Metadados do trabalho

Programa Pré-Uneal: Uma Análise Das Perspectivas E Desafios Dos Acadêmicos Extensionistas Da Universidade Estadual De Alagoas

Maria José Houly Almeida de Oliveira

Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar as contribuições do Programa de Extensão PRÉ-UNEAL para melhoria da formação acadêmica e profissional dos egressos da Universidade Estadual de Alagoas. A metodologia utilizada foi documental, como Relatórios, editais, materiais e dados estatísticos contidos no Banco de dados do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação (GEPE/UNEAL). Participaram deste estudo 13 alunos, sendo 7 bolsistas e 6 voluntários. Os resultados apontaram que Pré-UNEAL promoveu o contato entre os acadêmicos e os alunos da educação básica, a interação entre academia e sociedade, através de relações individuais, coletivas e metodologias inovadoras, possibilitando-lhes autonomia e protagonismo, estimulando sua formação como cidadão crítico e responsável, tornando-os mais comprometidos com sua atuação pessoal, social e profissional.

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OLIVEIRA, Maria José Houly Almeida de. Programa Pré-UNEAL: Uma Análise das Perspectivas e Desafios dos Acadêmicos Extensionistas da Universidade Estadual de Alagoas. Anais do Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade, 2022 . ISSN: 1982-3657. Disponível em: https://www.coloquioeducon.com/hub/anais/404-programa-pr%C3%A9-uneal-uma-an%C3%A1lise-das-perspectivas-e-desafios-dos-acad%C3%AAmicos-extensionistas-da-universidade-estadual-de-alagoas. Acesso em: 16 out. 2025.

Programa Pré-UNEAL: Uma Análise das Perspectivas e Desafios dos Acadêmicos Extensionistas da Universidade Estadual de Alagoas

 

     

         1. Introdução

Nos dias atuais com o sistema social global, marcado pela complexidade, imprevisibilidade e interdependência, são vários os desafios para os países, as comunidades, as instituições, organizações e para os próprios indivíduos. As rápidas transformações sociais, os avanços científicos e tecnológicos, a globalização econômica e cultural e os problemas ambientais, emergem como desafios globais que requerem uma reflexão holística a fim de definir as competências que contribuem para o sucesso global da vida de cada indivíduo e, para o bom funcionamento da sociedade Rychen e Tiana, (2005); Sá e Paixão (2015).

Nesse contexto, surge a necessidade de adotar competências essenciais para a vida, que possibilitem aos indivíduos compreender e participar na sociedade do conhecimento por meio do saber, o ser e o saber resolver os problemas com que o mundo atual em mudança, Alonso (2006); Sá e Paixão (2015). “Inovar é a ordem de qualquer processo investigativo, pois não basta apenas coletar dados, analisá-los, apresentá-los e defendê-los, é necessário ir além desses marcos incorporando a sensibilidade ao outro” Oliveira (2017, p.85). Os sistemas educativos estão responsáveis em dar respostas aos desafios da sociedade mundialmente conectada pelas tecnologias da informação e comunicação, Delors (2005). Por isso, é preciso que qualquer profissional, especialmente o professor contribua com seus saberes, seus valores, suas experiências nessa complexa tarefa de melhorar a qualidade da educação.

Nesse sentido a extensão universitária como objeto de estudo, destaca-se como uma das práticas acadêmicas que viabiliza questionar os rumos da universidade, a relação da universidade com a sociedade, além de influenciar para formação integral do estudante com vistas a formar profissionais cidadãos críticos, competentes, transformadores capazes de atuar na sociedade. As atividades de extensão universitária vivencia um momento extremamente importante nas instituições de ensino superior a fim de consolidar o fazer acadêmico de indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e seu papel na sociedade. Hoje, essa temática tem sido muito discutida nos Fóruns de Extensão e no âmbito da universidade, sendo evidenciada a grandeza que extensão ocupa no meio acadêmico, na sociedade e para o desenvolvimento econômico e social, entre outros aspectos. As normatizações universitárias necessitam melhor dispor-se diante das funções acadêmica, social e articuladora da universidade. Portanto, ensino, a pesquisa, extensão e a troca de conhecimentos será o grande diferencial do mundo contemporâneo, principalmente o meio universitário Mendonça et. al (2013). 

Deste modo, com base nos estudos de Freire (1985); Santos (2004); Sá, Paixão (2015); Serrano (2015); Oliveira (2017); (Brasil, 2018), entre outros pesquisadores de referência em pesquisas das diferentes áreas do conhecimento, busca-se respostas para as seguinte questões: Quais são os efeitos do Programa de Extensão Pré-UNEAL para a formação dos acadêmicos extensionistas da UNEAL? A experiência no programa de extensão está relacionada à sua futura profissão favorecendo na construção da identidade docente? Este trabalho tem como objetivo analisar as contribuições do Programa de Extensão PRÉ-UNEAL para melhoria da formação acadêmica e profissional dos egressos da Universidade Estadual de Alagoas. Deste modo, com base nos estudos de Freire (1985); Santos (2004); Sá, Paixão (2015); Serrano (2015); Oliveira (2017); (Brasil, 2018), entre outros pesquisadores de referência em pesquisas das diferentes áreas do conhecimento, busca-se respostas para as seguinte questões: Quais são os efeitos do Programa de Extensão Pré-UNEAL para a formação dos acadêmicos extensionistas da UNEAL? A experiência no programa de extensão está relacionada à sua futura profissão favorecendo na construção da identidade docente?

Este trabalho tem como objetivo analisar as contribuições do Programa de Extensão PRÉ-UNEAL para melhoria da formação acadêmica e profissional dos egressos da Universidade Estadual de Alagoas. O programa de extensão PRÉ-UNEAL vem há 13 anos fomentando a prática de extensão universitária através da mobilização dos universitários, visando preparar os alunos da rede pública do Estado de Alagoas para ingressarem na Universidade, propiciar ao aluno universitário momentos de atuação como professores a fim de melhorar a formação inicial dos alunos dos Cursos de Formação de Professores. Portanto, discutiremos dois temas considerados importantes para o desenvolvimento deste estudo: “Breve Panorama histórico da origem da Extensão e Programa de Extensão PRÉ- UNEAL”.

 

 

1.1 Breve panorama histórico da origem da Extensão Universitária

A universidade frente às crescentes e complexas mudanças tem buscado se inserir na sociedade com práticas que dialoguem com os diversos saberes, procurando refletir sobre as mudanças de seu tempo e as contradições do poder, ao passo que a extensão universitária tem procurado legitimar-se como prática social (Cabral, 2012).

O tema da extensão universitária e seu significado nas universidades brasileiras têm sido bastante discutidos, é perceptível ver uma acumulação fantástica de contradições, paradoxos, equívocos, imprecisões e diversidades de entendimentos que limitam o entendimento de seu papel, Serrano (2015). Portanto, para compreender a prática de extensão universitária nas universidades públicas supõe conhecer historicamente como se deu sua política na história da educação brasileira.

A história da Extensão Universitária está ligada à origem das Universidades europeias, caracterizando-se por campanhas de saúde e assistência às populações carentes, Castro, (2015); Rocha (2012). Surgiu na Inglaterra do século XIX, com o intuito de direcionar novos ca­minhos para a sociedade, bem como, promover a educação continuada para os adultos que não tinham acesso ao ensino superior. Hoje, nos debates epistemológicos contemporâneos surge como instrumento a ser utilizado pela universidade para a efetivação do seu compromisso social. A construção do conceito de extensão tem como base persuadir a universidade e a co­munidade proporcionando benefícios e adquirindo conhecimentos para ambas as partes, condição para o fortalecimento institucional, melhoria da formação dos estudantes universitários (Nogueira, 2005); Rodrigues (2013).

No Brasil, foi a partir do Decreto nº 19.851, de 11/04/1931, da Constituição Federal Brasileira, durante o Governo Provisório de Getúlio Vargas, que o ministro Francisco Campos lançou o Estatuto da Universidade Brasileira e nele começou a fazer referência à extensão, indicando a aproximação entre o ensino superior e a sociedade através de cursos, conferências e outras atividades educativas no espaço acadêmico, (Rocha, 2012). Portanto, foi na década de 30, que universidades públicas foram convocadas a assumir por parte dos órgãos governamentais o dever de retornar à população (carente) suas produções e seus conhecimentos.

Na década de 1940 poucas discussões ocorreram acerca da extensão universitária, porém foi no fim dos anos 50 e inicio dos anos 60 que surgiram as intenções e ações de compromisso e interesse com as classes populares, Antunes, Gadotti e Padilha (2018), os estudantes universitários brasileiros, organizados na União Nacional dos Estudantes - UNE, iniciaram movimentos culturais e políticos considerados como fundamentais para a formação das lideranças intelectuais de que necessitava o país (FORPROEX, 2012). As áreas de atuação extensionista estavam definidas, antes mesmo que o conceito fosse formalmente definido. A extensão universitária adquiriu forma oficial pelo Decreto-Lei No 252/67, de 28/02/67, no artigo 10, a missão da universidade deverá estender à comunidade, por meio de cursos e serviços especiais, os programas de ensino e pesquisa, que lhe são inerentes, Toscano; Lira (2012). O conceito de universidade começou a ser atrelado ao trinômio ensino-pesquisa-extensão, período em que as instituições de educação superior passaram a discutir a questão da práxis universitária, incorporando políticas, refletindo as concepções e diretrizes para a extensão universitária.

No início da década de 1970, à visão de extensão universitária era vista sobre dois aspectos: 1- fortalecimento dos movimentos sociais; 2- o caráter manipulador e assistencialista. Destacando-se um novo cenário, o início de negociações para a redemocratização do Brasil, “ressurgiram os movimentos populares e organizações não governamentais e sindicais que deram nova vida a extensão universitária na perspectiva da educação popular”, Antunes, Gadotti e Padilha (2018, p. 210).

Na década de 80, a extensão passou a ser objeto de debates que anunciavam sua participação definitiva como prática acadêmica necessária à formação (complementar) de docentes e discentes e indissociada do ensino e da pesquisa, Oliveira e Garcia (2009). No final dessa década houve o reconhecimento legal das atividades acadêmicas de extensão, sua inclusão na Constituição de 1988, artigo 207. A organização do Fórum de Pró - Reitores de Extensão proporcionou à comunidade acadêmica as condições e o lugar para uma conceituação precisa da extensão universitária, BRASIL, (2000); PARREIRA, (2012).

 

Processo educativo, cultural e cientifico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre universidade e a sociedade. A extensão e uma via de Mão dupla, com trânsito assegurado a comunidade acadêmica que encontrara na sociedade, a oportunidade de elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico. No retorno a universidade, docentes e discentes trarão um aprendizado que, submetido a reflexão teórica, será associado aquele conhecimento. Este fluxo que estabelece a troca de saberes sistematizado, acadêmico e popular, terá como consequência: a produção de conhecimento resultante do confronto com a realidade brasileira regional; a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da universidade. Além de instrumentalizada deste processo dialético de teoria/prática, extensão e um trabalho interdisciplinar que favorece a visão integradora social BRASIL, (2012, p. 5).

 

Na década de 1990, a extensão foi vista como um espaço privilegiado para viabilizar a interação do social e do institucional, em variadas e amplas dimensões, a fim de difundir e construir novos conhecimentos, articular um processo educativo, cultural e científico, ao lado do ensino e da pesquisa, gerado pelas possibilidades e pela força nascidas das relações sociais e comunitárias frutos da intensa reflexão provocada sobre paradigmas atuais, Oliveira e Garcia, (2009). Em 1996, a Lei n. 9.394, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, reafirma os princípios estabelecendo como uma das finalidades da universidade, (Art.43) a Extensão Universitária.

Deste modo, no início da década de 2000, a concepção de extensão universitária como um conjunto de processos de disseminação de conhecimentos acadêmicos através de cursos, conferências, seminários, de prestações de serviços assistenciais, assessorias e consultorias, difusão de conhecimento e cultura por meio de eventos, já estava superada. “A extensão universitária tornou-se o instrumento por excelência de inter-relação da universidade com a sociedade, de oxigenação da própria universidade, de democratização do conhecimento acadêmico" FORPROEX (2012 p.17), como também (re)produção desse conhecimento por meio da troca de saberes com as comunidades;  uma via de mão dupla ou, como se definiu nos anos seguintes, uma forma de “interação dialógica” que traz múltiplas possibilidades de transformação da sociedade e da própria universidade pública, (FORPROEX, 2012).

A extensão universitária tem sido umas das áreas que mais se desenvolveu nas últimas décadas apesar de ser “uma área de vacância de pesquisa e, dentro dela, sua história é apresentada como dívida López” (2020, p.3). No ano de 2018 são reafirmadas concepção e prática Diretrizes da Extensão, conforme a Resolução da Nº 7 de 18 de dezembro de 2018:

 

A Extensão na Educação Superior Brasileira é a atividade que se integra à matriz curricular e à organização da pesquisa, constituindo-se em processo interdisciplinar, político educacional, cultural, científico, tecnológico, que promove a interação transformadora entre as instituições de ensino superior e os outros setores da sociedade, por meio da produção e da aplicação do conhecimento, em articulação permanente com o ensino e a pesquisa (Brasil, 2018, p.1 art. 3º).

 

 As Diretrizes para a Extensão na Educação Superior determina a contribuição na formação integral do estudante, estimulando sua formação como cidadão crítico e responsável; formação do diálogo construtivo e transformador com respeito à interculturalidade, bem como o fomento de iniciativas que expressem o compromisso social das instituições de ensino superior com todas as áreas. As atividades de extensão devem compor, no mínimo, 10% (dez por cento) do total da carga horária curricular estudantil dos cursos de graduação, as quais deverão fazer parte da matriz curricular dos cursos (Brasil, 2018, p. 1 art. 4º).

Conforme a legislação atual as instituições de ensino superior tem 3 (três) anos a contar da data de sua homologação, isto é até dezembro de 2021, para incluir nos Projetos nos Políticos Institucionais (PPIs); nos Planos de Desenvolvimento Institucionais (PDIs) das entidades  educacionais; nos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs) dos cursos de graduação, a concepção e Diretrizes de Extensão do Ensino Superior o cumprimento de no mínimo 10% (dez por cento) do total da carga horária curricular estudantil dos cursos de graduação para as atividades de extensão.

Diante do exposto, esta resolução regulamenta a extensão na forma de componentes curriculares para os cursos, considerando-os em seus aspectos que se vinculam à formação dos estudantes. “São consideradas atividades de extensão as intervenções que envolvam diretamente as comunidades externas às instituições de ensino superior e que estejam vinculadas à formação do estudante” Brasil (2018, p. 2).

 

        1.2  Contexto do Programa de Extensão PRÉ- UNEAL

Estamos vivendo em uma sociedade em constante mudança, com a da globalização da economia e da virtualidade produzindo cada vez mais a exclusão. Essas mudanças impõem repensar a educação brasileira e explicitam a necessidade de mudanças em seus espaços, tempos e modos de trabalho. Neste contexto, o Brasil é palco de muitos casos que evidenciam as desigualdades sociais como, por exemplo, problemas de ordem educacional. O estado Alagoas, apesar dos esforços, ainda se encontra à margem, por ser o estado com maior índice de analfabetismo e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) mesmo apresentando alguns avanços entre 2015 a 2019, muito precisa ser feito para melhoria da qualidade da educação básica. Em se tratando do ensino superior muitas pessoas buscam esse espaço e frequentemente se deparam com dificuldades como a falta de condições financeiras para manter um curso universitário em uma universidade particular. Diante desse contexto vivido por grande parte dos brasileiros, percebe-se a necessidade de projetos e programas de extensão universitária a fim de integrar a sociedade à universidade, pois a extensão universitária é definida pelo Plano Nacional de Extensão (1991-2001) como “prática acadêmica que objetiva interligar a universidade, em suas atividades de ensino e pesquisa, com as demandas da sociedade” (BRASIL, 2000).

As funções da universidade (ensino, pesquisa e extensão) no senso comum, se consolidam se estiverem em relação com a sociedade e se refletir de forma crítica sobre os processos societários, pressupondo a valorização do fazer em relação com o saber (OLIVEIRA, 2004); (OLIVEIRA, 2015).

A universidade e, em especial, as Prós-Reitorias de extensão devem induzir programas e projetos que visem enfrentar os problemas específicos produzidos pela situação de exclusão Nogueira (2000); (OLIVEIRA, 2015). Destaca-se nessa pesquisa a ausência de atividades de extensão nos cursos de formação de professores como um grave problema para os estudantes, face as suas aptidões e motivações profissionais. As universidades direcionam-se para a criação, a produção do conhecimento e a busca do saber através de atividades de ensino, pesquisa e extensão, onde a pesquisa desenvolve o papel de investigar assuntos pertinentes à sociedade, comprovando a relação contínua entre universidade e sociedade.

Nas últimas décadas o Brasil tem tentado encontrar meios para aumentar o acesso à educação superior. No entanto, os jovens geralmente não tem acesso ao ensino superior gratuito, deparando-se, muitas vezes na luta contra a exclusão. Para mudar essa situação, deve-se buscar estratégias para melhorar as condições de vida da população, igualdade de oportunidades para todos os seres humanos. Nesse contexto, as diretrizes do Plano Nacional de Educação apontam a necessidade de ações que contribuam para a democratização do acesso ao ensino superior gratuito.

Diante do exposto, o programa de extensão PRÉ-UNEAL atualmente PRÉ-ENEM/UNEAL é um projeto de inclusão social, que busca a igualdade de oportunidades para todos os seres humanos e a educação como direito em seus diferentes níveis e modalidades de ensino. O programa foi gestado em 2005 na Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) com o objetivo de fomentar a prática de extensão universitária através da mobilização dos universitários do Curso de Graduação da UNEAL, visando melhorar a formação acadêmica dos graduandos, bem como integrar a universidade com as escolas públicas e preparar os alunos da rede pública do Estado de Alagoas para ingressarem na Universidade. Trata-se de curso de extensão preparatório para ingresso no ensino superior direcionados para alunos das escolas públicas do Estado de Alagoas. O curso tem duração de 8 a 6 meses, os estudantes assistem aula de segunda à sexta-feira, em salas de aula da universidade nos turnos matutino e vespertino. São ofertadas entre 400 e 500 vagas anualmente para os alunos da rede pública que já concluíram ou estão concluindo o 3º ano do ensino médio. Fazem parte do programa das aulas as disciplinas: Biologia, Química, Física, Geografia, História, Matemática, Língua Portuguesa e Inglesa. Atualmente as aulas são voltadas para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Participam do curso os graduandos dos Cursos de Química, História, Geografia, Biologia, Matemática, Letras/Português, Letras/Inglês, os quais atuam como monitores voluntários ou recebem uma bolsa no valor de RS 300,00 com também recebem um certificado como monitor com a carga horária ministrada. A seleção dos alunos é feita por ordem de chegada, atualmente on-line obedecendo ao mesmo critério. A seleção dos monitores é feita pela universidade através de banca examinadora com prova escrita e didática. A forma de avaliar a eficácia das aulas é através de simulados. No período de 2007 a 2018, o curso de extensão PRÈ-UNEAL beneficiou 521 graduandos da Universidade Estadual de Alagoas e cerca de 5380 alunos da rede pública de ensino, sendo 1780 alunos no Campus I – Arapiraca; 800 no Campus II em Santana do Ipanema; 1100 no Campus III em Palmeira dos Índios; 1300 no Campus IV em São Miguel dos Campos e 400 no Campus V em União dos Palmares. A experiência do curso de extensão demostra-se bem sucedida, obtendo um resultado em média de 45% de aprovação anual nas instituições UNEAL, Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Instituto Federal (IFAL). Além do curso preparatório para o ingresso do no ensino superior, o programa ofertou mais três atividades fundamentais para melhoria do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica 1. Aulas de reforço para alunos da rede pública do ensino fundamental e médio; 2. Formação continuada para professores; 3. Palestras para alunos da rede de pública.

É perceptível que o programa de extensão PRÉ-UNEAL vem aumentando o acesso aos estudantes das escolas públicas para ingressarem nas universidades públicas e como também tem contribuído para democratização do ensino superior.

 

          2. Metodologia

Esta pesquisa é cunho qualitativo por utilizarmos métodos indutivos a partir de uma visão holística e análise sobre os efeitos do Programa de Extensão PRÉ-UNEAL no âmbito da universidade e da sociedade. Assim, o conhecimento não se reduz a um rol de dados isolados, conectados a uma teoria explicativa; o sujeito-observador é parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenômenos, atribuindo-lhe um significado requer uma metodologia de investigação que respeite sua natureza. Este tipo de pesquisa permite que várias rotas sejam traçadas, que diversos procedimentos metodológicos sejam utilizados, por enfatizar a subjetividade do pesquisador no processo de busca do conhecimento (Alves, 1991).

A metodologia utilizada consistiu em uma revisão bibliográfica da produção de conhecimentos sobre o tema em tela “Extensão Universitária” em livros, teses dissertações, artigos e sites científicos, documentos oficiais sobre a legislação, bem como outros documentos tais como relatórios e editais disponibilizados no site institucional da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) materiais disponíveis na mídia e dados estatísticos, contidos no Banco de dados do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação (GEPE). Para este trabalho foi utilizado 13 relatórios dos alunos que atuaram como monitores no Programa PRÈ-UNEAL/ENEM, sendo sete bolsistas e seis voluntários egressos do Programa PRÈ-UNEAL/ENEM que aturam como monitores no período de 2017 a 2019, no Campus I Arapiraca – AL. Tendo por base  a legislação atual  da concepção e a prática das Diretrizes da Extensão na Educação Superior (2018)  os incisos: I - a contribuição na formação integral do estudante, II - o estabelecimento de diálogo construtivo e transformador e III - a promoção de iniciativas que expressem o compromisso social das instituições de ensino superior com todas as áreas, (Brasil, 2018, p. 1 art. 6º).

Considerando que objeto não é um dado inerte e neutro, está possuída de significados e de relações que os sujeitos concretos criam em suas ações (Chizzotti, 1991), a concepção do mundo pressupõe uma multiplicidade de realidades; nos métodos e processos existe flexibilidade de estratégias no processo de pesquisa, revisando as decisões para modificações ou reorientações; as características dos estudos buscam considerar a subjetividade na análise e interpretação dos dados e o papel do pesquisador está imerso na situação e nos fenômenos de forma interativa Campoy (2018); McMillan e Shumacher (2005). Esses pressupostos foram essenciais para análise das contribuições do Programa Pré-UNEAL na formação integral do estudante; compromisso social e articulação universidade e a sociedade. A seguir analisaremos alguns recortes dos relatos dos alunos bolsistas e voluntários extencionistas, os quais ressaltam mudanças no desenvolvimento suas habilidades profissionais, bem como suas perspectivas e desafios.

 

   3. Resultados e Discussões

Apesar da pesquisa está em andamento, apresenta alguns resultados significativos para melhoria da qualidade na formação de Professores dos professores da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL). Conforme os relatórios analisados o Programa de extensão PRÉ-UNEAL contribuiu para desenvolvimento pessoal dos alunos, provocando mudanças na sua formação acadêmica, pois possibilitou o contato com colegas e professores de outros cursos, interação com a comunidade, oportunizando exercitar na prática os conteúdos de disciplinas do curso de graduação, mudando sua forma de pensar, postura diante da sala de aula, destacando que serão professores que farão a diferença e que sua formação não seria a mesma se não fossem as experiências que o projeto PRÉ-ENEM/UNEAL tem proporcionado para “crescer como pessoa, profissionalmente e diante da vida”. Vejamos alguns depoimentos alunos monitores:

 

“O Pré-Enem-Uneal é uma grande oportunidade que a Universidade nos traz para crescer como futuro profissional e auxiliar na formação acadêmica”.

“Quando decidi participar da seleção para monitores do Pré-Enem não imaginava quão engrandecedora seria essa experiência. Por estudar nas salas próximas de onde acontecia o pré-vestibular, pude acompanhar um pouco mais de perto o verdadeiro propósito dele na universidade: aproximar a comunidade acadêmica à realidade do ensino básico público e ampliar as possibilidades dos alunos da rede pública ao ensino superior através de praticas pedagógicas voltada para o Enem”.

“Sair do lugar de aluno e ir para lugar do professor é uma grande reponsabilidade, pois encontrar pessoas dispostas a adquirir conhecimentos e que esperam que o professor seja a pessoa que vai auxiliar nessa busca faz com que busquemos uma postura profissional dinâmica e que possamos ajudar aos alunos na realização do sonho que está por vir, participar do ENEM e conseguir obter êxito e, por conseguinte, cursar uma faculdade”.

“O Pré-Enem-Uneal trouxe muito conhecimento ligada à responsabilidade de ensinar, o compromisso de trabalhar os temas e sanar todas as duvidas é de extrema responsabilidade, pois se for passado o assunto de forma errada o aluno será prejudicado em seu caminho até o objetivo desejado”.                       

“Percebi que se tratava de duas turmas com universos bem diversificados, pois existiam pessoas da zona rural, outras da cidade, estudantes recém-formados no ensino médio, mães, trabalhadores e adultos que ficaram anos fora das salas de aula e deficientes físicos. Todos cheios de sonho de vontade de aprender e como um único propósito: passar no ENEM”.

“Todos os alunos do Pré-Enem eram da rede pública de ensino, e a maioria não tinham condições de fazer um curso pré-vestibular pago. Isso fazia com que nós, os monitores, torcessem muito por cada um deles, com isso, fazíamos de tudo para que eles dessem seu melhor, tirávamos o final de semana para enviar material extra, cobrávamos eles nos grupos de WhatsApp e ficávamos sempre a disposição para tirar dúvidas”

”O aprendizado que absorvemos com as aulas semanais, os contatos extra sala de aula com os alunos e outros monitores é de suma importância, muitos colegas monitores afirmaram que a experiência com o Pré-Enem da Uneal foi mais significante e rica do que a do próprio Estágio Curricular”.

“O Pré-Enem serviu para fazer novas amizades, principalmente com os monitores, pois mesmo que já conhecesse alguns pelos corredores da universidade, não tínhamos intimidade. O que mudou, pois hoje todos nós somos marcados pelo Pré-Enem. Ele mudou nosso jeito de pensar como professores, fazendo-nos ser mais próximos dos nossos alunos e dos colegas de profissão”.

 

Diante do exposto, conforme o relato dos alunos monitores (bolsistas e voluntários) o Pré-UNEAL/ENEM oportunizou  a apropriação de saberes fundamentais tanto na sociedade como no mundo do trabalho, aperfeiçoando suas competências e habilidades instrumentais, humanas e políticas.

Foram constatados também alguns desafios tais com “a evasão dos alunos; ausência de um projetor (data show) exclusivo do Pré-Enem, o que dificultava a exibição de imagens e vídeos explicativos nas aulas: Falta de recursos materiais para efetivação das aulas,  levando os monitores a fazer este tipo de atividades e avaliações com recursos próprios; Falta de recursos para lidar com alunos com deficiência física. Apesar dos desafios os alunos monitores relataram:

“Mesmo com todos os desafios, a vontade que eu tenho é de viver tudo isso novamente. Os alunos me fizeram acreditar que eu posso ajudar a mudar a realidade de várias pessoas com ações simples”.

 “O Pré-Enem me ajudou a quebrar barreiras e medos que eu jamais conseguiria passar por eles sozinha e, além disso, me mostrou o quanto valeu a pena, esses quatro anos no curso"...

 “Agradeço todas as formas de carinho que recebi nesses últimos meses e o reconhecimento após o  PRÉ-ENEM me enchem de ânimo para seguir em frente”.

“Sempre que puder eu vou falar desse projeto lindo que tive o prazer de fazer parte e jamais vou esquecer das contribuições, tanto para a minha vida acadêmica quanto pessoal”.

 

Consta-se que os acadêmicos monitores levam a docência algo muito sério, sempre dando o melhor de si para ser o mais profissional possível. Portanto, o âmbito educativo exige um elevado nível de formação e profissionalidade, portanto, o ensino exige formação, responsabilidade e compromisso do docente para ajudar o estudante a constituir-se como sujeito social, o ensino superior tem como tarefa central oportunidades didáticas para que ocorra a aprendizagem, “a indossociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão representa uma importante dimensão na constituição da identidade profissional do docente universitário” Dias e Veiga (2013, p.8).

Os relatos apontam em comum o prazer e a experiência dos acadêmicos extensionistas a serem protagonistas do processo de ensino aprendizagem a partir da realidade social e também colaborando com o desenvolvimento de competências essenciais formação de profissionais autônomos, responsáveis e criativos.

4. Algumas Considerações

Neste trabalho nos propusemos a investigar o efeito do Programa de Extensão Pré-UNEAL para a formação dos acadêmicos da UNEAL e se o programa favorece na construção da identidade docente. Considerando a legislação estruturada na concepção e a prática das Diretrizes da Extensão na Educação Superior, poderíamos dizer que atividades do PRÉ-UNEAL foram significativas para o processo de aprendizagem e melhoria da formação dos egressos do programa, pois os alunos monitores extencionistas utilizaram metodologias inovadoras e interativas, planejaram as aulas, materiais para ser estudado em casa e orientavam os alunos da educação básica sobre planos de estudo que são mais eficazes, além de disponibilizar para os alunos da rede pública materiais didáticos bem elaborados e ministrados de forma atenciosa, dinâmica e objetiva com o intuito de buscar a melhor aprendizagem, organizando situações que pudessem sanar todas as indagações criadas pelos alunos. Essas características “organizar os planos de trabalho, as metodologias, os instrumentos e os conhecimentos” estão dispostas nas Diretrizes da Extensão no Ensino Superior. Com relação à construção da identidade docente, conforme os relatos contidos nos relatórios, o contato entre os acadêmicos e os alunos da educação básica que usufruíram do aprendizado, a interação entre academia e sociedade, através de relações individuais, coletivas e metodologias inovadoras, novas formas de ensinar e novas formar de pensar, possibilitaram autonomia e protagonismo. Portanto, o programa de extensão Pré-UNEAL trouxe grandes contribuições na vida acadêmica dos estudantes egressos do programa, promovendo, tornando-os mais comprometidos com sua atuação pessoal, profissional, social.

A extensão universitária possibilitaram reflexões importantes que contribuem para uma práxis pedagógica inovadora, fortalecimento das ações do ensino e da pesquisa para o enfrentamento dos desafios da reforma do ensino superior, papel das universidades públicas, seu compromisso com a sociedade e na vida acadêmica de professores e alunos na contemporaneidade.

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