Esse estudo visa trazer uma reflexão sobre o estágio curricular supervisionado articulado à pesquisa nos cursos de licenciatura, fomentando suas contribuições para a formação docente. Visto que, o estágio supervisionado é um elemento indispensável ao processo de formação nos cursos de licenciatura, buscando como base para sua construção a pesquisa, pois assim, terá fundamentação suficiente através de conhecimentos teóricos e práticos em sua práxis.
O estágio curricular supervisionado é um componente curricular indispensável no processo de formação inicial no curso em que ele está inserido, pois permite aos alunos estagiários um primeiro contato com o campo de atuação, na escola campo de estágio após a pesquisa sobre o assunto em pauta. Esse é o momento em que as teorias aprendidas ao longo da graduação são vinculadas à prática, atuando diretamente na construção do educador.
Nessa perspectiva, a investigação proposta parte da problematização de como a pesquisa se desenvolve no estágio e contribui para a formação de professores. Além disso, busca compreender de que maneira o estágio atrelado à pesquisa propicia a formação de professores.
Dessa maneira, seu objetivo vem apresentar novas alternativas para a realização desse trabalho em questão, fortalecendo a formação inicial dos estudantes da licenciatura em questão, utilizando os conhecimentos teóricos na construção dessa atividade como futuro docente pelo viés da pesquisa.
O estudo em pauta apresenta sua metodologia com uma abordagem qualitativa e a técnica usada inicia através de leituras com interpretações e análise dos textos estudados, tendo como instrumentos fichamentos para fundamentar a discussão referente a temática pesquisada, seu tipo de pesquisa é bibliográfica atrelada a um estudo de caso. Para seu desenvolvimento foi realizado uma revisão da literatura da área afim para explorar as leituras norteadoras da temática em pauta.
Dessa forma, foram adotados como referencial teórico autores que abordam assuntos acerca do estágio curricular supervisionado atrelado à pesquisa como processo essencial aos alunos na formação inicial como: Pimenta e Lima (2013), Tardif (2002), Buriolla (2011), entre outros.
Como resultado, constatou-se que é possível realizar pesquisa durante o estágio, e que esses dois componentes quando aliados propiciam a formação de professores críticos e reflexivos, em seu desenvolvimento enquanto professor pesquisador.
- O ESTÁGIO E A PESQUISA PERCURSOS DA FORMAÇÃO DOCENTE
A pesquisa realizada apresenta reflexões para contribuir com os momentos de estudos e orientações de um Projeto intitulado: Fórum de Estágio Curricular Supervisionado da Uneal – Fopecus, este registrado no Cnpq. Quando se faz necessário a aprendizagem sobre estágio curricular supervisionado doravante ECS, atrelado também ao núcleo de estudos Nupec-Núcleo de Pesquisa Educacional na Contemporaneidade. Nesse sentido, “a pesquisa revelou que os processos formativos na educação superior repercutem na qualidade da formação” (LIMA, 2012, p. 128).
Portanto, a autora deixa claro a importância da pesquisa para a formação dos docentes e discentes. Pois, o estágio é um componente curricular obrigatório nos cursos de licenciatura, regulamentado pela lei nº 11.788/2008 cap. 1, art 1° como “ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa a preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior” (BRASIL, 2008, p. 1). Assim sendo, a realização do estágio passa a ser legalizada nos cursos de graduação das Instituições de Ensino Superior.
Nessa perspectiva, o estágio atrelado a pesquisa passa pela orientação e a observação legitimando sua atuação, para não se limitar apenas a copiar modelos das aulas. Mister se faz, portanto, “observar os professores em aula e a imitar esses modelos, sem proceder a uma análise crítica fundamentada teoricamente e legitimada na realidade social em que o ensino se processa” (PIMENTA; LIMA, 2013, p. 36).
Segundo as autoras, a modalidade do estágio curricular supervisionado de observação, não se limita apenas à sala de aula, mas a estudos, pesquisas, planejamentos e orientações sobre o estágio propriamente dito, também, ao contexto da escola onde o estagiário irá atuar. Isto é, a unidade escolar. Pois, o estágio como pesquisa “é um processo de reflexão constante, considerando a realidade em movimento e a sociedade em processo de transformação” (BURIOLLA, 2011, p. 41).
Em comum acordo com a citação, entende-se que as escolas campo de estágio, que representam o mundo de atuação do aluno estagiário devem ser profundamente comprometidas com os estudantes em formação e com a qualidade da educação na contemporaneidade. Portanto, professores e estagiários precisam destacar “a possibilidade de compreender que o saber fazer do professor, em uma linha de humanização não é uma atuação fácil” (LIMA, 2012, p. 129).
Entretanto, se faz necessário que a busca pelo conhecimento na área que irá atuar deve ser constante e prazerosa, e, assim sendo, o caminho para conduzir as atribuições docentes, terão maior facilidade tendo pesquisado sobre o que significa estágio, bem como a área de atuação. Para tanto, “toda a vida em sala de aula é constituída por relações interpessoais” (GIL, 2017, p. 56).
Nesse pensamento, o professor através de suas aulas precisa conduzir as suas atividades interagindo com todos aqueles que estão inseridos no processo de ensino e de aprendizagem, também, buscando desenvolver novas técnicas e habilidades no seu fazer educacional, diariamente. Pois, “é imprescindível na formação do professor uma busca constante, não apenas do saber, mas também do fazer, estando cada vez mais presente a ação-reflexão no dia-a-dia do professor” (BORSSOI, 2008, p. 7).
Nesse caminho, é extremamente importante que o profissional reflita sobre as ações de sua prática docente durante o período de estágio, visto que “[...] na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática” (FREIRE, 2002, p .43).
Com efeito, é a partir dessa auto reflexão que o futuro profissional, isto é, o estagiário aprende a desempenhar seu estágio de maneira flexível de como está se desenvolvendo em seu exercício de futuro professor, “o comportamento do professor quando um aluno expõe uma ideia inesperada” (CARVALHO, 2012, p. 54).
Nesse sentido, o estagiário vai observando uma maneira de avaliar desse professor, pois avaliação faz parte da rotina do profissional, professor. Assim, o aluno em estágio aprende caminhos a seguir futuramente. Cada fala surpresa do aluno piloto precisa ser respondida pelo docente, atenciosamente, o qual avaliará sua conduta enquanto professor e tornar-se-á capaz de criar novas estratégias e metodologias, buscando aprimorar sua prática de ensino, pois “[...] é na ação refletida e na reavaliação de sua prática que é possível, ao docente ser agente de mudanças na escola e na sociedade”. (RODRIGUES, 2015, p. 6).
Com esse olhar, a avaliação tem um julgamento de valores, que vai além do quantitativo, portanto, o avaliado precisa ser visto como um ser humano, esse dotado de sensibilidade, mediante a busca do aperfeiçoamento de sua prática. “Para que tudo isso aconteça com sucesso o aluno mestre precisa participar de forma ativa e constante de todo o processo de ensino-aprendizagem-avaliação” (FREITAS, 2011, p. 147).
De acordo com a autora entre outras normatizações seu pensamento aponta para o momento de reflexões sobre as habilidades e competências do futuro docente, daí compreende-se que “[...] a ação-reflexão na formação docente auxilia a compreensão entre a teoria e prática, pois tendo a reflexão na prática haverá a busca de conhecimentos teóricos, os quais contribuirão para a prática” (BORSSOI, 2008, p. 5).
A partir dessa citação, aprende-se que há uma exigência no sentido de que o professor orientador do ECS, no momento da pesquisa para uma compreensão significativa para com o desempenho do estudante pesquisador, que versa sobre reflexões diante das fases da pesquisa para um melhor desempenho em torno das exigências acadêmicas. Visto que, “o compromisso social, expresso primordialmente na competência profissional, é exercido no âmbito da vida social e política” (LIBÂNEO, 2017, p. 48).
Sendo assim, o autor deixa claro também que o compromisso ético-político faz parte das tomadas de decisões da sociedade. E, sendo o ECS uma atividade obrigatória, essa ação constitui uma das etapas mais importantes na vida acadêmica dos alunos de licenciatura, que propicia a esse estudante apropriar-se da práxis profissional pretendida de acordo com os princípios, os conhecimentos e os saberes em processo de assunção curricular rumo à cidadania. E, “para compreender o papel do Estágio na aprendizagem da profissão docente é preciso ter claro que este é um campo complexo de ação e dessa forma, requer uma reflexão coletiva e contínua sobre a profissão docente” (LIMA, 2011, p. 117).
Portanto, a formação de professores mister se faz passar pela prática da aprendizagem da pesquisa porque só assim os futuros profissionais diante de sua formação aprenderão a participar da construção de conhecimentos científicos direcionados à sociedade contemporânea. “Certamente sem a preocupação de intervir na composição social” (PIMENTE; LIMA, 2013, p. 177).
Diante das preocupações desses autores, entende-se que a pesquisa, a observação, o planejamento, a execução e a avaliação de diferentes atividades há uma aproximação da teoria acadêmica com a prática em sala de aula. Daí, aprende-se que, “além de favorecer o desenvolvimento da socialização, estimulando a compreensão, a participação e a cooperação (...) essas atividades favorecem diretamente a aprendizagem” (RAMOS, 2014, p. 57).
Nessa perspectiva, fica claro que há necessidade de uma aprendizagem socializando e estimulando cada passo do aprendiz. E, no estágio não é diferente, pois é um momento de aprendizagens, no sentido de desafios para os futuros profissionais docentes. Assim sendo, “a Universidade tem que ser examinada à luz do espaço e do tempo, contextualizada como parte de uma engrenagem social muito mais ampla e complexa” (BURRIOLLA, 2011, p. 40).
Destarte, para contextualizar aquilo que se pretende fazer necessário se faz estudos e pesquisas, o ECS é compreendido, também, como espaço de formação inicial de professores, acerca de sua complexidade. O que remete uma formação com interações entre os envolvidos nesse processo. Pois, a formação docente permite aos estagiários um primeiro contato com a realidade de sua área de formação e conhecimentos específicos da docência, possibilitando a construção da identidade dos futuros profissionais professores. “O Estágio Supervisionado é o primeiro contato que o aluno-professor tem com seu futuro campo de atuação. Por meio da observação, da participação e da regência” (PASSERINI, 2007, p. 32).
Nesse sentido, se traduz em evidências e as necessidades dos estudantes das licenciaturas em possibilidades de bons desempenhos como futuros profissionais professores. Entendo que o estágio “como campo de conhecimento e eixo curricular central nos cursos de formação de professores possibilita que sejam trabalhados aspectos indispensáveis à construção dos saberes e das posturas específicas ao exercício profissional docente” (PIMENTA; LIMA, 2005, p. 61).
De acordo com o pensamento das autoras, aprende-se que os primeiros passos dos estagiários, eles precisam aprender os aspectos indispensáveis a construção do saber fazer fazendo, buscando estudiosos sobre o assunto em pauta, e, assim, vão iniciando pela pesquisa que se apresenta como primeiro passo, continuando pela observação já orientados pelo professor responsável pelo estágio, seguindo até a etapa final, quando esse aluno estagiário já fez a regência e o relatório exigido pela Instituição de Ensino Superior - IES.
. Na parte seguinte fala-se das modalidades do estágio na UNEAL-Universidade Estadual de Alagoas.
- O Contexto do Estágio Curricular Supervisionado e suas Modalidades
Perseguindo como propósito do estágio e suas modalidades do estágio curricular supervisionado – ECS, aborda-se a importância da pesquisa para a formação do profissional do atual Curso de Letras, do Campus I, da Instituição de Ensino Superior - IES, na qual essa pesquisa está sendo construída. Entendo que, “as atividades curriculares obrigatórias, que o aluno mestre terá que realizar na Universidade e junto à comunidade, após a orientação e o acompanhamento do professor orientador” (FREITAS, 2010, p. 21-22).
Portanto, viu-se que a integração do estágio parte de sua relação entre a teoria e a prática, relação essa que envolve os conteúdos de ensino, da aprendizagem e da avaliação. “No entendimento do que é uma avaliação da aprendizagem é uma ênfase na avaliação formativa” (CARVALHO, 2012, p. 57).
Com efeito, pode-se utilizar os resultados da avaliação formativa para orientar os estagiários no caminho a seguir, lá na escola campo de estágio quando ele também vai avaliar.
- Modalidade I
A partir disso, pode-se envolver as modalidades do estágio conforme o pesquisado. Iniciando pela primeira modalidade, isto é, quando se trata do estágio da pesquisa e da observação. No que se refere ao “planejamento, que para sua elaboração usa-se como referencial um instrumento de caráter prático daquilo que os estagiários já aprenderam na teoria, o projeto de estágio, isto é, um estudo significativo” (FREITAS, 2011, p. 74-75).
Nesse espaço, os alunos após orientados pelo professor do curso de formação de professores, passam a ser alunos estagiários que ao iniciar sua aprendizagem avançam em direção a prática. “Agora o futuro professor irá à escola observar a aula não como um aluno que deve aprender um determinado conteúdo, mas como um profissional interessado em detectar as condições de ensino e de não ensino” (CARVALHO, 2012, p.11).
Nesse caminho, a universidade precisa conduzir os sujeitos envolvidos nesse processo a continuares suas funções com bastante reflexões, pois, são as “Universidades, que devem levar o professor, o aluno, o supervisor a um processo de reflexão constante, considerando a realidade em movimento e a sociedade em processo de transformação” (BURIOLLA, 2011, p. 41).
A autora apresenta algumas ações que a universidade normalmente conduz ao lado dos autores do estágio em questão. Mediante o fazer e o aprender a fazer dos alunos estagiários em formação. No estágio de observação parte-se de estudos de autores que pesquisam sobre o assunto e que apresentam diversas orientações, logo para fundamentação teórica o professor orientador, da universidade passa a expor e conduzir o caminho a ser seguido. Visto que, “existem inúmeros modos de produção do conhecimento científico, mas todos obedecem a etapas definidas” (CARVALHO, 2012, p. 39).
Nesse olhar, aprende-se que no estágio também se faz pesquisa obedecendo aos caminhos vários, bem como, cada etapa e modalidade distintas. Dando continuidade as modalidades, inicia-se a segunda modalidade na qual acentua-se vários afazeres como: planejamento, escolha da escola campo de estágio para que o estagiário faça sua parte prática, no ensino fundamental seguido as orientações do supervisor do estágio, isto é, o professor regente da escola escolhida. Então, “qual a influência da ‘prática’ na formação? Nesta primeira parte vamos examinar detalhadamente os conceitos de prática que têm sido predominantes nos cursos de formação de professores” (PIMENTA, 2001, p. 22).
Nesse pensamento, aprende-se que todo o processo da modalidade primeira traz muitos detalhes incluindo a pesquisa. Entretanto, não estava previsto na IES pesquisada a Pandemia causada pelo vírus da Covid 19. Porém, o Ministério da Educação; o Conselho Nacional da Educação através da Resolução nº 2 de 10 (dez) de dezembro de 2020, entre outros, resolvem estabelecer normas educacionais excepcionais para a educação como um todo, diante da situação em que se encontra o Brasil. A IES pesquisada usou sua autonomia e suspendeu a prática dos estágios, mesmo assim alguns professores continuaram suas atividades, no ano 2020 (dois mil e vinte), e outros não. Sendo retomadas as atividades dos estágios a partir do mês de maio de 2021 (dois mil e vinte e um). Isso é apenas uma pequena informação, pois a pesquisa ora em desenvolvimento não desenvolveu essa parte.
Nesse sentido, “o processo de formação do ser humano reflete exatamente todas as possibilidades e todos os matizes dos seres que somos” (TARDIF, 2005, p. 174).
- Modalidade II
Dando continuidade ao estágio na modalidade dois, o estágio de regência, no ensino fundamental atende-se a determinados compromissos como: seguro para o estagiário, termo de compromisso assinado pelo mesmo e acompanhamento avaliativo pelo professor orientador, seguindo a avaliação efetuada pelo mesmo professor, também, é avaliado pelo professor supervisor, isto é, o professor regente lá na escola campo de estágio, entendendo que, “o estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios referidos no inciso IV do caput do art. 7º desta Lei e por menção de aprovação final” (Lei Nº 11.788, de 25 de setembro de 2008).
A Lei citada deixa claro o acompanhamento avaliativo do estagiário durante todo o processo. Aqui, refere-se as quatro modalidades de estágio da IES pesquisada.
2.1.3 Modalidade III
Em seguida vem a modalidade três, isto é, o estágio 3 (três), que continua com pesquisas e orientações seguindo a BNCC-Base Nacional Comum Curricular, da matéria que o estagiário vai lecionar, bem como, o livro didático adotado na escola campo de estágio, sempre interagindo com os agentes desse processo. Portanto, busca-se orientar esses alunos quanto as variáveis relevantes, pois, “apresentar objetivamente esses dados de tal forma que eles possam contribuir para o crescimento do professor” (CARVALHO, 2012, p. 15-16).
Em se tratando de crescimento do profissional vale ressaltar que o futuro docente é orientado trabalhar seu planejamento, também, em equipe para uma melhor interação. Ao se trabalhar com o instrumento de integração e conhecimento, o professor orientador está sempre questionando que tipo de profissional a IES está formando para atuar na comunidade onde ele será inserido. Nesse sentido, “é salutar trabalhar sempre com a interação tanto, entre professor coordenador do estágio e aluno mestre quanto entre os demais participantes desse processo” (FREITAS, 2011, p. 75).
Portanto, não é novidade para tratar de interações durante as ações do estágio, pois mister se faz também envolver nesse componente curricular a pesquisa no estágio, abrindo maior possibilidade para a formação docente. Assim sendo, “o estágio, as aprendizagens das demais disciplinas e experiências e vivências dentro e fora da universidade ajudam a construir a identidade docente” (PIMENTA; LIMA, 2013, p. 67).
As autoras deixam claro que é no estágio que a Instituição de Ensino Superior – IES precisa envolver o aluno, estagiário no mundo da pesquisa o máximo possível, durante o estágio promovendo-o no dia a dia da instituição de ensino, onde ele está inserido. Nesse sentido, o estagiário vai se envolvendo mais e mais em suas atribuições, também, o professor orientador desenvolve suas atividades do estágio, em suas etapas com “maior participação e união dos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem” (BURIOLLA, 2011, p.74).
Nesse contexto, passa-se a falar da quarta modalidade, que trata de: planejamento, orientações, aulas presenciais, tanto na universidade quanto na escola campo de estágio, bem como, relatórios entre outros documentos exigidos de acordo com as Leis pertinentes. Segundo o regulamento de estágio da UNEAL se faz necessário o seguinte:
“CAPÍTULO VI
das Ações
Art. 11. O desenvolvimento das ações iniciais do estágio deverá respeitar a carga horária contida nos Projetos Pedagógicos de cada curso, considerando:
- As horas de estágio curricular serão destinadas à observação, pesquisa e planejamento que implicam:
- a observação do campo onde será exercida a ação do estagiário;
- a preparação da ação pedagógica que será desenvolvida;
- a construção dos meios para que se realiza o estágio;
- a elaboração do projeto de intervenção.
- O aluno-estagiário e o professor-orientador de estágio deverão construir juntos:
- o roteiro de observação do campo onde ocorrerão as atividades pertinentes ao estágio;
- o plano de trabalho de estágio a ser desenvolvido na parte concedente.
- O acompanhamento do estagiário será feito mediante:
- Encontros sistemáticos entre o professor orientador de estágio, supervisor da parte concedente e estagiário;
- visita às instituições campo de estágio, planejadas pelos professores orientadores de estágio e suas respectivas chefias de forma colegiada;
- registros elaborados pelos estagiários e assinados pelo supervisor da parte concedente” (REGULAMENTO DE ESTÁGIO-UNEAL, 2013).
De acordo com o Regimento do estágio curricular supervisionado, da Instituição pesquisada, que se encontra no Projeto Pedagógico do Curso de Letras Português/Francês/Literaturas, do Campus I, encontra-se os principais registros da maneira como se trabalha às 400h (quatrocentas horas), dividida em quatro modalidades, isto é, Estágio Curricular Supervisionado I; Estágio Curricular Supervisionado II; Estágio Curricular Supervisionado III e Estágio Curricular Supervisionado IV, a partir do quinto período que corresponde a segunda metade do curso acima citado.
Dando continuidade aos estudos da pesquisa em andamento, busca-se, portanto, mais uma etapa qual seja a parte de estágio para formação do futuro profissional docente. São orientações destacadas durante o processo de desenvolvimento em todas as etapas da realização dos estágios, que visa a preparação do aluno do curso de licenciatura no qual ele está inserido. No próximo passo vê-se as contribuições do estágio como pesquisa.
1.3 Estágio e pesquisa: Contribuições para o futuro profissional docente
O estágio articulado à pesquisa é um componente significativo para a formação inicial nos cursos de licenciatura. Sob esse viés, Pimenta e Lima (2011) enfatizam que a “pesquisa no estágio é uma estratégia, um método, uma possibilidade de formação do estagiário como futuro professor. Ela pode ser também uma possibilidade de formação e desenvolvimento dos professores da escola na relação com os estagiários” (PIMENTA E LIMA, 2011, p.14).
Nessa perspectiva, compreende-se que a pesquisa é um instrumento fundamental na formação de futuros docentes, que instiga o estagiário à uma conduta investigativa, possibilitando a construção de conhecimentos e habilidades de pesquisa através da experiência vivenciada no estágio. Dessa maneira,
A pesquisa no estágio, como método de formação dos estagiários futuros professores, se traduz pela mobilização de pesquisas que permitam a ampliação e análise dos contextos onde os estágios se realizam. Mas também e, em especial, na possibilidade de os estagiários desenvolverem postura e habilidades de pesquisador a partir das situações de estágio, elaborando projetos que lhes permitam ao mesmo tempo compreender e problematizar as situações que observam (PIMENTA E LIMA, 2013, p. 46).
Nessa perspectiva, aprende-se que o estágio não precisa funcionar como pesquisa, mas se faz necessário que haja momentos de pesquisa durante o estágio, essa parte não inviabiliza os demais caminhos que o estágio precisa seguir como bem apresentado a teoria e a prática, contendo os conteúdos a serem trabalhados. Portanto, “justifico a inclusão desses conteúdos na análise que aqui desenvolvo, uma vez que os próprios sujeitos coletivos entrevistados, atrelam um ao outro” (BURIOLLA, 2011, p. 41).
Partindo do exposto, o futuro profissional precisa ser considerado um futuro professor- pesquisador, crítico e reflexivo acerca de sua atuação, capaz de analisar e investigar a prática pedagógica, a prática de ensino, bem como perceber os problemas existentes no âmbito escolar e, por meio da pesquisa, buscar desenvolver novas alternativas. Assim sendo, o estágio articulado a pesquisa “supõe que se busque novo conhecimento na relação entre as explicações existentes e os dados novos que a realidade impõe e que são percebidos na postura investigativa” (PIMENTA; LIMA, 2013, p.46).
Para essa posição o argumento se faz presente, ainda, que o estágio precisa visar o projeto de pesquisa, de interação e de intervenção, pois “a universidade tem que ser examinada à luz do espaço e do tempo, contextualizada como parte de uma engrenagem social muito mais ampla e complexa” (BURIOLLA, 2011, p. 40).
Assim, é possível inferir que a pesquisa durante o processo de estágio oportuniza ao licenciando realizar práticas direcionadas ao exercício docente qualitativo. O estágio pelo viés da pesquisa pode ser compreendido como espaço crítico-reflexivo que oportuniza ao discente analisar sua atuação e se desenvolver enquanto futuro professor pesquisador, possibilitando ao mesmo a (re)formulação de suas metodologias e teorias, tornando-o assim um profissional inovador.
Portanto, cabe ressaltar a importância da articulação entre teoria, prática e pesquisa, uma vez que são elementos indissociáveis no processo de formação, e por isso devem estar interligados no processo do estágio obrigatório.
Em se tratando do estágio curricular supervisionado obrigatório, mister se faz necessário, portanto, ser considerado a pesquisa no estágio além de todos os passos pesquisados e citados nessa pesquisa.
Vive-se em sociedade mutante, isto é, que está em constante mudança, tanto na educação, quanto ne política, bem como na economia gerando mudanças também na maneira de se trabalhar o estágio, principalmente, nesse momento pandêmico.
Nesse contexto, o professor e os alunos precisaram se reinventarem para ministrarem suas aulas e demais atividades online.
Conclui-se relatando que o objetivo dessa pesquisa foi realizado com sucesso, pois docentes e discentes ao reinventarem tiveram um olhar voltado para a interação entre todos os envolvidos nesse processo.
Assim, necessário se faz redobrar a atenção em todas as modalidades do estágio ora pesquisado. Nessa perspectiva, a avaliação deve se fazer presente para avaliar cada passo do processo de forma consciente para que não haja distorções no aproveitamento, tão importante a ascensão, tanto do aluno, quanto do professor orientador do estágio e do professor regente.
Por fim todo o processo do estágio curricular supervisionado deve ter um olhar para a contribuição e a análise do sistema de ensino e de aprendizagem, bem como ater-se a construção de conhecimentos, enfatizando a contribuição de seu papel em todas as facetas que lhes são peculiares e, de modo geral na realização profissional acadêmica e pessoal de cada indivíduo.
Recomenda-se, portanto, que outros pesquisadores despertem para outros estudos sobre o assunto em pauta.
BORSSOI, Berenice Lurdes. O Estágio na formação docente: da teoria a prática, ação-reflexão.1° Simpósio Nacional de Educação. Cascavel/PR, 2008.
BRASIL, Presidência da República. LEI Nº 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008. Diário Oficial da União, Brasília, 26 de setembro de 2008.
BRASIL. Ministério da Educação. Parecer do CNE/CP nº. 009 de 08 de maio de 2001.
BURIOLLA, Marta A. Feiten. O estágio supervisionado. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
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LEFFA, Vilson (Org.). O professor de línguas: construindo a profissão. Pelotas: Ed. Educat,2001.
LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Aprendizagem da profissão docente. Brasília: Liber Livro, 2012.
PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e Docência.3. ed. São Paulo: Cortez, 2013.
PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores unidade teoria e prática? 4. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
RAMOS, Sandra Lima de Vasconcelos. Jogos e brinquedos na escola: orientação psicopedagógica. Catanduva: Respel, 2014.
RODRIGUES, Maria Anunciada Nery. Estágio Supervisionado e formação de
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TARDIF, Maurice.Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.