Metadados do trabalho

Circulação De Impressos Protestantes E Outros Impressos Entre Os Estados Unidos Da América E O Brasil Durante A Primeira Metade Do Século Xix

Jorge Carvalho do Nascimento

Este texto trata da circulação de impressos protestantes e outros impressos educacionais que circularam no Brasil durante o século XIX, através da ação da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira/BFBS, de outros distribuidores de livros e, especificamente, da Sociedade Bíblica Americana/ABS, permitindo uma maior apreensão da imprensa protestante e de impressos educacionais e sua relação com a História da Educação. Além de investigar sua circulação, foram recortados como objeto de análise os livros que, destinados à formação e ao uso de grupos protestantes e leituras pedagógicas, organizaram um corpus de saberes representados como necessários à definitiva inserção do Protestantismo e a formação escolar no Brasil. A pesquisa tem possibilitado flagrar a organização de uma verdadeira rede de publicação, venda e distribuição de impressos protestantes e pedagógicos no território brasileiro.

Palavras‑chave:  |  DOI:

Como citar este trabalho

NASCIMENTO, Jorge Carvalho do. CIRCULAÇÃO DE IMPRESSOS PROTESTANTES E OUTROS IMPRESSOS ENTRE OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA E O BRASIL DURANTE A PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX. Anais do Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade, 2022 . ISSN: 1982-3657. Disponível em: https://www.coloquioeducon.com/hub/anais/429-circula%C3%A7%C3%A3o-de-impressos-protestantes-e-outros-impressos-entre-os-estados-unidos-da-am%C3%A9rica-e-o-brasil-durante-a-primeira-metade-do-s%C3%A9culo-xix. Acesso em: 16 out. 2025.

CIRCULAÇÃO DE IMPRESSOS PROTESTANTES E OUTROS IMPRESSOS ENTRE OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA E O BRASIL DURANTE A PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX

Este texto insere-se na História da Educação (Chartier, 2017, 1998) e na História do Livro (Darnton, 1992, 1990). É um estudo inspirado por um projeto de investigação em rede que envolveu pesquisadores brasileiros e portugueses, intitulado “Os homens do livro: circulação de impressos protestantes e outros impressos entre os Estados Unidos da América e o Brasil durante a primeira metade do século XIX” e, fomentado pelo CNPq (Edital MCT/CNPq 02/2009; Edital Universal CNPq 14/2011 Faixa B; Edital Universal, 2015).

Esta investigação tem se dedicado a estudar impressos protestantes e outros impressos educacionais que circularam no Brasil durante o século XIX, através da ação da Sociedade Bíblica Britânica/BFBS, da Sociedade Bíblica Americana/ABS e de outros distribuidores de livros, permitindo uma apreensão global da imprensa protestante e de impressos educacionais e sua relação com a História da Educação.

A pesquisa mobilizou investigadores da Universidade Tiradentes, da Universidade Federal de Sergipe, da Universidade Católica de Pernambuco e da Universidade do Minho/Portugal. Além de investigar sua circulação, foram recortados como objeto de análise os livros que, destinados à formação e ao uso de grupos protestantes e leituras pedagógicas, organizaram um corpus de saberes representados como necessários à definitiva inserção do Protestantismo e a formação escolar no Brasil. O foco inicial foi mapear o território de ação dos agentes e vendedores ambulantes de impressos vinculados à Sociedade Bíblica Britânica/BFBS que atuavam em Portugal e no Brasil e analisar a relação dessa ação com a instalação de escolas protestantes no Brasil.

A pesquisa sistemática, aprofundada e integradora tem possibilitado flagrar a organização de uma verdadeira rede de publicação, venda e distribuição de impressos protestantes e pedagógicos no território brasileiro durante a primeira metade do século XIX, permitindo constatar a forte atuação dessas instituições protestantes no Brasil e em toda a América Latina.

Muitos estudos foram publicados como resultado dessas investigações, possibilitando um vigoroso debate de revisão quanto a interpretações acerca da História da Educação no Brasil, carregadas de preconceitos próprios da historiografia educacional dos primeiros 80 anos do século XX, a exemplo da certeza que se estabeleceu segundo a qual a leitura entre nós durante o século XIX teria sido inacessível não apenas ao povo, mas a toda a sociedade brasileira.

Como resultado das investigações até agora realizadas foi possível constatar fatos como a expansão do mercado editorial brasileiro no século XIX e o incremento que lhe foi oferecido por iniciativas como o funcionamento regular dos correios, a partir de 1830. Também é válido anotar providências como a regulamentação, em 1866, da propriedade sobre a obra literária pelos herdeiros do autor por 50 anos após sua morte, tornando-se em seguida de domínio público. Um bom exemplo do aquecimento do mercado editorial pode ser verificado com a entrada em circulação da Biblioteca do Povo e das Escolas, uma coleção de 237 livros, publicados durante 42 anos, entre 1881 e 1913, pela Editora David Corazzi, de Lisboa, que circulou em Portugal e no Brasil. Os volumes eram publicados quinzenalmente, nos dias 10 e 25 de cada mês, cada um com rigorosas 64 páginas, em formato de 15,5 X 10 centímetros[i], de composição cheia.  A edição dos dois primeiros volumes foi de 6 mil exemplares cada. A partir do terceiro volume começaram a ser impressos 12 mil exemplares de cada vez. A tiragem subiu para 15 mil exemplares a partir do volume 10.

Durante o período de 2010 a 2013, foi realizada a sistematização de 643 livretos, opúsculos e folhetos protestantes digitalizados que circularam no Brasil no período de 1874 e 1932, e pertenceram ao pastor presbiteriano Vicente Themudo Lessa. Essa documentação compõe o Arquivo da Primeira Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPI), instituição fundada pelo intelectual protestante e localizada na Rua Nestor Pestana, na cidade de São Paulo.

O financiamento do CNPq também possibilitou ter acesso ao rico acervo da Britsh and Foreign Bible Society’s Library/BFBS sobre o Brasil, localizado na Cambridge University Library (Inglaterra) e inédita no Brasil. Desde o ano de 2013, os pesquisadores têm realizado a sistematização, transcrição, tradução e análise de bibliografia e dos relatórios produzidos por 35 agentes[ii] da BFBS que trabalharam no Brasil no período de 1818 a 1894. A documentação foi coletada no período de 2010 a 2012, no Archives Indexes/BSAX. Apesar do catálogo da BFBS registrar a presença de 44 agentes no Brasil durante o século XIX, os membros deste projeto só localizaram 17 agentes, no período de 1818 a 1839, e a partir do ano de 1840, outros 18 homens. O corpus documental é formado por 128 cartas e 60 relatórios[iii].

Na conferência de abertura do IX Congresso Brasileiro de História da Educação, Chartier (2017) ressaltou a importância da circulação de um conjunto de impressos durante o século XIX, promovendo o surgimento de várias comunidades de leitores e, consequentemente, de práticas de leitura:

 

com a diversificação dos produtos impressos, o século XIX conheceu uma grande dispersão e diversidade das práticas de várias comunidades de leitores. Tanto as que tiveram anteriormente familiarizada com a cultura impressa, como as formadas pelos recém chegados ao mundo da escrita – crianças, mulheres, operários. O acesso deu a todos a capacidade de ler tal como se estabeleceu no final do século XIX em várias partes da Europa. Isto provocou uma grande fragmentação das práticas de leitura. Essa fragmentação levou a reforçar todos os elementos encontrados já nos primeiros séculos da Modernidade. Por um lado, se multiplicaram produtos impressos dirigidos a leitores populares – coleções baratas, publicação por entrega, folhetos, revistas ilustradas etc -. Desse ponto de vista, a produção e a circulação da cultura impressa, mostraram as principais mudanças fundamentais em todas as partes de Europa e, talvez, das Américas.

 

A análise realizada a partir de uma bibliografia específica e fontes trabalhadas até o momento, permite levar em consideração a hipótese levantada por Chartier (2017) que, talvez, “a produção e a circulação da cultura impressa” possibilitaram mudanças fundamentais nas Américas, como ocorrera na Europa. Portanto, é possível inferir que as estratégias editoriais de difusão e conformação de saberes e práticas religiosas e pedagógicas utilizadas pela BFBS e pela ABS, foram destinadas à formação e ao uso de grupos protestantes, organizando um corpus de saberes representados como necessários à sua definitiva inserção no Brasil. Permite também levantar a ação de outros distribuidores norte-americanos de livros pedagógicos que abasteciam o mercado brasileiro.

 

[i] Hallewell (1985: 146), esclarece que à época o formato corrente do livro em circulação no Brasil era o chamado formato francês, “ao qual a maioria dos livros brasileiros se ajustou durante 60 anos ou mais. Esse formato existia em dois tamanhos: in-oitavo (16,5 X 10,5 centímetros), e outro muito mais frequente, o longo in-doze (17,5 X 11,0 centímetros)”.

[ii] O agente da BFBS é compreendido aqui como um agente cultural. Conhecemos ainda muito pouco seu mundo social e intelectual, seus gostos e valores, a inserção deles em suas comunidades. Concordamos com Darnton quando afirma que o agente também operava “dentro de redes comerciais, que se ampliavam e se desfaziam como as alianças no mundo diplomático” (DARNTON: 1992, 75).

[iii] Esta documentação compõe o acervo da BFBS Archives Indexes/BSAX, que possui cerca de 4.800 correspondências enviadas por correspondentes estrangeiros nos países que trabalhavam (1804-1897).

A estratégia de distribuir impressos antecedeu à organização de escolas, com a finalidade de implantar definitivamente o Protestantismo no Brasil. Como essa estratégia teve sucesso num país que, na época, possuía uma população analfabeta em sua maioria? O que poderia ser visto como um problema era, na verdade, o diferencial. Quando o colportor, vendedor ambulante de impressos protestantes, chegava num determinado local que as pessoas não sabiam ler, ele propunha a organização de um grupo e se comprometia em enviar um professor para ensiná-los, que, na verdade também era um missionário. Dessa maneira, eles mapearam no Brasil o território de instalação de suas futuras igrejas e escolas (Nascimento, 2007a).

Este trabalho considera os impressos protestantes que circularam no país a partir dos Oitocentos como Bibliotecas Pedagógicas Protestantes, as quais foram utilizadas como estratégias para a construção de uma civilização cristã protestante e que tinha também o objetivo de conformar um campo pedagógico. As Bibliotecas, nesta investigação, devem ser compreendidas como “bibliotecas imateriais”, ou “bibliotecas sem muros”, no sentido elaborado por Chartier quando afirma que “uma biblioteca não é apenas o inventário de livros reunidos em um lugar específico; ela pode ser o inventário de todos os livros já escritos sobre qualquer tema” (CHARTIER 1998, p. 74).

A denominação de “pedagógicas” tem duplo sentido. O primeiro, de constituírem meios pedagógicos para forjar uma cultura protestante. São também de destinação pedagógica para serem utilizados em suas escolas e nas Escolas Bíblicas Dominicais. Elas são protestantes por que eram constituídas por protestantes e, principalmente, para protestantes. As bibliotecas pedagógicas protestantes funcionaram como uma das estratégias de inserção do protestantismo no Brasil, entendendo o conceito de estratégia, no sentido dado por Certeau (1994), como uma prática que pressupõe a circunscrição de um lugar de poder que lhe é próprio.

O meio de compreender tais bibliotecas pedagógicas protestantes, está relacionado à necessidade de, inicialmente, se rastrear e inventariar impressos protestantes que circularam no Brasil oitocentista destinados a vários segmentos sociais, com distintos objetivos, inclusive o educacional. Temas diversos compunham o corpus bibliográfico. Os mais variados tipos de impressos, publicados em português, inglês, italiano, francês, alemão e grego, eram destinados à devoção pessoal, eclesiologia, romanismo, espiritismo, à liturgia, missões, educação protestante, problemas sexuais, alcoolismo, ciência brasileira, sociologia, teologia pragmática, teologia exegética, teologia pastoral, teosofismo, evangelismo, apologética, política brasileira, batismo, heresia, Reforma Protestante.

A história do livro é um campo de investigação que procura compreender como as ideias eram transmitidas por vias impressas e como o contato com a palavra impressa afetou o comportamento da humanidade nos últimos quinhentos anos. A nova corrente de investigação se desenvolveu principalmente nos anos de 60 do século XX na França sob a perspectiva da escola dos Annales. Os novos historiadores do livro, ao invés de se deterem em detalhes da bibliografia, procuraram descobrir o modelo geral de produção e consumo do mesmo ao longo de grandes períodos de tempo. Concentraram-se não somente nos livros raros e edições de luxo, mas também no tipo mais comum deles, procurando descobrir a experiência literária dos leitores comuns.

Nas sociedades europeias dos séculos XVI a XVIII, os materiais tipográficos provavelmente foram “mais largamente presentes e partilhados do que se pensou por muito tempo”. E a sua circulação entre distintos grupos sociais também foi mais fluida do que se imaginou, ocorrendo uma troca de literatura das chamadas elites, denominada de “erudita”, com os livros ambulantes dos camponeses, criando espaços privados e públicos (CHARTIER, 1996, p. 79).

O vendedor ambulante de impressos, também chamado de mascate ou de colportor, é uma das figuras presente na História do livro e da leitura, agente de difusão de saberes existentes e de práticas que serão clivadas pelos leitores após os usos feitos com o impresso. Analisar o mundo do vendedor[i] significa inseri-lo numa rede de interdependência, de circulação da cultura, permitindo identificar o modo como ele estava posicionado no mercado editorial, numa determinada configuração social.

O mascate carregava sempre consigo uma sacola ou cesta comprida, aberta e na sua frente, pendurada no pescoço, com almanaques, livros e folhetos. Por causa dessa sacola portátil ao pescoço, foi que os franceses o denominaram de colporteur. Ele se equipava com os artigos dos livreiros das cidades, e, em seguida, percorria a zona rural. As aldeias francesas recebiam os colporteurs que, em sua maioria, vinham dos Altos Comminges, nos Pirineus, trabalhavam em pequenos grupos e especializavam-se na distribuição, independente da situação climática em que a região se encontrava, resolvendo parcialmente o problema da distribuição. Em muitas partes da Europa, os impressores não podiam contar com a remessa dos livros para os livreiros nos meses de agosto e setembro, porque os carroceiros largavam os carretos para trabalhar na colheita. Os livros que os mascates traziam consigo eram, na verdade, livretos, ou broadsides, do que verdadeiros livros no sentido moderno da palavra, frequentemente com apenas 32, 24 e até mesmo oito páginas. Desde o século XVI, os folhetos já eram produzidos também na Itália e Espanha.

Muitos desses vendedores ambulantes eram anglicanos que visitavam sistematicamente a área rural, como foi o caso do carroceiro nativo de Poitiers, que pegou em Genebra “uma carga de Bíblias, livros de salmos e literatura calvinista publicada por Laurent da Normandia e se lançou a procurar compradores no Piemonte e no Dauphine rural”. Em 1599, cinco artesãos de diferentes partes da França foram presos numa aldeia das cercanias de Lyon com literatura de Genebra em suas cestas. Apesar do protestantismo não ter entusiasmado muito a maioria dos camponeses franceses, pois não deixava muito espaço para a cultura oral e ritual, foram os editores protestantes que abriram o mercado rural para a colportortagem do século XVII na França, pois, para eles, era necessário instruir os cristãos pobres na lei do Senhor (DAVIS, 1990, p. 168).

A Bibliotheque Bleue foi uma coleção de livros publicada em Troyes e em outros lugares, durante o século XVII, e distribuída pelos colportores por toda a França. Funcionando como disseminadores de uma cultura letrada, eles muitas vezes escolhiam os títulos para o seu estoque de vendas, fazendo circular textos que não somente eram consumidos nos grandes centros comerciais, como Londres, Paris e Madri, mas em pequenas cidades e aldeias.  Para a maioria da população que vivia no campo, o problema da distribuição era maior, mas não insolúvel, pois os diversos tipos de impressos, principalmente os folhetos, de edição mais barata, podiam ser comprados com os mascates.

O comércio na maioria das pequenas cidades funcionava como uma série de círculos concêntricos. No centro, existiam uma ou duas firmas que tentavam monopolizar o mercado editorial; na periferia alguns pequenos comerciantes especializavam-se em brochuras populares e livros usados, montando clubes de leitura, cabinets littèraires ou lesegesellschaften, e encadernadoras ou então, mascateando suas mercadorias em outras regiões, muitas vezes, vendendo literatura proibida.

Desde o século XVI, a literatura não ortodoxa e, posteriormente, a protestante, foi transportada clandestinamente e em grande quantidade, de modo que sua penetração variou conforme a eficiência do contrabando. Gêneros como brochuras populares e publicações de terror e mistério circulavam por sistemas especiais de distribuição, que necessitam de um estudo mais aprofundado pelos historiadores do livro.

A divulgação de impressos religiosos chegou ao Brasil a partir do ano de 1818, através do trabalho de propaganda desencadeado pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira (BFBS) e pela Sociedade Bíblica Americana (ABS). A primeira foi fundada em 1804 e a segunda, em 1816. Eram instituições mundiais que tinham como finalidade a divulgação integral ou parcial da Bíblia na língua vernácula de cada povo. Antes mesmo de estabelecerem agências no Brasil, iniciaram um trabalho de divulgação e propagação das ideias protestantes no país nas primeiras décadas do século XIX expedindo Bíblias e Novos Testamentos através da embaixada inglesa, por portadores diretos, por comerciantes, pelos comandantes de navios que zarpavam dos Estados Unidos. Essas instituições prescreviam o percurso de comunicação dos seus impressos, definindo os temas, os autores, os agentes, e os colportores.

O agente tinha nível superior e era o representante institucional no país que estivesse trabalhando. Já o colportor, no Brasil, se caracterizou como o expedidor e vendedor ambulante de impressos protestantes. Este, geralmente, tinha formação escolar primária. Sua missão era criar polêmica com as autoridades eclesiásticas locais através da imprensa e observar a cidade mais propícia para as futuras instalações de igrejas e escolas protestantes.

As sociedades bíblicas eram associações voluntárias, funcionando desde o início do século XIX como instrumentos de intervenção internacional na área religiosa. Eram organizações administrativas pertencentes a comunidades protestantes com o objetivo de manter a propaganda evangélica no seu país e no estrangeiro.    

As sociedades voluntárias, ou sociedade de ideias, – maçônicas, patrióticas, literárias, religiosas etc – foram formas modernas de sociabilidade que ofereceram “novos modelos associativos em meio de uma sociedade globalmente organizada em torno de uma estrutura corporativa hierárquica (ordens) e composta na essência por atores sociais coletivos”. Como contraponto da sociedade tradicional, do Antigo Regime, aquelas organizações foram “portadoras da modernidade, no sentido de que estruturavam novas formas de organização do social, não centradas sobre os antigos grupos, mas no indivíduo como ator político e social”. Eram caracterizadas pelo fato de que “cada um de seus membros terem somente uma relação com as ideias, com os fins”. Aquelas novas associações funcionaram como laboratórios democráticos nos quais seus membros se educavam pela prática política moderna enquanto indivíduo-cidadão que exercia sua soberania como parte do grupo de eleitores (BASTIAN, 1993, p. 8).

Nos Estados Unidos durante o século XIX, elas tomaram outra dimensão. A racionalização da religião que ocorreu na cultura norte-americana durante o século XIX transformando-a em controle psicofísico, foi denominada por Weber de desencantamento do mundo – due Entzaubergun der Welt –. A moderna posição dos clubes sociais seculares, com recrutamento por eleição, foi em grande parte produto de um processo de secularização daquelas seitas nas quais o indivíduo era admitido por votação, após um exame e uma comprovação de sua conduta ética, do seu comportamento religioso, do seu modo de vida metódico. Uma das características da democracia norte-americana foi que ela se constituiu “num animado complexo de associações rigorosamente exclusivas, embora, voluntárias”. E, para ser plenamente aceito naquela democracia, era preciso “se conformar não só às convenções da sociedade burguesa, mas mostrar que fora capaz de ingressar, por votação, numa das seitas, clubes, ou sociedades, não importa de que tipo, desde que fosse tida como suficientemente legítima” (WEBER, 2004, p. 355-357).

Como contraponto da sociedade tradicional, do Antigo Regime, tais organizações foram “portadoras da modernidade, no sentido de que estruturavam novas formas de organização do social, não centradas sobre os antigos grupos, mas no indivíduo como ator político e social”. Eram caracterizadas pelo fato de “cada um de seus membros terem somente uma relação com as ideias, com os fins”. As associações voluntárias funcionaram como laboratórios democráticos nos quais seus membros se educavam pela prática política moderna como indivíduo-cidadão que exercia sua soberania como parte do grupo de eleitores (BASTIAN, 1993, p. 8).

Durante o século XIX, a sociedade norte-americana viu surgirem muitas associações destinadas a fazer circular impressos cristão não apenas nos Estados Unidos da América, mas também em outros países do mundo. Essas instituições cumpriram importante papel nos países da América Latina, principalmente no Brasil. Dentre as organizações de maior vulto, foi possível listar a American and Foreign Christian Union, da American Seamen’s Friends Society, American Tract Society e American Sunday School Union, dentre outras.

A primeira Sociedade Bíblica nos Estados Unidos foi estabelecida na Filadélfia, no ano de 1808, cerca de quatro anos após a organização da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, em Londres. A segunda, a Sociedade Bíblica de Connecticut foi estabelecida em Hartford no mês de maio de 1809. A terceira, a Sociedade Bíblica de Massachusetts, foi organizada em Boston, em julho do mesmo ano. A quarta, a de Nova Jérsei, iniciou seu trabalho em Princeton, no final do mesmo ano. A quinta, a Sociedade Bíblica da Cidade de Nova Iorque, foi instituída durante o ano de 1810. Outras sociedades similares surgiram em locais diferentes do país até o ano de 1816, quando já existiam aproximadamente 60 delas.

Durante o primeiro ano de sua existência, 35 dessas organizações tornaram-se colaboradoras da Sociedade Bíblica da Filadélfia, por serem frágeis no início do seu funcionamento e, baseando-se em suas localizações dispersas, obrigadas a conduzir o trabalho bíblico sob condições de desvantagem. Essa questão foi amplamente discutida pelos seus membros, tanto pública quanto internamente, até o ano de 1815, quando um plano para uma Sociedade Bíblica Nacional foi formalmente proposto pela organização de Nova Jérsei, tendo como seu presidente o advogado Elias Boudinot, de Burlington. A proposta sugeriu que fosse realizada uma convenção no Estado de Nova Iorque.

A Convenção reuniu, no dia 8 de maio de 1816, os 60 membros da Instituição. O evento foi realizado na Sala do Conselho Eclesiástico da Igreja Holandesa Reformada, na Rua do Jardim, em Nova Iorque[ii]. Representantes de 35 Sociedades Bíblicas norte-americanas compareceram à Convenção, além de quatro representantes da Sociedade de Amigos. O advogado Joshua M. Wallace, representante da Sociedade Bíblica de Nova Jérsei, foi escolhido o Presidente da Convenção. Os pastores e doutores em Dinvidade, J. B. Romeyn e Lyman Beecher, foram eleitos secretários. Na mesma ocasião, foram escolhidos os Administradores Executivos e um Conselho de Supervisores.

A Constituição da Sociedade Bíblica Americana foi elaborada e aprovada por um comitê, constituído por 10 membros[iii]. O presbiteriano Elias Boudinot, primeiro Presidente da Sociedade, ao anunciar o evento à Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira em Londres, afirmou: “Não houve nenhuma voz discordante na Convenção, embora ela tenha sido formada por diferentes denominações; todos eles pareciam ser de um coração e de uma mente. Todos os procedimentos, começando na quarta-feira dia 8 de maio até a segunda-feira, dia 13” (The Manual of the American Bible Society, 1878, p. 12).

A Sociedade Bíblica Americana iniciou imediatamente suas atividades. Tinha a função de produzir e distribuir as Escrituras, sob nenhuma hipótese com fins lucrativos, mas unicamente com o propósito filantrópico e cristão, segundo definido em seus documentos. De acordo com o Manual da ABS (1878), a instituição

 

deve sua origem não somente ao desejo de baratear o custo das Escrituras, de modo a trazê-las ao alcance de todas as classes de pessoas que têm os meios para adquiri-las; mas também ao desejo de levar as Escrituras a regiões mais afastadas e empobrecidas do país, onde elas, de outro modo, jamais poderiam ter sido levadas; de sorte que todos os tipos de pessoas e todas as variedades de domicílios possam tê-las como sua posse, através da compra ou através de doação. Em todos os casos em que a Sociedade vende as Escrituras, ela assim o faz a um baixo custo; e onde há indivíduos ou famílias financeiramente destituídas, e ao mesmo tempo incapazes ou não desejosos de adquiri-las, ela as oferece sem dinheiro e sem preço (The Manual of the American Bible Society, 1878, p. 12).

 

Sua Constituição também definia que a ABS era plural e aberta a todas as denominações. Seu Conselho Administrativo possuía sete diferentes denominações cristãs,

 

se esforçando para fazer circular as Escrituras entre todas as classes de modo imparcial, e seus negócios são administrados sem preconceitos denominacionais ou controladores. Neste contexto, é próprio se referir ao princípio adotado em relação à publicação de notas e comentários nas Escrituras. O primeiro artigo da Constituição explicitamente declara que ‘o único objetivo da Instituição é o de encorajar uma circulação mais ampla das Escrituras Sagradas sem notas ou comentários’ (The Manual of the ABS, 1878, p. 13).

 

Ainda de acordo com a Constituição, a administração da ABS estava confiada a um Conselho de Diretores, constituído de 35 homens leigos, um quarto dos quais saíam do Conselho a cada ano, mas continuavam reelegíveis. Leigos que poderiam ser Diretores Vitalícios (mediante pagamento de cento e trinta dólares), estavam autorizados a frequentar as reuniões do Conselho, podendo opinar e votar. De acordo com o documento analisado, o número de homens “que tem estado conectado ao Conselho de Diretores, desde a organização da Sociedade, é de cento setenta e seis”. A Constituição também definiu que o Conselho de Diretores se reuniria regularmente na “Sala dos Diretores na Casa da Bíblia, em Nova Iorque, na primeira quinta-feira de cada mês, às três e meia da tarde, e mais frequente que isso, caso os negócios da Sociedade venham a requerê-lo, por motivo de recesso, ou em reunião especial” (The Manual of the ABS, 1878, p. 18).

Durante 20 anos após sua organização, a Sociedade Bíblica Americana prosseguiu com suas atividades sem estar legalmente constituída perante as normas legais do Estado norte-americano. Contudo, no dia 25 de março de 1841, um Estatuto para a sua legalização foi promulgado pelas leis do Estado de Nova Iorque. Estatutos subsequentes também foram aprovados pelo mesmo Estado, em 13 de abril de 1852, e, no dia 24 de abril de 1872. Tais normas estatutárias

 

deram-lhe autoridade especial para comprar, ter direito à propriedade, e transferir título de propriedade do patrimônio que lhe pertence, em Astor Place, e também, sob certas condições, se apossar de patrimônio por meio de doação, doação testamentária condicional, ou doação testamentária, de forma que a Sociedade torna-se agora totalmente competente, e devidamente autorizada por lei, para manter quaisquer tipos de acordos sob sua custódia (The Manual of the ABS, 1878, p. 11).

           

O Manual da Sociedade Bíblica Americana ainda registrou sua organização administrativa, composta por Presidente, Vice-Presidente, Secretário, Tesoureiro, Escriturário, Contador, Agente, Agente Geral, Contador Assistente. Nos registros até agora analisados por este estudo, foram identificados oito ocupantes do cargo de presidente e 103 vice-presidentes, desde a sua fundação até o ano de 1872.

 

Quadro 1 – Relação dos Presidentes da Sociedade Bíblica Americana (1816-1872)

 

PRESIDENTE

MANDATO

Elias Boudinot

1816

John Jay

1821

Richard Varick

1828

John Cotton Smith

1831

Theodore Frelinghuysen

1846

Luther Bradish

1862

James Lenox

1864

William H. Allen

1872

Fonte: The Manual of the American Bible Society, 1878.

 

A Secretaria foi ocupada por 19 pessoas, entre 1816 e 1874, todos elas, pastores, conforme quadro a seguir.

 

Quadro 2 – Relação dos Secretários da Sociedade Bíblica Americana (1816 -1874)

SECRETÁRIO

MANDATO

John M. Mason

1816

John B. Romeyn

1816

James Milnor

1819

Selah S. Woodhull

1820

Thos McAuley

1825

Charles G. Sommers

1825

Nathan Bangs

1827

John C. Brigham

1828

Spencer H. Cone

1833

Edmund S. James

1840

Noah Levings

1844

S. Ireneus Prime

1849

Joseph Holdich

1849

Joseph C. Stiles

1851

James H. M'Neill

1853

William J. R. Taylor

1862

T. Ralston Smith

1866

Edward W. Gilman

1871

Alexander M'Lean

1874

Fonte: The Manual of the American Bible Society, 1878.

 

Foram oito os Tesoureiros da Sociedade Bíblica Americana até agora identificados, entre 1816 e 1840.

 

Quadro 3 – Relação de Tesoureiros da Sociedade Bíblica Americana (1816-1840)

TESOUREIRO

MANDATO

Richard Varick

1816

William W. Woolsey

1820

John Adams

1828

Garrett N. Bleecker

1832 (5 meses)

Hubert Van Wagenen

1832

John Nitchie

1836

Abraham Keyser

1838

William Whitlock

1840

Fonte: The Manual of the American Bible Society, 1878.

 

A documentação já analisada ainda registrou que os cargos de Escriturário

É recorrente encontrar em documentos do século XIX queixas como as formuladas em 1829, pelo missionário metodista norte-americano Daniel Parish Kidder quanto a ausência de livros didáticos produzidos em território brasileiro ou, ao menos, adequados às condições locais. Tal problema era visto como impeditivo ao desenvolvimento da educação nacional. Mesmo o esforço de editores como Baptiste Garnier não seria suficiente para o suprimento das necessidades brasileiras na área. As dificuldades do mercado brasileiro do livro didático teriam possibilitado que durante toda a segunda metade do século XIX e pelo menos durante as duas primeiras décadas do século XX muitos editores portugueses continuassem a produzir livros escolares – didáticos e complementares do trabalho escolar – destinados a estudantes portugueses e brasileiros.

Todavia, quando analisamos detalhadamente algumas questões, observamos que os mesmos Kidder e seu parceiro de publicações na metade do século XIX, e James Cooley Fletcher desenvolveram um intenso trabalho objetivando a circulação de impressos e as práticas de leitura entre nós. Ambos atuaram no Brasil como missionários e representaram algumas associações norte-americanas. Kidder era metodista e viajou pelo Brasil vendendo Bíblias como representante da American Bible Society – ABS. Ainda em 1829, segundo Reily (1984, p. 68), ele propôs à Assembleia Legislativa da Imperial Província de São Paulo o fornecimento gratuito de exemplares do Novo Testamento, traduzido para o português pelo Padre Antônio Pereira de Figueiredo, em quantidade suficiente para entregar 12 exemplares a cada uma das escolas primárias da província, mediante a condição única de que tais volumes fossem desembaraçados, quando entregues à Alfândega do Rio de Janeiro, distribuídos, conservados e usados pelas diversas escolas, como livros de leitura geral e instrução para seus alunos.

Segundo o Jornal do Commercio, Kidder

 

empreendeu o primeiro esforço sistemático para promover uma larga difusão das Escrituras Sagradas no Brasil. Realizou seu trabalho com a ajuda do missionário Spaulding, que havia se havia estabelecido no país um ano antes dele. Fixou residência no Rio de Janeiro e passou a visitar as principais cidades das províncias do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, locais em que realizou uma ampla distribuição de Bíblias e Novos Testamentos (Jornal do Commercio, 12 de dezembro de 1837).

 

Os usos daquele material religioso ultrapassavam a área da Teologia, sendo também utilizados pedagogicamente como livros didáticos de leitura:

 

Tendo se espalhado a notícia de que havíamos recebido um bom suprimento das Escrituras Sagradas, nossa casa ficou literalmente cheia de pessoas de todas as idades e condições sociais: desde os velhos, até os meninos, o fidalgo e o escravo. Na sede de nossa missão, foram distribuídos gratuitamente muitos exemplares das Escrituras Sagradas. Entre as pessoas que nos procuraram pessoalmente estavam diretores de escolas e alunos. (...) (Jornal do Commercio, 12 de dezembro de 1837).

 

Além do trabalho como missionário, Fletcher foi também secretário interino da Legação dos Estados Unidos no Rio de Janeiro. Esforçou-se muito por estimular também o comércio e o intercâmbio entre os dois países, Brasil e Estados Unidos. Seguro de que o progresso resultaria um maior relacionamento dos brasileiros com a América do Norte, Fletcher considerava tal atividade como parte integrante da sua missão e os resultados como legítimo fruto missionário (KIDDER E FLETCHER, 1941, p. 70). A partir de 1851, ele passou a trabalhar no Brasil como Agente da American and Foreign Christian Union, da Sociedade Americana dos Amigos dos Marinheiros e da American Bible Society em uma missão que durou até 1854 distribuindo impressos por todo o país (KIDDER E FLETCHER, 1941, p. 75). Voltou a atuar como Agente da American Tract Society entre 1868 e 1869. Durante a sua atuação, entre 1855 e 1856, como Agente da União Americana de Escolas Dominicais, Fletcher viajou quase cinco mil quilômetros no interior do país distribuindo Bíblias, um dos objetivos daquela organização.

Nas análises até agora realizadas, foi possível observar que outros agentes da ABS se somaram a Kidder e Fletcher, a partir da metade nos anos 1800. Buscar a ação destes e de outros agentes e colportores, as regiões do Brasil nas quais eles atuaram e levantar as estatísticas de livros e impressos entre nós distribuídos é o que vem fazendo o presente estudo.

Um relatório publicado pela Sociedade Bíblica Americana em 1926, revela que desde o ano de 1882, quando foi estabelecida a chamada Agência das Índias Ocidentais, abrangendo Cuba, Porto Rico, Haiti, Santo Domingo, Ilhas Virgens e as Ilhas Francesas de Martinica e Guadalupe, a circulação total de impressos até o ano de 1925, foi de 1.042.583 volumes. Os dados estatísticos a respeito do Brasil ainda não foram localizados, mas os indicadores de outras regiões são significativos.  

[1] Hallewell (1985: 146), esclarece que à época o formato corrente do livro em circulação no Brasil era o chamado formato francês, “ao qual a maioria dos livros brasileiros se ajustou durante 60 anos ou mais. Esse formato existia em dois tamanhos: in-oitavo (16,5 X 10,5 centímetros), e outro muito mais frequente, o longo in-doze (17,5 X 11,0 centímetros)”.

[1] O agente da BFBS é compreendido aqui como um agente cultural. Conhecemos ainda muito pouco seu mundo social e intelectual, seus gostos e valores, a inserção deles em suas comunidades. Concordamos com Darnton quando afirma que o agente também operava “dentro de redes comerciais, que se ampliavam e se desfaziam como as alianças no mundo diplomático” (DARNTON: 1992, 75).

[1] Esta documentação compõe o acervo da BFBS Archives Indexes/BSAX, que possui cerca de 4.800 correspondências enviadas por correspondentes estrangeiros nos países que trabalhavam (1804-1897).

[1] Este termo foi tomado de empréstimo a Paul Ricoeur pela autora. Ricoeur (1985) cunha as expressões mundo do texto e mundo do leitor para compreender a maneira pela qual opera o encontro entre o autor e o leitor. 

[1] Estiveram presentes à Convenção: Bassett, Rev. John, D.D., Bushwick, Nova Iorque; Bayard, Samuel, Princeton, N.J.; Beecher, Rev. Lyman, Secretário da Convenção, Litchfield, Ct.; Biggs, Thomas J., Nassau Hall, Princeton, N.J.; Blatchford, Samuel, D.D., Lansingburgh, N.Y.; Blythe, Rev. James, D.D., Lexington, Ky; Bogart, Rev. David S., Long Island, N.Y.; Bradford, Rev. John M., D.D., Albany, N.Y.; Burd, William, Lynchburgh, Va.; Caldwell, John E., Nova Iorque; Callender, Levi, Catskill, N.Y.; Chester, Rev. John, Albany, N.Y.; Clarke, Matthew St. Clair, Chambersburgh, Penn.; Cooley, Rev. Eli F., Cooperstown, N.Y.; Cooper, James Fennimore, Cooperstown, N.Y.; Day, Orrin, Catskill, N.Y; Eddy, Thomas, N.Y.;  Ford, Henry, Cayuga County, N.Y.; Forest, Rev. Robert, Delaware County, N.Y.; Griscom, John, Nova Iorque.; Hall, Rev. James, D.D., Statesview, N.C.; Henshaw, Rev. J.P.K., Baltimore, Md; Hornblower, Joseph C., Newark, N.J.; Humphrey, Rev. Heman, Fairfield, Ct.; Jay, William, Bedford, N.Y.; Jones, Rev. David, Newark, N. J.; Lewis, Rev. Isaac, D.D., Greewich, Ct.; Linklaen, Gen. John, Cazenovia, N.Y.; M'Dowell, Rev. John, Elizabethtown, N. J.; Mason, Rev. John M., D.D., Nova Iorque; Milledoler, Rev. Philip D.D., Nova Iorque; Morse, Rev. Jedediah, D.D., Charlestown, Mass.; Mott, Valentine, M.D., Nova Iorque; Mulligan, William C., Nova Iorque; Murray, John, Jr., Nova Iorque; Neil, Rev. John, D.D., Albany, N.Y.; Nott, Rev. Eliphalet, D.D., Schenectady, N.Y.; Oliver, Rev. Andrew, Springfield, N.Y.; Platt, Isaac W., Nassau Hall, Princeton, N. J.; Proudfit, Rev. Alexander, D.D., Salem, N.Y.; Rice, Rev. John H., Richmond, Va.; Richards, Rev. James, D.D., Newark, N. J.; Romeyn, Rev. John B., D.D., Secretário da Convenção, Nova Iorque; Sands, Joshua, Brooklyn, N. Y.; Sayres, Rev. Gilbert H., Jamaica, N.Y.; Sedgwick, Robert, Nova Iorque; Skinner, Ichabod, Connecticut; Spring, Samuel, D.D., Newburyport, Mass.; Spring, Rev. Gardiner, Nova Iorque; Swift, Gen. Joseph G., Brooklyn, N. Y.; Taylor, Rev. N.W., New Haven, Ct.; Van Sinderen, Adrian, Newtown, N. Y.; Vroom, Guysbert B., Nova Iorque; Wallace, Joshua M., Presidente da Convenção, Burlington, N. J.; Warner, Henry W., Nova Iorque; Williams, Rev. John, Nova Iorque; Williams, William, Vernon, Nova Iorque; Wilmur, Rev. Simon, Swedesboro, N. J.; Woodhull, Rev. George S., Cranberry, N.J.; Wright, Charles, Flushing, N. Y.

[1] Integravam o Comitê os seguintes membros: Reverendos Drs., Nott, Mason, Beecher, Rice, Morse, e Blythe, Reverendos Monsenhores Wilmur e Jones, Monsenhores Samuel Bayard e William Jay, e o Sr. Charles Wright.

 

ALMEIDA, Mirianne S.; NASCIMENTO, Ester F. V. B. do. Nota prévia acerca da circulação de impressos no Brasil: a Coleção Folhetos Evangélicos. Leitura, Teoria & Prática, v. 58, 2012, p. 1-8.

AMERICAN BIBLE SOCIETY. Bible work in Latin American. New York: American Bible Society Press, 1878.

AMERICAN BIBLE SOCIETY. The Manual of the American Bible Society. From the One Hundred and Tenth Annual Report of the American Bible Society. New York: American Bible Society Press, 1926.

BARRETO, Raylane A. D. N.; NASCIMENTO, Ester F. V. B. C. do; SALES, Tâmara R. R. Sobre a circulação de livros e a leitura na Colônia brasileira. Araucaria. (Madrid), v. 30, 2013, p. 45-61.

 

BASTIAN, Jean-Pierre Bastian (Comp.). Protestantes, liberales y francmasones. Sociedades de ideas y modernidad en América Latina, siglo XIX. México: Fondo de Cultura Económica/CEHILA, 1993.

BRITISH AND FOREIGN BIBLIE SOCIETYS LIBRARY. Archives Indexes/BSAX (1804-1897). CAMBRIDGE: Cambridge University Library, 1956.

CHARTIER, Roger. Conferência de abertura do IX CBHE. João Pessoa, UFPB, 2017.

CHARTIER, Roger. A ordem dos livros. Leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e XVIII. 2ª ed. Brasília: UnB, 1998.

DARNTON, Robert. Edição e sedição. O universo da literatura clandestina no século XVIII. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette. Mídia, cultura e revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

DAVIS, Natalie, Zemon.  Culturas do povo. Sociedade e cultura no início da França moderna. São Paulo: Paz e Terra, 1990.

HALLEWEL, Laurence. O livro no Brasil. São Paulo: T. A. Queiroz/EDUSP, 1985.

KIDDER, Daniel P. e FLETCHER, J. C. O Brasil e os brasileiros (esboço histórico). 7ª ed, São Paulo: Companhia Editora Nacional, v. 1, 1941.

NASCIMENTO, Ester Fraga. Vilas-Bôas Carvalho do; NASCIMENTO, Jorge Carvalho do. Edition and circulation of the British and Foreign Bible Society Booklets. International Journal of Science and Research, v. 8, 2019, p. 1053-1061.
Homepage: 
http://https://www.ijsr.net/archive/v8i5/ART20197327.pdf.

NASCIMENTO, Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho do; ALMEIDA, Mirianne S. Circulação de Impressos no Brasil: considerações sobre os catecismos protestantes. In: BERGER, Miguel André e NASCIMENTO, Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho do. (Orgs.). Imprensa, Impressos e Práticas Educativas. Fortaleza: UFC, 2012, p. 23-44.

NASCIMENTO, Ester F. V. B. C. do. A teoria sobre associações voluntárias como matriz interpretativa das instituições escolares protestantes. In: XAVIER, Libânia, TAMBARA, Elomar e PINHEIRO, Antônio Carlos Ferreira (Orgs.). História da Educação no Brasil: matrizes interpretativas, abordagens e fontes predominantes na primeira década do século XXI. Espírito Santo: EDUFES, 2011a, v. 5, p. 355-377.

NASCIMENTO Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho do. Brasil e Portugal: Associações Voluntárias e Impressos Protestantes. In: NASCIMENTO, Aristonildo Chagas Araújo e MOURÃO, Arminda Rachel Botelho (Orgs.). Educação, Culturas e Diversidade. Manaus: EDUA, 2011b, p. 233-262.

 

NASCIMENTO, Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho do. Educar, curar, salvar. Uma ilha de civilização no Brasil tropical. Maceió: EDUFAL; Aracaju: UNIT, 2007.

NASCIMENTO, Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho do. A Escola Americana: origens da educação protestante em Sergipe (1886-1913). São Cristóvão: Grupo de Estudos em História da Educação/NPGED/UFS, 2004.

NASCIMENTO, Jorge C. do. Nota prévia sobre a palavra impressa no Brasil do século XIX: a Biblioteca do Povo e das Escolas. Horizontes (Bragança Paulista), Bragança Paulista/SP, v. 19, 2001, p. 11-27.

REILY, Ducan Alexander. História documental do Protestantismo no Brasil. São Paulo: ASTE, 1984.

WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

Encontrou algo a ajustar?

Ajude-nos a melhorar este registro. Você pode enviar uma correção de metadados, errata ou versão atualizada.