Metadados do trabalho

Da Oralidade À Escrita: O Debate Mediado Como Estratégia Para Potencializar A Argumentação E A Aprendizagem Ativa Dos Alunos

Sandra Maria de Lima Alves; Maria Luiza Silva Ferreira; João Henrique Villa-Chan da Fonseca

O estudo da Língua Portuguesa, inserida na leitura, oralidade, escrita e em processos de interpretação que valorizem a contextualização e a participação ativa dos alunos, tem uma relevância para se entender como o debate mediado pode ser observado em campos comuns de aprendizagem. Este estudo objetiva descrever e analisar textos dos alunos da 3ª série do Ensino Médio de uma instituição particular de ensino da cidade de Recife. As produções escritas resultaram das vivências nas aulas de produção textual, para as quais foram pensadas a introdução do debate mediado como suporte para potencializar a argumentação e a participação ativa dos educandos no processo de ensino aprendizagem. A pesquisa de natureza qualitativa descritiva pautou-se em teóricos como: Vygotsky, Bakhtin, Marcuschi, Antunes, Koch, Ducrot, Liberal, Leitão. Os resultados demonstraram que os alunos têm condições de escrever textos argumentativos e alcançar o papel ativo no contexto da prática da aprendizagem, dependendo, principalmente, das condições e das estratégias que o professor ofereça nas suas práticas metodológicas. 

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ALVES, Sandra Maria de Lima; FERREIRA, Maria Luiza Silva; FONSECA, João Henrique Villa-chan da. Da Oralidade à Escrita: O Debate Mediado como Estratégia para Potencializar a Argumentação e a Aprendizagem Ativa dos Alunos. Anais do Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade, 2021 . ISSN: 1982-3657. Disponível em: https://www.coloquioeducon.com/hub/anais/318-da-oralidade-%C3%A0-escrita-o-debate-mediado-como-estrat%C3%A9gia-para-potencializar-a-argumenta%C3%A7%C3%A3o-e-a-aprendizagem-ativa-dos-alunos. Acesso em: 16 out. 2025.

Da Oralidade à Escrita: O Debate Mediado como Estratégia para Potencializar a Argumentação e a Aprendizagem Ativa dos Alunos

O presente estudo tem como objetivo fazer uma reflexão sobre o trabalho com o gênero do debate mediado na sala de aula e o desenvolvimento da argumentação, mais especificamente, como os gêneros textuais em que predominam o tipo de discurso argumentativo permitem o desenvolvimento do pensamento crítico e da aprendizagem ativa.

Este trabalho torna-se relevante porque é de interesse dos que propõem os currículos escolares que os alunos desenvolvam, ao longo dos anos estudantis, a capacidade crítica/reflexiva. Os teóricos da área da linguagem apontam o trabalho com os gêneros argumentativos como um dos responsáveis por favorecer esse desenvolvimento. Apesar do consenso de que a argumentação desenvolve o pensamento crítico, muitas vezes não é explícito para o professor, principal mobilizador em sala de aula das propostas feitas, como o trabalho nessa perspectiva possibilita o desenvolvimento da metacognição, tornando dessa forma pertinente a presente reflexão.

Observa-se como principais pressupostos teóricos para este trabalho que o desenvolvimento da cognição pela inserção do indivíduo em uma sociedade é permeada por instrumentos culturalmente definidos, sendo o principal deles a linguagem (Vygotsky, 2007). Segundo Bakhtin (1992), na linguagem é possível encontrar enunciados relativamente estáveis que são denominados de gêneros textuais, sendo estes poderosos instrumentos linguísticos que permitem o indivíduo participar das variadas atividades linguísticas produzidas pela sociedade em que ele está inserido.

Nesse sentido, no que se refere especificamente à escrita, ainda ocorre muita desinformação teórica sobre sua natureza e características próprias. O certo é que a sua aquisição é uma lenta e gradual construção ativa por parte do aluno. A ideia de que escrever bem seja escrever sem erros gramaticais de superfície (ortografia) continua arraigada no senso comum. A isto se acrescenta o ensino da escrita ignorando-se os amplos princípios da textualidade, bem como os fundamentos interacionais da linguagem. O exercício que abstrai significado e sentido também são obstáculos à solidificação do aprendizado da escrita.

No tocante ao ensino de uma língua, o diferencial, segundo Travaglia (2008), é a maneira como o educador concebe  a linguagem. Tal concepção determinará o seu trabalho no contexto escolar.

Nesse sentido, as abordagens teóricas que respaldam a nossa pesquisa apontam para a visão sociointeracionista  de Vygotsky (2008) , pois ela se refere ao trabalho com a língua em uso, enaltecendo as interações contextualizadas e voltadas para o desenvolvimento da comunicação. Para desenvolvermos o trabalho, apoiamo-nos nas teorias da semântica argumentativa defendidas por  Ducrot (1987), Perelman (1996), Liberali (2013), Toulmin (2001). Tais teóricos acreditam que a argumentatividade é a força motriz da linguagem. 

Assim, é importante compreender qual é o propósito do trabalho com o texto nas aulas de português, como ele é trabalhado no sentido de aguçar o processo argumentativo dos alunos e de que maneira o uso do debate mediado potencializa e otimiza o processo de argumentação e de aprendizagem.

A argumentação direciona a dinâmica estrutural do texto e, consequentemente, evidencia o percurso a ser escolhido em defesa de um ponto de vista. De acordo com Valença (1998), é muito complexo escrever de forma argumentativa  sem ter a real consciência do que se quer defender. Conforme tal o autor, o pressuposto precisa oportunizar as divergências, caso contrário a argumentação não se consolida. 

Dessa forma, entendendo a linguagem como uma atividade atravessada pela capacidade de persuadir os interlocutores, esse estudo surgiu com o propósito de refletir sobre algumas questões: Os alunos, em situação planejada de debate mediado usam os argumentos para apoiar um ponto de vista a ser defendido? De que maneira as relações entre o ponto de vista dos interlocutores e os argumentos empregados são marcadas linguisticamente? Quais as estratégias argumentativas adotadas pelos alunos para persuadir o seu interlocutor? Qual a importância do gênero debate mediado no ensino aprendizagem de textos escritos e na participação ativa dos alunos na escola.

Tais questionamentos fizeram surgir o objetivo que delimitou este estudo: analisar as contribuições do debate mediado como estratégia para potencializar a argumentação nas produções escritas de alunos da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Eximius, bem como fomentar através dessa prática educativa a capacidade de utilizar a criticidade e a argumentação nos outros contextos de aprendizagem no ambiente escolar. 

Para cumprir com tal objetivo, foram elaboradas situações didáticas nas aulas de produção textual, da 3ª série do Ensino Médio, do Colégio Eximius- Recife, Pernambuco. Nessa ocasião, os alunos foram estimulados a debaterem e defenderem seus pontos de vista sobre diversas temáticas. Para cada situação didática, eles também foram solicitados a produzirem textos do gênero dissertativo/argumentativo.  As análises dos textos foram fundamentais para mapear o desenvolvimento de habilidades de estratégias argumentativas.

1 O trabalho de construção textual

Não existe nada que garanta, a priori, a compreensão de um texto pelo leitor. A ação de interpretar e compreender mensagens orais ou escritas é de caráter social. Marcuschi (2008, p. 230) diz:

Compreender exige habilidade, interação e trabalho. Na realidade, sempre que ouvimos alguém ou lemos um texto, entendemos algo, mas nem sempre essa compreensão é bem sucedida. Compreender não é uma ação apenas linguística ou cognitiva.  (MARCUSCHI, 2008, p. 230).

De costume, deparamo-nos, no cotidiano escolar, com interpretação equivocada (às vezes, também arbitrária) daquilo que dizem os autores estudados. Esse fenômeno, recorrente, pede que pensemos sobre suas causas para minimizá-lo. A compreensão daquilo que se escuta ou lê é de fundamental importância nas interações comunicativas em todos os âmbitos da vida individual e coletiva. Uma das experiências mais prejudiciais ao ser humano é a de ser mal entendido na sua fala pelos outros – fato que pode gerar toda espécie de problema e de prejuízos concretos.

Diante disso, o contexto ganha papel essencial na compreensão. O leitor não tem total autonomia sobre aquilo que diz e entende, justo por viver inserido em uma sociedade com sua realidade e condicionamentos específicos, o que cria certos limites a serem obrigatoriamente observados por todos os sujeitos falantes.

A partir dos anos 90, os estudos linguísticos foram historicamente evoluindo na direção dos conceitos – “letramento”, "sóciointeracionismo linguístico” e “teorias da enunciação” –, reorientando a linguística e suas práticas reflexivas. Hoje, está em jogo em tais estudos a observação da leitura e da compreensão como práticas sociais e que devem ser trabalhadas e fomentadas no âmbito escolar.

Saber sobre o funcionamento da linguagem passou a ser uma das preocupações do professor de língua. Nessa perspectiva, questiona-se: existe realmente um sentido considerado literal? Só podemos compreender algo dito e escrito no uso efetivo da língua que implica a relação falante-ouvinte, escritor-leitor? 

  Segundo Koch e Elias (2016),o discurso se apresenta, linguisticamente, através de textos. Ele pode ser compreendido como qualquer enunciado oral ou escrito que constitui  um todo significativo, independentemente de sua extensão. Portanto, pode ser entendido como um ato de comunicação contínua, a qual é caracterizada pelos fatores de textualidade discutidos a seguir.

A  textualidade é responsável pela sequência linguística de um texto. De acordo com Marcuschi (1983), ela pode ser estabelecida mesmo sem, necessariamente, os  elementos coesivos; nessa situação o que realmente importa é o sentido estabelecido pelos interlocutores no ato comunicacional. Sendo assim, ainda segundo o mesmo autor, é possível elaborar  um texto composto de elementos coesivos no seu interior, mas isso, necessariamente,  não se configura como uma unidade compacta dotada de significado. Dessa forma,a textualidade é resultado da sequência lógica de atos de linguagem, não apenas de frases relativamente coesas.

 Para Koch (1997), a textualidade pode ser entendida como um conjunto de características que contribuem para que ele seja assim considerado. Nesse caso, não se pode concebê-lo como mera sequência de frases. Ainda segundo a autora, são vários os fatores que garantem a textualidade: coerência, coesão, aceitabilidade, intencionalidade, informatividade, situacionalidade e intertextualidade.

A coerência não está relacionada à noção de gramaticalidade usada no nível da frase, mas à intencionalidade comunicativa, o que permite a  interação entre dois usuários. A esse respeito Marcuschi (1983) afirma que a coerência é consequência dos processos cognitivos operantes entre usuários dos textos. Nesse caso, a coerência se estabelece entre o nível da conexão conceitual-cognitiva e estruturação do sentido, manifestando-se assim na macroestrutura do texto. Para o referido autor, o alicerce  da coerência é o estabelecimento e a  continuidade de sentido, o qual é determinado pelas escolhas linguísticas. 

Conforme Koch e Travaglia (1990), a coesão pode ser entendida no que se refere aos  nexos entre os elementos textuais. Ela não está apenas situada no plano sintático, gramatical, mas também semântico, pois, em muitos casos, os mecanismos  coesivos se baseiam em relação aos significados de elementos superficiais. Assim, a coesão tece a unidade formal do texto, a qual é determinada pelos mecanismos gramaticais e lexicais. No tocante aos primeiros estão os pronomes anafóricos, os artigos, a concordância, as conjunções. 

Tais elementos expressam as relações entre os elementos da frase e o sequenciamento delas. No segundo plano, estão  a reiteração, a substituição e a associação. A reiteração é estabelecida  pelo processo de nominalização; a substituição resulta do uso da sinonímia, a antonímia ou da hiponímia; a associação ocorre quando é possível relacionar expressões do vocabulário pertinentes a um mesmo esquema cognitivo. As relações de sentido são legitimadas, sobretudo, por certa categoria de expressões, as quais são mecanismos coesivos. Assim,  a função de tais elementos é colocar em evidência as diversas relações de sentido entre os enunciados, confirmando, dessa forma, a noção de coesão e coerência.

2 A construção argumentativa nas relações lógico-discursivas

O ensino aprendizagem da linguagem escrita ainda é centralizado em uma exaustiva e desestimulante memorização de um sistema abstrato de regras, sobre o qual o aluno é submetido, a fim de “supostamente” saber falar e escrever bem. A partir desse contexto, as dificuldades dos educandos  se exacerbam, quando deveriam ser atenuadas na escolarização. 

O processo educacional Brasileiro ainda necessita fomentar muitas discussões com os teóricos da área da linguagem, com o propósito de desenvolver metodologias capazes de introduzir os alunos como protagonistas na sua aprendizagem ativa e criativa no contexto escolar, através das interações nos atos comunicacionais.

A concepção sociointeracionista da linguagem defende que os sujeitos se apropriem de algumas ações importantes no tocante ao evento linguístico. Nesse sentido, o professor de língua portuguesa deve orientar os alunos para diversas atitudes, tais como: escolha da linguagem e os seus possíveis efeitos de sentido nos interlocutores, seleção dos gêneros de acordo com as temáticas trabalhadas  e suas características situacionais.Nesse sentido, os enunciados direcionados à reação do outro vão constituir o discurso argumentativo, o qual se estabelecerá na relação lógico-discursiva, construindo, dessa forma, o pensamento crítico. Isso irá repercutir diretamente no processo de ensino aprendizagem dos alunos

Vale salientar que  a alteridade é imprescindível  para o estabelecimento da argumentação, já que ela é de natureza dialógica, voltada para a apreciação e a valoração executada pelo outro, conforme defende Couto (2011). Essa relação dialógica determina as escolhas discursivas das quais se lançará mão para a construção dos argumentos.

Segundo Alves(2019), o auditório exerce, dessa maneira, papel crucial no exercício de adaptação do discurso em relação àquele e torna-se determinante no modo de proceder do indivíduo, já que este busca alcançar resultados que lhe permitam convencer ou persuadir. De acordo com  Perelman (1996, p. 4)  “a argumentação é um método para promover ou aumentar a adesão dos espíritos às teses que lhes são apresentadas.” Assim, são usadas duas importantes   estratégias argumentativas para promover  a adesão dos interlocutores: convencer e persuadir. Elas são voltadas para o auditório, que pode ser universal ou particular. O universal pode ser visualizado como toda a humanidade; o particular, como um grupo específico ou o próprio sujeito quando delibera consigo. O interesse dos estudos da argumentação é descobrir técnicas capazes de intencionalmente adaptar o discurso a todos os auditórios.

Ainda segundo Alves(2019)A argumentação constitui-se de natureza dialética, pois há, entre orador e auditório, um processo de apreciação e avaliação instaurado, cujo foco é a contraposição de argumentos, o que leva a agir sobre eles, de modo a reformulá-los, fundamentá-los ou reafirmá-los. Ela  visa à defesa de um ponto de vista a ser apresentado, considerando o outro (a quem se destina) para constituir-se adaptativamente à perspectiva desse outro. 

A construção argumentativa, entretanto, exige  pesquisa ampla que integre suas diversas dimensões. Sabe-se que os  campos de investigação multidisciplinar, bem como as teorias da argumentação envolvem distintas áreas, como lógica, retórica, inteligência artificial, psicologia, linguística, filosofia, direito, ciências políticas, análise do discurso, educação, entre outras. 

3 A importância da escola na construção da argumentatividade e da criticidade: um olhar para o debate mediado

A escola é uma das primeiras instituições sociais em que o ser humano é inserido, é onde ele desenvolve a capacidade de socializar com diferentes tipos de pessoas e suas vivências. Para que capacidade argumentativa seja trabalhada no debate mediado é de suma importância a presença de diferentes opiniões e perspectivas. 

Além disso, essa instituição é um ambiente com o objetivo de aprendizado, e o debate enriquece a forma de aprender e ensinar, já que a aprendizagem passa a ser ativa, o que colabora para o desenvolvimento do raciocínio lógico e para formulação de hipóteses sobre as temáticas discutidas. As discussões mediadas exercem um papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem, pois existe a abertura para erros, que são parte de tal processo . Assim, o estudante, em seu período escolar, poderá ter diversas tentativas de usar e criar a capacidade argumentativa antes de aplicá-la em seus ofícios futuros.

A presença de professores especialistas nas áreas a serem debatidas é outro incentivo para que o debate mediado seja fundamentalmente trabalhado nas escolas, os professores exercerão o papel de mediadores e com seus conhecimentos terão competência para tal exercício. Ademais, com a sua formação acadêmica possuem o poder pedagógico de lidar com os indivíduos no contexto escolar.

É no ambiente escolar que se inicia, além do contato social, a base das áreas básicas de conhecimento, o desenvolvimento das habilidades e competências é fundamental para o crescimento cognitivo, emocional, científico e acadêmico. Portanto, esse contato com a habilidade de argumentar não se restringe apenas à área de linguagens, mas também das outras ciências disponíveis no currículo. 

Segundo Pestana (2003), muitas escolas estão na contramão das novas demandas vivenciadas pelos alunos e, justamente por isso, mostram-se  pouco atraentes, obsoletas. Os componentes curriculares são ministrados de maneira fragmentada, sem a devida relação com as vivências dos alunos. As novas demandas das metodologias ativas não são devidamente trabalhadas em muitas escolas brasileiras e, consequentemente, o processo de ensino aprendizagem volta-se para a memorização, padronização e tradicionalismo. 

Esse paradigma educacional dialoga com o pensamento do cientista social Goffman (1974), em seu seu conceito sobre “instituições totais”, em que ele explica a dinâmica de algumas instituições e mostra que indivíduos que seguem as diretrizes de tais instituições perdem a sua individualidade e subjetividade.

Apesar de o conceito de Goffman (1974)  não se aplicar diretamente ao cenário educacional, pois dialoga com instituições de tempo integral, são muitos os aspectos que se assemelham com o atual cenário educacional. O processo de ensino aprendizagem voltado para a mera memorização de conteúdos produz o efeito de censurar a individualidade do estudante e seu lugar de fala. Por isso, a dinâmica de debates mediados, a qual fortalece a criticidade, poderá retomar a capacidade do aluno de reter sua subjetividade.

Nesse sentido, é pertinente destacar o papel da metodologia ativa no processo de ensino aprendizagem. Segundo Bonwell e Eison (1991) metodologia ativa permite que o aluno seja protagonista  no processo de aprendizagem. Nela o aluno é peça fundamental no processo de educação, quebrando assim a abordagem tradicional em que o educando é mero telespectador.

Nesse caso,  é dada a ele a oportunidade de refletir sobre suas ações e isso contribuirá nas tomadas de decisões. A capacidade de pensamento e raciocínio é adquirida, não por decorar informações, mas pela capacidade de criar conexões com tais assuntos.

 

4 A argumentação nas produções escritas dos alunos no contexto da sala de aula  

Com a intencionalidade de compreender melhor o espaço do debate mediado no tocante ao seu poder de potencializar a argumentação e promover a participação ativa dos estudantes no processo de aprendizagem, faremos, a seguir, algumas reflexões que julgamos necessárias acerca de alguns textos dos referidos alunos.

 Destacamos que as produções escritas aqui analisadas foram resultantes de atividades desenvolvidas durante as aulas de produção textual, ministradas pela professora titular da disciplina de linguística textual do Colégio Eximius, situado na cidade de Recife em Pernambuco. 

O cerne da análise das produções foi a investigação a respeito da construção da argumentatividade a partir dos debates mediados sobre temas sociais diversos. 

Para cada vivência, foi empregada uma proposta didática de produção  para apoiar o trabalho que propusemos. Dentre as várias situações didáticas trabalhadas, destacamos aquelas em que a professora usou o debate mediado. Destacamos que todas as situações didáticas vivenciadas com eles tiveram o propósito final a produção de textos escritos do gênero dissertativo-argumentativo. A seguir, descreveremos as duas situações didáticas experienciadas em sala de aula:

Situação Didática I-Na situação didática I, os alunos foram, a partir da leitura de vários textos de apoio, de gênero diversos, solicitados a interpretar a mensagem e tecer considerações acerca do eixo temático que tratava sobre os impactos da violência contra mulher no Brasil. Em seguida, a professora fez dois questionamentos norteadores para a discussão em grupo:  Como você se posiciona frente a tal tema e quais as alternativas para erradicar esse tipo de violência.

A intencionalidade da dinâmica, neste caso, foi exatamente perceber como os alunos relacionaram o tema a seus conhecimentos prévios de atualidade. Com essa dinâmica, a professora também intencionou verificar de que forma os alunos usaram os textos motivadores para fazerem novas inferências sobre o tema em questão.  

Ficou evidente, portanto, que a leitura dos textos de apoio de maneira competente, por parte dos referidos alunos, contribuiu para as relações com os problemas no contexto social em que eles estão inseridos. Tal relação de sentido repercutiu para a escrita do texto com coesão, coerência e, principalmente, argumentatividade.

Situação Didática II- Na situação didática II, a professora levou como texto motivador para a discussão um excerto intitulado, “Polêmica do direito ao esquecimento chega ao Brasil”, do autor Renato Souza. Posteriormente, os alunos fizeram uma leitura dinâmica do texto e tiveram um tempo cronometrado para registrarem em seus cadernos suas impressões acerca da seguinte temática: “A harmonia entre o direito ao esquecimento e o direito à informação”. Depois da leitura do texto e das devidas considerações frente ao tema, os alunos foram divididos em grupos distintos para fazerem suas colocações frente ao tema.

A intenção dessa estratégia foi verificar, não um embate ideológico, mas sim como a atividade do debate é de extrema importância para a formação educacional dos alunos, já que estimula o desenvolvimento crítico e a prática da elocução, além de contribuir no processo de raciocínio lógico e da construção da criticidade.

5 Análise e discussão dos resultados 

O ato de escrever deve ultrapassar as fronteiras de um simples exercício, o qual aponta para o atendimento aos esquemas formais e estilísticos. O desafio reside em fazer com que os alunos desenvolvam competência e habilidade discursivas capazes de fazê-los perceber os recursos expressivos da linguagem, de forma a operar as variações intertextuais com consciência, estabelecendo, assim, uma vivência ativa com a linguagem e com a aprendizagem. Os excertos abaixo mostram, assim, a vivência dos alunos em situação de produção de textos escritos, a partir das discussões nos debates mediados.

Texto I (escrita original de aluno participante do debate)

Em 2021, o DJ Ivis, personalidade crescente no cenário musical brasileiro, aparece, em vídeos divulgados no meio digital, violentando fisicamente sua esposa, Pamella Holanda. Embora o músico tenha sido preso, sem direito à Habeas Corpus, o caso mostra que, mesmo no Brasil atual, a violência contra a mulher persiste, continua crescendo e fazendo vítimas, bem como Pamella. Portanto, a insistência das agressões, sejam elas físicas, mentais ou patrimoniais, contra as brasileiras configura um problema grave, advindo do machismo e da misoginia enraizados na sociedade, que afeta o bem-estar, segurança, saúde e vida dessas.

Em primeira análise, as origens dessa adversidade devem ser compreendidas. Historicamente, no Brasil, apenas em 1932, quando o voto feminino foi constitucionalizado, as mulheres passaram a ser consideradas cidadãs, o que as possibilitou lutarem por seus direitos de maneira mais efetiva. Apesar do fato das brasileiras terem se tornado indivíduos perante a lei, antes desse momento, já havia se estabelecido uma sociedade patriarcal e marcada pela visão de que a mulher é um objeto e pertencente ao homem. Dessa forma, a violência contra as mulheres, no Brasil, resiste pois os homens ainda não a enxergam como iguais, e sim como sua propriedade, se colocando no direito de fazer o que quiser com elas, inclusive agredi-las.

     À luz disso, os impactos dessa contrariedade são alarmantes. Como exemplo, tem-se a youtuber Dora Figueiredo, que relatou, em um de seus vídeos, os abusos psicológicos que sofreu por parte de seu ex-marido, que a fazia acreditar que não era digna de receber respeito e carinho em vista de motivos banais, como a sua forma de usar os talheres na hora da refeição. Por conseguinte, Dora sofreu muito e, até hoje, faz acompanhamento mental para recuperar o dano que ele causou, o que mostra o quanto a violência é nociva para a saúde, segurança e felicidade das mulheres brasileiras.

     Destarte, a persistência da violência contra a mulher no Brasil é preocupante e deve ser diminuída. Assim, as Escolas, por meio de aulas de História e Sociologia, devem ensinar aos estudantes sobre a luta feminina por direitos e a disparidade de gênero presente na sociedade brasileira, com o fito de, desde cedo, engajar as meninas na luta feminista e estimular, entre os meninos, o respeito pelas mulheres. Ademais, a Mídia, por intermédio de reportagens televisivas, deve informar os brasileiros acerca da existência de agressões contra a mulher, seus tipos e formas de denúncia, para atenuar a sua incidência. Dessa maneira, esse problema será mitigado, e a segurança feminina será melhor efetivada.

Verifica-se que no texto I, os verbos utilizados nortearam o interlocutor no que se refere ao processo comunicativo da linguagem. Sabe-se que são predominantes nos textos argumentativos os tempos verbais do tipo presente, muito embora os  argumentos variem entre os do pretérito, fazendo referência aos aspectos verbais, cuja importância recai exatamente sobre esta funcionalidade dos tempos (passado, presente e futuro) conduzindo-os para além do limite temporal (KOCH E TRAVAGLIA, 2002). Na verdade, observa-se que seu uso reflete o registro frequentemente estabelecido entre os interlocutores. 

No texto acima, pode-se perceber a seleção pertinente dos tempos verbais adequados ao gênero argumentativo, já que eles apontam na direção de temporalidade: presente do indicativo, pretérito(passado). O fragmento a seguir confirma tal apropriação: Como exemplo, tem-se a youtuber Dora Figueiredo, que relatou, em um de seus vídeos, os abusos psicológicos que sofreu por parte de seu ex-marido, que a fazia acreditar que não era digna de receber respeito e carinho em vista de motivos banais, como a sua forma de usar os talheres na hora da refeição.

Vale salientar também que a aluna usou, no mesmo parágrafo, como estratégia argumentativa para provar o seu ponto de vista a exemplificação, o que ratifica a validação das afirmações para o leitor do texto. Para potencializar ainda mais a argumentação, há também o uso da consequência, estratégia muito bem selecionada, considerando que o eixo temático oferecido apontava para os impactos da violência contra mulher.

Texto II (escrita original de aluno participante do debate)

  O artigo 5º da Constituição Federal de 1988 garante a todos os cidadãos a livre manifestação de pensamento e de opinião. Entretanto, no Brasil hodierno, há o questionamento acerca dos limites do direito à informação, o que ocasiona a discussão sobre o direito ao esquecimento. Nesse viés, é importante analisar a dubiez dos limites da imprensa e a presença das redes sociais no cotidiano da população como causas de tal debate.

     Em abordagem inicial, é válido ressaltar que os conceitos do jornalismo são incertos para a sociedade brasileira. Durante o Estado Novo, o Governo criou o Departamento de Imprensa e Propaganda, DIP, o qual era responsável por censurar conteúdos que difundissem ideologias contrárias às de Getúlio Vargas. Além desse período, a História nacional é marcada por diversos momentos em que a imprensa foi tolhida, o que tornou os limites do jornalismo dúbios para os cidadãos. Dessa forma, nota-se que o debate sobre direito ao esquecimento é consequência da incerteza dos indivíduos, uma vez que desafia a garantia constitucional da livre expressão de informação.

     Outrossim, é importante pontuar que as redes sociais causaram mudanças no conceito de privacidade da sociedade. Em dezembro de 2020, a influenciadora digital Bianca Andrade, popularmente conhecida como Boca Rosa, teve a notícia de gravidez anunciada por um perfil de fofoca sem seu consentimento. De modo semelhante, devido ao uso desenfreado das redes sociais, diversos brasileiros têm informações expostas. Dessa maneira, é perceptível que os limites da privacidade são indefinidos no país, o que causa o debate sobre o direito ao esquecimento, visto que trata-se da possibilidade da desconsideração de fatos do passado para preservar a intimidade do indivíduo.

     Portanto, é notório que o debate acerca do direito ao esquecimento possui diversas causas. É "sine qua non" que o Ministério da Comunicações clarifique os limites da imprensa, promovendo propagandas sobre os compromissos do jornalismo, as quais devem ser acessíveis a toda a população. Com o fito de que os indivíduos compreendam os conceitos da mídia do país. Dessa forma, contribuindo para o estabelecimento da harmonia entre o direito ao esquecimento e o direito à informação.

No tocante ao II texto, salientamos o desempenho do aluno ao elaborar um plano   organizacional que de encarregou de atender às características do  gênero argumentativo, já que legitimou a progressão de ideias, as quais seguiram um percurso  lógico no tocante à tese pretendida, isto é, a defesa de um ponto de vista. O processo argumentativo foi bem atendido , considerando as especificidades do gênero .Tal afirmação pode ser exemplificada com o uso dos operadores argumentativos, “entretanto”, “uma vez que”, “portanto”, “dessa forma”, “outrossim”. Logo, os textos cumprem com o propósito argumentativo.

No que tange ao processo enunciativo e considerando o eixo temático das produções, notamos que os redatores elaboraram, nos seus textos, uma proposta de intervenção. O  fragmento a seguir confirma tal afirmação: “É "sine qua non" que o Ministério da Comunicações clarifique os limites da imprensa, promovendo propagandas sobre os compromissos do jornalismo, as quais devem ser acessíveis a toda a população”

Observa-se que tal proposta de intervenção pautou-se em uma argumentação consistente, e que foi resultado do ponto de vista previamente defendido, considerando os direitos garantidos na Constituição Federal de 1988, documento citado no parágrafo de introdução do referido texto.

Texto III (escrita original de aluno participante do debate)

O livro ''1984'' de George Orwell mostra como a manipulação de informações modifica o andamento de uma sociedade. Fora da ficção, com o aumento da circulação das informações, a transparência de dados na internet é um fato e é importante que exista a harmonia entre o perdão com o direito do esquecimento e a liberdade de conhecimento, principalmente o que interfere no bem comum.

Mormente, um paralelo com Lavoisier que pregava na natureza nada de perde nem se cria tudo se transforma, mostra que o ser humano deve ter o reconhecimento de que sua natureza pode mudar, o que significa que ele pode se redimir de seus erros. Então, uma informação parada no tempo não demonstra a complexidade do julgamento de um indivíduo.

Paradoxalmente, o acesso a informação é extremamente necessário, porque a falta de transparência deturpa o julgamento, por isso nos processos judiciários a presença de provas é imprescindível.

Destarte, a harmonia entre o direito a informação ao direito de esquecimento é alcançada quando a informação é usada de forma responsável. Portanto, é imperativo que as instituições de educação por modo de momentos e dinâmicas em grupo promovam discussões em suas aulas de filosofia sobre como usar as informações alheias de forma que continuem respeitando os direitos dos indivíduos ao todo. Assim, diferente do livro, a sociedade não será manipulada por informações selecionadas.

No que se refere ao texto III e última redação selecionada para análise neste estudo, verifica-se que o autor do texto utilizou da analogia entre o mundo ficcional criado no livro 1984, de George  Orwell, e a realidade atual, com a intenção de situar os meios de controle à população pelo Estado e pela mídia. Tal afirmação pode ser comprovada com o seguinte fragmento: “ O livro ''1984'' de George Orwell mostra como a manipulação de informações modifica o andamento de uma sociedade. Fora da ficção, com o aumento da circulação das informações, a transparência de dados na internet é um fato e é importante que exista a harmonia entre o perdão com o direito do esquecimento e a liberdade de conhecimento, principalmente o que interfere no bem comum.” 

  Os argumentos que compõem o texto III  evidenciam com  consistência  as vozes próprias do sujeito no enunciado, o qual estabelece condições para a concretização do sentido discursivo. Tal procedimento contribui para enfatizar a voz que procede a origem da produção textual e que intervém, como tal, para comentar ou avaliar alguns aspectos do que é defendido. Nesse caso,  o enunciador sustenta seu ponto de vista, materializando seu pensamento, elaborando, assim,  novos significados compartilhados. Isso pode ser verificado com o contraponto trazido no terceiro parágrafo do texto: “ Paradoxalmente, o acesso a informação é extremamente necessário, porque a falta de transparência deturpa o julgamento, por isso nos processos judiciários a presença de provas é imprescindível. ''

Finalmente, considerar o processo de aprendizado, identificar os diferentes estilos de aprendizagem, propor atividades motivadoras e promover ambiente cultural e socialmente interativo são ações que conduzem a melhores possibilidades para o aprendizado. 

Embora ainda se apurem quais comportamentos dos aprendizes promovem o sucesso no aprendizado, visto que eles, muitas vezes, não têm total consciência do que fazem no processo em foco, podem-se identificar algumas estratégias efetivas de acordo com os aspectos conhecidos durante a aquisição de linguagem e a interação entre os aprendizes e entre estes e o professor, a fim de ajudar os primeiros a maximizar os benefícios de aprender conscientemente, bem como desenvolver sua argumentatividade.

Nesse sentido, o debate mediado potencializa a capacidade crítica reflexiva e a elaboração do processo argumentativo, contribuindo, assim, para a criticidade e a participação ativa no contexto de sala de aula.  

Na análise dos textos produzidos pelos alunos, participantes da pesquisa, verificou-se que eles são capazes de argumentar por intermédio de produções escritas. Nelas verificou-se o uso das estratégias argumentativas, legitimando suas posições ou, até mesmo, inserindo a contra argumentação sobre o tema em questão.

 No que se refere à estruturação textual, observou-se o domínio dos alunos ao fazerem uso das estratégias argumentativas, como por exemplo,uso da remissão, dos mecanismos linguísticos, dos operadores argumentativos, estabelecendo as devidas relações lógico-semânticas.

A pesquisa demonstrou que através dos debates mediados e das produções escritas, os estudantes demonstraram a habilidade de influenciar  no comportamento do seu interlocutor. Sendo assim, eles  cumpriram com o propósito linguístico argumentativo, o qual  promove o processo de aprendizagem ativa no contexto de sala de aula, pois coloca o aluno como protagonista do seu conhecimento.

Por isso, defendemos, após essa pesquisa , que a prática do debate mediado como estratégia de ensino aprendizagem pode suscitar no indivíduo diferentes considerações e, consequentemente, diversos pontos de vista. Por essa razão, é importante assimilar que o professor incentive a pesquisa e a busca por várias informações consistentes sobre  os temas trabalhados, para que cada aluno estabeleça suas estratégias argumentativas de forma a montar um discurso que extrapole os limites dos conteúdos dos livros e estabeleça relações respeitosas, compreendendo que todos podem e devem contribuir para uma discussão sadia e democrática.

Sendo assim, defendemos que o debate mediado pode potencializar a argumentação dos alunos, mas isso irá depender da sua liberdade interpretativa, do número e da identidade de seus léxicos. É importante também salientar que a escola não trate a argumentação apenas como um recurso para que o aluno possa produzir bons textos para as provas de larga escala. Portanto, o desafio consiste em formar um sujeito crítico e atuante no contexto em que está inserido. O exercício do discurso argumentativo permitirá que o aluno exerça a sua cidadania e, consequentemente, faça valer seus direitos e seus deveres na sociedade em que está inserido.

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