Refletir sobre a Educação do Campo nós remete compreender a grande importância que essa educação representa aos povos campesinos, que faz parte de uma política pública educacional para que os sujeitos do campo possam não só terem acesso à educação, mas que essa educação esteja presente dentro de suas comunidades. As escolas do campo representam as lutas e reivindicações dos povos campesinos para garantir o acesso à educação escolar num espaço que atendam suas necessidades, levando em consideração a diversidade cultural presente em seu território, para que seja preservado e respeitado seu modo de vida, sua história, seus costumes e tradições.
Embora tenha ocorrido avanços na educação do campo para garantir às comunidades rurais o acesso à educação escolar dentro da própria comunidade, as escolas ainda apresentam grandes problemas como: a falta de infraestrutura nas escolas, a falta de professores, a falta de alimentação, transportes precários, entre outros. São problemáticas que se fazem presente no cotidiano de muitas escolas. Pensar nesses problemas em meio a uma pandemia trouxe à tona outros desafios aos sujeitos do campo, que precisaram se adaptar a uma nova modalidade de ensino para continuar o processo de ensino e aprendizagem, desafios estes, tanto ao corpo docente, como aos estudantes.
Para tanto, este estudo tem como objetivo refletir sobre os desafios que a Educação do Campo tem enfrentado em decorrência das restrições impostas pela pandemia da COVID-19, a partir da percepção de docentes de um campus do Instituto Federal de Roraima. Para tanto, os objetivos norteadores foram: a)compreender como tem ocorrido o processo de ensino adotado pelos professores nesse período de dificuldades ocasionada pela pandemia da COVID-19; b) identificar quais os desafios encontrados pelos professores nesse período de pandemia para realização das aulas não presenciais; c) conhecer quais as práticas pedagógicas adotadas para o alcance dos estudantes nesse período de pandemia para acesso as aulas e/ou conteúdos didáticos; e d) Identificar quais os desafios sofridos pelos alunos nesse período de pandemia para acessar as aulas, sob a ótica dos professores.
Em atendimento aos objetivos, esta produção inicia com um breve contexto da pandemia no Brasil e seus impactos na educação, sendo complementado por um tópico que retrata da educação do campo em um campus do Instituto Federal de Roraima neste cenário pandêmico. Na sequência, será apresentada a metodologia, a análise e discussão dos resultados divididos em três subseções. Por fim, as considerações finais com uma reflexão acerca dos resultados obtidos, acreditando ser uma temática relevante, por enfatizar o contexto social dos docentes e alunos do campo.
A COVID-19 E SEUS IMPACTOS NA EDUCAÇÃO
A Educação tem um papel importante na sociedade, é a partir dela que se inicia a formação dos sujeitos. Embora a educação seja um direito reconhecido constitucionalmente, ainda podemos encontrar crianças e jovens em idade escolar fora da sala de aula, como retrata e estudo realizado pelo IPEA[1] que analisou os indicadores brasileiros referente aos anos de 2016 e 2017 concernentes às dez metas do ODS 4[2], o qual mostra que 98% das crianças e adolescentes entre 6 a 14 anos estão matriculados, mas o Brasil apresenta um desafio para cumprir com esta meta, que está relacionada a qualidade e a equidade no sistema escolar. “As taxas de conclusão do ensino fundamental e médio assinalam alguns dos problemas centrais do sistema escolar brasileiro para ensinar a todos na idade adequada” (IPEA, 2019, p.23). E neste cenário, onde 193 nações, incluindo o Brasil, trabalham para cumprir com as metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS, surge no final de 2019 um vírus na China, o SARS-COV-2, que logo se alastra por vários países provocando mudanças no cotidiano da população.
Em meados de março de 2020, com a declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que o mundo passava por uma pandemia ocasionada pelo novo Coronavírus (SARS-COV-2) causador da doença COVID-19, uma das primeiras medidas de restrição social impostas nos países afetados, inclusive no Brasil, foi a suspensão das aulas presenciais. O sistema educacional brasileiro precisou fechar as portas das escolas, para minimizar o avanço acelerado do vírus, em razão da preservação da saúde e da vida da população.
Segundo a definição da OMS (2020), a Covid-19 é uma doença infecciosa causada por pelo novo Coronavírus. É transmitida por meio de gotículas de saliva ou secreções nasais por uma pessoa infectada quando ela tosse ou espirra. A maioria das pessoas desenvolve estágio leve ou moderado da doença, mas em determinados casos, principalmente nas pessoas idosas ou com alguma comorbidade são propensas a desenvolverem o estágio grave da doença, requisitando de um tratamento intensivo e que pode até ser levada a óbito.
Diante do contexto, em 17 de março de 2020, o Ministério da Educação, publicou a PORTARIA Nº 343, substituindo as aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a situação de pandemia do Novo Coronavírus - COVID-19:
Art. 1º Autorizar, em caráter excepcional, a substituição das disciplinas presenciais, em andamento, por aulas que utilizem meios e tecnologias de informação e comunicação, nos limites estabelecidos pela legislação em vigor, por instituição de educação superior integrante do sistema federal de ensino, de que trata o art. 2º do Decreto nº 9.235, de 15 de dezembro de 2017.
§ 1º O período de autorização de que trata o caput será de até trinta dias, prorrogáveis, a depender de orientação do Ministério da Saúde e dos órgãos de saúde estaduais, municipais e distrital.
§ 2º Será de responsabilidade das instituições a definição das disciplinas que poderão ser substituídas, a disponibilização de ferramentas aos alunos que permitam o acompanhamento dos conteúdos ofertados bem como a realização de avaliações durante o período da autorização de que trata o caput. (BRASIL,2020)
A partir desse decreto, o processo de ensino, em todos os níveis, precisou ser realizado na modalidade remota, impondo um desafio a todos os envolvidos devido à falta de preparação para a realização das aulas. Fatores dificultadores que vão desde a ausência de equipamentos eletrônicos para preparação e reprodução das aulas virtuais, como acesso à internet, tanto por parte dos professores como dos alunos para recebimento dos conteúdos.
A situação da pandemia no país repercutiu diretamente no processo de ensino e aprendizagem dos estudantes. Os professores tiveram que se reinventar para que os conteúdos chegassem aos alunos. Fato este, que gerou mudanças drásticas na rotina de trabalho desses profissionais, que passaram a atuar na modalidade “home office” e tiveram que lidar com tecnologias, a fim de proverem meios para que os alunos fossem assistidos. Nesse cenário, foram incorporados ao ensino remoto, aulas e reuniões pelas plataformas de videoconferências; aulas gravadas em formato de vídeos; envios de conteúdo por meio de aplicativos de mensagens, entre outras técnicas adotadas para reduzir os impactos do ensino remoto.
Todo esse processo exigiu grande esforço por parte dos envolvidos: coordenação pedagógica, professores, alunos e de seus familiares para que esse processo de ensino e aprendizagem continuasse nesse período de suspensão das aulas presenciais. Um período marcado por incertezas, que provocou mudanças no contexto social e econômico do país, devido as recomendações de isolamento social. Destaca-se, que segundo a UNICEF (2021, p.47)
Embora se verifique um esforço das redes de ensino, de docentes, estudantes e suas famílias na manutenção dos vínculos e na continuidade das atividades escolares, é necessário considerar que no período de pandemia houve redução das atividades econômicas e, portanto, das arrecadações tributárias, que são a principal fonte de financiamento da educação pública. Esse cenário pode ameaçar a garantia do direito à educação, expresso pelo acesso, permanência e sucesso escolar.
Pensar nessa nova modalidade de ensino imposta pela pandemia, em um país tão desigual como o Brasil, traz para reflexão analisar o contexto social em que estão inseridos esses atores, pois a necessidade de substituir as aulas presenciais pelo ensino remoto, não tem sido uma tarefa fácil para muitos educadores presentes nas diferentes regiões do país, a exemplo das escolas inseridas no campo, que esbarram na falta de acesso a rede de internet, considerada uma ferramenta essencial nesse tipo de ensino a distância.
A realização do ensino remoto, impôs limitações e dificuldades não só ao corpo docente para ministrarem as aulas, mas também aos alunos que enfrentam grandes desafios para continuarem estudando, devido a diversos fatores que os distanciam do acesso à educação. Correa e Silva (2020) destacam que a estratégia adotada pelo MEC acaba novamente por negligenciar uma parcela de estudantes que não contam com tais ferramentas e tecnologias, para terem acesso as aulas, bem como aos materiais pedagógicos importantes ao processo de ensino e aprendizagem.
A EDUCAÇÃO NO CAMPUS NOVO PARAÍSO DO IFRR
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR) está presente no estado desde 1986, quando iniciou suas atividades enquanto Escola Técnica de Roraima integrante da rede de ensino do Território Federal de Roraima. Conforme ocorrido em vários institutos federais no Brasil, o IFRR desde sua criação passou por várias transformações até se efetivar como Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, o qual se deu em 2008, quando foi sancionada a Lei n° 11.892 de 29 de dezembro, responsável pela criação de 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia no país. Desde então, o IFRR atua no Estado de Roraima promovendo a educação profissional, técnica de nível médio e cursos de formação inicial e continuada aos trabalhadores, contribuindo para a formação integral e inclusão social de jovens e adultos, proporcionando ainda, por meio da educação, ciência e tecnologia o desenvolvimento do Estado.
O IFRR possui uma estrutura denominada de multicampi, o qual é composto por cinco campi distribuídos em três regiões do estado, que são: Campus Boa Vista; Campus Boa Vista Zona Oeste; Campus Amajari; Campus Avançado Bonfim; e Campus Novo Paraíso. Este último, lócus desta pesquisa devido estar localizado na zona rural do Estado e por ser considerado uma escola do campo.
Por educação do campo, compreendemos que é uma modalidade de ensino ocorrida dentro das áreas rurais e considerada também uma política pública educacional, que se deu por meio da trajetória de lutas e reivindicações dos sujeitos do campo para terem acesso à educação dentro de sua comunidade. Segundo Caldart (2008, p.71)
A Educação do Campo nasceu como mobilização/pressão de movimentos sociais por uma política educacional para comunidades camponesas: nasceu da combinação das lutas dos sem-terra pela implantação de escolas públicas nas áreas de reforma agrária com as lutas de resistência de inúmeras organizações e comunidades camponesas para não perder suas escolas, suas experiências de educação, suas comunidades, seu território, sua identidade.
Nessa perspectiva destacamos a definição da identidade da escola do campo presente no Plano de Desenvolvimento Institucional do IFRR (2019-2023):
A identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação às questões inerentes à sua realidade, ancorando-se na temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologia disponível na sociedade e nos movimentos sociais, em defesa de projetos que associem as soluções exigidas por essas questões à qualidade social da vida coletiva no País.
Dentre os campi do IFRR localizado na zona rural, destacamos o Campus Novo Paraíso (CNP) que foi inaugurado em novembro de 2007, é o segundo campus mais antigo da rede de ensino do IFRR. Está localizado na região sul do Estado de Roraima, no município de Caracaraí há 256 km de distância da Capital, devido a sua localização é considerado uma escola do campo. O CNP atende alunos de cinco municípios do sul do Estado: Caracaraí, Rorainópolis, São João do Baliza, São Luiz do Anauá e Caroebe. Os estudantes residem na sede desses municípios, nas vilas, nas vicinais e distritos desses interiores.
Atualmente o CNP atua com os cursos técnicos integrados ao ensino médio nas áreas de Agropecuária, Agroindústria e Aquicultura. No ensino superior oferta o curso de Agronomia. Além destes oferta os cursos de Formação Inicial Continuada (FIC), direcionados a qualificação de jovens e adultos da região. Com relação ao corpo docente, o CNP possui 88 servidores, dentre professores e técnicos, e mais de 700 alunos matriculados, sendo estes, moradores das áreas rurais e urbanas da região. Devido sua localização concentra um público diversificado,
Os alunos possuem interesses educacionais distintos. Alguns buscam o ensino técnico para aplicar seus conhecimentos na agricultura familiar; outros, pretendem seguir estudos acadêmicos em áreas afins e a grande maioria escolhe a escola federal por ter um ensino médio de qualidade e mais exigente se comparado ao ensino público estadual. Esta diversidade é percebida nos demais servidores, sobretudo, os docentes, oriundos de diferentes regiões do Brasil, que desconheciam o estado de Roraima até realizarem o concurso público. (ALVES, 2017, p.76)
Pereira (2016) destaca que os docentes que atuam no Campus Novo Paraíso apresentam um perfil diversificado, em que a maioria é composta por profissionais bacharéis e licenciados, vindos de diferentes regiões do país, que tem a missão de transmitir o conhecimento aos estudantes que possuem características específicas de sua comunidade, mas que estão inseridos no mesmo contexto educacional e institucional.
De acordo ao Plano de Desenvolvimento Institucional do IFRR (2019-2023) são princípios da educação do campo:
- O princípio pedagógico do papel da escola enquanto formadora de sujeitos, articulada a um projeto de emancipação humana;
- O princípio pedagógico da valorização dos diferentes saberes no processo educativo;
- O princípio pedagógico dos espaços e tempos de formação dos sujeitos da aprendizagem;
- O princípio pedagógico do lugar da escola vinculado à realidade dos sujeitos;
- O princípio pedagógico da educação como estratégia para o desenvolvimento sustentável;
- O princípio pedagógico da autonomia e colaboração entre os sujeitos do campo e o sistema nacional de ensino.
Os princípios pedagógicos que orientam o processo de ensino da educação do campo apresentam um papel fundamental que auxiliam os professores durante sua prática pedagógica, os quais respeitam as especificidades dos sujeitos do campo e visam a transformação social. Com a suspensão das aulas presenciais, devido a situação da pandemia, o CNP precisou adotar novas estratégias de atuação junto aos seus alunos para continuar o processo de aprendizagem num contexto considerado novo para muitas instituições.
Para o retorno das aulas, em atendimento ao decreto do Ministério da Educação outrora citado, as aulas no CNP voltaram na modalidade de ensino remoto. Esse retorno foi gradativo, sendo convocado primeiro os alunos finalistas do Ensino Médio, que estavam matriculados no quinto módulo. Para os alunos com acesso à internet, as aulas foram ministradas por meio da plataforma AVA Moodle, para aqueles sem acesso à internet foi disponibilizado material de estudo impresso, onde os alunos deveriam buscar o conteúdo em um dos sete pontos de entrega, a saber: em Caroebe e na RR 432, entregue na residência dos alunos; no Baliza, em São Luiz e na Vila Novo Paraíso, retirada na residência de um servidor; em Rorainópolis entregue no ginásio de esportes, e em Caracaraí na Praça dos milagres. Destaca-se que foram pontos pensados estrategicamente para atender os alunos conforme sua localidade.
A estratégia adotada pelo CNP visou atender dois tipos de públicos, os alunos com e sem acesso à internet. Essa tomada de decisão apresenta um esforço significativo para assistir os alunos nesse processo de ensino e aprendizagem. É importante salientar que a implantação do ensino remoto mudou a prática pedagógica de todas as escolas, com o surgimento de uma nova formatação pedagógica para atender seu público-alvo. Para a Educação do Campo, considerando o contexto no qual se encontram as escolas, o desafio é ainda maior, tanto para os docentes como para os alunos. É o que veremos a seguir com o resultado da pesquisa aplicada.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
Para execução dessa pesquisa, adotamos o método qualitativo, que tem como característica ser exploratória, que de acordo com Triviños (1987) este tipo de pesquisa analisa a realidade de forma mais complexa, buscando causas e consequências dos fenômenos e como estes implicam na construção humana. Para corroborar com este entendimento, os autores Weller e Pfaff (2011) afirmam que pesquisas com enfoque qualitativo permitem compreensões e construções argumentativas onde é manifestado maior atenção as formas como os sujeitos expressam e significam as experiências cotidianas, não permitindo, portanto, conclusões. Nesse sentido, as produções do conhecimento com este tipo de enfoque, se caracterizam por proporcionar diversas interpretações, pontos de vista e perspectivas de cada realidade investigada.
Buscando responder ao objetivo deste estudo o lócus foi o Instituto Federal de Roraima especificamente o Campus Novo Paraíso, localizado no município de Caracaraí, interior do Estado de Roraima, instalado em um contexto campestre. Os sujeitos da pesquisa foram 6 professores que atuam nesta instituição.
Em virtude do distanciamento social, utilizamos como instrumento de pesquisa a aplicação de um questionário, para GIL (2021) entende-se como um conjunto de questões que são respondidas por escrito pelo pesquisado. O Instrumento foi composto por 10 questões, sendo 9 abertas e 1 fechada, que foi aplicado por meio da plataforma Google Forms e encaminhado o link de acesso pelo aplicativo WhatsApp aos sujeitos da pesquisa, sendo o link disponibilizado em junho de 2021, o qual tiveram um período de 15 dias para responderem os questionamentos.
Para assegurar o anonimato da identidade e prezando pela ética, foi atribuído pseudônimo aos professores, definido como deusas gregas: Afrodite, Atena, Gaia, Hera, Irene e Eos. As respostas foram transcritas para um quadro síntese utilizando como ferramenta o software Excel, tendo como finalidade facilitar a leitura das respostas, e com isso possibilitar possíveis aproximações, direções e análise dos dados.
Dessa maneira, os métodos apresentados possuem relação direta com os objetivos propostos. A seguir apresentaremos a discussão dos resultados evidenciados a partir das respostas dos sujeitos, bem como, da contribuição de outros pesquisadores.
NARRATIVAS DA EXPERIÊNCIA DE DOCENTES DO CNP/ IFRR
Durante a quarentena imposta pela COVID-19, muitas escolas precisaram fechar as portas e migrar para o ensino remoto e/ou híbrido em todo Brasil, no sentido de conter o avanço da doença, sendo uma medida necessária para desacelerar o contágio. Neste contexto, as imposições desafiadoras de educar e aprender foram compulsoriamente designadas a professores e estudantes.
Com base nesta realidade compreender como os professores estão desenvolvendo as práticas pedagógicas no IFRR – CNP e as alternativas que estão sendo adotadas para superá-las possui grande relevância, tendo em vista as problemáticas enfrentadas pelo Estado quanto a qualidade do fornecimento de energia elétrica e internet, certamente, estes entraves são evidenciados nos interiores, vilas, vicinais e distritos – sendo estes os locais onde os discentes do CNP residem.
Quanto ao serviço de internet, os docentes foram questionados se os seus alunos possuíam acesso, sendo esta pergunta fechada, com as opções: a) sim; b) mais da metade dos alunos possuem; c) menos da metade possuem; e d) não possuem; Por unanimidade, a resposta foi que mais da metade dos alunos dispõem de acesso. Apesar da pesquisa desvelar esta certeza, adiante, veremos, que o detalhe crucial do “mais da metade” ao invés do “sim” é um dos principais empecilhos para a oferta de uma educação de forma igualitária, no atual período.
Neste contexto, o Mapa para a Cooperação Digital do Secretário Geral da ONU (2020), enfatizou o papel crucial da tecnologia digital no mundo durante e após a pandemia, dando destaque a “responsabilidade de conectar quem não está conectado, proteger os vulneráveis e marginalizados e respeitar os direitos humanos na era digital.”
No sentido de conhecer a formação dos docentes e as áreas de atuação, visto que o ensino no campus pesquisado perpassa ao nível médio integrado, ao técnico e ao nível superior, a pesquisa revelou que 2 professores possuem Licenciatura em Matemática e atuam tanto no nível médio integrado ao técnico como no ensino superior; 1 professor possui formação em Licenciatura em Educação Física; 1 Professor possui Licenciatura em Química e 1 possui Licenciatura em Espanhol; Sendo este atuantes apenas no nível médio integrado ao técnico. Apenas 1 professor possui graduação em Zootecnia e ministra aula no nível técnico e no ensino superior.
Conforme exposto, ao analisar o perfil dos sujeitos pesquisados, observamos que a pesquisa abrangeu a várias áreas formativas, sendo identificada uma diversidade na formação do docentes, a qual representa um fator enriquecedor tendo potencial para vislumbrar distintas experiências e podermos entender o contexto em que estão inseridos quanto a prática didática.
Perguntamos aos professores como que aulas estavam sendo realizadas no período pandêmico, as respostas foram:
Aqueles que possuem acesso à internet acompanham pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e os que não possuem participam das aulas por meio de material impresso. (Afrodite)
Utilizo o ava moodle, aulas síncronas (googlemeet) e assíncronas, utilizo o whatsapp para interagir melhor com eles. (Atena) (grifo nosso)
Para os alunos com acesso à internet as aulas acontecem através do AVA Moodle. Ocorre também contato por WhatsApp e aulas síncronas pelo Google Meet. Para os alunos sem acesso, ocorre a entrega de apostilas e atividades impressas. (Gaia) (grifo nosso)
Estão sendo realizadas através de material impresso, com apostilas dos conteúdos e atividades para alunos sem acesso à internet; Para aqueles que possuem acesso à internet o material de estudo e atividades são disponibilizados através da plataforma AVA e acontecem aulas virtuais via meet.google. O whatsapp é frequentemente utilizado para tirar dúvidas dos alunos. (Hera)
Utilizamos a plataforma AVA com os estudantes que possuem acesso a internet e material impresso para aqueles que não possuem internet. Os atendimentos aos estudantes são feito via whatsapp, google meet, chamadas telefônicas, SMS e gravações de vídeos. (Irene)
Remotamente, utilizando a plataforma Google Meet (Eos)
Para iniciar os desdobramentos das narrativas de como as aulas estão sendo realizadas, faz se necessário considerar as expressões: assincronas e síncronas, conforme expressa nas falas de atena e gaia. dessa forma, segundo mehlecke e tarouco (2003, p. 3), “os ambientes de educação a distância apresentam uma diversidade de ferramentas que podem promover tanto a comunicação síncrona como assíncrona.
O ensino remoto tido como um processo de ensino e aprendizagem ofertado por meio de tecnologias digitais, possui como objetivo o de ofertar acesso aos conteúdos, utilizando do emprego de estratégias metodológicas para auxiliar na aprendizagem do discente, podendo ser aplicadas por interações virtuais síncronas ou assincronas. a principal diferença entre as interações é a forma de sua aplicabilidade, sendo online, queremos dizer: em tempo real, onde o professor e o aluno interagem, ao mesmo tempo, em um espaço virtual e a que acontece sem a necessidade de interatividade simultânea.
Corroborando com este entendimento os autores Oliveira, Santos, Pereira, Fontes, Silva e Ferreira (2017) definiram as ferramentas de acordo com o tipo de interação, sendo as ferramentas síncronas: Videoconferências, Chat ou Sala de bate-papo, audioconferência e teleconferência; e já as assíncronas indicaram: Portfólio; Blog, Fórum e E-mail.
Dessa forma, ao analisarmos as falas dos professores, constatamos que a maioria utiliza o Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA Moodle, sendo destacado a oferta para os alunos que possuem internet. Segundo a matéria divulgada no sítio da reitoria do IFRR, de 25 de janeiro de 2021, neste ambiente são disponibilizadas ferramentas que permitem o desenvolvimento e a distribuição dos conteúdos diversos para os cursos on-line e das disciplinas do ensino médio, técnico e superior. Essa plataforma proporciona também a interação entre os estudantes e os professores/tutores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
Outra ferramenta citada pela maioria dos professores quanto a disponibilidade para os alunos que possuem acesso à internet foi o google meet sendo um serviço de comunicação por vídeo online desenvolvido por uma plataforma do Google. Embora exista similaridade com o AVA, a videoconferência acaba por simular uma sala de aula presencial e permite ao aluno a sanar suas dúvidas de forma mais ágil, além de valorizar o processo de troca de conhecimento entre os seus pares, visto que o feedback entre “aluno e professor” e “aluno e aluno” é direto e permanente.
Neste contexto, além dessas ferramentas, notou-se a evidência do uso do aplicativo WhatsApp, buscando fazer diferentes abordagens na tentativa de auxiliar, interagir e tirar dúvidas conforme destacado por Atena, Gaia, Hera e Irene. Nesse sentindo, entendemos que por meio deste aplicativo é possível um contato mais próximo, pois está cada vez mais incorporado no dia a dia das pessoas, sendo considerada uma ferramenta de comunicação prática, bem como o nível de informalidade intrínseco e que tem sido muito utilizada nesse momento de isolamento social.
Outro ponto em destaque na fala dos professores é a expressão “para os que não possuem internet” conforme Afrodite, Gaia, Hera e Irene, nesse caso, as aulas estão acontecendo por meio de material, apostilas de conteúdos e atividades impressas. Nesse cenário, entendemos que o envio do material é uma maneira de não desassistir o aluno, no entanto, resume-se a uma perspectiva de educação conteudista, sendo o aluno o único responsável pela absorção do conhecimento, Lockmann, Saraiva e Traversini (2020) chamam essa modalidade de escolarização delivery sendo uma espécie de educação em domicílio ou a pronta entrega.
De acordo com os contextos apresentados, é possível compreender que o docente do CNP necessita realizar dois tipos de abordagem pedagógica e de planejamento, tanto de conteúdo quanto ao processo avaliativo. Nesse sentido, Lockmann, Saraiva e Traversini (2020) defendem que o ensino remoto provoca uma exaustão profissional, conforme expressam:
O trabalho vai além da carga horária contratada e o professor encontra-se disponível nos três turnos para responder às perguntas e tirar dúvidas por WhatsApp. Além disso, há a necessidade de planejar as atividades, enviar, seja em formato digital ou físico, e, ainda, ter tempo para receber e corrigir as atividades realizadas pelos alunos (p. 13).
Ao indagarmos os professores se estes consideram que a metodologia adotada para realização das aulas, atendia a todos, as respostas foram:
Sim, não com a mesma qualidade. Pois todos possuem acesso ao material. (Afrodite)
Não. Tem aluno que possui pouco acesso à internet ou nenhum, a internet da região não ajuda aqueles que possuem, e os alunos com muita dificuldade não tem o atendimento adequado. (Atena)
Acredito que sim, porém existe uma flexibilidade muito grande devido à condição vulnerável dos estudantes. Não é possível elevar o nível de exigência como, aulas síncronas com presença obrigatória se a qualidade da internet ou computador não for disponível para todos. (Gaia)
Não. Porque os alunos sem acesso à internet não têm a chance de pedir instantaneamente uma forma diferente de explicação. (Hera)
Acredito que sim. Percebo que quanto mais contato fazendo com eles via whatsapp a ferramenta mais utilizada até pelos alunos que recebem o material impresso. A participação e a interação aumentam. (Irene)
Não consigo atingir a 100%, pois além da péssima internet, muitos não se adaptaram ao ensino remoto. (Eos)
Considerando as falas dos professores, percebe-se que não existe unanimidade, onde metade dos participantes acreditam que conseguem atingir a todos e os demais afirmam que não é possível atender em sua totalidade, sendo notório a expressividade das condições precárias do serviço de internet, como também do desafio para aqueles que não possuem. No contexto de educação no campo é evidente a expressão das desigualdades e dos desafios enfrentados por estes alunos e professores quando pensamos em uma educação pública de qualidade, onde se manifesta de formas diferenciadas nos grupos vulnerabilizados, sendo expostas claramente ainda mais no momento pandêmico.
Nesse ponto de vista, os autores Castioni; Melo; Nascimento; Ramos (2021) conceituam este fenómeno como exclusão digital, e contribuem ao afirmar que por meio deste tipo de restrição de direitos é refletido e reforçado as desigualdades. Nas palavras dos autores, os estudantes mais afetados são aqueles que já se encontram em desvantagens de oportunidades em razão de condições econômicas e sociais piores do que as de alunos com acesso ao ensino remoto. (2021, p. 14)
Com base nesses argumentos, quando questionados sobre os desafios encontrados no ensino remoto para a realização das aulas, a fala de Irene vem a corroborar, conforme expressa:
Conseguir atender todos os alunos de forma isonômica, proporcionar iguais condições para todos. Infelizmente isso não é possível devido à diversidade do público que atendemos e as particularidades de cada localidade (Irene, 2021).
De acordo com Moreira e Soares (2021, p. 11), “a pandemia vivenciada no contexto que fez necessário o ensino remoto, potencializa as desigualdades na sociedade, desigualdades estas que são características essenciais do sistema capitalista vigente”.
A fala dos professores Atena e Gaia apontam como desafio percebido o de motivar os alunos a participarem das aulas, conforme sinalizam:
Motivar os alunos, incentivar na participação das aulas síncronas, incentivar a estudar sozinho (…) (Atena, 2021)
(...) controle dos alunos no sentido de chamá-los aos estudos, pois a distância é mais difícil motivá-los. (Gaia, 2021)
É notório nas falas acima a preocupação com o empenho para que estudantes estejam motivados e com isso participem das aulas e atividades, no entanto, compreendemos que esta responsabilidade não deve ficar a cargo apenas do professor, a educação perpassa por um ambiente com diferentes sujeitos que devem vir a contribuir. Sem dúvidas o auxílio do professor é essencial, mas é necessário considerar as coordenações de cursos, coordenação pedagógica, bem como o envolvimento da família quando tratado de um contexto de crianças e adolescentes. Nessa perspectiva, a escola e família carecem estar afinadas e alinhadas no processo formativo.
Por conseguinte, os professores foram questionados mediante a sua percepção qual a maior dificuldade relatada pelos alunos para acessarem as aulas neste período de ensino remoto. Os entraves perpassaram os seguintes desdobramentos: falta de acesso à internet; instabilidade na internet e energia elétrica; ausência de recursos tecnológicos; motivação para estudar; gerenciamento do tempo; adaptação ao ensino remoto; local apropriado para desenvolver as atividades; e, dificuldades financeiras dos alunos onde alguns precisaram trabalhar para ajudar no sustento da casa e com isso não dispõem de tempo para realizar as atividades escolares, conforme expressam:
Instabilidade na internet e energia elétrica. Falta de acesso a internet e recursos tecnológico para alguns estudantes; (Afrodite)
Falta de motivação para estudar; (Atena)
Maior dificuldade é o gerenciamento do tempo deles, não conseguem se adaptar ao ensino remoto. Local apropriado para desenvolver as atividades. Disponibilidade e qualidade da internet; (Gaia)
Dificuldades financeiras dos alunos, fazendo que tenha de ajudar no sustento da casa, faltando tempo para as atividades. (Hera)
Motivação para estudar nesse formato; (Irene)
A instabilidade na internet;(Eos)
Nesse sentido, após analisarmos as falas dos professores é indubitável que a maior parte dos desafios apresentados perpassam por questões relacionadas as desigualdades sociais, sendo estas preexistentes em nossa sociedade, que se expressam de forma alarmante na educação do campo em tempos da Covid-19. As condições em que estes alunos vivem e são submetidos se mostram, muitas vezes, desfavoráveis à aprendizagem.
Os dados revelam que tanto a Instituição como os professores adotaram estratégias pedagógicas para assistir os alunos nesse contexto de pandemia. Ficou evidente que os desafios enfrentados pelos atores sociais nesse processo perpassam as práticas pedagógicas. Observamos que os fatores sociais e históricos das escolas inseridas no campo apresentam peculiaridades que dificultam a atuação docente nesse cenário em que se encontram as escolas campestres.
O desafio não se configura apenas na forma de ensino, mas também nas problemáticas já existentes que impossibilitam os estudantes a terem acessos aos bens e serviços essenciais. Como pensar em um modelo de ensino remoto, se não há condições para realizá-lo? Se uma parcela de aluno não possui acesso à internet e os que possuem esta conexão é fragmentada? Dessa forma, é evidenciado o descaso e a falta de sensibilidade por uma educação justa e igualitária (MOREIRA E SOARES, 2021).
É valido salientar que os docentes do CNP têm se esforçado para atender todos os alunos durante o ensino remoto, mas nem todo esse esforço tem sido suficiente para que o processo de ensino-aprendizagem seja realizado de forma satisfatória e democrática capaz de atender as necessidades dos estudantes. Enviar um material impresso para que os estudantes tenham acesso as “aulas” não garante que o aluno vai conseguir aprender o conteúdo programático, visto que a figura do professor nesse processo é essencial para compreensão dos conteúdos, ou seja, não garante que os alunos vão conseguir desenvolver as atividades sem o acompanhamento do professor, conforme acontece nas aulas presenciais. Portanto, percebemos que nesse caminho são muitos os desafios a serem enfrentados e que vão além dos impactos impostos pela pandemia, pois estão atrelados a vários fatores que distanciam a interação do professor-aluno nesse processo educativo.
Por fim, ao evidenciar essas questões por meio do retrato da pesquisa, elucida a importância de se refletir e debater sobre a carência e desprezo dos direitos dos povos campesinos, do respeito às suas diversidades, das condições, que de fato, viabilize uma educação do campo de qualidade e igualitária, bem como aos aspectos inerentes a realidade quanto ao processo pedagógico.
¹IPEA: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
²ODS 4: refere-se ao quarto indicador dos Objetivo do Desenvolvimento Sustentável, “Educação de Qualidade”, que visa assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos
ALVES, Clarisse Gonçalves Rodrigues. Contribuições da Teoria Histórico-Cultural para a aprendizagem do tema escravidão contemporânea para estudantes do Instituto Federal de Roraima – Campus Novo Paraíso (IFRR-CNP). UERR. Dissertação, 2017.
BRASIL. Cadernos ODS. IPEA. Brasília, 2019.Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/190711_cadernos_ODS_objetivo_4.pdf. Acesso: julho de 2021.
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