Metadados do trabalho

O Mediador De Leitura Em Processo De Formação: Preparação Para O Estágio Supervisionado Em Educação Infantil Do Curso De Pedagogia

Sandra Aparecida Pires Franco; Adrielly Rocateli; Ana Paula Rossafa Augusto

Este artigo tem como objetivo relatar uma pesquisa concluída na Disciplina de Estágio Supervisionado em Educação Infantil do Curso de Licenciatura em Pedagogia de uma universidade pública no primeiro semestre de 2021, na qualidade de palestrante para dez estudantes. A palestra por sua vez, tinha o objetivo de realizar um levantamento dos conhecimentos acerca da Leitura literária e Hora do conto que esses estudantes possuíam antes de receber a formação preparada pela palestrante, pois, a finalidade foi prepará-los para uma intervenção onde iriam apresentar uma Hora do Conto para turmas de Educação Infantil no Estágio Supervisionado. A proposta preocupou-se em prepará-los para uma intervenção em que iriam apresentar uma Hora do Conto para turmas de Educação Infantil no Estágio Supervisionado. Os resultados elucidam para a formação literária que o estudante de licenciatura obtém durante seu curso e para a orientação que o estudante deve receber para trabalhar com as práticas literárias em sala de aula quando o mesmo adentrar uma escola como professor recém-formado.

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Como citar este trabalho

FRANCO, Sandra Aparecida Pires; ROCATELI, Adrielly; AUGUSTO, Ana Paula Rossafa. O MEDIADOR DE LEITURA EM PROCESSO DE FORMAÇÃO: PREPARAÇÃO PARA O ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO INFANTIL DO CURSO DE PEDAGOGIA. Anais do Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade, 2022 . ISSN: 1982-3657. Disponível em: https://www.coloquioeducon.com/hub/anais/367-o-mediador-de-leitura-em-processo-de-forma%C3%A7%C3%A3o-prepara%C3%A7%C3%A3o-para-o-est%C3%A1gio-supervisionado-em-educa%C3%A7%C3%A3o-infantil-do-curso-de-pedagogia. Acesso em: 16 out. 2025.

O MEDIADOR DE LEITURA EM PROCESSO DE FORMAÇÃO: PREPARAÇÃO PARA O ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO INFANTIL DO CURSO DE PEDAGOGIA

      Neste trabalho relatamos uma pesquisa concluída na Disciplina de Estágio Supervisionado em Educação Infantil do Curso de Licenciatura em Pedagogia de uma universidade pública no primeiro semestre de 2021, na qualidade de palestrante com o tema: “Leitura Literária: Ler para compreender, contar para formar leitores”, em sala virtual (Google Meet). A palestra por sua vez, tinha o objetivo de realizar um levantamento dos conhecimentos acerca da Leitura literária e Hora do conto que esses estudantes possuíam antes de receber a formação preparada pela palestrante, pois, a finalidade foi prepará-los para uma intervenção onde iriam apresentar uma Hora do Conto para turmas de Educação Infantil no Estágio Supervisionado, pois, enquanto estudantes preocupados com a educação, persistem no desejo de que todos tenham acesso ao livro e à arte.

        No livro Literatura e Sociedade, o autor Antonio Candido (2006, p.19) compartilha a ideia de que "as obras espelham ou representam a sociedade, descrevendo os seus vários aspectos. É a modalidade mais simples e mais comum, consistindo basicamente em estabelecer correlações entre os aspectos reais e os que aparecem no livro”. A partir do século XVIII, filósofos da época, como Vico, Voltaire e Herder acreditavam que a literatura estava associada à sociedade, instituições e povos, e principalmente, com a realidade local. Já no século XIX, a arte estava relacionada aos modos de vida, interesses morais e políticos da sociedade.

     Cosson (2021) questiona a importância da literatura e a função que ela exerce na sociedade brasileira, traçando um paralelo entre a literatura e a educação ao mesmo tempo em que argumenta como ocorre esse ensino no país e consequentemente, como tem sido a formação literária dos alunos. “Vamos centrar nossa atenção em como se tem ensinado literatura no Brasil e as consequências dessa tarefa na formação dos leitores literários” (COSSON, 2021, p.12).

      A literatura está inserida no cotidiano do indivíduo, seja por meio do convívio com as obras literárias, autores ou até mesmo com a aquisição de livros para adquirir conhecimento e interagir com o outro. As crianças também estão inseridas nesse contexto e têm acesso à literatura. A arte literária incentiva a percepção da realidade, proporciona momentos de prazer e sentimentos. Para Coelho (2000), a literatura infantil é uma arte que engloba diversos conceitos como: criatividade, imaginação, experiências e sonhos.

      Segundo Ribeiro e Girotto (2015, p. 4), a Literatura Infantil assume função estética e apresenta-se como elemento cultural fundante no processo de de emancipação do sujeito, pois ele além de propiciar a função do texto e a necessidade pela leitura, amplia as possibilidades de experimentação, enriquecendo as vivências infantis. “[...] É essencial que as crianças tenham momentos de experimentação com os mais diversos objetos materiais e imateriais da cultura, dentre esses, os conhecimentos elaborados e organizados nas Ciências, na Arte, incluindo-se aqui a Literatura Infantil, nos conhecimentos técnicos e científicos”.      

      Quando se pensa nessa temática é relevante ressaltar a importância do mediador de leitura e sua participação durante a contação de histórias, pois o mediador atua como modelo leitor perante aos leitores iniciantes e frente a sua posição crítica na sociedade. Por meio da literatura é possível compreender o mundo, experimentar novas sensações, cores, sabores, intensificar as relações humanas, e principalmente, encontrar formas de se inserir nas escolas, define Cosson (2011).

 

[...] só os que tiveram o privilégio de narrar histórias e observar “olho no olho" a reação de encantamento do ouvinte, mesmo os adultos que, em geral, se fecham em suas cascas de maturidade, com medo de permitirem a si momentos de prazer com um texto literário, sabem quão saudável é integrar-se e entregar-se a essa  atividade. Atividade que, além de compor nosso patrimônio oral, pode reatar o fio que liga o passado e o presente e constrói a temporalidade pessoal do cidadão-leitor" (BORTOLIN; ALMEIDA JÚNIOR, 2014, p.210).

 

       No próximo tópico apresentaremos o desenvolvimento da nossa pesquisa, mas gostaríamos de finalizar a introdução com um poema de Francisco Marques - Olhos de ouvinte, que retrata o momento da proferição/contação de histórias realizada pela professora aos seus alunos. Mas com o foco no ouvinte, que recebe a história.

                                                                                           Olhos de ouvinte

Certa vez, uma professora revelou o seguinte segredo… Da minha época de escola? Ah…A grande lembrança da minha época de escola são os olhos da minha professora quando lia uma história para a turma.  Os seus olhos transitavam das páginas do livro para a turma, da turma para as páginas do livro, num passeio suave, quase um bailado. Do livro para a turma, da turma para o livro, sem que a leitura sofresse qualquer tropeço. Suave bailado, das páginas do livro para a turma, da turma para as páginas do livro…E eu torcia para que os seus olhos de leitora esbarrassem nos meus olhos de ouvinte! E eles sempre se esbarravam, e até demoravam uns nos outros.  Cheguei a imaginar, na minha imaginação de menina, que a história também estava escrita nos nossos olhos. Era como se a história estivesse sendo lida, alternadamente, no livro e nos ouvintes. Cheguei a imaginar, na minha imaginação de menina, que as páginas do livro eram os ouvintes da história que a professora lia nos nossos olhos. Isso mesmo: o livro era o ouvinte da história que a professora lia na gente. Nós éramos os livros, obras vivas, vivíssimas! O tempo foi passando, passando… Aqueles sentimentos provocados pela professora-leitora me ligaram eternamente à palavra escrita, e me fizeram trazer a leitura para esse território íntimo de nossas vidas, onde só circula o que é essencial! como, por exemplo, a amizade. -Francisco Marques

         O cenário da pesquisa foi uma palestra com o tema: “Leitura Literária: Ler para compreender, contar para formar leitores” em sala virtual (Google Meet), para dez (10) estudantes da Disciplina de Estágio Supervisionado em Educação Infantil do Curso de Licenciatura em Pedagogia de uma universidade pública. Estudantes do terceiro semestre – segundo ano de Pedagogia. A orientadora de campo de estágio da turma sugeriu a tarefa de preparar e realizar uma Hora do Conto para crianças da Educação Infantil. Os estudantes demonstraram estar inseguros, afirmavam que possuíam pouco conhecimento, não conheciam histórias. Diante disso, a orientadora de campo de estágio nos procurou, informou sobre a tarefa e solicitou uma palestra para dez (10) estudantes de Pedagogia que almejavam por essa formação, por esse primeiro contato com a formação do mediador de leitura.

           Nesse intuito, estruturamos um questionário e enviamos por e-mail junto com o material de apoio que seria utilizado na palestra. Nesse questionário, havia três (3) questões de levantamento sobre o tema Leitura Literária e Hora do Conto. Oito (8) estudantes responderam ao questionário e diante dessa informação elaboramos a palestra com viés no Materialismo Histórico-Dialético e utilizando-se de autores com estudos embasados na Teoria Histórico-Cultural.

 

Resultados e Discussão

      Uma semana antes de realizar a palestra foi aplicado um questionário enviado por e-mail via Google Forms. Selecionamos as respostas dos participantes e foram identificadas no decorrer deste texto pelas seguintes denominações: I (informante) e um número (1, 2, 3 etc.), as quais classificam pela ordem da resposta.

           A primeira questão era: Para você, qual a importância da leitura na vida e formação escolar?

Quadro 1- Importância da leitura na vida e formação escolar.

Informante 1 - A leitura desperta curiosidade nas crianças.

Informante 2 - A leitura é importante para estimular a criatividade, promover a imaginação, contribuir para novas visões, auxiliar nas descobertas de novos conhecimentos, entre outros.

Informante 3 - O ato de ler é caminho para compreender as coisas do mundo. Ao praticar a leitura, nós criamos um vocabulário mais amplo, é possível ampliar nosso conhecimento cultural e entender o que se passa no mundo.

Informante 4 - Muito importante.

Informante 5 - A leitura é muito importante para ter contato com mais conhecimentos, para desenvolver a escrita e também para formular argumentos sobre determinados assuntos.

Informante 6 - A leitura é importante para aprimorar a aprendizagem, o vocabulário e a escrita.

Informante 7 - A leitura na educação infantil é o alicerce para que na vida adulta a pessoa possa ter conhecimento e interesse por leitura.

Informante 8 - Fundamental, aguça a curiosidade, ao mesmo tempo que pode ensinar um conteúdo, passar uma mensagem e ser prazerosa.

Fonte: Autoras (2021).

 

 Entre as respostas apresentadas surgiram os termos “desperta curiosidade, estimular a criatividade, promover a imaginação, contribuir para novas visões, auxilia nas descobertas de novos conhecimentos, aprimorar a aprendizagem, o vocabulário e a escrita”, como afirma Saccomani (2014, p.67) “imaginar significa, em primeira instância, construir a imagem antecipada do produto da atividade”, por meio da leitura literária obtemos sentimento de pertencimento a história, assimilação das percepções além do livro, que o torna um sujeito crítico perante as situações cotidianas. O Informante 2 também apresenta em seu discurso a questão da criatividade,A leitura é importante para estimular a criatividade, promover a imaginação, contribuir para novas visões, auxiliar nas descobertas de novos conhecimentos, entre outros”.

 

[...] o texto comporta uma concepção que não se esgota nele mesmo, mas no diálogo que provoca com o leitor. O diálogo será tanto mais produtivo quanto mais o texto puder possibilitar condições de identificação do leitor com ele, considerando que o autor, ao criar o texto, não tem objetivo de conformar o leitor, mas de tê-lo como coprodutor, parceiro, dando-lhe também possibilidades de criar outros textos. A obra, então, não é apenas um objeto que apresenta uma visão de mundo acabado, mas um espaço que pode contribuir na formação do leitor reflexivo (RANGEL, 2009, p. 27).

 

       O Informante 3, aponta que “O ato de ler é caminho para compreender as coisas do mundo. Ao praticar a leitura, nós criamos um vocabulário mais amplo, é possível ampliar nosso conhecimento cultural e entender o que se passa no mundo.” Nesta frase, o informante concorda com Gamboa (1998, p.25) que afirma que a obra literária, artística ou científica expressa uma visão de mundo, um fenômeno de consciência coletiva que alcança um determinado grau de clareza conceitual, sensível ou prática na consciência de um pensador, artista ou cientista.

    Já a segunda, indagava: O que você entende por Contação de histórias?

Quadro 2 - Contação de histórias.

Informante 1 - Fazer uma leitura de um livro para as crianças ou contar uma história.

Informante 2 - É um momento voltado para a leitura, onde as crianças vão ampliar a visão de mundo e fazer novas descobertas.

Informante 3 - A contação de histórias é uma forma de trabalhar o lúdico e fazer com que exercite o cérebro para representar a história em nossa cabeça

Informante 4 - Que existem várias formas de se contar uma história, para que ela se torne mais atrativa para a criança.

Informante 5 - É uma pessoa que conta uma história para a outra. Sendo ela lida ou então criada por quem conta.

Informante 6 - Narrar histórias de forma lúdica e ampliar a imaginação da criança.

Informante 7 - Um jeito de levar a imaginação para o lugar que quisermos.

Informante 8 - É uma oportunidade de ensinar cultura letrada, proporcionar o contato do ouvinte com a palavra, também pode dar alento afetivo e estimular a imaginação. Uma linguagem capaz de atingir o ouvinte.

Fonte: Autoras (2021)

    O Informante 5 aponta que “É uma pessoa que conta uma história para a outra. Sendo ela lida ou então criada por quem conta.” O informante apresenta a definição do termo Hora do Conto, que pode ser realizada por mediação de leitura ou contada. Na mediação de leitura a pessoa tem o auxílio do suporte livro, na qual faz a leitura da obra literária, conforme sua linguagem original, nas palavras do autor, podendo fazer interrupções, entonações de voz, entendendo que a mediação está no signo, na fala do mediador. (BRENMAN, 2012).

    Informante 8 - “É uma oportunidade de ensinar cultura letrada, proporcionar o contato do ouvinte com a palavra, também pode dar alento afetivo e estimular a imaginação. Uma linguagem capaz de atingir o ouvinte”.

Como a leitura na escola é ensinada e aprendida de forma ligada a diversos discursos e gêneros textuais, especificidades da leitura literária convivem com as de outros tipos de leitura, como a científica, a filosófica e a informativa. Essas leituras, embora diversas e requerendo estratégias diferentes dos leitores, têm pontos em comum, que podem ser trabalhados por professores e alunos. Leitura alguma sobrevive bem como prática cultural, quando censurada ou tolhida por autoridades do Estado, da família ou da escola. Especialmente a leitura literária requer liberdade, cujo único limite é o respeito pela leitura do outro, que pode apresentar suas singularidades. (PAULINO, p. 56, 2007).

    Acreditamos que somente a presença da leitura literária, nas práticas de mediação de leitura, não garante que os leitores vão ler com proficiência. É necessário que haja mediação e momentos para que esse leitor em formação tenha contato com diversos gêneros literários. Ao ponto de compreendê-lo de forma artística, crítica e política. Dessa maneira, iremos construir uma sociedade leitora e participativa.

   Terceira questão: É sua primeira experiência com a contação de histórias? Caso tenha outra experiência, recebeu orientações para realizar essa atividade?

Quadro 3 - Experiência com a contação de histórias.

Informante 1 - Sim minha primeira experiência.

Informante 2 - Não é a primeira, pois participei da “hora do conto” ao estagiar na Educação Infantil quando fazia magistério, antes dessa prática os professores orientaram e deram dicas para melhorar a qualidade da contação de história.

Informante 3 - Já tive essa experiência na época e que fazia magistério. Tive orientações da professora supervisora de estágio como também da professora regente na qual fiz a contação. É preciso se entregar para a história como se fizesse parte dela de forma com que faça com que a criança se sinta dentro daquela história também, com entonação de voz que chame atenção e vontade de querer escutar cada vez mais.

Informante 4 - Sempre conto história para a minha turma, o p4. Nunca recebi orientações.

Informante 5 - Não sei se encaixa, mas eu já contei histórias para a minha priminha, e eu não tive orientações para isso, e hoje após ter um pouco de conhecimento a mais vejo que cometi alguns erros

Informante 6 - Sim. É a primeira.

Informante 7 - Não, fizemos um projeto de contação de histórias por meio da formação de docentes

Informante 8 - Não é minha primeira experiência, mas não recebi muitas orientações para a atividade, no máximo vi o exemplo de professoras contando e tentei reproduzir, com pequenas alterações de vozes ao interpretar personagens da história e dar ênfases em partes determinantes da história.

Fonte: Autoras (2021)

   Três informantes relataram que tiveram a primeira experiência quando estagiaram na Educação Infantil quando faziam o Curso Formação de Docentes (magistério). Os informantes 4 e 8 apresentaram outras experiências, de quem já leciona e nunca recebeu orientações.

   Informante 4“Sempre conto história para a minha turma, o p4. Nunca recebi orientações.” Informante 8 “Não é minha primeira experiência, mas não recebi muitas orientações para a atividade, no máximo vi o exemplo de professoras contando e tentei reproduzir, com pequenas alterações de vozes ao interpretar personagens da história e dar ênfases em partes determinantes da história.”

   As respostas dos informantes nos dão condições para se pensar que a maioria dos professores entram em sala de aula e realizam a Hora do Conto sem receberem orientações, sem conhecerem bons livros, bons autores. Uma falha que acontece nos cursos de licenciaturas, pois esse primeiro contato com a mediação da leitura deveria começar com o estudante em formação. Como aconteceu com essa turma que se preparava para ir a campo de estágio, pois, durante a palestra apresentamos sugestões de obras literárias e autores que poderiam ser utilizados na Hora do Conto. Os estudantes abordaram que não conheciam outras obras literárias infantis além dos clássicos. Alguns mencionaram que para contar uma história precisaria ter dom. Demonstravam certa insegurança em realizar um exercício de alterações de vozes para baixa e alta, vozes das personagens, etc., o que com ensaio em frente ao espelho e leitura prévia da história, poderia ser aprimorada com o passar do tempo. Coelho (1990) aborda questões que deverão ser observadas pelo contador de histórias antes mesmo de se iniciar o processo de contação, como uma conversa inicial, que permite conhecer o público e dar-lhes oportunidade para falar.        Informante 3 menciona em seu discurso sobre a preparação do contador “[...] É preciso se entregar para a história como se fizesse parte dela de forma com que faça com que a criança se sinta dentro daquela história também, com entonação de voz que chame atenção e vontade de querer escutar cada vez mais”. O contador precisa ter em mente que a história é o elemento importante, ele é um transmissor, precisa acontecer com naturalidade, clareza, deixar as palavras fluírem e modular a voz de acordo com o decorrer da história. A duração da história para os pequenos poderá ser de 5 a 10 minutos e de 15 a 20 minutos para os maiores (Informação Ocultada, XXXX).

 

          Esta pesquisa teve como objetivo relatar uma experiência de formação do mediador de leitura, que por meio da Hora do Conto poderá contribuir com a formação do leitor no intuito de formar leitores críticos, reflexivos e participativos. Para que isso aconteça na escola, é necessário que haja o acesso contínuo do leitor ao livro, de forma mediada pelo professor e organizada. A questão principal apontada neste trabalho está na formação literária que o estudante de licenciatura recebe durante seu curso. Quais disciplinas oferecem a possibilidade de terem contato com obras literárias infantis? O estudante recebe orientações para se tornar um mediador de leitura? Caso ocorra, recebe a formação no início do curso antes de ir a campo no estágio? Recebe ao final do curso? É necessário capacitar os estudantes de licenciaturas (neste caso, curso de Pedagogia) para serem mediadores de leitura. Esperamos contribuir com discussões e reflexões acerca da formação do mediador de leitura, desde a graduação. Para que ao adentrar a escola, esse professor recém-formado tenha recebido orientações para trabalhar com as práticas literárias em sala de aula, como também tenha uma gama de obras literárias e autores para serem apresentados a esses leitores que estarão em formação.

 Agradecemos a CAPES (PDPG-FAP) pela concessão de bolsa de doutorado.

 

Francisco Marques, conhecido também como Chico dos Bonecos é poeta, contador de histórias, professor e criador de brincadeiras. Autor da “trilogia mirabolante” composta dos livros Galeio – Antologia poética para crianças e adultos, Muitos dedos, enredos – Um rio de palavras deságua num mar de brinquedos e Desvendério – Quem conta um conto omite um ponto e aumenta três, todos com a chancela “Altamente Recomendável” da FNLIJ.

 

Nome completo do autor e dos coautores:

Autora: Adrielly Rocateli

Co-autora: Ana Paula Rossafa Augusto

  Co-autora: Sandra Aparecida Pires Franco  

BORTOLIN, Sueli. ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco. Mediação da literatura para leitores-ouvintes. Perspectivas em Ciência da Informação, v.19, n.1, p.207-226, jan./mar. 2014.

BRENMAN, Ilan. Através da Vidraça da Escola: formando novos leitores. 2 ed. São Paulo: Aletria, 2012.

CANDIDO, Antonio. Literatura e Sociedade. 9ª Ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul. 2006.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. 1ª ed. São Paulo: Moderna, 2000.

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. 2. ed. 12ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2021.

MARQUES, Francisco. Olhos de ouvinte. Disponível em: https://www.editorapeiropolis.com.br/olhos-de-ouvinte/. Acesso em: 17 Jun. 2022.

PAULINO, Graça. COSSON, Rildo. (orgs.). Leitura literária: a mediação escolar. Belo Horizonte: FALE UFMG, 2004.

RANGEL, Jurema Nogueira Mendes. Leitura na escola: espaço para gostar de ler. Porto Alegre: Mediação, 2009.

RIBEIRO, Aline Escobar Magalhães.  GIROTTO, Cyntia Graziella Simões Guizellim. Literatura Infantil e desenvolvimento das crianças na Educação Infantil e no Ensino Fundamental sob a perspectiva da Teoria Histórico-Cultural. In: 4ª Jornada do Núcleo de Ensino de Marília: Políticas para a formação de professores da educação básica: modelos em disputa, 2015, Marília. 14ª Jornada do Núcleo de Ensino de Marília, 2015.

ROCATELI, Adrielly.. Da leitura na escola à leitura no espaço não formal: aproximações e distanciamentos. Dissertação. UEL. 2019.

SACCOMANI. Maria Cláudia da Silva. A criatividade na arte e na educação escolar: uma contribuição à pedagogia histórico crítica à luz de Georg Lukács e Lev Vigotski. Dissertação. Unesp – Araraquara. 2014.

SÁNCHEZ GAMBOA, Silvio. Epistemologia da Pesquisa em Educação, Campinas, Praxis. 1998.

 

 

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