Metadados do trabalho

Os Conceitos Bourdiesianos De Campo Político, Campo Educacional E Campo Científico: Para Pensar O Sindicalismo Docente Enquanto Objeto.

Everton Werneck

A presente proposta de artigo tem por objetivo demonstrar a utilidade de alguns dos instrumentos teórico-conceituais do sociólogo francês Pierre Bourdieu para a análise da produção acadêmica nacional sobre sindicato de professores da Educação Básica. Desde fins da década de 1970, emerge com toda a força em nosso país um movimento sindical de professores que, desde então, torna-se importante ator político nas lutas perpassadas em torno da questão educacional em nosso país. Concomitantemente, no plano acadêmico, mais precisamente no terreno das ciências sociais e humanas, surgiram, também, estudos e pesquisas cuja temática principal consistia exatamente neste movimento sindical de professores. Isto posto, lançaremos um primeiro olhar sobre o conjunto dessas produções acadêmicas utilizando-nos do instrumental teórico-conceitual de Pierre Bourdieu. Como os conceitos de campo político, campo educacional e campo científico nos auxiliariam na tarefa de uma primeira reflexão, não sobre os sindicatos de professores em si, mas sobre a produção acadêmica cuja temática seja o sindicalismo docente? Acreditamos que tal proposta constitua, por si só, um esforço inicial na senda daquilo que o próprio Bourdieu denominava como “sociologia reflexiva”, buscando compreender as condições sociais em que se dá a construção do conhecimento sociológico.

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WERNECK, Everton. Os conceitos bourdiesianos de campo político, campo educacional e campo científico: para pensar o sindicalismo docente enquanto objeto.. Anais do Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade, 2021 . ISSN: 1982-3657. Disponível em: https://www.coloquioeducon.com/hub/anais/249-os-conceitos-bourdiesianos-de-campo-pol%C3%ADtico-campo-educacional-e-campo-cient%C3%ADfico-para-pensar-o-sindicalismo-docente-enquanto-objeto. Acesso em: 16 out. 2025.

Os conceitos bourdiesianos de campo político, campo educacional e campo científico: para pensar o sindicalismo docente enquanto objeto.

As páginas cuja escrita iniciamos serão dedicadas, em linhas gerais, a compreender e demonstrar o quanto o instrumental teórico-conceitual do sociólogo francês Pierre Bourdieu pode nos ser bastante útil para começarmos a construir uma visão sociológica geral do conjunto das produções acadêmicas sobre sindicato de professores da Educação Básica, que começa a expandir-se a partir da década de 1980, no âmbito das Ciências Humanas e Sociais brasileiras. Neste ponto, para um maior esclarecimento, vale a pena já citarmos Bourdieu, Chamboredon e Passeron(2010), em seu clássico “O ofício de sociólogo”. Nesta obra, a todo instante os autores chamam a atenção para uma imperiosa necessidade, por parte dos próprios sociólogos, de colocar sob reflexão as próprias condições de sua produção intelectual, configurando uma espécie de sociologia da sociologia, uma sociologia do conhecimento que evidencie as condições sociais, políticas, econômicas e culturais que tornaram ou tornam possível determinada produção sociológica.

Sendo assim, é exatamente neste sentido que pretendemos começar a caminhar com a confecção do presente artigo, a fim de compreenderas condições políticas, sociais, econômicas e culturais que propiciaram o surgimento dos estudos sobre sindicalismo docente no terreno das Ciências Humanas e Sociais brasileiras. Contudo, nosso primeiro passo consistirá num exercício de demonstração do quanto os conceitos de campo político, campo educacional e campo científico serão úteis para a compreensão do conjunto da produção acadêmica sobre o sindicalismo docente.

 Ademais, a promoção de tal exercício de reflexão mostra-se de importância fundamental na medida em que, em nossa realidade atual, os sindicatos de professores da Educação Básica constituem-se um dos principais atores sociais nas lutas pelo direito à educação. Assim, pensar sobre tal temática significa, no fundo, a busca por contribuir com as lutas pelo direito à educação, através do aprimoramento dessas instituições representativas dos trabalhadores em educação.

Com vistas a levarmos a cabo tal proposta,este estudo começa por uma exposição sumária sobre o conjunto da produção acadêmica sobre sindicalismo docente da Educação Básica no Brasil, com seus antecedentes, suas origens e posterior desenvolvimento no âmbito das Ciências Humanas e Sociais de nosso país.Depois, traremos à baila os conceitos de campo, campo político, campo educacional e campo científico/intelectual. Em seguida, discorreremos sobre o lugar da produção acadêmica sobre sindicalismo docente em meio aos diversos campos sociais cunhados por Pierre Bourdieu. E, por último, traremos algumas considerações finais acerca da problemática abordada ao longo do trabalho, mais precisamente sobre os conceitos de campo científico/intelectual e campo político, bem como sua utilidade para começarmos a descortinar as condições sociais, políticas, econômicas e culturais que ensejaram a constituição e o desenvolvimento da produção acadêmica sobre sindicalismo docente em nosso país.

Conforme havíamos mencionado, a ação sindical docente, em nosso país, só tem lugar a partir do final da década de 1970 e início da década de 80. Antes disso, predominava, entre os docentes, formas de associativismo de cunho tradicional muito conservadoras, nos moldes das associações de profissionais liberais, cuja principal atividade consistia muito mais em ofertar serviços assistenciais à categoria do que propriamente defender as reivindicações daqueles profissionais perante o Estado e os proprietários de instituições privadas de ensino. Inclusive,tais associações mantinham relações próximas aos governos de então, como nos atestam as leituras de Rêses (2015) e Gindin (2015) .
Por outro lado, há de se convir que, no referido contexto histórico, anterior ao crescimento e expansão da ação sindical docente, em nosso país,ainda não nos defrontávamos com um sistema educacional massificado e precarizado da forma que hoje conhecemos: havia, isto sim, um sistema educacional ainda muito elitizado, voltado para o atendimento das necessidades educacionais das classes dominantes e das classes médias de então, restando aos filhos e filhas das classes subalternas uma educação muito restrita, quando não, de todo ausente, significando,na prática, uns poucos anos de estudo. Cunha (2009) assinala que é ainda sob a ditadura civil-militar, inaugurada em 1964, que a expansão massificada do sistema educacional tem lugar, certamente respondendo às demandas educacionais geradas pelo próprio desenvolvimento econômico industrial do período e concomitante pressão das demandas populares por tais serviços escolares.
Assim sendo, de acordo com o exposto acima, teremos a constituição de um significativo contingente de trabalhadores da educação a partir de um processo de massificação da Educação Básica cujo cerne residia na expansão quantitativa do ensino escolar em detrimento da qualidade do ensino ministrado, o que significou, a um só tempo, o atendimento de certa demanda popular por educação e a manutenção da dualidade estrutural que marca o sistema escolar em qualquer sociedade de classes (CATANI; NOGUEIRA,1998): uma educação de qualidade para a “elite” e setores das classes médias; e uma educação massificada, precarizada, para a grande maioria trabalhadora. Soma-se a isso o contexto histórico de ocaso da ditadura civil-militar de 1964, marcado pela ascensão das lutas populares pela redemocratização e ante uma recessão econômica que penalizava, sobretudo, as classes subalternas, consubstanciadas no crescimento e protagonismo do chamado novo sindicalismo, das associações de bairros e demais movimentos sociais. Teremos, no bojo de todo esse processo, o crescimento do sindicalismo docente tal como o conhecemos hoje (MIRANDA,2011; RESES,2015).
Portanto, será dentro do contexto histórico sumariamente acima descrito que terá lugar a ascensão do sindicalismo de professores da Educação Básica, surgindo com grande força política e social, conseguindo expressiva adesão da base da categoria e, ao menos inicialmente, contando com considerável apoio popular (MIRANDA,2011; VIANNA,1999).Baixos salários e más condições de trabalho eram, desde muito tempo, conforme nos atesta o estudo de Miranda (2011), as principais e mais gerais reinvindicações do magistério, impulsionando as lutas sindicais. Daí por diante, o sindicalismo docente, malgrado seus percalços e dificuldades, seus altos e baixos, será um importante ator político e social na sociedade brasileira de uma maneira geral e, em particular, nas lutas pelo direito à educação.
Com efeito, é em meio a todo o exposto acima que tem origem o sindicalismo docente enquanto objeto de pesquisas no âmbito acadêmico, nas Ciências Humanas e Sociais.Aqui, vale lembrar os ensinamentos contidos em Marx (1982), nos quais afirma que, ao contrário do que imaginavam os chamados idealistas,é a realidade material, com todos os seus condicionantes políticos,econômicos e sociais que possibilitam o surgimento de tais ou quais ideias, sendo, pois, as ideias de uma época fruto das condições materiais de existência daquele período (MARX,1982).
Dali em diante florescem os estudos e pesquisas que possuem o sindicalismo docente enquanto temática principal. Vianna (1999) nos fornece uma visão geral do “estado da arte” acerca das pesquisas sobre o sindicalismo docente, desde o final dos anos 1970 até a década de 1990, momento em que produz seu estudo. De acordo com a citada autora, as pesquisas sobre sindicalismo docente, efetuadas no decorrer dos anos 80 do século passado, debruçaram-se, em geral, sobre questões como consciência de classe e identidade de classe dos professores, revelando uma preocupação com a construção da identidade de trabalhador, algo fundamental para o desenvolvimento da luta sindical em sua plenitude,dentre uma categoria ainda muito permeada pelas ideias de sacerdócio, vocação e congêneres.Greves e outras questões também eram, em geral, objeto de atenção, refletindo as expectativas otimistas que rondavam a luta sindical dos professores e as potencialidades das lutas pelo direito à educação.
Todavia, já nos anos 1990, Vianna (1999) observa que, perante o declínio da ação sindical docente que então ocorria,  os estudos sobre a temática passaram a refletir todo um pessimismo sobre as potencialidades da luta sindical do magistério, concentrando-se muito sobre a questão da crise do sindicalismo docente, suas causas, consequências, possibilidades de superação, etc. Acresce-se a isso algo lembrado por Gindin (2009): na referida década de 1990, os trabalhos dentro da área temática em questão debruçavam-se muito, também, sobre as reformas neoliberais, que, naquele momento, varriam toda a América Latina, e, também, em como os sindicatos docentes estavam enfrentando tal movimento que trazia mais precarização para a categoria do magistério. Com isso, solapavam as bases de sua ação sindical.
Prosseguindo, já nos anos 2000, permanece o interesse acadêmico pelo sindicalismo docente, inclusive chegando a originar a “Rede de pesquisadores e pesquisadoras sobre associativismo e sindicalismo dos trabalhadores e das trabalhadoras em educação” (Rede Aste), que realizou seu primeiro encontro no ano de 2009. A partir desta época, segundo a leitura de Ferreira (2010), teremos uma gama variada de trabalhos em termos de temas enfocados, a saber: as resistências provocadas pela precarização do trabalho docente; trabalhos de caráter mais histórico, abordando possíveis origens do associativismo docente; trabalhos que discutem a natureza de classe dos profissionais da educação, acerca da dubiedade trabalhadores x classe média, dentre outras questões.
Por fim, resta-nos destacar uma informação de grande valor para as nossas pretensões neste trabalho, que visa a proceder a uma localização da produção acadêmica sobre sindicalismo docente na educação básica, nos distintos campos sociais conceituados pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu: boa parte da produção acadêmica acerca do sindicalismo docente é feita por militantes e ex-militantes sindicais, conforme nos alerta Gindin (2009).
O francês Pierre Bourdieu é considerado por muitos, ao redor de todo o mundo, o principal sociólogo da segunda metade do século XX (BURAWOY, 2010). Com efeito, sua vasta obra, cobrindo uma infinidade de temas, como, por exemplo, educação, política, gênero, desigualdade, religião, dentre outros, trouxe contribuição ímpar ao avanço do conhecimento no campo das Ciências Sociais e das Ciências Humanas em geral. Nesta linha, destaca-se, em sua produção intelectual, a grande capacidade de, bebendo nas fontes clássicas mais diversas, inspirado em Marx, Durkheim, Weber e outros, ter dado origem a uma teoria sui generis. Contudo, está longe de significar um mero “ecletismo”, com a justaposição de elementos provenientes de corpus teóricos diversos, pois se trata da construção de um arcabouço teórico-conceitual radicalmente distinto dos originais.
 Prosseguindo, Bourdieu dará origem a uma teoria social inovadora, inspirada na leitura de diferentes clássicos das Ciências Sociais, conforme já colocado, mas esta mesma teoria será perpassada por uma preocupação recorrente em seu pensamento, qual seja: a questão da dominação (BURAWOY, 2010). Assim como Max Weber, Bourdieu estará preocupado em compreender como determinado “estado de coisas” permanece, malgrado toda sorte de iniquidades que recaem sobre as grandes maiorias oprimidas. Bourdieu foi buscar tais explicações no plano simbólico das sociedades, ou seja, a reprodução da dominação social passaria, inevitavelmente, de acordo com Bourdieu, pela constante (re)construção de ideias, valores, princípios de classificação e divisão do mundo que teriam, ao final, a capacidade de justificar ou simplesmente mascarar, sobretudo para os setores oprimidos da sociedade,a dominação e sua concomitante desigualdade social, sem que para tanto necessite de constantemente lançar mão da violência material para que aqueles obedeçam.
 Perante as preocupações teóricas apontadas acima, Bourdieu procederá a uma original análise desse plano superestrutural das sociedades modernas. Diz-se aqui original porque Bourdieu, diferente de outros analistas que se dedicaram de certa forma à análise desse aspecto simbólico das sociedades, como por exemplo, Antonio Gramsci, adotará a perspectiva de “campos”. Todavia, o que isso significaria?Isto quer dizer que a educação, a religião, o sistema político, as artes, as ciências e tudo o mais que outros autores encarariam enquanto pertencentes à esfera superestrutural da sociedade como um todo, Pierre Bourdieu enxerga enquanto esferas sociais relativamente autônomas umas das outras, tendo, cada uma, sua própria dinâmica, sua estrutura, conflitos específicos, regras, etc. A tais esferas, um tanto quanto inspiradas na leitura weberiana das esferas valorativas, segundo Burawoy (2010), Pierre Bourdieu conceituará como campos, apontando, com isto, para a existência de um campo religioso, de um campo político, de um campo científico, educacional e outros. Em seu conjunto, todos esses campos constituiriam o plano simbólico das sociedades modernas, locus em que se dariam as lutas igualmente simbólicas pela reprodução da dominação ou pela sua superação.
Contudo, não se pode perder de vista algo fundamental: sob o pensamento bourdiesiano, esses campos serão todos relativamente autônomos entre si, cada um possuindo suas próprias dinâmicas, regras, estruturas, lutas, etc, não se esquecendo de que, por serem relativamente autônomas, não estanques, são plenamente capazes de interagirem entre si, influenciarem-se mutuamente. Daí, Bourdieu (1989,2005) dedica-se à análise, separadamente, de cada um dos campos, não obstante todos eles possuírem também, entre si, consideráveis similitudes, sobretudo entre o campo religioso e os demais, chegando a aparentar que o primeiro servira enquanto modelo para Bourdieu pensar os demais campos. Sendo assim, em vista dos propósitos deste trabalho, interessa-nos expor, de maneira resumida, as caracterizações dos campos científico e político, o que se fará daqui por diante.
Primeiramente, iniciemos pelo campo científico, teorizado por Bourdieu (2005). Este, assim como os demais campos aqui mencionados, passara, de acordo com Bourdieu (2005), por um processo de autonomização paralelo à transição do mundo antigo para a modernidade capitalista. Isso se deu a partir do momento em que as produções de bens científicos, de bens artísticos e literários, dentre outros, começaram a desvencilhar-se das amarras outrora impostas pelos poderes político e econômico que tolhiam a autonomia dos referidos campos ao tentarem submeter as referidas produções aos seus respectivos interesses. Ainda de acordo com Bourdieu (2005), somente com as transformações das condições econômicas, sociais e políticas possibilitou-se a constituição de um verdadeiro mercado de bens simbólicos (bens artísticos, bens científicos, bens literários), certamente que através da conquista das liberdades políticas e de certa autonomia financeira que garanta a independência perante as coações do poder econômico, contrapondo produtores e consumidores de tais bens que, a partir de então, tenderiam a interagir sob as regras autonomamente constituídas pelos próprios integrantes do campo.
Especificamente tratando do campo científico, deve-se sublinhar que a conquista das autonomias política e econômica, mencionadas no parágrafo anterior, libertou a produção cientifica dos interesses políticos ou econômicos. Isto, por sua vez, impulsionou o livre desenvolvimento do conhecimento científico, que pode, com isso, ir progressivamente construindo as regras que passam a balizar a produção do conhecimento científico pelos próprios produtores. Entretanto, o próprio Bourdieu (2005) chama a atenção para o fato de que a autonomia conquistada e o consequente progresso do campo científico conduzem, também, a uma espécie de elitização do campo, visto que o consumo de tal produção cientifica tornar-se-á restrito aos “iniciados”, ou seja, restrito àqueles que possuem cada vez maior conhecimento sobre o campo, suas regras e produções, levando a uma situação em que os próprios produtores são também os consumidores.
Já no interior do campo, Bourdieu (2005) enxergará, conforme assinalara Burawoy (2010), uma espécie de luta intercapitalista, na medida em que seus produtores-consumidores irão disputar a aquisição do chamado capital cultural , cuja posse lhes permitirá ocupar as melhores posições dentro do campo, que, por seu turno, dividir-se-á em posições dominantes e posições dominadas, algo que, logicamente, trará consigo posições de poder (ou não, no caso dos dominados) dentro do campo. Por outro lado, o leitmotiv desta luta será a incessante busca, por parte dos produtores-consumidores, pela distinção, ou seja, a busca por certa originalidade em suas produções científicas. Algo que, conforme também sublinhou Bourdieu (2005), trará enquanto efeito também o avanço da produção cientifica, daí retomando aquele ciclo descrito de autonomização e elitização.
Passemos agora ao chamado campo educacional. Em primeiro lugar, Bourdieu (2005) localiza os sistemas de ensino na posição de “campo das instâncias de reprodução e consagração”, o que significa que, ao lado de instituições como museus e galerias, desempenhariam a tarefa de conservar, reproduzir e consagrar os bens culturais produzidos pelo campo de produção erudito, dentre o qual localizamos o campo de produção científica. 
Ainda de acordo com o autor citado (BOURDIEU, 2005), esta instância de reprodução e consagração intitulada sistema de ensino será a responsável por formar aqueles que, posteriormente, serão os produtores e os consumidores daqueles bens simbólicos produzidos pelo campo de produção erudita, tendo em vista que, conforme mencionamos mais acima, tanto a posição de produtor de tais bens simbólicos, quanto a posição de consumidor desses bens exigem a posse de um mínimo de capital cultural. Ademais, o sistema de ensino, ainda segundo Bourdieu (2005), possuirá um poder simbólico de determinar aquilo que é digno de ser estudado e aquilo que não o é, o chamado arbitrário cultural, desempenhando, assim, o seu papel de consagração e reprodução de alguns bens e de outros, não. Vale destacar, também, que Bourdieu (2005) afirma que o sistema de ensino exerce tal incumbência em nome da classe dominante, impondo, pelo arbitrário cultural, a cultura dominante para as demais frações da sociedade.
Ademais, outro campo que nos auxiliará na compreensão do conjunto da produção acadêmica sobre sindicatos de professores na Educação Básica é o político. Segundo Bourdieu (1989), esse campo também se encontra internamente dividido entre oferta e demanda de bens políticos (discursos, projetos, programas, ideologias, recursos materiais), entre produtores e consumidores de bens políticos. Bourdieu (1989) explica que tal divisão decorre de uma estrutura social na qual os capitais econômico e cultural encontram-se extrema e desigualmente distribuídos entre os cidadãos, o que, na prática, significa a quase impossibilidade de uma participação política ativa e autônoma por parte da grande maioria espoliada que não dispõem de capital cultural e capital econômico necessários à participação. Isto porque a efetiva participação política exige uma certa gama de conhecimentos e tempo disponível, algo que a esmagadora maioria dos dominados não tem, na medida em que seu capital cultural é naturalmente reduzido, além de comprometerem grande parte do seu tempo com “a luta pela sobrevivência” (BOURDIEU, 1989). Para estes, sobram apenas as alternativas da abstenção ou daquela reduzidíssima participação eleitoral de tempos em tempos.
 Em uma estrutura representativa, ainda segundo Bourdieu (1989), os produtores de bens políticos lutarão entre si pela demanda destes bens. Cada produtor ofertará um discurso político específico, a fim de atender a uma potencial clientela que se identifique com aquelas ideias e discursos. Entretanto, Bourdieu (1989) enfatizará que “o mercado político é um dos menos livres que existem”, visto que este acaba sendo um mercado no qual a oferta vê-se reduzida a uma situação quase que oligopólica, dominada por um corpo de profissionais da representação , que, deste jeito, consegue impor regras e mecanismos de funcionamento inerentes ao campo, limitando o que é ou não dizível politicamente, restando à massa demandante por representação política tão somente contentar-se com aqueles produtos oferecidos. Além disso, Bourdieu (1989) também chama a atenção para algo bastante importante e que marcará o campo em análise: tal situação oligopólica possibilitará que os profissionais da política tornem-se capazes de impor seus próprios interesses como se fossem os interesses do segmento representado.
No que diz respeito especificamente à questão da dinâmica da concorrência e luta entre os produtores de bens políticos, Bourdieu (1989) assinala que estes devem, ao tomarem suas decisões neste campo, observar, tanto a posição tomada pelos seus adversários, como as aspirações e pressões da demanda, visando posicionar-se de forma a alcançar a maior parte possível da demanda. Além disso, tais lutas travadas entre os produtores de bens políticos devem não apenas ser uma representação das classes e grupos sociais realmente em luta nas sociedades, mas, igualmente, responder aos interesses respectivos daqueles profissionais da representação (BOURDIEU, 1989).
Para fechar essa breve descrição do campo político, deve-se destacar que tais lutas políticas entre os produtores de bens políticos ocorrem, também, no interior dos partidos, entre subgrupos e facções internas que disputam o comando de determinado partido. Ao abordar tal assunto, Bourdieu (1989) destaca a questão do conteúdo do discurso a ser endereçado às massas demandantes, observando, nessa questão, uma contradição marcante: manter-se fiel a um conjunto de princípios, valores e ideias, ainda que fundamentadas em conhecimentos científicos ou abrir o discurso, no sentido de abrir mão de determinados princípios ideológicos objetivando alcançar um determinado segmento da demanda por bens políticos que rejeitam aquela determinada ideia.
De saída, logicamente que devemos localizar o conjunto das produções acadêmicas sobre sindicalismo docente no âmbito do campo de produção erudita, ou, mais precisamente, no campo científico. Com efeito, tais produções científicas são também resultado de demandas postas ou nascidas em outros campos. Neste caso, em especial, no campo político.
 Contudo, antes de qualquer outra coisa, há de se sublinhar que grande parte dos pesquisadores sobre sindicalismo docente na Educação Básica é ou já foi profissional da educação no referido nível de ensino, conforme nos atestam os estudos de Gindin (2009). Este fato nos leva a encarar o campo educacional enquanto uma ponte, um importante ponto de ligação entre os campos político e científico, no que diz respeito ao conjunto da produção acadêmica sobre sindicalismo docente.
Explicando melhor o que foi acima colocado: o fato de os professores da Educação Básica constituírem, segundo as teorizações de Bourdieu (2005), um dos principais agentes do campo de consagração e reprodução de bens simbólicos, do campo educacional, coloca-os em posição privilegiada para, posteriormente, lançar-se à tarefa de estudo e pesquisa sobre a prática sindical da referida categoria profissional. Isto porque tais professores, em decorrência de sua posição no campo educacional, dedicado às tarefas de consagração e reprodução da cultura dominante, possuirão um capital cultural que lhes dará a possibilidade de se aventurarem no campo científico-intelectual, algo que não se daria da mesma forma com outras categorias de trabalhadores que, malgrado sua intensa atividade sindical, não disporiam de um mínimo capital cultural para proceder a uma reflexão sobre as próprias práticas associativas. Logo, o campo educacional, origem de grande parte dos pesquisadores em sindicalismo docente, desempenhará papel crucial para que as demandas nascidas do campo político-sindical façam a travessia e cheguem ao campo científico-intelectual.
 Passemos agora ao campo político. Como vimos na seção anterior, este é marcado por uma cisão entre produtores e consumidores de bens políticos, na qual os primeiros, minoria, produzem e oferecem diversos tipos de discursos políticos a um grande público demandante e impossibilitado de uma atuação mais autônoma e efetiva na arena política. Conforme também já colocado na seção anterior, Bourdieu (1989) afirma que tal cisão levou à constituição de um corpo de profissionais da política, produtores de bens políticos que se especializam e, lembrando Max Weber, passam a “viver da política e para a política”. 
Continuando, Bourdieu (1989) explicará que, em tais condições, assistiremos ao surgimento de uma oligarquia composta por produtores de bens políticos e que possuirão interesses específicos com relação às suas bases políticas, frente aos consumidores dos seus bens políticos. Certamente interesses correlacionados à posse de cargos e posições no interior do campo político, dos quais extraem benefícios, senão materiais, ao menos simbólicos.
Visto isso, por que não podemos pensar o âmbito sindical nesses termos? Bourdieu (1989) mirava a disputa entre partidos e as disputas em seu interior. Em nosso entender, caberia o mesmo arcabouço teórico-conceitual para pensar os sindicatos, nos quais também se travam lutas internas pelo monopólio do discurso político. Assim sendo, grande parte daqueles que se enveredam para a produção acadêmica sobre sindicalismo docente na Educação Básica originam-se desta disputa, a própria demanda pela produção científica em questão nasce dessa disputa. Logo, em grande medida, o conjunto da produção acadêmica sobre sindicalismo docente carregará consigo interesses específicos daqueles diversos grupos que se digladiam no interior dos sindicatos pelo monopólio do discurso político a ser ofertado para as bases, partindo daquelas oligarquias de produtores de bens políticos no interior dos sindicatos, possuidores de interesses específicos que vão além da pura e desinteressada representação política.
As ideias expostas nos parágrafos anteriores nos conduzem novamente ao campo científico, na medida em que a seguinte questão emerge com força: por que razão os produtores de estudos sobre sindicalismo docente, em sua maioria advinda desse mesmo meio sindical, buscariam a realização de estudos acadêmicos sobre o tema? Afora outras questões, materiais ou de interesse pessoal, acreditamos que, em princípio, boa parte da produção acadêmica acerca do sindicalismo docente adentra ao campo científico-intelectual, embebida pelo universo de conflitos entre diversos discursos políticos que perpassam o sindicalismo docente. Talvez buscando contestar ou confirmar um ou outro discurso político presente nas lutas intra-sindicais, o discurso científico acabaria servindo como uma importante fonte de legitimidade, capaz de reforçar ou enfraquecer alguns produtores de bens políticos em luta na arena político-sindical.
Porém, para sermos coerentes e prosseguirmos de acordo com o pensamento de Pierre Bourdieu, tal relação, relativamente estreita, entre os campos político e científico necessitaria ser alvo de redobrada vigilância epistemológica. Os próprios cientistas sociais que conduzem tais estudos devem sempre submeter as suas concepções a uma séria reflexão crítica, almejando livrar-se das ideias pré-concebidas que entram de roldão no trabalho científico (BOURDIEU, CHAMBOREDON; PASSERON, 2010). Isto se faria eminentemente mais importante na área de estudos sobre o sindicalismo docente na medida em que estes, produzidos, em sua grande maioria, por sindicalistas e ex sindicalistas, estariam muito mais sensíveis aos embates advindos do meio político-sindical.  Portanto, ainda segundo Bourdieu, Chamboredon e Passeron (2010), a autonomia relativa do campo científico-intelectual exigiria essa vigilância epistemológica, visando impedir que interesses políticos submetessem diretamente o conhecimento científico, algo mortal para as pretensões de uma ciência crítica e livre de quaisquer amarras.
 Diferente da concepção bourdiesiana acima expressa, que representa a defesa daquilo que em Burawoy (2010) aparece como o intelectual tradicional, acreditamos que, na maioria dos casos, aqueles pesquisadores em sindicalismo docente teriam em mente o ideal do intelectual orgânico cunhado por Antonio Gramsci. De acordo com essa concepção, o intelectual seria aquele que, intimamente ligado a uma determinada classe social, seria plenamente capaz de unir o bom senso existente no interior do senso comum daquela classe com os conhecimentos científico-filosóficos oriundos da cultura erudita, transformando isto em um discurso político-ideológico assimilável pela classe que representa. Logo, a produção acadêmica sobre o sindicalismo docente já nasce em estreita conexão com as lutas sindicais e todo o universo de discursos e conflitos que a permeiam.
 Diante de todas as observações realizadas, temos, aqui, o seguinte: o conjunto da produção acadêmica acerca do sindicalismo docente pode ter impacto considerável sobre o universo das disputas político-sindicais em questão. Este ponto nos remete a uma outra problemática, também tratada por Pierre Bourdieu, a saber: qual o papel do conhecimento sociológico produzido a partir do campo científico-intelectual autônomo? A partir da leitura de Burawoy (2010), temos que Pierre Bourdieu fazia uma importante distinção entre uma produção sociológica que se colocaria a serviço do poder, seja do poder econômico, seja do poder político, e uma sociologia crítica, independente, frente aos poderes constituídos e devotada ao desvelamento das relações de dominação simbólica que grassam nas sociedades.
Pierre Bourdieu, durante boa parte de sua trajetória intelectual, advogou um necessário afastamento dos intelectuais da cena política, dada a imperiosa necessidade de que estes realizassem uma radical ruptura com o senso comum, a fim de que pudessem realmente construir um conhecimento científico autônomo e crítico. Segundo Burawoy (2010), ao lançar sua crítica sobre a noção gramsciniana de intelectual orgânico, Bourdieu considerava que, ao ligar-se às massas, o intelectual só teria dois caminhos a seguir: sucumbir aos erros e distorções do senso comum ou tornar-se “chefe” das massas populares, impondo suas ideias a essas. Mas, sobretudo ao final da carreira, cada vez mais, Bourdieu contradisse toda a defesa que fez acerca da indispensável apartação entre intelectuais e senso comum, tornando-se cada vez mais ativo na cena política francesa, encarnando uma radical oposição às políticas neoliberais então em voga na França e no resto do mundo (BURAWOY, 2010).
 Voltando à questão do impacto da produção acadêmica sobre o sindicalismo docente nas lutas propriamente sindicais, podemos imaginar que, na medida em que se filiam à perspectiva de uma sociologia crítica, podem  realizar importantes aportes críticos aos sindicatos de professores, contribuindo para aperfeiçoá-los em seus respectivos modos de funcionamento e organização, em suas táticas e estratégias adotadas, etc, assim fortalecendo-os em seus embates com governos, patrões e suas políticas de precarização do ensino.
Por outro lado — e talvez seja esta a principal contribuição que este artigo pode dar neste ponto — o conjunto da produção acadêmica acerca do sindicalismo docente dota de um conhecimento crítico não apenas os sindicatos de professores em suas lutas diárias contra adversários externos, mas, igualmente, é capaz de alimentar as lutas internas que tem lugar nos sindicatos, onde o conhecimento crítico elaborado a partir do campo científico-intelectual pode ser transformado em bens políticos a serem ofertados por tais ou quais facções políticas em luta pela demanda desses bens políticos no interior dos sindicatos. Ademais, relembrando o papel atribuído à sociologia crítica, a produção acadêmica sobre sindicalismo docente pode, também, permanecendo no âmbito das lutas político-sindicais, contribuir para desvelar ou fortalecer relações de dominação simbólica ali presentes, na medida em que, conforme nos informara Bourdieu (1989), dentro dos agrupamentos políticos (nos quais incluímos os sindicatos de professores) podemos encontrar tendências dominantes e tendências dominadas.

Ao longo do presente artigo buscamos demonstrar, principalmente, a grande utilidade do instrumental teórico elaborado pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, quando se tem como objetivo a realização de uma reflexão crítica acerca das condições sociais, econômicas e políticas sob as quais se dá a construção do conhecimento científico sobre sindicato de professores. Inclusive, vale a pena ressaltar, aqui, a própria ideia de submeter o conjunto da produção científica sobre sindicalismo docente a uma detida reflexão crítica, é, em si, também inspirada na ideia bourdiesiana de promover uma sociologia reflexiva. Em Bourdieu, Chamboredon e Passeron (2010), a todo instante, é colocada a necessidade de que os sociólogos, caso quisessem mesmo construir um conhecimento verdadeiramente científico, deveriam romper com ideias preconcebidas advindas do senso comum, bem como ter clara consciência dos interesses, sejam eles políticos, econômicos ou simbólicos, que, inelutavelmente, permeiam toda a produção sociológica, dois objetivos que só seriam alcançados através desse permanente exercício de autorreflexão que é a sociologia reflexiva.

Especificando um pouco mais essa referida utilidade do instrumental teórico bourdiesiano para a compreensão da produção científica sobre sindicalismo docente como um todo, vimos, neste artigo, o quão útil são os conceitos de campo educacional, campo político e campo científico para tal empreitada. Conforme já assinalado páginas atrás, a informação de que grande parte da produção cientifica sobre sindicalismo docente fora produzida por militantes e ex militantes sindicais nos permitiu pensar tal área de estudos como que estando no vértice, na confluência, dos três campos acima mencionados. Com efeito, o conceito de campo elaborado por Bourdieu (acompanhado dos igualmente importantes conceitos de capital e habitus.) nos possibilitou enxergar os interesses e lutas que perpassam tais campos e, consequentemente, os mesmos interesses e lutas presentes no conjunto da produção científica que tem o sindicalismo docente enquanto objeto.

 Em suma, conforme já adiantáramos em nossa introdução, é preciso deixar bem clara a importância dos estudos sobre o sindicalismo docente, uma vez que, atualmente, são essas entidades representativas da classe dos professores um dos principais atores sociais nas lutas por uma educação pública, gratuita e de qualidade, princípios estes que, ultimamente, têm sido duramente atacados pelas políticas neoliberais. Perante um quadro como este, refletir criticamente sobre as práticas, ideias e projetos dos sindicatos de professores, seus erros e acertos constitui tarefa mais do que importante à qual se lançam as pesquisas sobre sindicalismo docente, caso o objetivo seja o aprimoramento dessas organizações para as árduas lutas em defesa do direito à educação. Porém, para além disto, o presente artigo buscou apontar para a necessidade de se proceder a uma reflexão crítica sobre as condições sociológicas sob as quais são produzidos os citados estudos sobre o sindicalismo docente, uma “sociologia da sociologia”, ou seja, uma sociologia do conhecimento aplicada à citada área de produção acadêmica, com vistas a aprimorar cada vez mais os referidos estudos, cruciais para as lutas em prol do direito à educação.

[1] Entretanto, estudos como o de Miranda (2011) revelam que no período histórico em questão já havia “embriões”, primeiras tentativas de constituição de uma verdadeira ação sindical docente no Brasil, bem antes do final da década de 70 do século XX, e que, ainda segundo Miranda (2011), de certa forma colaboraram para a posterior constituição do sindicalismo de professores tal como o conhecemos hoje.

 

[2] Isto em decorrência de vários fatores: o desgaste das sucessivas greves ocorridas entre as décadas de 1980 e 1990, com seus relativamente parcos resultados, o endurecimento dos governos já sob influência do neoliberalismo, a consequente perda de apoio perante a sociedade, devido às longas e desgastantes paralisações, dentre outras razões. (Miranda, 2011).

 

 

[3] O “capital cultural” consistiria, em linhas gerais, naquela soma de conhecimentos específicos acumulados pelo individuo ao longo do seu percurso formativo-escolar, lembrando que tais conhecimentos compostos pela cultura erudita não serão transmitidos apenas pelas instituições escolares, mas, sobretudo, por “herança familiar”, segundo o pensamento de Pierre Bourdieu.

 

 

[4] A própria estruturação do campo político faz com que este, assim como os demais campos, passem a exigir um “habitus” específico para nele atuar como “produtor”, ou seja, um conjunto de conhecimentos e habilidades muito específicos, limitando a entrada de novos ofertantes naquele mercado.

 

 

[5]  Aqui sempre adotamos a expressão “podem” porque deseja-se destacar o caráter potencial do conhecimento produzido, visto que ideias sozinhas nada transformam, fazendo-se necessária a “vontade política”, a ação, algo que, conforme também aprendemos com Bourdieu (1989), obedece a uma dinâmica distinta da produção do conhecimento científico.

 

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