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As Peculiaridades Da Confederação Operária Brasileira(1906-1920)

Alessandro Cardoso Ribeiro

Esta pesquisa retrata os limites e as ações coordenadas pela confederação operária brasileira e as suas peculiaridades, no seio do movimento operário brasileiro durante a primeira república. Idealizado por intelectuais e líderes operários, esta central sindical funcionou como órgão aglutinador da intelectualidade que se identificava com a causa operária, denominada pelos mesmos como a questão social. Desse modo, é nesse contexto que tem início a organização do proletariado brasileiro que, durante essa fase, contou com a liderança dos imigrantes libertários, além de intelectuais brasileiros das camadas médias urbanas, principalmente no eixo Rio-São Paulo. Porém, dado os diferentes estágios de crescimento industrial, e a própria composição da classe operária, encontramos uma diversidade de movimentos operários, mesmo sob a direção da confederação operária brasileira, de cunho anarcossindicalista.Esse importante órgão de classe buscou a transformação dos operários através de três instrumentos: as palestras, a leitura dos impressos produzidos( o jornal A Voz do Trabalhador; a revista A Vida, entre outros) e da educação operária, nas escolas racionalistas.

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Como citar este trabalho

RIBEIRO, Alessandro Cardoso. As Peculiaridades da Confederação Operária Brasileira(1906-1920). Anais do Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade, 2022 . ISSN: 1982-3657. Disponível em: https://www.coloquioeducon.com/hub/anais/372-as-peculiaridades-da-confedera%C3%A7%C3%A3o-oper%C3%A1ria-brasileira-1906-1920. Acesso em: 16 out. 2025.

As Peculiaridades da Confederação Operária Brasileira(1906-1920)

Fundada em abril de 1906, durante o primeiro congresso operário brasileiro, a confederação operária brasileira passou a funcionar efetivamente a partir de 1908, na então capital federal do país, no Rio de Janeiro. Essa central sindical buscou formar através dos seus aparelhos ideológicos, além da chamada consciência operária libertária, o que eles denominavam de homem novo anarquista. Em suma, um arquétipo de um modelo libertário europeu, totalmente alheio à nossa condição cultural, com uma classe operária fortemente marcada por uma economia moral contrarevolucionária e influenciada pela religiosidade cristã, em suas várias vertentes: católica, protestante e espírita.

Assim, apesar de terem percebido que havia uma guerra cultural dentro do processo de luta de classes, desconstruir a curto prazo esses elementos da cultura das classes subalternas para se fazer uma revolução ácrata seria impossível, reduzindo na prática o movimento operário no início da primeira república a um caráter puramente reformista, limitando a confederação operária brasileira tão somente como mediadora das relações capital x trabalho. A confederaçõ operária brasileira funcionou até o ano de 1918, porém, continuou atuando de forma descentralizada até o ano de 1920.

Durante a década de 1930, foi substituída pela federação operária de São Paulo(FOSP), criadora e mantenedora do jornal A Plebe.

O resultado final deste trabalho é o memso que E.P.Thompson e Perry Anderson chegaram ao analisar a classe operária inglesa, isto é, de que a mesma não possui um perfil revolucionário. Em outras palavras, a conclusão é de que além de ambos os países terem origem agrária do capitalismo, as suas respectivas classes não têm um perfil revolucionário.

À CAPES; À PUC-SÃO PAULO.

SFERRA, Giuseppina. Anarquismo e Anarcossindicalismo. São Paulo: Ática, 1987.

THOMPSON, E.P. A s Peculiaridades dos Ingleses e outros artigos. Organização: Antônio Luigi e Sérgio Negro. Campinas:UNICAMP, 2012.

------------------------. Os Românticos.Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

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