social, pois, afinal, trabalhar em condições ideais é uma das maiores realizações do ser humano.
É preciso ainda considerar que a organização da sociedade brasileira estabelece para o profissional certas formas de inserção no mercado de trabalho o qual apresenta grande mobilidade e heterogeneidade de realidades. Isto acarreta a exposição do trabalhador a processos de contratação, remuneração e produção diferenciados e submetidos a lógicas de gestão, base tecnológica e de intensidade, também, diversas que podem facilitar o adoecimento do corpo e da mente do homem.
Dessa forma, constata-se que os fatores psicossociais influenciam na origem da enfermidade associada à tarefa laboral. Portanto, ao tratar sobre saúde ocupacional devemos nos reportar aos fatores bio-psico-sociais constituintes do ser humano, pois o trabalhador está sujeito a processos de saúde e doença.
Do conjunto deste cenário decorre a relevância dos estudos de Dejours (1988, 2004) sobre a questão do psíquico no enfrentamento dos conflitos decorrentes da atividade laboral, o que veremos com maior abrangência no item que se segue.
Prazer e sofrimento no trabalho
Segundo Dejours (2004), a psicopatologia do trabalho se constituiu em uma disciplina que nasceu no pós Guerra, na França, através de um grupo de psiquiatras. Ela postulava que o trabalho poderia provocar distúrbios psicopatológicos, ou seja, pretendia analisar os conflitos que surgiam entre um sujeito, dono de uma história pessoal e uma situação de trabalho.
Apesar disso, esta disciplina não conseguiu responder às inúmeras questões que apareceram ao se analisar a relação subjetiva do homem e da mulher na situação de trabalho. Assim, surgiu uma abordagem mais ampla identificada como Psicodinâmica do Trabalho, cujo parâmetro era a Psicanálise (Dejours, 1994)
A Psicodinâmica do Trabalho se preocupa com a gênese e as transformações do sofrimento mental ligado ao trabalho, sem limitar-se a apenas identificar doenças mentais específicas da profissão (Dejours, 1994). Isto por que, segundo Tamayo (2004), a organização é um espaço onde se compartilham significados e se tem gratificações e frustrações do desejo, algumas vezes inconscientes, e por isso ela é objeto e alvo das pulsões num jogo subjetivo entre realidade psíquica e realidade organizacional.
O sofrimento, resultante deste jogo, caracteriza-se como um bloqueio na relação homem-organização que impede o atendimento das suas necessidades e desejos. Aliado a este sofrimento temos também a luta para solucioná-lo ou minimiza-lo que ocorre individual ou coletivamente levando ao seu ocultamento ou a identificação de patologias.
Segundo Morgan (1996, apud MENDES, 2003) o ocultamento do sofrimento ocorre porque muitas organizações desenvolvem culturas que criam maníacos pelo trabalho devido às pressões e ao ufanismo que se torna uma carga para o trabalhador.
De acordo com Seligmann (1994) esta carga: “é o conjunto de esforços desenvolvidos para atender as exigências da tarefa”. Estas definições abrangem os esforços físicos, cognitivos e psicoafetivos
A carga Psíquica do trabalho é um fator relevante no que se refere ao sofrimento e envolve fenômenos de ordem neurofisiológica, psicofisiológicas, psicológica e psicossociológica. Sabe- se que o trabalhador é passível de excitações externas e internas possuindo características únicas e pessoais e vias de descargas de tensão diferentes da de outros trabalhadores.
O profissional necessita usar adequadamente as suas aptidões psíquicas que quando são subempregadas geram uma retenção de energia pulsional que se constituirá em carga psíquica. O parelho psíquico precisa ter uma livre atividade articulada dialeticamente com o conteúdo da tarefa, liberando, pois essa energia que ficou represada (Dejours, 1994).
Um trabalho que permite a diminuição da carga psíquica torna-se uma atividade equilibrante, mas se ocorre o aumento dessa carga se mostra estafante (Dejours, 1994).
Nas organizações o trabalhador quase sempre satifaz a vontade de outrem, ficando despossuído de seu corpo físico e ansioso domesticado. Isso dificulta o alcance do objetivo do trabalho e prejudica as relações interpessoais . Além disso, o funcionário perde sua identidade, o significado do trabalho, o interesse e o prazer no que faz sendo a carga psíquica muito grande. (Seligmann, 1994; Dejours, 1994).
Os estudos de Bertil Gardel e Marianne Frankenhaeuser citados por (SELIGMANN, 1994) consideram o lado qualitativo e quantitativo da carga de trabalho. O quantitativo refere-se ao volume de trabalho mental e o qualitativo ao nível de complexidade do mesmo e a possibilidade de aplicá-lo aos interesses do trabalhador de forma significativa. (Seligmann,1994)
Além da carga psíquica identificamos como aspecto relacionado ao sofrimento laboral a motivação definida por Pieron como fator psicológico que predispõe o indivíduo a realizar certas ações (DEJOURS, 1994).
Buono (1992) explicita que o contexto organizacional é determinante da motivação desde quando o modo como o trabalhador é tratado, as estruturas de poder e autoridade , as normas e valores usados afetam os motivos do mesmo Se a configuração desses fatores não for adequada encontraremos um trabalhador desmotivado e insatisfeito o que pode chegar a afetar a sua saúde.
O Trabalho embora seja fonte de sofrimento também pode ser fonte de prazer por influenciar positivamente a vida das pessoas trazendo satisfação e bem-estar.Apesar disso, ele não deve ser visto como um divertimento desde quando exige disciplina, responsabilidade e compromisso.
Este prazer, proveniente da atividade laboral, está aliado a um fluxo contínuo de sensações e sentimentos positivos como resposta ao ambiente, as relações interpessoais e aos conflitos.
Para Mendes e Tamayo (2001) o prazer tem estreita relação com a identidade social e pessoal, porque o trabalhador ao vinvenciar o trabalho passa a fazer parte dele, o que fortalece a sua identidade pelo contato com o produzir em parceria com os outros empregados.
Para existir prazer é necessário que ocorra realização decorrente da identificação, orgulho e gratificação com o que se faz e liberdade para criar, inovar, pensar, organizar e falar sobre o trabalho.
È importante notar que nem sempre prazer e satisfação são equivalentes, pois um trabalhador pode estar satisfeito com seu salário, suas recompensas, mas não sentir prazer, assim como pode avaliar insatisfatoriamente seu trabalho, mas vivenciar o prazer.
Robbins (1999) cita como aspectos que tem peso na questão da satisfação a natureza do trabalho, relação com a chefia, o pagamento, a promoção e o relacionamentos com colegas. A satisfação só vai acontecer quando tivermos um trabalho desafiante com recompensas equilibradas boas condições e suporte dos colegas.
A organização também deve contribuir para que o indivíduo estabeleça um vínculo positivo com o trabalho, afinal ela passaria a ter trabalhadores satisfeitos e envolvidos e consequentemente uma alta produtividade, alto desempenho com baixo absenteísmo e baixa rotatividade (SIQUEIRA apud Zanelli, 2004)
Por outro lado o trabalhador precisa esta bem psiquicamente para desempenhar adequadamente sua respectiva atividade e sentir prazer e satisfação naquilo que realiza.Isto nos leva a pensar na saúde mental em relação ao trabalho.do mesmo modo que no sofrimento psíquico.
Esta subjetividade se refere ao desejo do trabalhador que nem sempre é atendido através da atividade que desempenha, gerando a insatisfação e a desmotivação. Para lidar com isso o trabalhador usa estratégias defensivas como a sublimação que ajuda a aliviar a tensão causada por este mal estar,. mantendo então o equilíbrio psíquico.
Um fator que contribui na gênese do mal estar do funcionário é o distanciamento existente entre a organização prescrita (leis, estatutos, regimentos que orientam a empresa) e a organização real, ou seja, entre a teoria e a prática.
Tendo em vista esses aspectos concluímos que a psicodinâmica do trabalho representa um meio de reduzir esse distanciamento desde quando o mesmo pode prejudicar a segurança, a saúde e a qualidade do que é produzido.
Assim, o trabalho pode ser fonte de prazer ou de sofrimento assunto estudado por muitos autores e publicado em livros e revistas que será analisado no presente estudo através da análise de artigos publicados na Revista Psicologia, Organização e Trabalho, publicação da Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho, no período de 2002 a 2005.
Caracterização dos Artigos
O artigo 1 publicado na Revista nº 2 no ano de 2002 cujo título é “Estresse Ocupacional e Indicadores de Saúde em Gerentes de um Banco Estatal” é de autoria de Fernanda Amaral Pinheiro, doutoranda em Psicologia Social e de Isolda de Araújo Günther, pesquisadora Sênior no Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento da Universidade de Brasília.
Elas fizeram uma pesquisa de caráter quantitativo investigando a influência de variáveis psicossociais antecedentes de estresse sobre a saúde de gerentes de banco, tendo como indicadores a pressão arterial, o consumo de medicamentos, o índice de massa corporal e relato de sintomas. As autoras consideraram, também, a percepção de apoio social (reconhecimento da chefia e respeito dos colegas), o envolvimento com o trabalho e o tabagismo como hábito. Além disso, afirmaram que a influência do ambiente de trabalho na saúde do trabalhador é tema muito abordado sendo significativas as relações entre a saúde física e ambiente ocupacional.
O estresse é visto como resultado de fatores psicossociais e como desequilíbrio real entre as demandas do ambiente e os recursos adaptativos dos indivíduos. Ele pode ser causado por aspectos relativos à tarefa, ao papel ocupacional, ao grupo ocupacional e a organização no que tange a sobrecarga, autonomia, reconhecimento, satisfação e oportunidade.
Seus efeitos sobre a saúde revelam íntima relação com a hipertensão arterial, alterações metabólicas e índice de massa corporal. Apesar disso existem varáveis que modificam a relação entre esses estressores e a saúde como, envolvimento e comprometimento com o trabalho, estratégias de enfrentamento do estresse (coping) e hábitos.
A pesquisa foi feita com 60 gerentes de banco sendo 41 homens e 6 mulheres com idade média de 39 anos tendo 68% deles concluído o curso superior. Os funcionários trabalhavam na empresa, em média, há 15,7 anos de serviços prestados e 8,6 anos de exercício em gerência.
Como instrumento de produção de dados as pesquisadoras usaram um questionário construído com base na escala de House, Wells, Landerman, Mc Michael e Kaplan, na WES (Work Environmental Scale), na escala de fontes de pressão no trabalho do OSI e na escala usada por Borges-Andrade para mensurar o comprometimento organizacional. Além disso foi realizada uma entrevista semi-estruturada para conhecer hábitos, vida funcional e estilo de vida.
Os resultados mostraram que os sujeitos do sexo feminino relataram maior intensidade de estresse do que os do sexo masculino. Aqueles de escolaridade média apresentavam mais estresse do que os de nível superior, exceto no que se refere ao relacionamento com os colegas e a importância que atribuíam ao trabalho. Foi observado também maior intensidade de estresse ocupacional relacionadas à falta de recursos humanos e materiais, insatisfação com o salário, percepção de inequidade no sistema de promoção, percepção de sobrecarga, riscos a segurança pessoal e falta de apoio dos colegas..
Constatou-se ainda que os indivíduos com maiores escores de estresse, devido ao esforço exigido pela tarefa, consumiam medicamentos com freqüência e aqueles que participavam do processo de tomada de decisão ou tinham que tomar decisões que podiam acarretar riscos ou prejuízos, consumiam medicamentos com maior freqüência do que seus colegas.
A pressão arterial era alta naqueles que registraram maior estresse devido à falta de autonomia, enquanto que a presença de apoio social do grupo e identificação com os valores organizacionais revelava menor estresse e pressão arterial alta.Quanto à correlação com ´índice de massa corporal nenhum caso foi considerado extremo e no que se refere ao tabagismo o grupo de fumantes apresentou maior nível de estresse que o de não fumantes e menor que o de ex-fumantes.
Dessa forma, as autoras concluíram que os maiores estressores percebidos pelo grupo diziam respeito as variáveis que se encontravam sob o controle da organização e que se revelavam na política de recursos humanos. Os estressores associados aos efeitos sobre a saúde foram relativos à tarefa e ao papel social e embora o apoio social tivesse grande importância para os indivíduos, o incentivo a cooperação servia de suporte afetivo e instrumental.
O prazer está associado ao apoio social como aceitação dos colegas e aprovação da chefia, bom comportamento, envolvimento e comprometimento com o trabalho, enquanto o sofrimento é causado por estímulos físicos –químicos, ambientais e psicossociais.
Apesar de terem claro que a manutenção de hábitos promotores de saúde seriam úteis no desencorajamento das práticas de auto-medicação e do tabagismo não conseguiram definir o papel mediador das variáveis, identificação com os valores organizacionais e a imagem pública da organização.
O Artigo nº 2 da revista nº 2 do ano de 2003 sobre “A Resignificação do Sofrimento Psíquico no Trabalho Informal” é de autoria de Carla Faria Morrone, mestra em psicologia e de Ana Magnólia Mendes, doutora em Psicologia. Elas se propuseram a investigar de forma qualitativa o prazer e o sofrimento de trabalhadores em atividades informais com base na Psicodinâmica do Trabalho, analisando as relações entre as vivências de prazer e de sofrimento, as características da organização do trabalho e a dinâmica do reconhecimento.
A população alvo se constituiu de 20 trabalhadores donos de barracas numa feira de importados do Distrito Federal e foi usado como instrumento de pesquisa a entrevista individual semi-estruturada.
O trabalho informal, segundo as autoras, é aquele onde existe facilidade de acesso, pouca estruturação, baixo capital investido, inexistência de relações do tipo assalariado, capital de giro voltado para sobrevivência do negócio, baixa remuneração e condições de trabalho precárias. São atividades pré-capitalistas que não acumulam nem reproduzem o capital como forma de organizações mercantis simples.
O setor informal complementa e compete com o setor formal sem a predominância da divisão entre proprietários do capital e do trabalho. Ele está em crescimento em função da falta de oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho significando a redução de rendimentos e a reprodução da pobreza em níveis cada vez mais baixos decorrente da má distribuição de renda.
Quanto à organização do trabalho encontraram o mesmo como parcelar e fragmentado, onde ocorria o controle do tempo e da execução da atividade do trabalhador, o rigor na separação entre elaboração e execução e uma estrutura hierarquizada. Com as mudanças ocorridas em virtude do processo de reestruturação produtiva surgem novos modelos de organização cuja produção é ligada aos fluxos de demandas variadas, trabalho em equipe, multivariedade e flexibilidade de funções, polivalência dos trabalhadores, redução dos níveis hierárquicos e maior valorização da autonomia e qualificação profissional.
A organização do trabalho, segundo as autoras, tem o caráter intersubjetivo por estarem os diferentes sujeitos em interação com uma realidade que resulta numa dinâmica própria com produção de significações psíquicas e construção de relações sociais. Outra categoria considerada é o reconhecimento que, conforme a psicodinâmica, é importante na formação da identidade do trabalhador e pressupõe a articulação de desejos individuais com a busca pelo reconhecimento social através da sublimação.
O prazer e o sofrimento são vistos no artigo como fruto da relação do trabalhador com o seu trabalho no que se refere à compatibilidade entre sua história de vida, seus desejos, projetos e esperanças com a organização do trabalho.
A indignidade, inutilidade , desqualificação, vivência depressiva, medo, ansiedade, cansaço, insatisfação são indicadores que revelam sofrimento no trabalho enquanto que a valorização, reconhecimento, realização, liberdade são indicadores do prazer, conforme ideias de Mendes, Dejours e Perilleux citadas pelas autoras.
Os resultados desta pesquisa mostraram que a flexibilidade da organização favorece o prazer por permirtir maior autonomia, gratificação e reconhecimento. Por outro lado, a precariedade das condições de trabalho em ambiente marcado por desonestidade, fofoca, falta de perspectiva de crescimento e reconhecimento, provocam o sofrimento que é enfrentado pelo trabalhador através de estratégias defensivas em função do fator sobrevivência.
O Terceiro artigo é da revista nº1 de 2003 , de autoria de Fernando de Castro, mestre em Psicologia, e trata sobre “A Problemática de Definição de Psíquico nos Estudos de Wanderley Codo e Colaboradores sobre o Sofrimento Psíquico e Trabalho”. O autor buscou analisar livros e artigos científicos que tratavam da definição de psíquico utilizada por autores brasileiros que se embasaram no materialismo histórico.
A pesquisa teve um caráter bibliográfico cujo objetivo esteve em verificar se a definição de psíquico utilizada por Wanderley Codo e seus colaboradores contribui cientificamente para o esclarecimento e enfrentamento técnico do sofrimento do trabalho.
O autor, baseado nas idéias de Marx e Harvey, a princípio, explica que o sofrimento humano no trabalho tem sido freqüente na sociedade capitalista onde predomina a competitividade e o trabalho é tomado , sobretudo, como uma mercadoria, fazendo da relação humana e das relações de produção algo alienante para o indivíduo por impedir a satisfação das suas necessidade e realização de seus desejos. Questiona também qual o objeto da psicologia, a partir dos eixos do materialismo histórico.
Quanto à definição da concepção em torno do termo ‘psíquico’ o artigo evidenciou que através da atividade é formada a consciência, pois o trabalhador direciona a energia afetiva para os produtos do seu trabalho dando a ele um significado e construindo a sua identidade.
Por outro lado, Codo, Sampaio e Hitomi defendem que o trabalhador, ao se reapropriar de sua atividade laboral, evita que sua identidade sofra agressões externas vindas de um trabalho impessoal e alienado, dando pois vazão a energia afetiva bloqueada e, conforme a teoria freudiana, quando essa energia afetiva não tem possibilidade de expressão busca canais alternativos para isso como, por exemplo, a doença mental .
Segundo o autor, Leontiev se refere à apropriação de significados que ocorre quando o sujeito em vista de uma necessidade se move em direção a um objeto que a satisfaça. Já Ciampa considera a identidade uma metamorfose impulsionada pelo inconsciente embora a sua estruturação aconteça no plano da consciência.
A análise realizada mostrou certa debilidade da definição de psíquico adotada por autores como Codo e colaboradores, pois trataram dos fatos de forma isolada, concebendo o psíquico em relação ao simbólico e as representações sem a preocupação com o problema da definição do objeto tratando de um homem genérico através de abstrações vazias.
Ficou claro, portanto, a incompatibilidade entre a noção de psíquico usada por Codo e a do materialismo histórico quanto ao prazer afirmando que ele decorre da satisfação das necessidades e desejos que, caso contrário, gera sofrimento.
O artigo 4 da Revista nº 1 de 2004 intitulado “A Sobrevivência como Estratégia para Suportar o Sofrimento no Trabalho Bancário”, possui duas autoras sendo Sônia Resende, mestre em psicologia social e do trabalho, e Ana Magnólia Mendes, doutora em psicologia pela UnB. A população alvo se constituiu de 210 bancários que desempenhavam a função de atendimento ao cliente em bancos públicos e privados do Distrito Federal. Usou-se como instrumentos de coleta o inventário de valores de Schwartz, Escala de Indicadores de prazer-sofrimento no trabalho, estatística descritiva, teste “t” e regressões lineares.
A pesquisa é de natureza quantitativa e procurou investigar se o trabalhador se identificava com seu trabalho, sentindo-se realizado e ou se ele apenas era uma forma de sobrevivência. Foram considerados também os valores individuais dos trabalhadores.Embasou-se na Psicodinâmica do Trabalho e na teoria da Estrutura Universal dos Valores Humanos.
As autoras contextualizam, afirmando que Resende e Mendes falam que nos anos 1990, ocorreram grandes transformações na economia mundial na qual mercados foram abertos, empresas privatizadas, postos de trabalho cortados produzindo recessão e déficits públicos. As desigualdades sociais aumentaram e a renda se concentrava na mão de quem tinha o poder levando a uma desvalorização do trabalho como direito e tornando-o uma concessão.
Antes o trabalho significava segurança e fidelidade á empresa, mas com as mudanças perdeu-se a estabilidade, os salários estagnaram ou diminuíram e o medo e ameaça do desemprego é uma constante.
No Brasil, segundo as autoras, a situação é difícil, pois com a introdução de novas formas de produção, aumentou a exclusão do trabalhador no mercado de trabalho.Este trabalhador luta para permanecer no emprego ao lado das dificuldades econômicas, do alto índice de desemprego e da crescente oferta de mão de obra que permite uma grande rotatividade.
A categoria mais afetada por toda essa situação é a dos bancários que enfrentaram fusões e privatizações das instituições com fechamento de agências, diminuição do quadro de pessoal, terceirizações e maior exigência de produtividade.
O lucro destes bancos deixou de vir pela inflação e para sobreviver eles implementaram a reestruturação produtiva com redução de custos através do uso da tecnologia, mão de obra terceirizada e postos com menos empregados e mais máquinas. Apesar disso, os pesquisados pensavam que a informatização empobrecia seu trabalho suscitando questões sobre a motivação e o prazer neste campo.
Baseadas na Psicodinâmica do Trabalho as autoras abordam as vivências de prazer e sofrimento inscrevendo-as numa relação intersubjetiva que ocorre em função da organização do trabalho, das atividades em si e das relações sócio-profissionais com a empresa , a chefia e os colegas. Esta teoria afirma, ainda, que o prazer acontece quando se vivencia a gratificação e a liberdade enquanto o sofrimento se dá na presença da insegurança e do desgaste.
Os resultados da investigação indicam que os bancários vivenciam prazer e sofrimento moderados fazendo uso de estratégias defensivas. A sobrevivência é a razão principal de se manterem no emprego tendo uma motivação voltada para o “status quo” e valores individuais que não garantem a saúde. O prazer ocorria pelas posições (gerente, diretor) de destaque que eram assumidas pelos trabalhadores e pela motivação que encontravam no fator sobrevivência. O sofrimento vinha das pressões, das mudanças e da insegurança na manutenção do emprego
O Quinto artigo da Revista nº1 de 2004 se intitula “Clima Organizacional e Stress numa Empresa de Comércio Varejista”. A autora Cristina Lúcia Maia Coelho, doutora em psicologia, objetivou analisar como o clima organizacional se relaciona com o nível de stress desenvolvido pelos trabalhadores. Sua hipótese básica é que a autonomia e a exigência de altos padrões se correlacionam positivamente com o stress e a dimensão relacionamento interpessoal tem uma correlação negativa com ele.
A população alvo foi formada por 50 funcionários de uma fábrica de roupas e como instrumentos foram utilizados a escala de clima organizacional de Litwin e String e a escala de medida de stress por se tratar de pesquisa de natureza quantitativa.
A autora define clima organizacional como a atmosfera carregada de subjetividade que permeia as organizações, explicitando a seguir que as organizações modernas são espaços de interação e representações humanas permeadas por um imaginário construído dentro e fora delas, e que, com a globalização, surgiu uma maior preocupação com o elemento humano visto que o trabalho serve para construção social do ser humano e de sua auto-estima o que envolve o afetivo e o psicológico.
Por outro lado as organizações atuam visando atingir determinado nível de eficácia e eficiência. A eficácia é conseqüência da adaptação da empresa à dinâmica do seu ambiente externo e a eficiência resulta de um clima organizacional que satisfaça as necessidades de seus membros.
Para constatar os fatores citados no parágrafo acima a autora realizou o diagnóstico de clima organizacional que colabora no ajuste contínuo da relação sujeito-organização e possibilita a compreensão e desenvolvimento da dinâmica organizacional.
O texto também enfatiza a questão das dimensões simbólicas de uma organização desde quando seus membros se ligam a ela pelos vínculos afetivos, além dos materiais.
A empresa é o lugar que dá sentido e significado a vida do trabalhador e as fontes de motivação e prazer podem ser versões atuais de desejos , fantasmas e temores infantis.Isto por que o trabalhador estabelece vínculos afetivos interpessoais que o remete a sua primeira experiência amorosa com sua mãe e assim pode fazer projeções e transferências. A autora afirma que o reconhecimento social é condição para o estabelecimento da identidade, aspecto essencial para a saúde mental, e seu sistema cultural se compõe de valores que orientam a conduta dos trabalhadores.
É observado, ainda, que com a mudança de paradigmas os empresários têm sua imagem ligada à responsabilidade social com fluxos de produção mais curtos e controle rigoroso internalizado pelo trabalhador que passa a ser polivalente participando das decisões e competindo com ele mesmo na busca da excelência.
A pesquisa afirma que os escalões hierárquicos têm mais proximidade o que parece diluir os conflitos e diferenças por meio da sedução podendo os trabalhadores desenvolver mecanismos idealizadores que minam seu potencial criativo e reflexivo.
A pesquisadora explana sobre o stress no ambiente de trabalho que conceitua como manifestações psicoorgânicas de desequilíbrio que acontece quando a percepção do clima organizacional é desfavorável, a organização do trabalho é coercitiva com relações fragmentadas e competitivas, causando sentimentos de impotência, insatisfação e frustração.
Esses sentimentos provocam os transtornos funcionais (stress) ao trabalhador que percebe sua capacidade espontânea e imaginativa reprimida para produzir cada vez mais e melhor em menor tempo.
O prazer está atrelado, nesse caso, à existência de um bom clima organizacional e de um espaço no qual o sujeito possa atuar criativamente tendo controle sobre seu trabalho. O sofrimento decorre, no entanto, dos conflitos, pressões, perdas e obstáculos à realização profissional.
Os resultados encontrados mostram que nem sempre o stress é causado pelo clima organizacional até mesmo porque os funcionários do comércio varejista acham o clima favorável.
Já o 6º artigo é da Revista nº 2 do ano de 2004 cujo título é “Síndrome de Burnout e Características de Cargo em professores Universitários”.
A autora do artigo Mary Sandra Carlotto, psicóloga e mestre em saúde coletiva, se propôs, mediante pesquisa quantitativa, a identificar a existência de associação entre as dimensões de Burnout e características do cargo ocupado. Um total de 280 professores universitários, que exercem atividades de pesquisa e extensão, se constituiu na população alvo sendo usados como instrumentos de pesquisa o MBI-Maslach Burnout Inventory e a subescala de característica de cargo do JDS´Job Diagnostic Survey .
Inicialmente se constata que com a rápida transformação do contexto social aumentaram as responsabilidades e exigências sobre os educadores, pois seu papel mudou para atender as necessidades da sociedade. Esta categoria de trabalhadores conforme Faber sofre muitas críticas , é muito cobrada em seus fracassos e raramente é reconhecida em seu sucesso. Isso provoca o aumento de tensão no trabalho por que eles não têm os meios e as condições necessárias para responder as exigências feitas pela atividade laboral. Essa questão tanto pode gerar situações de motivação e enriquecimento como pode ocasionar o stress que, persistindo, leva à síndrome de Burnout, definida como exaustão emocional, despersonalização e sentimento de baixa realização profissional.
O Burnout tem atingido várias profissões, mas aparece em número maior naquelas ligadas ao ensino e serviços de saúde por serem atividades que envolvem o contato com pessoas. Sua ocorrência entre professores tem sido relevante e ocasiona rotatividade de pessoal, absenteísmo, problemas de produtividade e pode comprometer a qualidade dos serviços gerando altos custos organizacionais.
A motivação é um dos principais fatores correlacionados com o Burnout por isso o trabalho deve ser desafiador dando oportunidade à pessoa de desenvolver suas habilidades fazendo com que se sinta satisfeita, realizada e reconhecida e, portanto, saudável.
Os resultados deste trabalho evidenciaram a correlação negativa entre o Burnout e as características do cargo ocupado, bem como mostrou que a motivação e a autonomia influenciam nas três dimensões do Burnout.
Por outro lado, o prazer fica evidenciado no alto nível de satisfação, motivação e aumento de produtividade, estando o sofrimento na pressão excessiva, conflitos, poucas recompensas e reconhecimento.
No sétimo artigo da revista nº1, de 2005, temos o titulo “Prazer e Sofrimento no Trabalho Docente: Estudo com Professores de Ensino Fundamental em Processo de Formação Superior” A autora, Rosângela Dutra de Moraes, é doutoranda do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pára (UFPA) e professora de psicologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Seu objetivo foi identificar e analisar as principais fontes de prazer e sofrimento psíquico no trabalho dos professores de ensino fundamental com base na Psicodinâmica proposta nos trabalhos de Dejours. Assim, ela adota uma abordagem qualitativa e toma como população alvo um conjunto de 33 sujeitos. Como instrumento de produção de dados foi usada a entrevista individual semi-estruturada.
A autora observa que os estudos sobre prazer e sofrimento no trabalho avançam permitindo identificar as condições que causam o prazer e o sofrimento. No trabalho docente esses dois fatores andam lado a lado.
As participantes da pesquisa precisavam fazer o curso superior de pedagogia à noite e, ao mesmo tempo, trabalhavam nos dois turnos necessitando de tempo extra para atividades acadêmicas o que gerou desgaste e aumentou a procura por atendimento psiquiátrico e psicológico. Elas se viram diante da necessidade de criar estratégias para lidar com a condição de professora-estudante.
Por outro lado, a clientela que estas professoras atendiam era de baixa renda, precária estrutura familiar e expostas e situação de risco social e violência. O trabalho educativo apresentava, assim, muitas dificuldades que exigiam maior investimento de energia da professora causando, às vezes, sofrimento pelo não alcance de resultados satisfatórios.
Também foi constatado que na organização escolar é comum a falta de material e de apoio técnico e a estrutura das famílias que difere do padrão de família nuclear tradicional dificulta o trabalho.
Além disso, a restrita valorização desta profissão que se manifestava nos baixos salários, passou a exigir, cada vez mais, o aumento de carga de trabalho com maior desgaste físico e mais pressões. Dessa forma, a profissional busca estratégias defensivas para minimizar o sofrimento.
A autora destaca que, com revolução industrial, ocorreu uma cisão entre subjetividade e objetividade no mundo do trabalho ficando os vínculos afetivos limitados à família e outros círculos sociais. Esta divisão não pode existir no trabalho docente desde quando a afetividade é imprescindível para sua eficácia e sem ela encontramos o sofrimento.
Por outro lado, o papel da mulher mudou com a sua inserção no mercado de trabalho e assim além das atividades externas tinham também as do lar o que se constituía num excesso de responsabilidade afetando sua produtividade , motivação e relacionamento interpessoal.
Os resultados desta pesquisa indicam que a principal fonte de prazer para as professoras era a tarefa de educar e a troca afetiva com os alunos. As fontes de sofrimento psíquico eram observados na ausência dos pais dos alunos, evasão escolar agravada pela falta de acompanhamento técnico, falta de tempo para organizar as aulas, violência associada às condições precárias e desvalorização salarial da profissão. A autovalorização profissional era a estratégia defensiva usada.
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Breve panorama sobre as relações entre saúde e trabalho.
De acordo com Mendes (2003) desde a antiguidade se faz referência a relação entre trabalho e saúde/doença. No antigo Egito já existiam doenças ligadas ao trabalho que recebiam atendimento médico. Na tradição judaica também havia preocupação com a saúde do trabalhador enquanto que no Império Grego Romano o desinteresse pelo tema saúde e trabalho estava presente. Vale a pena ressaltar que nesse Império eram os escravos que desempenhavam o trabalho pesado e de risco o que explica o descaso com a saúde dos que trabalhavam sem qualquer valorização e reconhecimento.
Mendes também aponta alguns autores da antiguidade que estudaram sobre a saúde e a doença ocupacional em diversos âmbitos. Apesar disso estas produções não se configuraram em um corpo teórico nem chegaram a produzir modificações no espaço laboral que visassem melhorar as condições de trabalho. Na Idade Média, por outro lado, se tinha menos conhecimento da relação entre trabalho e saúde. Tanto é que o conhecimento sobre a existência do que se poderia considerar como o primeiro livro a tratar deste assunto data do século XV, redigido por Ellenbog (1440-1449-apud Mendes, 2003).
Na Renascença os avanços foram mínimos no que se refere à saúde pública e a saúde do trabalhador de modo geral. A partir do século XVII amplia-se a literatura médica sobre males ocupacionais com a publicação, em 1700, do Tratado sobre Doenças dos Trabalhadores de autoria de Bernardino Ramazzini que foi obra de referência até o século XIX (Mendes, 2003).
Com a industrialização, o uso de novas tecnologias e as transformações nos processos de produção, principalmente após a II Guerra Mundial, surgem problemas referentes à saúde do trabalhador e a insatisfação dos mesmos com as condições de trabalho (Silva, 2001).
A introdução das máquinas, na verdade, apesar de beneficiar a produção com a oferta ampliada de mercadorias, acarretava em impactos negativos aos trabalhadores devido às pressões e as longas e intensas jornadas de trabalho.
No Brasil Colonial, com a economia baseada no trabalho escravo, a saúde daqueles que trabalhavam só se tornava objeto de preocupação quando doenças resultavam na perda da força de trabalho com mortes e incapacitações. Assim, as epidemias que ocorreram, como a febre amarela entre 1685-1690, despertaram a atenção da corte para a relação saúde e trabalho desde quando muitos trabalhadores eram dizimados por estas doenças impactando negativamente nos resultados econômicos esperados pelos dominantes (Mendes, 2003)
Somente no século XX, em 1972, se implanta no Brasil o Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) que controlava os acidentes de trabalho orientando-se pela teoria da unicausalidade, enquanto a Saúde ocupacional avançava com uma proposta interdisciplinar incorporando a teoria da multicausalidade.
Ocorreram também iniciativas para introduzir um novo modelo de atenção à saúde do trabalhador que só teve expressão em 1980 no âmbito da Reforma Sanitária. A luta era na defesa de uma concepção teórica em que a saúde fosse tomada como direito dos cidadãos sobrepujando os modelos tradicionais de atenção a saúde passando, assim, a considerar o trabalhador como um ator social. O compromisso estava em resgatar e preservar a Saúde do trabalhador intervindo e modificando o ambiente da empresa (Silva, 2001).
De acordo com Louzada nos anos 1980 a saúde do trabalhador aparece como uma questão na luta pela democracia, cidadania e liberdade na organização dos trabalhadores.
Outro aspecto que não pode ser minimizado está no fenômeno da globalização que produziu , e ainda produz, transformações profundas no sistema produtivo impactando diretamente no bem estar e/ou no mau estar do trabalhador.
Apesar das dificuldades politicas e econômicas quanto a legitimidade da saúde do trabalhador como questão central e relevante quando se trata de organização dos processos de produção, atualmente encontramos uma maior preocupação com essa dimensão como podemos constatar nos estudos sobre gestão de pessoas.
A saúde do trabalhador
Campo específico da área de saúde pública, a especialidade visa promover e defender a saúde dos indivíduos que desempenham uma atividade laboral. A saúde é entendida por Dubos (apud MENDES, 2003) como o equilíbrio perfeito entre a pessoa e o meio ambiente. Por outro lado o trabalho faz parte da vida do homem, o influencia e é influenciado por ele marcando sua existência de modo a atingir, muitas vezes, a sua saúde física e mental (VIEIRA, 1994 a). Ao mesmo tempo é preciso lembrara que o trabalho é visto como atividade produtiva ontológica e constituinte da identidade do trabalhador. Entretanto, os contextos em que o trabalho se realiza podem ser precários provocando o adoecimento ocupacional do homem (Tamayo, 2004)
Entre os agravos a saúde encontra-se o estresse ocupacional conseqüência da modificação da relação do ser humano com o trabalho decorrente da introdução de modernos processos de informatização, automação e robotização aliado a longas jornadas de trabalho. (Mendes 2003). Este autor ainda aborda a Síndrome de Burnout que emerge como uma resposta a estressores emocionais e interpessoais que envolvem a representação que o indivíduo tem de si e dos outros. O termo ‘Burnout’ significa apagar, queimar lembrando uma vela apagando- se lentamente. Esta Síndrome ocorre quando os sentimentos de baixa auto-estima, insegurança, ansiedade e desestabilização do pertencimento a grupos se exacerbam no trabalhador levando a um esgotamento profissional.
A LER (Lesões por Esforço Repetitivo), também mencionada por Mendes (20033), resulta de técnicas e modelos de trabalho que não consideram o modo de funcionar do ser humano como se este pudesse se adaptar totalmente as normas e regras pré estabelecidas. Isso ocasiona alterações musculoesqueléticas com danos, muitas vezes, permanentes.
Outra enfermidade ligada ao trabalho é a depressão com manifestação de tristeza, apatia, falta de esperança e vivências de fracasso que interferem na vida profissional e pessoal do indivíduo aparecendo através de expressões somáticas, ou seja, sintomas no corpo e no organismo.
O sistema produtivo visa basicamente o lucro e não alia o trabalho á saúde, á educação e ao lazer. Além disso, podemos citar como fator desencadeante de patologias do trabalho o problema do desemprego que a sociedade enfrenta hoje, aliada a falta de perspectiva, às condições de trabalho desfavoráveis e os baixos salários que contribuem para o sofrimento do trabalhador, repercutindo direta ou indiretamente na família.
Conforme Maslach e Leiter (1999) na sociedade norte-americana o desgaste físico e emocional tem atingido grande parte dos trabalhadores. Na verdade têm ocorrido mudanças no local de trabalho que hoje se mostra frio, hostil e exigente econômica e psicologicamente. A natureza do emprego também se modifica ficando os indivíduos exaustos física, emocional e espiritualmente o que mina com o entusiasmo deles e faz com que diminua o compromisso, o envolvimento e a dedicação para com o trabalho. Os autores dizem ainda que este desgaste decorre de um desencontro entre natureza do trabalho e a natureza da pessoa que trabalha além de existir uma predominância de valores econômicos em relação aos valores humanos junto às enormes exigências do novo mercado.(Maslach, Leiter, 1999)
Entre os possíveis fatores causadores do desgaste do trabalhador são abordados o excesso de trabalho (fazer muito em pouco tempo); falta de controle sobre o próprio trabalho (ausência de espaço para tomada de decisões e escolhas); falta de recompensa (reconhecimento, valorização); falta de união (isolamento e perda de contato) e a falta de equidade (carência de respeito, desigualdade de remuneração). (Maslach, Leiter, 1999)
Embora o desgaste seja um grande problema, as empresas tendem a considerá-lo como responsabilidade exclusiva do empregado quando na verdade é assunto que diz respeito também ao empregador.
Existe a possibilidade de solucionar o problema do desgaste do trabalhador se o empregador considerar os comportamentos, emoções e o trabalho do empregado de modo a transformar os sentimentos de exaustão, ceticismo e ineficiência do seu funcionário em prazer.
O autor coloca que a resolução para o problema do desgaste ocorrerá quando as chefias refletirem sobre o trabalhador sugerindo ações, sem, no entanto, perder de vista que isso engloba um processo de adaptação constante a uma organização que se aperfeiçoa e modifica continuamente em função das transformações da sociedade.
Gomes (2001), por sua vez, afirma que o trabalho deve ser para o trabalhador uma fonte de prazer, satisfação pessoal, garantia de renda, sobrevivência, sensação de integração, apoio social, pois, afinal, trabalhar em condições ideais é uma das maiores realizações do ser humano.
É preciso ainda considerar que a organização da sociedade brasileira estabelece para o profissional certas formas de inserção no mercado de trabalho o qual apresenta grande mobilidade e heterogeneidade de realidades. Isto acarreta a exposição do trabalhador a processos de contratação, remuneração e produção diferenciados e submetidos a lógicas de gestão, base tecnológica e de intensidade, também, diversas que podem facilitar o adoecimento do corpo e da mente do homem.
Dessa forma, constata-se que os fatores psicossociais influenciam na origem da enfermidade associada à tarefa laboral. Portanto, ao tratar sobre saúde ocupacional devemos nos reportar aos fatores bio-psico-sociais constituintes do ser humano, pois o trabalhador está sujeito a processos de saúde e doença.
Do conjunto deste cenário decorre a relevância dos estudos de Dejours (1988, 2004) sobre a questão do psíquico no enfrentamento dos conflitos decorrentes da atividade laboral, o que veremos com maior abrangência no item que se segue.
Prazer e sofrimento no trabalho
Segundo Dejours (2004), a psicopatologia do trabalho se constituiu em uma disciplina que nasceu no pós Guerra, na França, através de um grupo de psiquiatras. Ela postulava que o trabalho poderia provocar distúrbios psicopatológicos, ou seja, pretendia analisar os conflitos que surgiam entre um sujeito, dono de uma história pessoal e uma situação de trabalho.
Apesar disso, esta disciplina não conseguiu responder às inúmeras questões que apareceram ao se analisar a relação subjetiva do homem e da mulher na situação de trabalho. Assim, surgiu uma abordagem mais ampla identificada como Psicodinâmica do Trabalho, cujo parâmetro era a Psicanálise (Dejours, 1994)
A Psicodinâmica do Trabalho se preocupa com a gênese e as transformações do sofrimento mental ligado ao trabalho, sem limitar-se a apenas identificar doenças mentais específicas da profissão (Dejours, 1994). Isto por que, segundo Tamayo (2004), a organização é um espaço onde se compartilham significados e se tem gratificações e frustrações do desejo, algumas vezes inconscientes, e por isso ela é objeto e alvo das pulsões num jogo subjetivo entre realidade psíquica e realidade organizacional.
O sofrimento, resultante deste jogo, caracteriza-se como um bloqueio na relação homem-organização que impede o atendimento das suas necessidades e desejos. Aliado a este sofrimento temos também a luta para solucioná-lo ou minimiza-lo que ocorre individual ou coletivamente levando ao seu ocultamento ou a identificação de patologias.
Segundo Morgan (1996, apud MENDES, 2003) o ocultamento do sofrimento ocorre porque muitas organizações desenvolvem culturas que criam maníacos pelo trabalho devido às pressões e ao ufanismo que se torna uma carga para o trabalhador.
De acordo com Seligmann (1994) esta carga: “é o conjunto de esforços desenvolvidos para atender as exigências da tarefa”. Estas definições abrangem os esforços físicos, cognitivos e psicoafetivos
A carga Psíquica do trabalho é um fator relevante no que se refere ao sofrimento e envolve fenômenos de ordem neurofisiológica, psicofisiológicas, psicológica e psicossociológica. Sabe- se que o trabalhador é passível de excitações externas e internas possuindo características únicas e pessoais e vias de descargas de tensão diferentes da de outros trabalhadores.
O profissional necessita usar adequadamente as suas aptidões psíquicas que quando são subempregadas geram uma retenção de energia pulsional que se constituirá em carga psíquica. O parelho psíquico precisa ter uma livre atividade articulada dialeticamente com o conteúdo da tarefa, liberando, pois essa energia que ficou represada (Dejours, 1994).
Um trabalho que permite a diminuição da carga psíquica torna-se uma atividade equilibrante, mas se ocorre o aumento dessa carga se mostra estafante (Dejours, 1994).
Nas organizações o trabalhador quase sempre satifaz a vontade de outrem, ficando despossuído de seu corpo físico e ansioso domesticado. Isso dificulta o alcance do objetivo do trabalho e prejudica as relações interpessoais . Além disso, o funcionário perde sua identidade, o significado do trabalho, o interesse e o prazer no que faz sendo a carga psíquica muito grande. (Seligmann, 1994; Dejours, 1994).
Os estudos de Bertil Gardel e Marianne Frankenhaeuser citados por (SELIGMANN, 1994) consideram o lado qualitativo e quantitativo da carga de trabalho. O quantitativo refere-se ao volume de trabalho mental e o qualitativo ao nível de complexidade do mesmo e a possibilidade de aplicá-lo aos interesses do trabalhador de forma significativa. (Seligmann,1994)
Além da carga psíquica identificamos como aspecto relacionado ao sofrimento laboral a motivação definida por Pieron como fator psicológico que predispõe o indivíduo a realizar certas ações (DEJOURS, 1994).
Buono (1992) explicita que o contexto organizacional é determinante da motivação desde quando o modo como o trabalhador é tratado, as estruturas de poder e autoridade , as normas e valores usados afetam os motivos do mesmo Se a configuração desses fatores não for adequada encontraremos um trabalhador desmotivado e insatisfeito o que pode chegar a afetar a sua saúde.
O Trabalho embora seja fonte de sofrimento também pode ser fonte de prazer por influenciar positivamente a vida das pessoas trazendo satisfação e bem-estar.Apesar disso, ele não deve ser visto como um divertimento desde quando exige disciplina, responsabilidade e compromisso.
Este prazer, proveniente da atividade laboral, está aliado a um fluxo contínuo de sensações e sentimentos positivos como resposta ao ambiente, as relações interpessoais e aos conflitos.
Para Mendes e Tamayo (2001) o prazer tem estreita relação com a identidade social e pessoal, porque o trabalhador ao vinvenciar o trabalho passa a fazer parte dele, o que fortalece a sua identidade pelo contato com o produzir em parceria com os outros empregados.
Para existir prazer é necessário que ocorra realização decorrente da identificação, orgulho e gratificação com o que se faz e liberdade para criar, inovar, pensar, organizar e falar sobre o trabalho.
È importante notar que nem sempre prazer e satisfação são equivalentes, pois um trabalhador pode estar satisfeito com seu salário, suas recompensas, mas não sentir prazer, assim como pode avaliar insatisfatoriamente seu trabalho, mas vivenciar o prazer.
Robbins (1999) cita como aspectos que tem peso na questão da satisfação a natureza do trabalho, relação com a chefia, o pagamento, a promoção e o relacionamentos com colegas. A satisfação só vai acontecer quando tivermos um trabalho desafiante com recompensas equilibradas boas condições e suporte dos colegas.
A organização também deve contribuir para que o indivíduo estabeleça um vínculo positivo com o trabalho, afinal ela passaria a ter trabalhadores satisfeitos e envolvidos e consequentemente uma alta produtividade, alto desempenho com baixo absenteísmo e baixa rotatividade (SIQUEIRA apud Zanelli, 2004)
Por outro lado o trabalhador precisa esta bem psiquicamente para desempenhar adequadamente sua respectiva atividade e sentir prazer e satisfação naquilo que realiza.Isto nos leva a pensar na saúde mental em relação ao trabalho.do mesmo modo que no sofrimento psíquico.
Esta subjetividade se refere ao desejo do trabalhador que nem sempre é atendido através da atividade que desempenha, gerando a insatisfação e a desmotivação. Para lidar com isso o trabalhador usa estratégias defensivas como a sublimação que ajuda a aliviar a tensão causada por este mal estar,. mantendo então o equilíbrio psíquico.
Um fator que contribui na gênese do mal estar do funcionário é o distanciamento existente entre a organização prescrita (leis, estatutos, regimentos que orientam a empresa) e a organização real, ou seja, entre a teoria e a prática.
Tendo em vista esses aspectos concluímos que a psicodinâmica do trabalho representa um meio de reduzir esse distanciamento desde quando o mesmo pode prejudicar a segurança, a saúde e a qualidade do que é produzido.
Assim, o trabalho pode ser fonte de prazer ou de sofrimento assunto estudado por muitos autores e publicado em livros e revistas que será analisado no presente estudo através da análise de artigos publicados na Revista Psicologia, Organização e Trabalho, publicação da Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho, no período de 2002 a 2005.
Caracterização dos Artigos
O artigo 1 publicado na Revista nº 2 no ano de 2002 cujo título é “Estresse Ocupacional e Indicadores de Saúde em Gerentes de um Banco Estatal” é de autoria de Fernanda Amaral Pinheiro, doutoranda em Psicologia Social e de Isolda de Araújo Günther, pesquisadora Sênior no Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento da Universidade de Brasília.
Elas fizeram uma pesquisa de caráter quantitativo investigando a influência de variáveis psicossociais antecedentes de estresse sobre a saúde de gerentes de banco, tendo como indicadores a pressão arterial, o consumo de medicamentos, o índice de massa corporal e relato de sintomas. As autoras consideraram, também, a percepção de apoio social (reconhecimento da chefia e respeito dos colegas), o envolvimento com o trabalho e o tabagismo como hábito. Além disso, afirmaram que a influência do ambiente de trabalho na saúde do trabalhador é tema muito abordado sendo significativas as relações entre a saúde física e ambiente ocupacional.
O estresse é visto como resultado de fatores psicossociais e como desequilíbrio real entre as demandas do ambiente e os recursos adaptativos dos indivíduos. Ele pode ser causado por aspectos relativos à tarefa, ao papel ocupacional, ao grupo ocupacional e a organização no que tange a sobrecarga, autonomia, reconhecimento, satisfação e oportunidade.
Seus efeitos sobre a saúde revelam íntima relação com a hipertensão arterial, alterações metabólicas e índice de massa corporal. Apesar disso existem varáveis que modificam a relação entre esses estressores e a saúde como, envolvimento e comprometimento com o trabalho, estratégias de enfrentamento do estresse (coping) e hábitos.
A pesquisa foi feita com 60 gerentes de banco sendo 41 homens e 6 mulheres com idade média de 39 anos tendo 68% deles concluído o curso superior. Os funcionários trabalhavam na empresa, em média, há 15,7 anos de serviços prestados e 8,6 anos de exercício em gerência.
Como instrumento de produção de dados as pesquisadoras usaram um questionário construído com base na escala de House, Wells, Landerman, Mc Michael e Kaplan, na WES (Work Environmental Scale), na escala de fontes de pressão no trabalho do OSI e na escala usada por Borges-Andrade para mensurar o comprometimento organizacional. Além disso foi realizada uma entrevista semi-estruturada para conhecer hábitos, vida funcional e estilo de vida.
Os resultados mostraram que os sujeitos do sexo feminino relataram maior intensidade de estresse do que os do sexo masculino. Aqueles de escolaridade média apresentavam mais estresse do que os de nível superior, exceto no que se refere ao relacionamento com os colegas e a importância que atribuíam ao trabalho. Foi observado também maior intensidade de estresse ocupacional relacionadas à falta de recursos humanos e materiais, insatisfação com o salário, percepção de inequidade no sistema de promoção, percepção de sobrecarga, riscos a segurança pessoal e falta de apoio dos colegas..
Constatou-se ainda que os indivíduos com maiores escores de estresse, devido ao esforço exigido pela tarefa, consumiam medicamentos com freqüência e aqueles que participavam do processo de tomada de decisão ou tinham que tomar decisões que podiam acarretar riscos ou prejuízos, consumiam medicamentos com maior freqüência do que seus colegas.
A pressão arterial era alta naqueles que registraram maior estresse devido à falta de autonomia, enquanto que a presença de apoio social do grupo e identificação com os valores organizacionais revelava menor estresse e pressão arterial alta.Quanto à correlação com ´índice de massa corporal nenhum caso foi considerado extremo e no que se refere ao tabagismo o grupo de fumantes apresentou maior nível de estresse que o de não fumantes e menor que o de ex-fumantes.
Dessa forma, as autoras concluíram que os maiores estressores percebidos pelo grupo diziam respeito as variáveis que se encontravam sob o controle da organização e que se revelavam na política de recursos humanos. Os estressores associados aos efeitos sobre a saúde foram relativos à tarefa e ao papel social e embora o apoio social tivesse grande importância para os indivíduos, o incentivo a cooperação servia de suporte afetivo e instrumental.
O prazer está associado ao apoio social como aceitação dos colegas e aprovação da chefia, bom comportamento, envolvimento e comprometimento com o trabalho, enquanto o sofrimento é causado por estímulos físicos –químicos, ambientais e psicossociais.
Apesar de terem claro que a manutenção de hábitos promotores de saúde seriam úteis no desencorajamento das práticas de auto-medicação e do tabagismo não conseguiram definir o papel mediador das variáveis, identificação com os valores organizacionais e a imagem pública da organização.
O Artigo nº 2 da revista nº 2 do ano de 2003 sobre “A Resignificação do Sofrimento Psíquico no Trabalho Informal” é de autoria de Carla Faria Morrone, mestra em psicologia e de Ana Magnólia Mendes, doutora em Psicologia. Elas se propuseram a investigar de forma qualitativa o prazer e o sofrimento de trabalhadores em atividades informais com base na Psicodinâmica do Trabalho, analisando as relações entre as vivências de prazer e de sofrimento, as características da organização do trabalho e a dinâmica do reconhecimento.
A população alvo se constituiu de 20 trabalhadores donos de barracas numa feira de importados do Distrito Federal e foi usado como instrumento de pesquisa a entrevista individual semi-estruturada.
O trabalho informal, segundo as autoras, é aquele onde existe facilidade de acesso, pouca estruturação, baixo capital investido, inexistência de relações do tipo assalariado, capital de giro voltado para sobrevivência do negócio, baixa remuneração e condições de trabalho precárias. São atividades pré-capitalistas que não acumulam nem reproduzem o capital como forma de organizações mercantis simples.
O setor informal complementa e compete com o setor formal sem a predominância da divisão entre proprietários do capital e do trabalho. Ele está em crescimento em função da falta de oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho significando a redução de rendimentos e a reprodução da pobreza em níveis cada vez mais baixos decorrente da má distribuição de renda.
Quanto à organização do trabalho encontraram o mesmo como parcelar e fragmentado, onde ocorria o controle do tempo e da execução da atividade do trabalhador, o rigor na separação entre elaboração e execução e uma estrutura hierarquizada. Com as mudanças ocorridas em virtude do processo de reestruturação produtiva surgem novos modelos de organização cuja produção é ligada aos fluxos de demandas variadas, trabalho em equipe, multivariedade e flexibilidade de funções, polivalência dos trabalhadores, redução dos níveis hierárquicos e maior valorização da autonomia e qualificação profissional.
A organização do trabalho, segundo as autoras, tem o caráter intersubjetivo por estarem os diferentes sujeitos em interação com uma realidade que resulta numa dinâmica própria com produção de significações psíquicas e construção de relações sociais. Outra categoria considerada é o reconhecimento que, conforme a psicodinâmica, é importante na formação da identidade do trabalhador e pressupõe a articulação de desejos individuais com a busca pelo reconhecimento social através da sublimação.
O prazer e o sofrimento são vistos no artigo como fruto da relação do trabalhador com o seu trabalho no que se refere à compatibilidade entre sua história de vida, seus desejos, projetos e esperanças com a organização do trabalho.
A indignidade, inutilidade , desqualificação, vivência depressiva, medo, ansiedade, cansaço, insatisfação são indicadores que revelam sofrimento no trabalho enquanto que a valorização, reconhecimento, realização, liberdade são indicadores do prazer, conforme ideias de Mendes, Dejours e Perilleux citadas pelas autoras.
Os resultados desta pesquisa mostraram que a flexibilidade da organização favorece o prazer por permirtir maior autonomia, gratificação e reconhecimento. Por outro lado, a precariedade das condições de trabalho em ambiente marcado por desonestidade, fofoca, falta de perspectiva de crescimento e reconhecimento, provocam o sofrimento que é enfrentado pelo trabalhador através de estratégias defensivas em função do fator sobrevivência.
O Terceiro artigo é da revista nº1 de 2003 , de autoria de Fernando de Castro, mestre em Psicologia, e trata sobre “A Problemática de Definição de Psíquico nos Estudos de Wanderley Codo e Colaboradores sobre o Sofrimento Psíquico e Trabalho”. O autor buscou analisar livros e artigos científicos que tratavam da definição de psíquico utilizada por autores brasileiros que se embasaram no materialismo histórico.
A pesquisa teve um caráter bibliográfico cujo objetivo esteve em verificar se a definição de psíquico utilizada por Wanderley Codo e seus colaboradores contribui cientificamente para o esclarecimento e enfrentamento técnico do sofrimento do trabalho.
O autor, baseado nas idéias de Marx e Harvey, a princípio, explica que o sofrimento humano no trabalho tem sido freqüente na sociedade capitalista onde predomina a competitividade e o trabalho é tomado , sobretudo, como uma mercadoria, fazendo da relação humana e das relações de produção algo alienante para o indivíduo por impedir a satisfação das suas necessidade e realização de seus desejos. Questiona também qual o objeto da psicologia, a partir dos eixos do materialismo histórico.
Quanto à definição da concepção em torno do termo ‘psíquico’ o artigo evidenciou que através da atividade é formada a consciência, pois o trabalhador direciona a energia afetiva para os produtos do seu trabalho dando a ele um significado e construindo a sua identidade.
Por outro lado, Codo, Sampaio e Hitomi defendem que o trabalhador, ao se reapropriar de sua atividade laboral, evita que sua identidade sofra agressões externas vindas de um trabalho impessoal e alienado, dando pois vazão a energia afetiva bloqueada e, conforme a teoria freudiana, quando essa energia afetiva não tem possibilidade de expressão busca canais alternativos para isso como, por exemplo, a doença mental .
Segundo o autor, Leontiev se refere à apropriação de significados que ocorre quando o sujeito em vista de uma necessidade se move em direção a um objeto que a satisfaça. Já Ciampa considera a identidade uma metamorfose impulsionada pelo inconsciente embora a sua estruturação aconteça no plano da consciência.
A análise realizada mostrou certa debilidade da definição de psíquico adotada por autores como Codo e colaboradores, pois trataram dos fatos de forma isolada, concebendo o psíquico em relação ao simbólico e as representações sem a preocupação com o problema da definição do objeto tratando de um homem genérico através de abstrações vazias.
Ficou claro, portanto, a incompatibilidade entre a noção de psíquico usada por Codo e a do materialismo histórico quanto ao prazer afirmando que ele decorre da satisfação das necessidades e desejos que, caso contrário, gera sofrimento.
O artigo 4 da Revista nº 1 de 2004 intitulado “A Sobrevivência como Estratégia para Suportar o Sofrimento no Trabalho Bancário”, possui duas autoras sendo Sônia Resende, mestre em psicologia social e do trabalho, e Ana Magnólia Mendes, doutora em psicologia pela UnB. A população alvo se constituiu de 210 bancários que desempenhavam a função de atendimento ao cliente em bancos públicos e privados do Distrito Federal. Usou-se como instrumentos de coleta o inventário de valores de Schwartz, Escala de Indicadores de prazer-sofrimento no trabalho, estatística descritiva, teste “t” e regressões lineares.
A pesquisa é de natureza quantitativa e procurou investigar se o trabalhador se identificava com seu trabalho, sentindo-se realizado e ou se ele apenas era uma forma de sobrevivência. Foram considerados também os valores individuais dos trabalhadores.Embasou-se na Psicodinâmica do Trabalho e na teoria da Estrutura Universal dos Valores Humanos.
As autoras contextualizam, afirmando que Resende e Mendes falam que nos anos 1990, ocorreram grandes transformações na economia mundial na qual mercados foram abertos, empresas privatizadas, postos de trabalho cortados produzindo recessão e déficits públicos. As desigualdades sociais aumentaram e a renda se concentrava na mão de quem tinha o poder levando a uma desvalorização do trabalho como direito e tornando-o uma concessão.
Antes o trabalho significava segurança e fidelidade á empresa, mas com as mudanças perdeu-se a estabilidade, os salários estagnaram ou diminuíram e o medo e ameaça do desemprego é uma constante.
No Brasil, segundo as autoras, a situação é difícil, pois com a introdução de novas formas de produção, aumentou a exclusão do trabalhador no mercado de trabalho.Este trabalhador luta para permanecer no emprego ao lado das dificuldades econômicas, do alto índice de desemprego e da crescente oferta de mão de obra que permite uma grande rotatividade.
A categoria mais afetada por toda essa situação é a dos bancários que enfrentaram fusões e privatizações das instituições com fechamento de agências, diminuição do quadro de pessoal, terceirizações e maior exigência de produtividade.
O lucro destes bancos deixou de vir pela inflação e para sobreviver eles implementaram a reestruturação produtiva com redução de custos através do uso da tecnologia, mão de obra terceirizada e postos com menos empregados e mais máquinas. Apesar disso, os pesquisados pensavam que a informatização empobrecia seu trabalho suscitando questões sobre a motivação e o prazer neste campo.
Baseadas na Psicodinâmica do Trabalho as autoras abordam as vivências de prazer e sofrimento inscrevendo-as numa relação intersubjetiva que ocorre em função da organização do trabalho, das atividades em si e das relações sócio-profissionais com a empresa , a chefia e os colegas. Esta teoria afirma, ainda, que o prazer acontece quando se vivencia a gratificação e a liberdade enquanto o sofrimento se dá na presença da insegurança e do desgaste.
Os resultados da investigação indicam que os bancários vivenciam prazer e sofrimento moderados fazendo uso de estratégias defensivas. A sobrevivência é a razão principal de se manterem no emprego tendo uma motivação voltada para o “status quo” e valores individuais que não garantem a saúde. O prazer ocorria pelas posições (gerente, diretor) de destaque que eram assumidas pelos trabalhadores e pela motivação que encontravam no fator sobrevivência. O sofrimento vinha das pressões, das mudanças e da insegurança na manutenção do emprego
O Quinto artigo da Revista nº1 de 2004 se intitula “Clima Organizacional e Stress numa Empresa de Comércio Varejista”. A autora Cristina Lúcia Maia Coelho, doutora em psicologia, objetivou analisar como o clima organizacional se relaciona com o nível de stress desenvolvido pelos trabalhadores. Sua hipótese básica é que a autonomia e a exigência de altos padrões se correlacionam positivamente com o stress e a dimensão relacionamento interpessoal tem uma correlação negativa com ele.
A população alvo foi formada por 50 funcionários de uma fábrica de roupas e como instrumentos foram utilizados a escala de clima organizacional de Litwin e String e a escala de medida de stress por se tratar de pesquisa de natureza quantitativa.
A autora define clima organizacional como a atmosfera carregada de subjetividade que permeia as organizações, explicitando a seguir que as organizações modernas são espaços de interação e representações humanas permeadas por um imaginário construído dentro e fora delas, e que, com a globalização, surgiu uma maior preocupação com o elemento humano visto que o trabalho serve para construção social do ser humano e de sua auto-estima o que envolve o afetivo e o psicológico.
Por outro lado as organizações atuam visando atingir determinado nível de eficácia e eficiência. A eficácia é conseqüência da adaptação da empresa à dinâmica do seu ambiente externo e a eficiência resulta de um clima organizacional que satisfaça as necessidades de seus membros.
Para constatar os fatores citados no parágrafo acima a autora realizou o diagnóstico de clima organizacional que colabora no ajuste contínuo da relação sujeito-organização e possibilita a compreensão e desenvolvimento da dinâmica organizacional.
O texto também enfatiza a questão das dimensões simbólicas de uma organização desde quando seus membros se ligam a ela pelos vínculos afetivos, além dos materiais.
A empresa é o lugar que dá sentido e significado a vida do trabalhador e as fontes de motivação e prazer podem ser versões atuais de desejos , fantasmas e temores infantis.Isto por que o trabalhador estabelece vínculos afetivos interpessoais que o remete a sua primeira experiência amorosa com sua mãe e assim pode fazer projeções e transferências. A autora afirma que o reconhecimento social é condição para o estabelecimento da identidade, aspecto essencial para a saúde mental, e seu sistema cultural se compõe de valores que orientam a conduta dos trabalhadores.
É observado, ainda, que com a mudança de paradigmas os empresários têm sua imagem ligada à responsabilidade social com fluxos de produção mais curtos e controle rigoroso internalizado pelo trabalhador que passa a ser polivalente participando das decisões e competindo com ele mesmo na busca da excelência.
A pesquisa afirma que os escalões hierárquicos têm mais proximidade o que parece diluir os conflitos e diferenças por meio da sedução podendo os trabalhadores desenvolver mecanismos idealizadores que minam seu potencial criativo e reflexivo.
A pesquisadora explana sobre o stress no ambiente de trabalho que conceitua como manifestações psicoorgânicas de desequilíbrio que acontece quando a percepção do clima organizacional é desfavorável, a organização do trabalho é coercitiva com relações fragmentadas e competitivas, causando sentimentos de impotência, insatisfação e frustração.
Esses sentimentos provocam os transtornos funcionais (stress) ao trabalhador que percebe sua capacidade espontânea e imaginativa reprimida para produzir cada vez mais e melhor em menor tempo.
O prazer está atrelado, nesse caso, à existência de um bom clima organizacional e de um espaço no qual o sujeito possa atuar criativamente tendo controle sobre seu trabalho. O sofrimento decorre, no entanto, dos conflitos, pressões, perdas e obstáculos à realização profissional.
Os resultados encontrados mostram que nem sempre o stress é causado pelo clima organizacional até mesmo porque os funcionários do comércio varejista acham o clima favorável.
Já o 6º artigo é da Revista nº 2 do ano de 2004 cujo título é “Síndrome de Burnout e Características de Cargo em professores Universitários”.
A autora do artigo Mary Sandra Carlotto, psicóloga e mestre em saúde coletiva, se propôs, mediante pesquisa quantitativa, a identificar a existência de associação entre as dimensões de Burnout e características do cargo ocupado. Um total de 280 professores universitários, que exercem atividades de pesquisa e extensão, se constituiu na população alvo sendo usados como instrumentos de pesquisa o MBI-Maslach Burnout Inventory e a subescala de característica de cargo do JDS´Job Diagnostic Survey .
Inicialmente se constata que com a rápida transformação do contexto social aumentaram as responsabilidades e exigências sobre os educadores, pois seu papel mudou para atender as necessidades da sociedade. Esta categoria de trabalhadores conforme Faber sofre muitas críticas , é muito cobrada em seus fracassos e raramente é reconhecida em seu sucesso. Isso provoca o aumento de tensão no trabalho por que eles não têm os meios e as condições necessárias para responder as exigências feitas pela atividade laboral. Essa questão tanto pode gerar situações de motivação e enriquecimento como pode ocasionar o stress que, persistindo, leva à síndrome de Burnout, definida como exaustão emocional, despersonalização e sentimento de baixa realização profissional.
O Burnout tem atingido várias profissões, mas aparece em número maior naquelas ligadas ao ensino e serviços de saúde por serem atividades que envolvem o contato com pessoas. Sua ocorrência entre professores tem sido relevante e ocasiona rotatividade de pessoal, absenteísmo, problemas de produtividade e pode comprometer a qualidade dos serviços gerando altos custos organizacionais.
A motivação é um dos principais fatores correlacionados com o Burnout por isso o trabalho deve ser desafiador dando oportunidade à pessoa de desenvolver suas habilidades fazendo com que se sinta satisfeita, realizada e reconhecida e, portanto, saudável.
Os resultados deste trabalho evidenciaram a correlação negativa entre o Burnout e as características do cargo ocupado, bem como mostrou que a motivação e a autonomia influenciam nas três dimensões do Burnout.
Por outro lado, o prazer fica evidenciado no alto nível de satisfação, motivação e aumento de produtividade, estando o sofrimento na pressão excessiva, conflitos, poucas recompensas e reconhecimento.
No sétimo artigo da revista nº1, de 2005, temos o titulo “Prazer e Sofrimento no Trabalho Docente: Estudo com Professores de Ensino Fundamental em Processo de Formação Superior” A autora, Rosângela Dutra de Moraes, é doutoranda do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pára (UFPA) e professora de psicologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Seu objetivo foi identificar e analisar as principais fontes de prazer e sofrimento psíquico no trabalho dos professores de ensino fundamental com base na Psicodinâmica proposta nos trabalhos de Dejours. Assim, ela adota uma abordagem qualitativa e toma como população alvo um conjunto de 33 sujeitos. Como instrumento de produção de dados foi usada a entrevista individual semi-estruturada.
A autora observa que os estudos sobre prazer e sofrimento no trabalho avançam permitindo identificar as condições que causam o prazer e o sofrimento. No trabalho docente esses dois fatores andam lado a lado.
As participantes da pesquisa precisavam fazer o curso superior de pedagogia à noite e, ao mesmo tempo, trabalhavam nos dois turnos necessitando de tempo extra para atividades acadêmicas o que gerou desgaste e aumentou a procura por atendimento psiquiátrico e psicológico. Elas se viram diante da necessidade de criar estratégias para lidar com a condição de professora-estudante.
Por outro lado, a clientela que estas professoras atendiam era de baixa renda, precária estrutura familiar e expostas e situação de risco social e violência. O trabalho educativo apresentava, assim, muitas dificuldades que exigiam maior investimento de energia da professora causando, às vezes, sofrimento pelo não alcance de resultados satisfatórios.
Também foi constatado que na organização escolar é comum a falta de material e de apoio técnico e a estrutura das famílias que difere do padrão de família nuclear tradicional dificulta o trabalho.
Além disso, a restrita valorização desta profissão que se manifestava nos baixos salários, passou a exigir, cada vez mais, o aumento de carga de trabalho com maior desgaste físico e mais pressões. Dessa forma, a profissional busca estratégias defensivas para minimizar o sofrimento.
A autora destaca que, com revolução industrial, ocorreu uma cisão entre subjetividade e objetividade no mundo do trabalho ficando os vínculos afetivos limitados à família e outros círculos sociais. Esta divisão não pode existir no trabalho docente desde quando a afetividade é imprescindível para sua eficácia e sem ela encontramos o sofrimento.
Por outro lado, o papel da mulher mudou com a sua inserção no mercado de trabalho e assim além das atividades externas tinham também as do lar o que se constituía num excesso de responsabilidade afetando sua produtividade , motivação e relacionamento interpessoal.
Os resultados desta pesquisa indicam que a principal fonte de prazer para as professoras era a tarefa de educar e a troca afetiva com os alunos. As fontes de sofrimento psíquico eram observados na ausência dos pais dos alunos, evasão escolar agravada pela falta de acompanhamento técnico, falta de tempo para organizar as aulas, violência associada às condições precárias e desvalorização salarial da profissão. A autovalorização profissional era a estratégia defensiva usada.
Conclusão: Pontos Comuns entre os Artigos
A análise dos artigos nos permitiu ter uma visão a respeito dos vários aspectos relacionados ao que significa prazer e sofrimento para o trabalhador, bem como perceber a urgência da necessidade de mudanças nas organizações a fim de se estabelecer condições básicas que propiciem ao indivíduo sua realização enquanto trabalhador.
O trabalho é instrumento de formação de identidade e faz parte da subjetividade do trabalhador que atribui a ele um determinado significado. Esse significado pode ser positivo ou negativo a depender da forma que o funcionário vê o seu trabalho. Todos esses aspectos são tratados ao longo dos artigos analisados no item anterior.
No artigo 1 o autor relaciona o sofrimento com as limitação numérica da equipe diante das tarefas a serem realizadas e as restrições materiais observando, também, a influência dos aspectos ligados ao consumo de medicamento, hipertensão e ocorrência de sintomas do estresse. Este aspecto relevante não é observado nos outros artigos, pois estes discorrem sobre o sofrimento causado pela falta de motivação, níveis elevados de exigências de produtividade, falta de autonomia, insegurança, sem, no entanto, se deter nas reações do organismo humano.
A fonte de prazer, a depender da classe de trabalhadores, varia no sentido de que para bancários ela está no “status quo” gerado pela posição ocupada na organização, enquanto para professores se encontra no alcance dos objetivos da tarefa desempenhada junto aos alunos.
A autonomia emerge como fator que se evidencia mais intenso no trabalho informal do que no formal, uma vez que as organizações formais tendem a adotar estruturas coercitivas que podam a criatividade do trabalhador fazendo com que ele não tenha controle sobre seu processo de trabalho. O trabalho informal, conforme o artigo 2, permite que trabalhador tenha maior participação e reconhecimento o que não acontece em instituições bancárias e educacionais.
No que tange à subjetividade, encontramos na maioria das pesquisas, a explicitação do uso de mecanismos de defesa, pelo trabalhador, no confronto com os conflitos e tensões que a atividade laboral promove. Em contrapartida, vemos que no mercado de trabalho informal apesar da existência de fatores que provocam sofrimento, a atividade é compatível com a história de vida do trabalhador, seus desejos, esperanças e projetos propiciando o surgimento de mecanismos de busca de gratificação.
O significado do trabalho para o trabalhador em todos os textos é de fonte de sobrevivência, desde quando se trabalha em troca do salário mantenedor do sustento da família, entretanto faz-se necessário um bom clima organizacional.
Embora este clima organizacional influencie no sofrimento e no prazer no trabalho, nem todos os autores o consideraram em suas pesquisas. Apenas um artigo fala sobre este tema relacionando-o com o estresse, enquanto os demais artigos abordam o relacionamento interpessoal, componente do clima organizacional, como prejudicial ao trabalhador em função de intrigas entre colegas, dentre outras situações que geram desconforto e desconfianças..
Quanto ao estresse os autores foram unânimes ao considerarem-no como fruto da atividade laboral e até mesmo causador de doenças pelas pressões sofridas pelos trabalhadores, como podemos perceber no artigo 7, no qual as professoras de Ensino Fundamental trabalham em tempo integral e cursam uma graduação em Pedagogia a noite, havendo, assim, tempo mínimo para família, quadro que se agrava diante do enfrentando de inúmeras demandas e exigências no ambiente de trabalho.
A Síndrome de Burnout, abordada em apenas um artigo, é um exemplo de patologia que pode ocorrer com o trabalhador como conseqüência da exaustão decorrente das condições e relações de trabalho.
Os artigos, em sua minoria, tratam do trabalho como formador da identidade do trabalhador, aspecto relevante quando se fala em prazer e sofrimento no trabalho. Também temos um artigo que questiona a definição de psíquico concluindo não existirem diferenças essenciais entre a definição na perspectiva materialista e na perspectiva analítica.
As pesquisas desenvolvidas reconhecem que condições de trabalho desafiadoras, reconhecimento social, alto nível de satisfação, motivação, gratificação, boa relação com colegas e chefia são fatores imprescindíveis para que o prazer no trabalho se faça presente, para que o sofrimento seja drasticamente reduzido de modo que o homem que vivi de seu trabalho assegure sua saúde física e mental.
Enfim, o prazer e o sofrimento no trabalho permeiam os artigos analisados mostrando que nenhuma categoria profissional está isenta das tensões e dificuldades que decorrem da atividade laboral que lhes é própria. Portanto, é importante que os trabalhadores estejam cientes dos seus direitos mediante a organização coletiva capaz de representar seus interesses, inclusive aqueles diretamente relacionados à saúde física e mental inerente a condição humana. A organização do trabalho e o trabalhador devem, então, se constituir em esferas da produção material submetidas a objetivos que ultrapassem os interesses da empresa e avancem em direção ao respeito do caráter humano do trabalho como única fonte capaz de produzir riquezas.
Conclusão: Pontos Comuns entre os Artigos
A análise dos artigos nos permitiu ter uma visão a respeito dos vários aspectos relacionados ao que significa prazer e sofrimento para o trabalhador, bem como perceber a urgência da necessidade de mudanças nas organizações a fim de se estabelecer condições básicas que propiciem ao indivíduo sua realização enquanto trabalhador.
O trabalho é instrumento de formação de identidade e faz parte da subjetividade do trabalhador que atribui a ele um determinado significado. Esse significado pode ser positivo ou negativo a depender da forma que o funcionário vê o seu trabalho. Todos esses aspectos são tratados ao longo dos artigos analisados no item anterior.
No artigo 1 o autor relaciona o sofrimento com as limitação numérica da equipe diante das tarefas a serem realizadas e as restrições materiais observando, também, a influência dos aspectos ligados ao consumo de medicamento, hipertensão e ocorrência de sintomas do estresse. Este aspecto relevante não é observado nos outros artigos, pois estes discorrem sobre o sofrimento causado pela falta de motivação, níveis elevados de exigências de produtividade, falta de autonomia, insegurança, sem, no entanto, se deter nas reações do organismo humano.
A fonte de prazer, a depender da classe de trabalhadores, varia no sentido de que para bancários ela está no “status quo” gerado pela posição ocupada na organização, enquanto para professores se encontra no alcance dos objetivos da tarefa desempenhada junto aos alunos.
A autonomia emerge como fator que se evidencia mais intenso no trabalho informal do que no formal, uma vez que as organizações formais tendem a adotar estruturas coercitivas que podam a criatividade do trabalhador fazendo com que ele não tenha controle sobre seu processo de trabalho. O trabalho informal, conforme o artigo 2, permite que trabalhador tenha maior participação e reconhecimento o que não acontece em instituições bancárias e educacionais.
No que tange à subjetividade, encontramos na maioria das pesquisas, a explicitação do uso de mecanismos de defesa, pelo trabalhador, no confronto com os conflitos e tensões que a atividade laboral promove. Em contrapartida, vemos que no mercado de trabalho informal apesar da existência de fatores que provocam sofrimento, a atividade é compatível com a história de vida do trabalhador, seus desejos, esperanças e projetos propiciando o surgimento de mecanismos de busca de gratificação.
O significado do trabalho para o trabalhador em todos os textos é de fonte de sobrevivência, desde quando se trabalha em troca do salário mantenedor do sustento da família, entretanto faz-se necessário um bom clima organizacional.
Embora este clima organizacional influencie no sofrimento e no prazer no trabalho, nem todos os autores o consideraram em suas pesquisas. Apenas um artigo fala sobre este tema relacionando-o com o estresse, enquanto os demais artigos abordam o relacionamento interpessoal, componente do clima organizacional, como prejudicial ao trabalhador em função de intrigas entre colegas, dentre outras situações que geram desconforto e desconfianças..
Quanto ao estresse os autores foram unânimes ao considerarem-no como fruto da atividade laboral e até mesmo causador de doenças pelas pressões sofridas pelos trabalhadores, como podemos perceber no artigo 7, no qual as professoras de Ensino Fundamental trabalham em tempo integral e cursam uma graduação em Pedagogia a noite, havendo, assim, tempo mínimo para família, quadro que se agrava diante do enfrentando de inúmeras demandas e exigências no ambiente de trabalho.
A Síndrome de Burnout, abordada em apenas um artigo, é um exemplo de patologia que pode ocorrer com o trabalhador como conseqüência da exaustão decorrente das condições e relações de trabalho.
Os artigos, em sua minoria, tratam do trabalho como formador da identidade do trabalhador, aspecto relevante quando se fala em prazer e sofrimento no trabalho. Também temos um artigo que questiona a definição de psíquico concluindo não existirem diferenças essenciais entre a definição na perspectiva materialista e na perspectiva analítica.
As pesquisas desenvolvidas reconhecem que condições de trabalho desafiadoras, reconhecimento social, alto nível de satisfação, motivação, gratificação, boa relação com colegas e chefia são fatores imprescindíveis para que o prazer no trabalho se faça presente, para que o sofrimento seja drasticamente reduzido de modo que o homem que vivi de seu trabalho assegure sua saúde física e mental.
Enfim, o prazer e o sofrimento no trabalho permeiam os artigos analisados mostrando que nenhuma categoria profissional está isenta das tensões e dificuldades que decorrem da atividade laboral que lhes é própria. Portanto, é importante que os trabalhadores estejam cientes dos seus direitos mediante a organização coletiva capaz de representar seus interesses, inclusive aqueles diretamente relacionados à saúde física e mental inerente a condição humana. A organização do trabalho e o trabalhador devem, então, se constituir em esferas da produção material submetidas a objetivos que ultrapassem os interesses da empresa e avancem em direção ao respeito do caráter humano do trabalho como única fonte capaz de produzir riquezas.
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