Metadados do trabalho

Educação Ambiental:desenvolvendo Estratégias A Partir De Gêneros Textuais Nos Anos Iniciais

Lidiany Bezerra Silva de Azevêdo

Entende-se por educação ambiental a compreensão de conceitos e práticas voltadas ao meio ambiente o lado de seus princípios e objetivos, a grande importância da educação ambiental reside na atuação consciente dos cidadãos. Ela visa, portanto, o aumento de práticas sustentáveis bem como a redução de danos ambientais, além de promover a mudança de comportamentos considerados nocivos a sociedade. Neste ínterim, considerando a importância do tema em tela e a necessidade de estimular as práticas de leitura especialmente nos anos iniciais, torna-se premente a necessidade de desenvolver ações com a utilização de alguns gêneros textuais, ao qual irão despertar o gosto pela leitura, além de desenvolver a criticidade e a criatividade a partir das atividades propostas na perspectiva das metodologias ativas. A pesquisa trata de um estudo de abordagem qualitativa, de cunho bibliográfico que tem como aporte teórico os estudos de prado (2019),Oliveira (2009), Roger (2001), Cotta et al. (2012, p. 788) entre outros. Os resultados apontam que as metodologias ativas colocam o aluno como protagonista do processo ensino-aprendizagem.

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Como citar este trabalho

AZEVÊDO, Lidiany Bezerra Silva de. EDUCAÇÃO AMBIENTAL:DESENVOLVENDO ESTRATÉGIAS A PARTIR DE GÊNEROS TEXTUAIS NOS ANOS INICIAIS. Anais do Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade, 2023 . ISSN: 1982-3657. Disponível em: https://www.coloquioeducon.com/hub/anais/553-educa%C3%A7%C3%A3o-ambiental-desenvolvendo-estrat%C3%A9gias-a-partir-de-g%C3%AAneros-textuais-nos-anos-iniciais. Acesso em: 16 out. 2025.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL:DESENVOLVENDO ESTRATÉGIAS A PARTIR DE GÊNEROS TEXTUAIS NOS ANOS INICIAIS

O conteúdo sobre o meio ambiente é de suma importância desde os anos iniciais do ensino fundamental, pois possibilita aos alunos um olhar mais consciente e direcionado aos problemas do cotidiano. A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) referenda bem este posicionamento, quando explicita:

Espera-se desse modo, possibilitar que esses alunos tenham um novo olhar sobre o mundo que os cerca, como também façam escolhas e intervenções conscientes e pautadas nos princípios da sustentabilidade e bem-comum. (BNCC,2018,p.319)

            Sendo assim,  a abordagem desses temas no ensino fundamental é fundamental, pois o intuito é a promoção de uma aprendizagem de qualidade, além de possibilitar ao aluno um olhar mais  consciente preconizado na Base Nacional como objeto de conhecimento da unidade temática matéria e energia que tem como objeto do conhecimento consumo consciente e reciclagem.

É notório a importância deste tema desde cedo o que implica na necessidade da escola cumprir o seu papel, na busca de conceitos mais práticos. A habilidade (EF05CI05) voltada ao 5°ano do ensino fundamental esclarece “a construção de propostas coletivas para o consumo mais consciente, além de criar soluções tecnológicas para o descarte adequado e a reutilização ou reciclagem de matérias consumidos na escola ou na vida cotidiana.

         O bloco saúde e meio ambiente, também assume relevante importância,no que refere-se aos objetivos gerais e o trabalho com os alunos os PCNS (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997) explícita: ”compreender a necessidade e dominar alguns procedimentos de conservação e manejo dos recursos naturais com os quais interagem, aplicando-os no dia-a-dia.

          Em síntese, o professor deve entender que os conteúdos não se esgotam apenas na dimensão conceitual se faz necessário promover uma mudança significativa nos alunos dos anos iniciais. Sem dúvidas, tanto a BNCC quanto os Parâmetros Curriculares de Ciências Naturais oferecem esse leque de orientações que estimulará os saberes que estão intrínsecos na aprendizagem dos alunos, e o conteúdo sobre meio-ambiente oferece um leque de possibilidades para  práticas investigativas , visto que já é algo que faz parte do cotidiano das crianças nos anos iniciais.

Assim, é premente a realização de atividades sobre meio-ambiente que estimulem as metodologias ativas e além disso os alunos possam ser protagonistas do processo envolvendo práticas de leitura com ênfase em alguns gêneros textuais, e oferecer ao professor uma proposta que de fato possa leva-lo a uma prática mais direcionada tendo por objetivo um resultado mais eficaz.

 

2-Metodologias ativas: Contribuições para o ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais

             Sabe-se que o ensino de Ciências ao longo dos anos busca-se ao longo dos anos propor metodologias que vá além do viés tradicional, ou seja, um modelo em que o aluno possa atuar como protagonista do processo ensino- aprendizagem, um ensino emancipatório que busque desenvolver a autonomia do aluno. É com esse olhar que  Castanho (2000) ressalta:

no ambiente educacional convencional mesmo os bons professores trabalham na perspectiva de transmissão de conhecimento, o que é aceito ou até esperando pelos alunos. Pautam sua prática em suas próprias vivencias como alunos, repetindo as experiências que consideram positivas e evitando as negativas, acarretando assim um ciclo de reprodução. Alguns professores podem até apresentar bem o conteúdo, mas desconhecem procedimentos que levariam os alunos a desenvolverem autonomia intelectual e administrarem sua própria aprendizagem. (CASTANHO, 2000, p. 81).

Nesse contexto é preciso inovar e despertar no aluno um papel ativo, além de desenvolver a criticidade e contribuir para uma formação integral, o educador tem como papel principal ser mediador do processo e buscar alternativas que possam tornar o processo mais ativa. É nesta ótica que as metodologias ativas irão entrar em cena para contribuir, em que o aluno possa sair da condição de ser passivo para ativo, na opinião de Cotta et al. (2012, p. 788), as metodologias ativas de ensino e aprendizagem se baseiam em “estratégias de ensino fundamentadas na concepção pedagógica crítico-reflexiva”. Para Borges, Alencar (2014, p. 119-120) são “tomadas de decisões individuais e coletivas, advindos das atividades essenciais da prática social e em contextos do estudante” 

 Se faz necessário pontuar que a formação continuada do educador deve ser premente e necessária, especialmente no cenário das nossas tecnologias em decorrência das novas nuances pós pandemia, em que o ensino hibrido passa a ser um novo modelo para a educação em todos os níveis e modalidades. Novas possibilidades de formação está atrelada a aprendizagem significativa, em que o processo avaliativo vai além do quantitativo visando a formação integral do aluno. A esse respeito Zabala expõe:

 

Quando a formação integral é a finalidade principal do ensino e, portanto, seu objetivo é o desenvolvimento de todas as capacidades da pessoa mudam. Em primeiro lugar, e isto é muito importante, os conteúdos de aprendizagem a serem avaliados não serão unicamente conteúdos associados às necessidades do caminho para a universidade. Será necessário, também, levar em consideração os conteúdos conceituais, procedimentais, atitudinais que promovam as capacidades motoras, de equilíbrio e de autonomia pessoas, de relação interpessoal e de inserção social. (ZABALA, 1998, p. 197).

 

Analisando os conteúdos de aprendizagem de para o ensino de Ciências tendo como parâmetro as definições previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), Furlani e Oliveira (2018, p. 853), afirmam que são necessárias adequações – ou readequações – já que geralmente há uma “rede conceitual complexa e dinâmica que integra conceitos pertencentes a dimensões espaciais distantes, porém, processualmente, interdependentes”, como é o caso da Biologia.

Segundo elas, “as metodologias ativas podem facilitar que o aluno visualize essa integração e, portanto, deixe de entender a disciplina como resultado de conhecimentos estanques e um conjunto de termos e/ou nomes complexos a serem decorados arbitrariamente”. (p. 853).

As autoras afirmam assim que, mesmo que no documento da BNCC não haja menção sobre o uso de metodologias ativas, “a BNCC propõe, de maneira geral, que sejam realizadas no ensino de Ciências da Natureza, atividades investigativas como elemento central na formação dos estudantes, questões desafiadoras, problemas e proposição de intervenções” (p. 854), o que coaduna com a proposta de investigação por problemas; com as metodologias ativas capazes de resgatarem a função social do ensino.

        É nesse sentido que nesta pesquisa, iremos abordar uma sequência de atividades investigativas com o tema meio ambiente na qual envolverá alguns gêneros textuais tão importantes para a prática de leitura, especialmente nos anos iniciais, é importante compreender que o papel do professor é direcionar o trabalho de leitura não como uma obrigação, mas algo que torne o momento prazeroso, dentro de uma perspectiva crítica e consciente. Para tanto, Freire (2003, p. 15) assegura que:

 

Leitura boa é a leitura que nos empurra para frente, que nos leva para dentro do mundo que nos interessa viver. E para que a leitura desempenhe esse papel é fundamental que o ato de leitura e aquilo que se lê façam sentido.

 

Desse modo, percebe-se que para Freire (2003), a leitura é uma forma de estar no mundo. Assim, é fundamental mostrar aos alunos a importância de ler, criar situações, motivá-los a ler e a escrever para que possam encarar a produção de conhecimento, assim como a produção de textos como algo que extrapola o ambiente escolar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2.1-    Gêneros textuais  e a prática de leitura: Propondo uma sequência de ensino para a disciplina de ciências naturais com o tema meio ambiente

O uso dos Gêneros textuais no ensino de ciências é uma forma de possibilitar ao aluno o desenvolvimento de atividades de leitura e escrita que possam estimulá-los a compreender melhor o mundo que os cercam, interagindo de forma a impulsionar transformações e uma melhoria na qualidade de vida. De acordo com Müller,

 

“A língua, como suporte de todas as ciências, possibilita ampla interação com EA através do acesso a textos que facultam uma visão abrangente e crítica da realidade. Eles oportunizam ao indivíduo a reflexão dessa realidade para que, por meio da produção de ideias daí decorrentes, atue sobre o seu grupo social, de modo a gerar mudanças qualitativas em sua vida.” (p 64)

É preciso compreender que a grande parte dos professores trabalham a leitura na maioria das vezes de forma mecânica, restrita as aulas de Língua Portuguesa. Por outro lado, faz-se necessário destacar que não se tem um único responsável pela aplicação da leitura que insiste em permanecer só no ambiente escolar e, ainda, só nas aulas de Língua Portuguesa, pode-se promover momentos de leitura e produção textual nas várias disciplinas e no ensino de ciências é algo enriquecedor, visto que possibilita se debruçar em temas que promovem uma consciência crítica e transformadora, como o tema em tela meio ambiente. Assim, o conteúdo ficará mais compreensível, (SEDANO,2013, p.77) defendemos a proposta de inserir a leitura nos conteúdos de Ciências sendo o objetivo “[...] formar o leitor autônomo e competente deve estar pareado com uma metodologia de ensino que busque a formação tanto da autonomia como das competências intelectuais”.

 

É como esse propósito que se quisermos atender aos propósitos que o trabalho científico nos coloca, teremos que buscar metodologias que desafie os alunos e de que de fato tornarão a aprendizagem das Ciências mais proveitosa. É por essa razão que a pesquisa em tela comunga com uma metodologia mais aproximada da realidade do aluno e traz Sequências de Ensino para aprofundar o conteúdo que se quer propor.

 Para tanto, escolhemos alguns conteúdos para compor esse leque de conhecimentos inerentes a temática meio ambiente. Assim, a sequência didática nos termos de Zabala (1998,p.18) trata de “um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelos professores quanto pelos alunos”.

Para propormos esta sequência selecionamos alguns conteúdos de cunho pedagógico que explanam o meio ambiente a prática de leitura Como: um Gibi Educativo da Turma da Mônica: cuidando do mundo, aprofundar o conteúdo com a produção de poemas sobre o meio ambiente (após a leitura do gibi),assistir o vídeo da turma da Mônica em: cuidado com o meio ambiente, realizar uma pesquisa de uma matéria jornalística sobre meio-ambiente, produzir tirinhas com o tema reciclagem.

 

 

 

 

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: MEIO AMBIENTE

 

SÉRIE: 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

 

OBJETIVOS GERAIS:

  • Utilizar conceitos científicos básicos para a explicação de conceitos de meio-ambiente;
  • Desenvolver a leitura de maneira prazerosa por meio de gibis infantil: A turma da Mônica: cuidando do mundo;
  • Aprofundar os conceitos de meio ambiente com a leitura e produção de poemas;
  • Mostrar a importância da preservação ambiental no cotidiano, com o vídeo da turma da Mônica em: cuidado com o meio ambiente. Acesso em: https://youtu.be/xqQwPUrBRY8
  • Compreender e desmitificar a natureza e o papel da ciência, observando suas influências no dia-a-dia do cientista, bem como, na sociedade em sua volta;
  • Produzir uma reportagem jornalística em grupo, sobre a importância  de preservar o meio-ambiente;
  • Incentivar a produção de tirinhas a partir de tema reciclagem;
  • Estimular a leitura e a escrita após a resolução das atividades;

 

 

CONTEÚDO: Meio-ambiente

 

TEMPO ESTIMADO: Duas aulas com duração de quatro horas cada.

 

OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS NESTA SEQUÊNCIA: Compreender conceitos de meio ambiente; Estimular a leitura e a escrita por meio de gibis; Estimular o trabalho em grupo; Desenvolver a habilidade de  produção textual de poemas e poesias.

1ª AULA

 

1° ETAPA- ENTENDENDO CONCEITOS DE MEIO AMBIENTE

 

1° MOMENTO

  • Nesse primeiro momento o propósito será verificar o conhecimento inicial sobre o assunto. Será distribuído um questionário com algumas perguntas objetivas e subjetivas sobre alguns conceitos básicos. Nessa atividade eles terão oportunidade de levantar hipóteses sobre o assunto;
  • Assistir O vídeo da turma da Mônica sobre meio ambiente, para melhor sistematizar o conhecimento.

2° MOMENTO

  • A partir do vídeo assistido faremos uma roda de conversa com o tema, em que será abordado e no intuito de debater sobre os vídeos.

2° AULA

 

OFICINA DE PRODUÇÃO DE GÊNEROS TEXTUAIS

 

1° MOMENTO: A PROPOSIÇÃO DAS ATIVIDADES EM GRUPO

 

  • Neste primeiro momento, serão distribuídas cópias do gibi: turma da Mônica: cuidando do mundo para estimular a leitura dos alunos;
  • Quando as leituras forem concluídas, fazer um circulo para uma roda de conversa procurando compreender o entendimento dos alunos em relação à leitura da gibi.

 

2° MOMENTO: MOMENTO DA PRODUÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS ELABORADO PELO GRUPO

  • Elaboração de cartazes informativos sobre o tema proposto;
  • Produção de Tirinhas sobre o meio ambiente;
  • Pesquisar sobre reportagens da atualidade sobre os impactos ambientais e discutir em grupo;

 

 

3° MOMENTO – PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO INDIVIDUAL

  • Solicitar que eles escrevam um texto com o gênero textual poema sobre o meio ambiente e possam ilustrar de acordo com os conhecimentos adquiridos durante as aulas.  

 

Neste sentido, a referida sequência, irá  proporcionar aos alunos momentos de aprendizagem a partir da produção de alguns gêneros textuais, dando a oportunidade de explorar de maneira diversificada várias atividades que de fato estimulam o raciocínio, estabelece a comunicação, leitura, interação e um momento mais aproximado com as tecnologias, a partir da realização de pesquisas.

Enfim, percebe-se que o professor é a peça fundamental do processo de aprendizagem e se este não estiver uma formação sólida na área de ciências irá somente transmitir os conteúdos de forma mecânica sem contextualização alguma com a prática. Carvalho e Gil Perez (2011) expõem propostas de formação de professores baseada na ideia da construção de conhecimentos com as características de uma pesquisa cientifica e, de outro, na necessidade de transformar o pensamento espontâneo do professor. São as seguintes:

  1. Conhecer a matéria a ser ensinada;
  2. Conhecer e questionar o pensamento docente espontâneo;
  3. Adquirir conhecimentos teóricos sobre a aprendizagem e a aprendizagem de Ciências;
  4. Crítica fundamental no ensino habitual;
  5. Saber preparar atividades;
  6. Saber dirigir as atividades dos alunos;
  7. Saber avaliar;
  8. Utilizar a pesquisa e a inovação (2011, p.19).

         

A pretensão desta sequência é propor ao professor estratégias que possam contribuir com uma aprendizagem mais dinâmica, na qual o aluno terá oportunidade de desenvolver suas capacidades cognitivas, indicadores e habilidades que convergem para torna-se um indivíduo alfabetizado cientificamente. Assim, a mediação do professor é essencial, pois o desenvolvimento e a qualidade do trabalho depende sem dúvida de como a atividade será direcionada.

 

 

 

 

2-Metodologias ativas: Contribuições para o ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais

             Sabe-se que o ensino de Ciências ao longo dos anos busca-se ao longo dos anos propor metodologias que vá além do viés tradicional, ou seja, um modelo em que o aluno possa atuar como protagonista do processo ensino- aprendizagem, um ensino emancipatório que busque desenvolver a autonomia do aluno. É com esse olhar que  Castanho (2000) ressalta:

no ambiente educacional convencional mesmo os bons professores trabalham na perspectiva de transmissão de conhecimento, o que é aceito ou até esperando pelos alunos. Pautam sua prática em suas próprias vivencias como alunos, repetindo as experiências que consideram positivas e evitando as negativas, acarretando assim um ciclo de reprodução. Alguns professores podem até apresentar bem o conteúdo, mas desconhecem procedimentos que levariam os alunos a desenvolverem autonomia intelectual e administrarem sua própria aprendizagem. (CASTANHO, 2000, p. 81).

Nesse contexto é preciso inovar e despertar no aluno um papel ativo, além de desenvolver a criticidade e contribuir para uma formação integral, o educador tem como papel principal ser mediador do processo e buscar alternativas que possam tornar o processo mais ativa. É nesta ótica que as metodologias ativas irão entrar em cena para contribuir, em que o aluno possa sair da condição de ser passivo para ativo, na opinião de Cotta et al. (2012, p. 788), as metodologias ativas de ensino e aprendizagem se baseiam em “estratégias de ensino fundamentadas na concepção pedagógica crítico-reflexiva”. Para Borges, Alencar (2014, p. 119-120) são “tomadas de decisões individuais e coletivas, advindos das atividades essenciais da prática social e em contextos do estudante” 

 Se faz necessário pontuar que a formação continuada do educador deve ser premente e necessária, especialmente no cenário das nossas tecnologias em decorrência das novas nuances pós pandemia, em que o ensino hibrido passa a ser um novo modelo para a educação em todos os níveis e modalidades. Novas possibilidades de formação está atrelada a aprendizagem significativa, em que o processo avaliativo vai além do quantitativo visando a formação integral do aluno. A esse respeito Zabala expõe:

 

Quando a formação integral é a finalidade principal do ensino e, portanto, seu objetivo é o desenvolvimento de todas as capacidades da pessoa mudam. Em primeiro lugar, e isto é muito importante, os conteúdos de aprendizagem a serem avaliados não serão unicamente conteúdos associados às necessidades do caminho para a universidade. Será necessário, também, levar em consideração os conteúdos conceituais, procedimentais, atitudinais que promovam as capacidades motoras, de equilíbrio e de autonomia pessoas, de relação interpessoal e de inserção social. (ZABALA, 1998, p. 197).

 

Analisando os conteúdos de aprendizagem de para o ensino de Ciências tendo como parâmetro as definições previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), Furlani e Oliveira (2018, p. 853), afirmam que são necessárias adequações – ou readequações – já que geralmente há uma “rede conceitual complexa e dinâmica que integra conceitos pertencentes a dimensões espaciais distantes, porém, processualmente, interdependentes”, como é o caso da Biologia.

Segundo elas, “as metodologias ativas podem facilitar que o aluno visualize essa integração e, portanto, deixe de entender a disciplina como resultado de conhecimentos estanques e um conjunto de termos e/ou nomes complexos a serem decorados arbitrariamente”. (p. 853).

As autoras afirmam assim que, mesmo que no documento da BNCC não haja menção sobre o uso de metodologias ativas, “a BNCC propõe, de maneira geral, que sejam realizadas no ensino de Ciências da Natureza, atividades investigativas como elemento central na formação dos estudantes, questões desafiadoras, problemas e proposição de intervenções” (p. 854), o que coaduna com a proposta de investigação por problemas; com as metodologias ativas capazes de resgatarem a função social do ensino.

        É nesse sentido que nesta pesquisa, iremos abordar uma sequência de atividades investigativas com o tema meio ambiente na qual envolverá alguns gêneros textuais tão importantes para a prática de leitura, especialmente nos anos iniciais, é importante compreender que o papel do professor é direcionar o trabalho de leitura não como uma obrigação, mas algo que torne o momento prazeroso, dentro de uma perspectiva crítica e consciente. Para tanto, Freire (2003, p. 15) assegura que:

 

Leitura boa é a leitura que nos empurra para frente, que nos leva para dentro do mundo que nos interessa viver. E para que a leitura desempenhe esse papel é fundamental que o ato de leitura e aquilo que se lê façam sentido.

 

Desse modo, percebe-se que para Freire (2003), a leitura é uma forma de estar no mundo. Assim, é fundamental mostrar aos alunos a importância de ler, criar situações, motivá-los a ler e a escrever para que possam encarar a produção de conhecimento, assim como a produção de textos como algo que extrapola o ambiente escolar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2.1-    Gêneros textuais  e a prática de leitura: Propondo uma sequência de ensino para a disciplina de ciências naturais com o tema meio ambiente

O uso dos Gêneros textuais no ensino de ciências é uma forma de possibilitar ao aluno o desenvolvimento de atividades de leitura e escrita que possam estimulá-los a compreender melhor o mundo que os cercam, interagindo de forma a impulsionar transformações e uma melhoria na qualidade de vida. De acordo com Müller,

 

“A língua, como suporte de todas as ciências, possibilita ampla interação com EA através do acesso a textos que facultam uma visão abrangente e crítica da realidade. Eles oportunizam ao indivíduo a reflexão dessa realidade para que, por meio da produção de ideias daí decorrentes, atue sobre o seu grupo social, de modo a gerar mudanças qualitativas em sua vida.” (p 64)

É preciso compreender que a grande parte dos professores trabalham a leitura na maioria das vezes de forma mecânica, restrita as aulas de Língua Portuguesa. Por outro lado, faz-se necessário destacar que não se tem um único responsável pela aplicação da leitura que insiste em permanecer só no ambiente escolar e, ainda, só nas aulas de Língua Portuguesa, pode-se promover momentos de leitura e produção textual nas várias disciplinas e no ensino de ciências é algo enriquecedor, visto que possibilita se debruçar em temas que promovem uma consciência crítica e transformadora, como o tema em tela meio ambiente. Assim, o conteúdo ficará mais compreensível, (SEDANO,2013, p.77) defendemos a proposta de inserir a leitura nos conteúdos de Ciências sendo o objetivo “[...] formar o leitor autônomo e competente deve estar pareado com uma metodologia de ensino que busque a formação tanto da autonomia como das competências intelectuais”.

 

É como esse propósito que se quisermos atender aos propósitos que o trabalho científico nos coloca, teremos que buscar metodologias que desafie os alunos e de que de fato tornarão a aprendizagem das Ciências mais proveitosa. É por essa razão que a pesquisa em tela comunga com uma metodologia mais aproximada da realidade do aluno e traz Sequências de Ensino para aprofundar o conteúdo que se quer propor.

 Para tanto, escolhemos alguns conteúdos para compor esse leque de conhecimentos inerentes a temática meio ambiente. Assim, a sequência didática nos termos de Zabala (1998,p.18) trata de “um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelos professores quanto pelos alunos”.

Para propormos esta sequência selecionamos alguns conteúdos de cunho pedagógico que explanam o meio ambiente a prática de leitura Como: um Gibi Educativo da Turma da Mônica: cuidando do mundo, aprofundar o conteúdo com a produção de poemas sobre o meio ambiente (após a leitura do gibi),assistir o vídeo da turma da Mônica em: cuidado com o meio ambiente, realizar uma pesquisa de uma matéria jornalística sobre meio-ambiente, produzir tirinhas com o tema reciclagem.

 

 

 

 

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: MEIO AMBIENTE

 

SÉRIE: 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

 

OBJETIVOS GERAIS:

  • Utilizar conceitos científicos básicos para a explicação de conceitos de meio-ambiente;
  • Desenvolver a leitura de maneira prazerosa por meio de gibis infantil: A turma da Mônica: cuidando do mundo;
  • Aprofundar os conceitos de meio ambiente com a leitura e produção de poemas;
  • Mostrar a importância da preservação ambiental no cotidiano, com o vídeo da turma da Mônica em: cuidado com o meio ambiente. Acesso em: https://youtu.be/xqQwPUrBRY8
  • Compreender e desmitificar a natureza e o papel da ciência, observando suas influências no dia-a-dia do cientista, bem como, na sociedade em sua volta;
  • Produzir uma reportagem jornalística em grupo, sobre a importância  de preservar o meio-ambiente;
  • Incentivar a produção de tirinhas a partir de tema reciclagem;
  • Estimular a leitura e a escrita após a resolução das atividades;

 

 

CONTEÚDO: Meio-ambiente

 

TEMPO ESTIMADO: Duas aulas com duração de quatro horas cada.

 

OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS NESTA SEQUÊNCIA: Compreender conceitos de meio ambiente; Estimular a leitura e a escrita por meio de gibis; Estimular o trabalho em grupo; Desenvolver a habilidade de  produção textual de poemas e poesias.

1ª AULA

 

1° ETAPA- ENTENDENDO CONCEITOS DE MEIO AMBIENTE

 

1° MOMENTO

  • Nesse primeiro momento o propósito será verificar o conhecimento inicial sobre o assunto. Será distribuído um questionário com algumas perguntas objetivas e subjetivas sobre alguns conceitos básicos. Nessa atividade eles terão oportunidade de levantar hipóteses sobre o assunto;
  • Assistir O vídeo da turma da Mônica sobre meio ambiente, para melhor sistematizar o conhecimento.

2° MOMENTO

  • A partir do vídeo assistido faremos uma roda de conversa com o tema, em que será abordado e no intuito de debater sobre os vídeos.

2° AULA

 

OFICINA DE PRODUÇÃO DE GÊNEROS TEXTUAIS

 

1° MOMENTO: A PROPOSIÇÃO DAS ATIVIDADES EM GRUPO

 

  • Neste primeiro momento, serão distribuídas cópias do gibi: turma da Mônica: cuidando do mundo para estimular a leitura dos alunos;
  • Quando as leituras forem concluídas, fazer um circulo para uma roda de conversa procurando compreender o entendimento dos alunos em relação à leitura da gibi.

 

2° MOMENTO: MOMENTO DA PRODUÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS ELABORADO PELO GRUPO

  • Elaboração de cartazes informativos sobre o tema proposto;
  • Produção de Tirinhas sobre o meio ambiente;
  • Pesquisar sobre reportagens da atualidade sobre os impactos ambientais e discutir em grupo;

 

 

3° MOMENTO – PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO INDIVIDUAL

  • Solicitar que eles escrevam um texto com o gênero textual poema sobre o meio ambiente e possam ilustrar de acordo com os conhecimentos adquiridos durante as aulas.  

 

Neste sentido, a referida sequência, irá  proporcionar aos alunos momentos de aprendizagem a partir da produção de alguns gêneros textuais, dando a oportunidade de explorar de maneira diversificada várias atividades que de fato estimulam o raciocínio, estabelece a comunicação, leitura, interação e um momento mais aproximado com as tecnologias, a partir da realização de pesquisas.

Enfim, percebe-se que o professor é a peça fundamental do processo de aprendizagem e se este não estiver uma formação sólida na área de ciências irá somente transmitir os conteúdos de forma mecânica sem contextualização alguma com a prática. Carvalho e Gil Perez (2011) expõem propostas de formação de professores baseada na ideia da construção de conhecimentos com as características de uma pesquisa cientifica e, de outro, na necessidade de transformar o pensamento espontâneo do professor. São as seguintes:

  1. Conhecer a matéria a ser ensinada;
  2. Conhecer e questionar o pensamento docente espontâneo;
  3. Adquirir conhecimentos teóricos sobre a aprendizagem e a aprendizagem de Ciências;
  4. Crítica fundamental no ensino habitual;
  5. Saber preparar atividades;
  6. Saber dirigir as atividades dos alunos;
  7. Saber avaliar;
  8. Utilizar a pesquisa e a inovação (2011, p.19).

         

A pretensão desta sequência é propor ao professor estratégias que possam contribuir com uma aprendizagem mais dinâmica, na qual o aluno terá oportunidade de desenvolver suas capacidades cognitivas, indicadores e habilidades que convergem para torna-se um indivíduo alfabetizado cientificamente. Assim, a mediação do professor é essencial, pois o desenvolvimento e a qualidade do trabalho depende sem dúvida de como a atividade será direcionada.

 

 

 

 

 

Em linhas gerais, essa pesquisa buscou o propósito de trabalhar com conteúdos de meio ambiente, pois é uma matéria que já está inserida no cotidiano dos discentes, e objetivamos ao mesmo tempo propor aos professores a metodologia de ensino na qual o aluno possa está inserido no mundo da leitura e em contato com os gêneros textuais e ao mesmo tempo ser protagonista do processo com a mediação do professor diante um conteúdo tão enriquecedor e importante.

 É válido ressaltar que é uma proposta que não está atrelada somente ao ensino por memorização e de caráter expositivo, mas sim algo que impulsione esses alunos de fato a pensarem e a expor suas hipóteses, ou seja, assume grande preponderância nesta fase de descobertas, o trabalho em grupo e a sistematização do conhecimento individual, também tornam a aprendizagem mais dinâmica, pois é com a interação que o aluno consegue avançar e além disso busca-se várias formas de ativar a aprendizagem deste aluno,o contato com os gêneros textuais atrelado ao ensino de ciências faz parte de uma estratégia na qual é bastante requisitada nas turmas de 5° ano, em virtude das avalições locais e nacionais que na maioria das vezes condiciona o aluno a memorização sem envolve-los em metodologias que impulsione o verdadeiro aprendizado e torne o ensino dinâmico.

Diante destas considerações o que se buscou neste trabalho além de evidenciar os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, foi direcionar o professor dos anos iniciais para práticas diversificadas e ativas, além de  desmistificar a ideia que o ensino de ciências e tão importante quanto as outras matérias sendo relevante e com temas que podem está inseridos em outros componentes curriculares como de   Língua Portuguesa, além  que buscar orientações preconizadas no documento oficial da Base Nacional Comum Curricular, que temos por exemplos e inserção de tecnologias e propostas em que o aluno possa ser um agente ativo no processo ensino e aprendizagem.

Agradecemos à Deus e a nossos familiares e amigos por todo apoio.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (Terceira Versão). Ministério da Educação, Brasília, DF: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC.Acesso:11 de junh.de 2019

AZEVEDO, Maria Cristina P.Stella de. Ensino por investigação Problematizando as atividades em sala de aula. In: Ensino de Ciências Unindo a Pesquisa e a Prática. São Paulo: Pioneira Thomson, 2013.p.19-33

BORGES, T. S.; ALENCAR, G. Metodologias ativas na promoção da formação crítica do estudante: o uso das metodologias ativas como recurso didático na formação crítica do estudante do ensino superior. Cairu em Revista. Ano. 3, n. 4, p. 119-143, 2014. Disponível em: <https://www.cairu.br/revista/arquivos/artigos/2014_2/08%20 METODOLOGIAS%20ATIVAS%20NA%20PROMOCAO%20DA%20FORMACAO%20CRITICA%20DO%20ESTUDANTE.pdf>. Acesso em 10 ago. 2019.

 

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