Na instauração do IPN e as suas às condições de desenvolvimento do plano educacional americano na Bahia, recursos e doações eram realizadas de forma tal, que passavam a constar na parte financeira como um crédito.
Eram normais esses atos entre os protestantes americanos, como elemento para disseminar os princípios da religião, além de também interferir na formação dos sujeitos. Esses princípios passaram a ganhar legitimidade através dos rituais estabelecidos pelos americanos presbiterianos no ambiente educativo criado para esse fim.
O IPN, em sua constituição tentou ser uma referência para o povo local e buscou ir além das questões educacionais, também, os equipamentos e artefatos utilizados pelos missionários americanos eram tidos como inovação.
As influências não se limitavam ao setor educativo, atuavam também na parte agrícola da Chapada, das Lavras Diamantina e, em suas terras auríferas, potencializando disputas pelos minérios, que culminavam num deslocamento populacional para esta região. Em busca de riquezas, os indivíduos contribuíam para o povoamento dos distritos, fazenda, vilas e povoados próximos do Instituto Ponte Nova.
Nesse movimento de tentar ir além das questões educacionais, um novo público passou a ser assistido pelo Instituto Ponte Nova, aparecendo aí a figura do vaqueiro, um personagem com articulação e representatividade característicos de um sertanejo ávido por melhorias e por acreditar no potencial das terras e aí, o IPN buscou aos poucos atender uma demanda de analfabetos que urgia atendimento escolar e que precisava ser “civilizado”.
Foi neste caminho que a “domesticação do sertão” ocorreu nas Lavras Diamantinas, a partir da vinda de americanos presbiterianos e isso repercutiu nas tentativas de se ressignificar o sertão, marcando as distinções entre campo e cidade.
Pensando sobre o processo de criação de escolas normais rurais americanas, vislumbramos que essas preparavam professores “leigos” para o exame de habilitação de suficiência em escolas de primeiras letras, na década de 1940. No que se refere às práticas corporais, é possível contatar que estas estiveram associadas aos aspectos anatômicos, psicológicos e higiênicos, e a implantação de exercícios físicos na escola primária passou a ser na época denominado de Educação Física.
Um fato de grande preocupação inicialmente para a Missão Central foi a preparação de uma equipe capaz de desempenhar com eficácia o seu papel de docente responsável pelo conteúdo.
Daí a formação no IPN buscava imprimir não só conteúdos, mas também o pensamento dos protestantes, seu estilo de vida e crença religiosa, incluído aí a visão de mundo, a postura ética e os hábitos de trabalho e de poupança da sociedade norte-americana.
Observamos uma real preocupação dos americanos em promover a educação, através das práticas culturais, os professores leigos tentavam inculcar a fé a partir do trato com a comunidade escolar, com cuidado específico a educação física, naquilo que compreendiam como um equilíbrio das forças educativas, buscando a harmonia das atividades do espírito e as do corpo, num processo que buscava a formação de um sujeito ajustado as formas de ser do IPN e de seus formadores.
Assim, neste fazer educacional missionário destacou-se a importância da educação física, não apenas na promoção da saúde, mas também para garantir vigor das futuras gerações, para formar o caráter, moralizar os costumes e educar à vontade, controlar os ímpetos dos sertanejos causando notória aproximação entre educação física e educação moral.
Havia a preocupação de forjar uma nova sensibilidade moral e cívica, que era expressa nas proposições da missão americana, a partir das práticas da educação física. O objetivo era elevar o sertanejo a um patamar da civilidade. Como consequência, houve um ganho de espaço tanto real, como simbólico, para que tudo fosse aceito pelos sertanejos “incultos” e “desassistidos” pelas autoridades estaduais e locais. Ou seja, os missionários assumiram a função de agentes principais e responsáveis pela inculcação de um modelo social e ético-religioso através da educação. Nas rememorações da aluna e professora de Geografia: “Centenas foram gerados no ventre dessa ‘Escola Mãe’ [...] e grandes sonhos em diversos campos profissionais” (BELAMY, 2002, p. 9).
Pensando nessa função ampliada da escola, docentes das instituições americanas eram assistidos com base num modelo de treinamento que visava dar orientações diretivas para atuarem num novo modelo liberal, com especial atenção para aqueles não adeptos ao credo ou religião. Portanto, foi criada uma “ilha” com as características do lugar de origem dos missionários, para que estes vivessem em situação similar aos Estados Unidos da América.
Em certas situações, profissionais protestantes foram enviados aos locais onde as missões tinham escolas conveniadas ou escolas paroquiais criadas, para que pudessem colocar os docentes em dia com os propósitos missionários. Na Bahia, esse processo se dava na capital do Estado em Colégios que mantinham convênio com o IPN, tais como o Instituto Feminino da Bahia e o Colégio Dois de Julho.
A história da educação no Brasil e na Bahia, muito pelo limitado alcance das escolas, apresentava um cenário fértil para a implantação do protestantismo. Ao passo que as elites se serviram das escolas protestantes, apoiaram-se nas iniciativas e, alguns até mesmo, incorporaram ideais do protestantismo norte-americano, não foram muitos os que se converteram à nova fé, filiando-se às igrejas evangélicas, imperando assim o catolicismo na maioria das cidades (MESQUIDA, 1994).
No Instituto Ponte Nova destacava-se a formulação de uma proposta de formação fundamentada por uma concepção de educação escolar integrada aos princípios religiosos, com perspectivas de conhecimentos pautados na evangelização para educação do corpo, da alma.
No IPN, no sertão da Bahia, esperava-se, através da escola e da atuação dos missionários protestantes e do professor primário, a difusão do ideário de evangelização, paralelo a urbanização, se queria a formação de um “novo” cidadão, aqui, na verdade, um cidadão ajustado aos ideais civilizatórios missionários com uma formação escolar aliada ao trabalho e que pudesse se inserir nesse pretenso novo padrão de sociedade que queria se formular ali no sertão.
Os missionários presbiterianos buscavam reproduzir o cotidiano norte-americano nas escolas e nas casas dos protestantes, através do controle do tempo e de uma rígida disciplina que se apresentava de forma materializadora de ensino confessional. Tais ideais tornaram possível uma aproximação com a realidade americana, construída entre embates e lutas ideológica para instruir o povo sertanejo pela evangelização das almas.
Partindo dessa premissa, foram instauradas mudanças no agir e pensar do povo que se encontrava nas imediações da Fazenda/escola.
Assim, a missão presbiteriana executou as ações educativas sem fins lucrativos, para “alguns” no início, e se instalou definitivamente a partir de um corpo “domesticado” com o tempo.
Tudo isso pode ser observado desde a implantação nas terras do sertão de um “projeto pensado”, que tinha a função de “preparar” esse novo cidadão para viver em espaços onde o saber, a saúde e religião foram elementos que corroboraram para a execução do projeto dos americanos na Chapada Diamantina.
Existe na comunidade protestante americana uma prática comum que se perpetuou, a doação. Seja em vida ou após a morte, parte de sua fortuna/herança era destinada à alimentar essa cultura de missões ou ações sociais pelo mundo. Isso pode ser comprovado pelos relatos de ex-alunos e ex-professores, além das correspondências. Por muitas vezes, alunos, geralmente os mais pobres, eram beneficiados através de quitação de dívida e não sabiam quem era o benfeitor.
O Instituto Ponte Nova também prezava por um tipo ideal de postura, tanto dos professores quanto dos alunos. Sua rigidez e disciplina ressoavam de diferentes formas, para alguns eram traços importantes para construção moral dos alunos, para outros, excessos. A suposta racionalidade presbiteriana e sua ética de educação voltada ao trabalho pode se materializar em Ponte Nova, mesmo sendo uma escola do interior. Somado a isto, o Instituto se destacou em toda a região pelo modelo instaurado e pelos resultados manifestados pelos alunos no decorrer de sua formação.
Fica claro que, além da língua materna, havia um trabalho direcionado ás datas cívicas e eventos importantes do país de origem dos missionários, fato visto nos relatórios do interventor e em artigos dos jornais locais “Sertões”, “Lidador” e no da própria missão, “O Resplendor”, que faziam registros para disseminar os trabalhos executados e também promover a fé como instrumento de mudanças na vida das pessoas.
Seguindo a lógica da ética do trabalho, cabia também aos estudantes o preparo das refeições e as atividades de limpeza das instalações. O tempo era bem dividido e marcado pelos missionários, de forma que os alunos não tivessem tempo vago, mesclando aulas na escola, oficina e os descansos, uma rotina a ser internalizada e cumprida nos moldes missionários.
Isto era a política de agregar e manter uma qualidade de ensino, na qual as línguas inglesas e francesas eram destaque para que os alunos se manifestassem com “propriedade”, tanto nas apresentações, como no decorrer das ações e rituais que marcou as representações dos sertanejos e as idiossincrasias dos missionários, frente ás questões de convivência e de possíveis resistências .
Enfim, citamos os americanos e brasileiros que se destacaram desde a criação do educandário desde 1906 até 1971 pois trabalhamos com o recorte temporal que nos permitiu elencar com mais propriedade : 1906 – Alfred William Waddell, 1912 Alexander Rees,1914 Edwim Bixeler, 1930 Samuel Irvene Graham,1940 Haroldo Anderson,1946 Gordo Trew , 1949 Elis Lee Graves,1950 Jaime Nelson Wright, 1960 Elson Castro, 1980 Márdio Brito, 2016 Ana Célia dentre outros que fizeram a história no IPN .
A presença da missão na região sertaneja também se marcou pela própria construção do IPN, onde a edificação causou impacto, por si, haja vista suas diferenças estruturais em relação as demais do vilarejo, na sua maior parte feitas em adobe. Essa marcante diferença na obra, simbolizava o “poder” missionário e sua força na região, mas ao mesmo tempo, tornava o IPN um lugar atraente, um lugar de civilidade para pessoas, que a sua maioria, viviam em meio a condições rudes.
O IPN começou a funcionar com o número de 06 meninas das famílias Dourado, Galvão e Lessa filhas de grandes comerciantes da época que se deslocaram de várias localidades dentre os municípios de: Irecê, Ponte Nova, Bonito, Orobó, Fazenda Flores, Campo Formoso, Baixa Grande, Miguel Calmon, Morro do Chapéu e Jacobina respectivamente.
Nessa circunstância, o IPN ministrava ensino religioso, presbiteriano, de caráter obrigatório, sendo um estabelecimento de natureza privada e confessional que mantinha a tríade de evangelizar, instruir e cuidar da saúde como pressupostos de ordem. Uma vez que era destinado a educar os filhos das famílias que seriam evangelizadas, era mantido pela Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América do Norte, não recebendo nenhuma subvenção do governo brasileiro.
Dadas as condições educacionais brasileiras nesse período e o desafio da expansão do protestantismo, os missionários se valeram da estratégia de associar a evangelização e a educação com às chamadas escolas paroquiais que foram parte da estratégia de inserção do protestantismo no Brasil na segunda metade do Século XIX, funcionavam junto às igrejas e estavam voltadas para educação com formato de se “inculcar” valores e princípios pela via da escolarização.
Desse modo, (CÂNDIDO, 2007) nos afirma sobre a figura do Missionário Simonton que também relatou, em seu diário, as condições em que os brasileiros se encontravam e a importância que ele conferia à alfabetização e à criação de escolas para o desenvolvimento de sua Missão. Ao apresentar em 1867, ao Presbitério.
Foto de alunos da turma de 1959 com o Professor Alvino – momento das Devocionais.
Arquivo da autora
Esta uma instituição confessional, de natureza particular e sem fins lucrativos, fundada essencialmente para atender a clientela dos filhos de “crentes”[1], oferecia nos primeiros anos de organização o curso Primário, Normal e Secundário, com um currículo diferenciado, tinha o princípio coeducativo em que rapazes e moças estudavam juntos, pois causava preocupação assim com à rigidez da escola.
Revela se assim, as transformações culturais, sociais e políticas que emergiram no momento em que as práticas começaram a ser instituídas e circulavam no Instituto como forma de “modificar e alterar” hábitos dos sertanejos pela via da educação.
Visto que, o movimento em prol de uma educação influenciada por ideais americanos causou “estranhamento” e repulsa na maioria dos católicos, porém a minoria rica se beneficiava desses elementos como forma de “marcar” um diferencial e por acesso de um espaço que era “caro” para os não adeptos que transitavam de forma singular no pátio e se faziam valer o status social nas comunidades próximas.
Desta maneira, ergueu-se uma instituição que, diante de rituais, pretendia através do plano de evangelizar desenvolver outras ações, como: instruir, cuidar, civilizar e curar, no intuito de estabelecer um planejamento educacional aliado aos serviços sociais de saúde, pois a região era desprovida de assistência por parte das autoridades governamentais brasileiras. Nos corredores, nas salas de aula, na área de ginástica nas bandeiras, fotografias de autoridades, dos diretores da instituição, a biblioteca apontava e sinalizava valores a serem seguidos.
[1] que crê, acredita, ou tem convicção. " leva excessivamente a sério suas obrigações ou assuntos, com demasiado zelo, entusiasmo e posição acrítica.
AOS APAIXONADOS PELO IPN
TESE DE DOUTORADO EM 29.06.2021 CUNHA,Rúbia Mara de Sousa Lapa .
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