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A Escola Operária Horácio Hora

Alessandro Cardoso Ribeiro

O Presente trabalho tem como objetivo mostrar as ações e os limites da escola Horácio Hora, durante a primeira república em Sergipe. Sendo a educação operária o objeto de estudo dessa pesquisa, percebe-se que, apesar da tentativa de transforma a educação em um instrumento de politização e organização da classe operária sergipana daquela conjuntura, esta, contraditoriamente, tornou-se uma educação que serviu para a manutenção da Hegemonia burguesa, já que tanto o estatuto do Centro Operário Sergipano( órgão que dirigia a escola Horácio Hora), como também o regimento interno da mesma, funcionaram dentro da ordem vigente, seguindo do ponto de vista educacional, uma pedagogia escolanovista.

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Como citar este trabalho

RIBEIRO, Alessandro Cardoso. A Escola Operária Horácio Hora. Anais do Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade, 2023 . ISSN: 1982-3657. Disponível em: https://www.coloquioeducon.com/hub/anais/511-a-escola-oper%C3%A1ria-hor%C3%A1cio-hora. Acesso em: 16 out. 2025.

A Escola Operária Horácio Hora

A escola Horácio Hora foi uma das 26 escolas operárias existentes no Brasil e fundadas sobre a inspiração da Confederação Operária Brasileira, órgão anarcossindicalista que pretendia usar as mesmas como instrumento contra-hegemônico para uma futura revolução ácrata no Brasil da primeira república.

Fundada em Aracaju-Se, a escola operária Horácio Hora seguiu uma linha diferente da proposta original idealizada, ou seja, seguir uma pedagogia identica das escolas modernas de São Paulo. Em nosso caso, o próprio Centro Operário Sergipano, trazia em seu estatuto, aprovado no ano de 1911, os seguintes objetivos respectivamente: " Criar escolas nocturnas( Art 2 & 5); e também que o operário deveria " Estar matriculado na escola Horácio hora, mantida pelo Centro Operário Sergipano( Capítulo III do Art 5)( O Operário, Aracaju, 01-05-1911).

Para efetivação da escola operária, o Centro Operário Sergipano fez uma intensa campanha através do seu jornal, pedindo a ajuda de todas as classes sociais, como demonstra este artigo: " O Centro Operário Sergipano solicita aos representantes da todas as classes sociais, a sua coadjuvação na grande ideia da fundação de uma escola nocturna para o operariado desta terra"( O Operário, Aracaju, 23-09-1911).   

 

Fundada no dia 08 de outubro de 1911,a escola operária Horácio Hora nesta primeira fase, entre os anos de 1911 a 1915, funcionou no salão recreio da fábrica têxtil Sergipe Industrial, contando para isso com a ajuda do dono da fábrica, o empresário Thales Ferraz. Durante essa fase, o presidente do Centro Operário Sergipano, o major Xavier de Assis, elegeu como presidente de honra da escola o desembargador Teixeira Fontes; como secretários o coronel Antônio Paiva e o professor Manuel Francisco de Oliveira, e como professores: Olynpio Mendonça e Misael Vianna.

A partir do ano de 1916, a escola passou a funcionar nas instalações da casa do professor Sebastião Públio de Albuquerque, contando para isso, com a ajuda do governador Oliveira Valadão(1914-1918), que arcou com todo o material didático da escola, além de dar a infraestrutura necessária.Também nesse período, a escola passou para responsabilidade da Intendência Municipal de Aracaju( Prefeitura).

No ano de 1920, a escola Horácio Hora passou a funcionar nas instações do próprio Centro Operário Sergipano, no centro da cidade de Aracaju, sob a direção da professora Leyda Regis, tendo como professores: Fausto José, Eulalina Lourdes e Corina Carlos.

Após a revolução de 1930, a escola Horácio Hora passou a ser controlada pelo Estado,por com medo do avanço comunista no meio da classe operária sergipana. Nesse período a escola ficou à cargo do médico e pedagogo Helvécio de Andrade, representante direto do interventor federal, Augusto Maynard Gomes.

Com o fim do Estado Novo, a escola passou ao controle do Centro Operário Sergipano( 1946), sob a direção do professor Manual Franco Freire.

A escola Horácio Hora e o Centro Operário Sergipano funcionaram até o ano de 1964, quando por ondem do governo militar ficaram proibidos de funcionarem novamente.  

À UFS E AO EDUCON.

Jornais: O Operário. Aracaju, 04-07-1911 a 1912: Set\ 1915 a 1916.

Boletim da Escola Horácio Hora. Voz do Operário.A racaju, 10-10-1923.

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