Nos últimos anos, o Brasil vem apresentando significativa expansão na oferta do Ensino Superior, especialmente no setor privado, que representa 88,4% das matrículas e 11,6% no Ensino Superior Público, dados que podem ser conferidos nas análises do censo da Educação Superior publicados no sítio eletrônico do Instituto Nacional de Pesquisa Anísio Teixeira- INEP (2019). No âmbito das políticas públicas, cumpre destacar que a Educação Superior comparece esboçada ainda no Plano Nacional de Educação – PNE (BRASIL, 2014-2024), com vigência de dez anos e definem parâmetros para a qualidade e equidade da educação em todo o país, em destaque para a meta XIII que propõe elevar a qualidade da educação superior, com estratégias específicas para sua implementação.
Essa crescente expansão no setor privado, evidencia ainda que o cenário econômico e social dos jovens universitários é ainda mais diverso indicando um caminho de possibilidades reflexivas sobre a relação destes com as aprendizagens, bem como o sentido atribuído ao mundo acadêmico. Sendo assim, um outro dado interessante apontado pelo censo do Ensino Superior - INEP (2019) evidencia que 52,2% das matrículas nas graduações estão concentradas nas Universidades, o que supõe pensar na articulação ensino-pesquisa –extensão como um diferencial no processo formativo dos egressos, bem como em sua inserção e atuação na comunidade externa. Por esse viés, refletimos sobre a necessidade de assegurar que essas vivências acadêmicas, as quais as atividades de pesquisa e extensão também estão interligadas, sejam uma realidade viva no cotidiano acadêmico.
A chegada à universidade se apresenta como desafiadora para os estudantes, por ingressarem em um ambiente novo, pela adaptação à realidade acadêmica e pelas competências e habilidades exigidas no processo ensino-aprendizagem que são diferentes daquelas vividas no Ensino Médio. Nesse processo apresenta-se a iniciação à pesquisa, objeto de discussão neste artigo cujo objetivo é compartilhar reflexões advindas de uma experiência que visou aproximar estudantes da área da saúde da pesquisa e escrita acadêmica. Trata-se, pois, de um relato de experiência, cujos registros demonstram a importância de possibilitar o exercício de iniciação científica e interlocução entre teoria e prática, de forma a desenvolver habilidades e construir conhecimentos relativos à pesquisa desde o momento de inserção dos estudantes no ambiente universitário.
REFLEXÕES TEÓRICAS
Os cursos de graduação no Brasil são norteados por Diretrizes Curriculares Nacionais –DCN, que apesar de serem específicas para cada curso, apresentam direcionamentos para a construção de processos de ensino e aprendizagem alinhados a realidade social, aos avanços tecnológicos, bem como ao desenvolvimento de habilidades e competências básicas, necessárias a atuação profissional. A esse respeito tem-se a Resolução nº 569 de 8 de dezembro de 2017, publicada pelo Conselho Nacional de Saúde que em seu artigo primeiro reafirma e ordena a formação dos trabalhadores da área da saúde e aprova no artigo segundo os princípios gerais a serem incorporados às DCN de todos os cursos de graduação da área da saúde.
Essa resolução (BRASIL, 2017) apresenta no artigo terceiro pressupostos e diretrizes comuns para as graduações na área da saúde, a fim de promover a participação social, como disposto no item I de A à C:
I - Defesa da vida e defesa do SUS como preceitos orientadores do perfil dos egressos da área da saúde, com os seguintes objetivos: a) formação em saúde comprometida com a superação das iniquidades que causam o adoecimento dos indivíduos e das coletividades, de modo que os futuros profissionais estejam preparados para implementar ações de promoção da saúde, educação e desenvolvimento comunitário, com responsabilidade social e compromisso com a dignidade humana, cidadania e defesa da democracia, do direito universal à saúde e do SUS, tendo a determinação social do processo saúde-doença como orientadora; b) valorização da vida, por meio de abordagens dos problemas de saúde recorrentes na atenção básica, na urgência e na emergência, na promoção da saúde e na prevenção de riscos e doenças, visando à melhoria dos indicadores de qualidade de vida, de morbidade e de mortalidade; c) formação profissional voltada para o trabalho que contribua para o desenvolvimento social, considerando as dimensões biológica, étnico-racial, de gênero, geracional, de identidade de gênero, de orientação sexual, de inclusão da pessoa com deficiência, ética, socioeconômica, cultural, ambiental e demais aspectos que representam a diversidade da população brasileira. (RESOLUÇÃO, nº 569 de 8 de dezembro de 2017 )
Alia-se a tais disposições objetivos comuns a todos os cursos, como exercer a profissão de forma articulada ao contexto social, entendendo-a como uma forma de participação e contribuição social e ainda conhecer métodos de busca da informação, técnicas de investigação e elaboração de trabalhos técnicos, acadêmicos, científicos e de divulgação de resultados. Nesse sentido os cursos enfrentam um desafio que é estabelecer um currículo flexível, pautado na diversidade, na qualidade da formação, aproximando a realidade social e as necessidades de saúde da população.
Uma premissa que comparece nas DCN dos cursos, diz respeito a formação ética profissional, comprometida com o bem estar social. Nisto, em ambos nota-se a atenção conferida ao desenvolvimento de habilidades e competências essenciais a formação humana a fim de que os estudantes sejam capazes de responder às necessidades da sociedade. Nesse sentido, em todas as diretrizes comparece a temática dos Direitos Humanos a ser abordada de forma transversal no âmbito dos cursos de graduação, articulando reflexões, projetos e pesquisas que visem a sua promoção.
Verifica-se que a temática está consolidada nas Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos, estabelecidas pela Resolução nº 1, de 30 de maio de 2012, que defendem e reconhecem a liberdade e igualdade de direitos como inerentes a toda pessoa. No artigo sexto dessa normativa (BRASIL, 2012) está previsto que:
A Educação em Direitos Humanos, de modo transversal, deverá ser considerada na construção dos Projetos Político- Pedagógicos (PPP); dos Regimentos Escolares; dos Planos de Desenvolvimento Institucionais (PDI); dos Programas Pedagógicos de Curso (PPC) das Instituições de Educação Superior; dos materiais didáticos e pedagógicos; do modelo de ensino, pesquisa e extensão; de gestão, bem como dos diferentes processos de avaliação. (Resolução nº 1, de 30 de maio de 2012 )
Como vemos, a Educação em Direitos Humanos tem se efetivado no contexto das legislações nos principais documentos que norteiam a prática pedagógica nos cursos de graduação, fato que ressalta a relevância da temática a ser dialogada no cotidiano das universidades. Barreto (2014) em seus escritos já sinalizava que o então Programa Nacional de Direitos Humanos orientava essa abordagem nas instituições de Ensino Superior:
O Programa Nacional de Direitos Humanos (2004) declara que à educação superior compete a promoção de reflexões e debates sobre a situação dos direitos humanos no Brasil. Sustenta que a universidade, em sua atribuição constitucional nas áreas de ensino, pesquisa e extensão, deve oferecer à sociedade profissionais e acadêmicos/as sensibilizados/ as para uma atuação cidadã, comprometida com o fortalecimento dos direitos e das liberdades fundamentais. Entre os princípios que norteiam a contribuição da educação superior na área de direitos humanos, é possível destacar os que estabelecem a importância de sua atuação em uma sociedade particularmente caracterizada por desigualdades como gênero, raça e renda, que pautam a histórica exclusão social da sua população. (BARRETO,2014, p. 9)
Interessante ressaltar que esse diálogo se alinha a proposta de desenvolvimento das competências e habilidades essenciais a formação dos graduandos descritas no currículo dos cursos, as quais enfatizam uma formação integral e inserida nas diversas realidades sociais. Destaca-se ainda que nas avaliações externas comparece de forma interdisciplinar essa abordagem, o que requer dos estudantes a capacidade de ler, compreender, interpretar e analisar casos clínicos dentro de um contexto global. No que tange as avaliações externas essas apresentam competências leitoras e de escritas que são auferidas ao final dos cursos de graduação e que exigem dos estudantes a habilidade de compreensão teórica, argumentação e análise a partir da interpretação dos fatos descritos em um dado contexto.
Nisto retomamos o diálogo sobre a escrita científica e dos desafios enfrentados por estudantes ao ingressarem no Ensino Superior, é uma ação contínua que permeia os diálogos entre os professores e coordenadores pedagógicos. Autores como Severino (2013, p.24) sinalizam que “só se aprende e só se ensina pela efetiva prática da pesquisa” e esse é um dos compromissos assumidos nas universidades brasileiras, de modo geral. Ocorre que para esses estudantes o ambiente acadêmico exige habilidades e competências diversas, assim como nas vivências escolares anteriores, porém de forma mais aprofundada , especialmente no tocante à escrita acadêmica e a atividade de pesquisa.
A esse respeito Severino (2013. p. 20) ressalta que “o ingresso no curso superior implica uma mudança substantiva na forma como professores e alunos devem conduzir os processos de ensino e de aprendizagem” sendo essencial, portanto, uma reflexão sistemática e continuada desses processos. O autor destaca que:
Ao iniciar essa nova etapa de sua formação escolar, a etapa do Ensino Superior, o estudante dar-se-á conta de que se encontra diante de exigências específicas para a continuidade de sua vida de estudos. Novas posturas diante de novas tarefas ser-lhe-ão logo solicitadas. Daí a necessidade de assumir prontamente essa nova situação e de tomar medidas apropriadas para enfrentá-la (SEVERINO, 2013, p.34).
Nesse sentido, pensar ações que auxiliem na construção do conhecimento científico, na inserção dos estudantes nos projetos de iniciação científica e a aproximação desses discentes com a escrita acadêmica favorece a consolidação desse saber articulado com as necessidades do mundo atual e auxilia os discentes na vivência das experiências acadêmicas com a produção do conhecimento científico. Importante salientar o que nos adverte o autor, ao afirmar que:
No entanto, embora sendo essas condições comuns a todo ato de ensino/aprendizagem, a sua implementação no Ensino Superior precisa ser intencionalmente assumida e efetivamente praticada, sob pena de se comprometer o processo, fazendo-o perder sua consistência e eficácia. (SEVERINO, 2013, p.20)
Por essa perspectiva, avançar para ações concretas de fomento de tais atividades de iniciação científica é uma tarefa desafiadora, porém, crucial ao desenvolvimento de aprendizagens significativas na Universidade, dada a sua missão de garantir e fomentar o engajamento dos estudantes no ensino e na pesquisa. Fazemos memória às palavras de Severino (2013.p.21), quando afirma que “Ensinar e prestar serviços à comunidade são tarefas da educação universitária”, por isso, não poderá a mesma se eximir de seu papel formador e de igual modo, Bicalho e Souza (2014) reforçam que “ [..] aprender os conteúdos científicos e profissionais é um processo que implica mudanças na maneira de ver a si mesmos, aos outros e ao mundo”.
Uma das possibilidades da iniciação à pesquisa é a revisão sistemática de literatura, que conforme apontado por Ferenhof e Fernandes (2016), torna-se uma base para a escrita científica acadêmica. Tem assim grande importância para a compreensão mais abrangente sobre uma determinada temática a ser estudada e para a produção do conhecimento científico apresentando se como potencial para a iniciação da escrita acadêmica. Para Ferenhof e Fernandes (2016) o método de revisão sistemática de literatura, “[..] está fundamentado em sua capacidade de possibilitar a análise e a síntese do conhecimento existente na literatura científica, permitindo a obtenção de informações que possibilitem aos leitores avaliar a pertinência dos procedimentos empregados na elaboração da produção científica. (FERENHOF; FERNANDES, 2016, p. 562).
Cabe ressaltar que este movimento de revisão sistemática conforme aponta Sampaio e Mancini (2007,p. 83) , se constitui em uma análise criteriosa de artigos para a realização de um novo projeto ou estudo temático. Com efeito, retornando aos autores Ferenhof e Fernandes (2016) apontam:“ É na revisão que o pesquisador se familiariza com os textos, identifica os autores que vêm escrevendo sobre o problema pesquisado” ( FERENHOF e FERNANDES, 2016, p, 550).
Para Creswell (2007) “ a revisão da literatura tem vários objetivos, como compartilhar com o leitor resultados de outros estudos que aproximadamente estão relacionados ao estudo que está sendo relatado” (CRESWELL, 2007, p. 45), o que possibilita compreender de forma contextualizada o objeto de pesquisa e realizar uma revisão sistemática a fim de delimitar o tema em um campo teórico, verificando as aproximações com os estudos já existentes, para assim, abrir caminhos para a construção de uma nova pesquisa.
Adota-se na experiência desenvolvida que a revisão sistemática de literatura pode contribuir com a iniciação científica e para a escrita científica, ao serem compreendidas como um caminho para a construção do conhecimento e de aprendizagens acadêmicas, são vias condutoras da autonomia, do pensar científico e, consequentemente, de uma postura crítica diante da realidade.
Revisitamos assim, as proposições de Paulo Freire (1996) sobre a leitura critica da realidade que deve propiciar uma atitude conscientizadora no processo de apropriação do mundo, que o torne consciente, crítico e livre. Por essa premissa, destaca-se as considerações do autor, quando afirma a importância de educar para a autonomia, para o desenvolvimento de um pensar reflexivo que posiciona-nos no mundo. O autor ainda registra que “O fato de me perceber no mundo, com o mundo e com os outros me põe numa posição em face do mundo que nada tem a ver com ele. Afinal, minha presença no mundo não é de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da história” ( FREIRE, 1996, p.54).
É possível a partir dessa reflexão compreender que as ações pedagógicas desenvolvidas nas universidades podem caminhar para uma formação científica sólida, consistente e abrangente se as aprendizagens se firmarem nesse limiar, ou seja, atrelada às atividades de pesquisa e extensão, fomentando assim a construção de pesquisas cada vez mais fundamentadas. Configura-se, pois, o desafio que o presente relato apresenta e que possivelmente terá outros desdobramentos no solo da universidade, campo dessa experiência. Veremos nesse relato uma tentativa de implementação de ações pedagógicas que incentivem e fortaleçam o corpo docente e discente no processo de ensino e aprendizagens acadêmico-cientificas, em que a pesquisa ocupa um lugar de destaque.
METODOLOGIA
Este artigo é resultado de um relato de experiência, que teve como base metodológica a revisão bibliográfica, a partir de uma abordagem qualitativa de natureza descritiva. Tal experiência deve-se à participação na oficina de escrita ofertada dentro da proposta de Atividade Prática Supervisionada- APS das turmas de primeiro período dos cursos área da saúde da Universidade Vale do Rio Doce, localizada no Leste de Minas Gerais.
Conforme Projeto Político Pedagógico na universidade em análise, as atividades práticas supervisionadas têm como objetivo central, alicerçar o desenvolvimento da autonomia intelectual, superando a formação profissional limitada ao espaço da universidade. Além de possibilitar o exercício e interlocução entre teoria e prática, de forma a desenvolver habilidades e construir conhecimentos. Fazem parte do currículo dos cursos de graduação da Univale e “compõem a carga horária das disciplinas/módulos e têm por sua natureza um caráter de prática, o que as tornam um espaço/tempo da matriz, propício a atividades formativas de naturezas diversas, que primam pela ação e envolvimento prático do estudante” (UNIVALE, 2020).
As atividades práticas supervisionadas são ainda regulamentadas a partir da Resolução nº 2, de 18 de junho de 2007 (BRASIL, 2007), que dispõe sobre carga horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos cursos de graduação, bacharelados, na modalidade presencial. Deste modo, na Universidade Vale do Rio Doce – Univale (2020) as APS podem ser organizadas em Prática de Pesquisa Acadêmica - PPA; Prática Extensionista - PEX; Atividades com Metodologias Ativas –AMA.
As oficinas foram realizadas com 142 estudantes do 1º período do núcleo da Saúde, que foram subdivididos em quatro grupos, a fim de possibilitar um melhor acompanhamento pela equipe pedagógica da universidade, pedagogas que tem, a função de proporcionar,
à comunidade acadêmica, assistência didática e pedagógica, bem como contribuir com o planejamento e implementação de políticas e ações educacionais, visando à melhoria do processo ensino-aprendizagem além de orientar o processo educativo em todos os níveis de ensino ofertados pela instituição.
Participaram da atividade estudantes dos cursos de Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Estética e Cosmética, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Nutrição.
Cabe destacar que devido a situação de pandemia da Covid-19, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)[1] em 11 de março de 2020, com o objetivo de possibilitar a manutenção das atividades educacionais no período do distanciamento social, em 18 de agosto de 2020, o governo publicou a Lei nº 14.040 (BRASIL, 2020a), que estabeleceu normas em âmbito geral a todos os níveis educacionais durante o estado de calamidade pública. A partir dessa regulamentação os estados da federação estabeleceram planos que proporcionam os estudos remotos no período de distanciamento social pela pandemia da COVID-19.
No que tange o Ensino Superior, em 17 de março de 2020, o Ministério da Educação (MEC), por meio da Portaria MEC nº 343 (BRASIL, 2020b), autorizou, em caráter excepcional, a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais durante a situação de pandemia da COVID-19. Ao longo desse período pandêmico, houveram outras publicações e revogações pelo MEC, sendo que, no momento, encontra-se vigente a Portaria MEC nº 1038 de 07 de dezembro de 2020, que “Altera a Portaria MEC nº 544, de 16 de junho de 2020, que dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meio digitais, enquanto durar a situação de pandemia da COVID-19, e a Portaria MEC nº 1.030, de 1º de dezembro de 2020, que dispõe sobre o retorno às aulas presenciais e sobre caráter excepcional de utilização de recursos educacionais digitais para integralização da carga horária das atividades pedagógicas, enquanto durar a situação de pandemia do novo coronavírus - COVID-19.” (BRASIL, 2020c).
A instituição em análise, adotou a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais durante a situação de pandemia do novo Coronavírus - COVID-19, com vistas a minimizar os impactos da interrupção das aulas e adotou o uso das tecnologias em educação, que passaram a ser condição para que a atividade educativa aconteça. Nesse sentido, foram adotados vários recursos digitais com o uso das tecnologias, mediando os processos educativos na atividade relatada.
Assim, as oficinas foram realizadas utilizando a plataforma Google Meet com o objetivo de introduzir a temática da escrita científica, introduzir a reflexão sobre a revisão sistemática da literatura e apresentar o portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –CAPES como fonte de busca das principais pesquisas. As oficinas contaram assim com o acompanhamento pedagógico de toda equipe, auxiliando os estudantes nesse primeiro contato com a escrita acadêmica. Pela plataforma Google Meet aconteceram também atendimentos individuais para orientação dos pequenos grupos no momento de registro dos resultados.
Deste modo, do acompanhamento da equipe pedagógica da universidade aos docente da área da saúde nos diferentes processos inerentes ao ensino superior e que se relacionam a implementação dos projetos pedagógicos dos cursos e acompanhamento ao processo ensino-aprendizagem, surgiu a proposta, construída pela equipe pedagógica das oficinas de escrita acadêmica via, Atividade Prática Supervisionada. Surgiu assim, a partir de uma escuta atenta ao relato dos docentes, que em momento formativo junto às pedagogas da Universidade pontuaram a dificuldade dos estudantes em realizar os trabalhos solicitados, bem como as angústias vividas no cotidiano dado o desafio de introduzi-los no ambiente acadêmico. Outro fator que contribuiu para o fomento das oficinas, foi a oportunidade de realizar uma ação interdisciplinar de incentivo ao desenvolvimento da escrita científica, daí nasce a proposta de Atividade Prática Supervisionada – APS para as turmas do primeiro período do núcleo da Saúde.
A base metodológica proposta das oficinas de escrita ancora-se na de revisão sistemática da literatura, a qual os estudantes foram conduzidos a realizar buscas em portal de periódicos, articulando a temática dos Direitos Humanos com sua área de formação profissional. A escolha pela temática dos Direitos Humanos se deu por ser um tema transversalmente abordado em todos os cursos. Além disso essa temática oportuniza o debate, a reflexão crítica por parte dos estudantes, que a partir do resultado das buscas e da leitura dos artigos puderam compreender as múltiplas realidades que perpassam as questões de saúde pública no Brasil.
A proposta foi desenvolvida em três momentos síncronos, com duração de 02horas e as demais horas foram de atividades assíncronas, perfazendo um total de 20 horas, com vistas a propiciar aos estudantes familiarizarem-se com os textos disponíveis em cada portal, identificarem os principais autores que versam sobre o assunto e ainda sintetizar em forma de resumo simples os resultados obtidos por meio da exploração do portal de periódicos.
1o Momento:
No primeiro momento, a equipe pedagógica da instituição atenta ao diálogo com os docentes da área da saúde, se reuniu para planejar o encontro expositivo e organizar o ambiente virtual de aprendizagem inserindo: textos de fundamentação teórica para a compreensão do processo de revisão sistemática, textos orientadores para as atividades em grupo, orientação para a elaboração do resumo científico e postar o resultado final das produções. Nesse momento a equipe pedagógica organizou os estudantes do núcleo da saúde em quatro grupos sendo:
GRUPO 1: Enfermagem (46 alunos)
GRUPO 2: Biomedicina, Estética e Farmácia (35 alunos)
GRUPO 3: Educação Física e Nutrição (24 alunos)
GRUPO 4: Fisioterapia e Fonoaudiologia (37 alunos)
2o Momento:
O primeiro encontro com os discentes foi expositivo, realizado para indicar os caminhos a serem percorridos para a busca dos artigos científicos, bem como para a construção do resumo simples. Este encontro aconteceu de forma síncrona, pela plataforma virtual Google Meet, no qual os estudantes tiraram suas dúvidas, compartilharam as inquietações postas pela recém chegada à universidade. Foi apresentado o portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior -CAPES, utilizando alguns termos de busca para explicar como os discentes iriam encontrar as produções na área desejada. Mostrou-se ainda, as possibilidades de filtro para a seleção e refinamento dos dados, bem como a possibilidade de fazer o download dos artigos para a leitura. Ao final deste momento expositivo, os discentes foram orientados a se organizar em grupos para a realização da atividade assíncrona e elaboração do resumo a ser postado no ambiente virtual de aprendizagem com vistas ao acompanhamento da processo de revisão sistemática e organização da escrita acadêmica.
3o Momento:
O segundo encontro foi de orientação aos pequenos grupos pela plataforma Google Meet. Ao longo da semana os grupos realizavam contato com os professores e pedagogas para orientação em momentos pré-agendados. Logo em seguida os estudantes seguiram para a prática de exploração do portal de periódicos e seleção dos artigos. Nesse percurso, foram orientados a dialogar sobre os achados, compartilhando com os demais colegas as percepções a partir da leitura dos resumos dos artigos encontrados e do refinamento feito no momento da busca. Após compartilhamento, os estudantes seguiram para a definição dos artigos que consideraram mais próximos da temática orientadora e por conseguinte registraram em uma tabela disponibilizada pela equipe organizadora da atividade a quantidade de produções encontradas no portal, o quantitativo de artigos que foram descartados e as lacunas ou possibilidades de produção acadêmica na área. Seguiu-se então para a elaboração do resumo, sendo acompanhados pelos professores e equipe pedagógica a fim de auxiliá-los na síntese das ideias e resultados obtidos. Cada grupo construiu o resumo dentro das normas para a elaboração de trabalhos acadêmicos definidos pela Universidade.
4o Momento:
O terceiro encontro síncrono foi a socialização dos resumos, utilizando-se da plataforma virtual Google Meet em que foi oportunizado momento para que cada um pudesse apresentar a escrita e as percepções do grupo ao realizar a atividade. Cada grupo escolheu previamente um representante que conduzia a apresentação dos resultados e das experiências, oportunizando a fala aos demais colegas que assim quisessem contribuir, sendo que cada grupo contava com o tempo máximo de 0:10 minutos para a apresentação. Nesse momento os discentes relataram os desafios com a escrita acadêmica, as alegrias do processo de encontrar artigos científicos sobre a temática proposta em sua área de formação, e a compreensão sobre a temática e o diálogo que estabelece com a área da saúde.
5o Momento:
O quinto momento se configurou com o compartilhamento dessa experiência vivenciada pela equipe pedagógica e professores dos cursos , avaliando o processo e dialogando sobre as expectativas de continuidade dessa proposta. Os ganhos obtidos com a socialização dessa atividade se apresentaram no resultado final em que os professores articularam em sala de aula momentos para ampliar a discussão teórica da temática dos Direitos Humanos, consolidando como produto final dessa primeira escrita a publicação dos resumos elaborados em simpósio de iniciação científica da instituição.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O primeiro resultado dessa experiência com a introdução dos discentes nesse processo de escrita científica é que, embora seja esse um caminho repleto de desafios e inquietações, as aprendizagens construídas pelos estudantes foram significativas. Percebe-se que no início das atividades, os estudantes apresentaram certa estranheza com esse novo modo de descrever suas pesquisas. Entretanto, ao iniciarem as buscas no portal de periódicos assumiram um papel ativo e autônomo na procura pelo objeto de pesquisa, dialogando com os pares e reestruturando os saberes previamente construídos com os novos aprendizados que surgiram a partir do primeiro contato com a leitura dos artigos científicos.
Reconhece-se deste modo a importância da atividade de pesquisa na formação do estudante no ensino superior, independente da sua inserção em projetos de pesquisa, mas como parte do processo ensino-aprendizagem:
Sendo o conhecimento construção do objeto que se conhece, a atividade de pesquisa torna-se elemento fundamental e imprescindível no processo de ensino/aprendizagem. O professor precisa da prática da pesquisa para ensinar eficazmente; o aluno precisa dela para aprender eficaz e significativamente; a comunidade precisa da pesquisa para poder dispor de produtos do conhecimento; e a Universidade precisa da pesquisa para ser mediadora da educação. ( SEVERINO, 2013, p.23)
Nesse sentido, tanto os docentes, quanto os estudantes necessitam dessas experiências epistemológicas para a construção de um conhecimento que faça sentido em sua formação e ainda para a suas vivências profissionais. Ressalta-se assim, que sendo essa uma das missões da Universidade, pode-se a partir de tais propostas estabelecer uma ponte entre as expectativas de aprendizagens delineadas pelos docentes em seu planejamento a luz das DCN que norteiam os cursos de graduação e os saberes construídos pelos discentes em seu percurso formativo.
Severino (2013) também sinaliza que:
Tendo a educação superior seu núcleo energético na construção do conhecimento, impõe-se uma prática pedagógica condizente, apta a superar a pedagogia do ensino universitário tradicional, apoiado na transmissão mecânica de informações. O ensino/aprendizagem na Universidade é tão- somente uma mediação para a formação, o que implica muito mais do que o simples repasse de informações empacotadas. Não se trata de se apropriar e de armazenar produtos, mas de apreender processos. Do ponto de vista do estudo, o que conta não é mais a capacidade de decorar e memorizar milhares de dados, fatos e noções, mas a capacidade de entender, refletir e analisar os dados, os fatos e as noções. (SEVERINO, 2013, p.24)
Por essa premissa entende-se que a reflexão da prática pedagógica, em que pese dos processos de construção do ensino-aprendizagem deve constituir-se como base para a atuação docente, principalmente nas Universidades que possuem seu viés formativo ancorado no ensino, na pesquisa e na extensão. Sendo assim, o diálogo tecido com os professores da área da saúde, conforme exposto neste relato, apontam para uma caminha de a ser trilhada em conjunto, a qual a equipe pedagógica é convidada a ter uma escuta atenta às necessidades dos docentes e discentes e a partir disso traçar estratégias conjuntas para a superação dos desafios encontrados no universo acadêmico de aprendizagem.
Um ponto a ser apresentado como desafio encontrado nesse trajeto refere-se ao processo de ruptura vivido pelo estudante ao ingressar no Ensino Superior e que se aproxima das reflexões de Coulon (2008) quando este aponta que, a entrada desse sujeito na Universidade provoca rupturas com os modos de aprendizagem escolar, passando a uma nova forma de conceber seu papel de estudante. Para o autor este processo é marcado “por uma fase de familiarização progressiva com a instituição, uma adaptação em relação aos códigos locais e pelo início do trabalho intelectual, que devem, em princípio, levá-lo a se tornar um membro competente da comunidade universitária e a ser reconhecido como tal” (COULON, 2008, p. 147).
Além disso, destaca-se um outro ponto abordado por Coulon (2008), que se refere a missão do estudante no desenvolvimento de uma postura ativa de aprendizagem. Para o autor, “o ofício de estudante consiste em aprender os inúmeros códigos que balizam a vida intelectual e proceder de maneira que os professores, que são também os seus avaliadores, reconheçam que eles aprenderam um domínio suficiente para exercê-lo” (COULON, 2008, p.32).
Vale ressaltar, que Coulon (2008, p. 156) afirma que “progressivamente, os estudantes elaboram estratégias para realizar seus estudos, que podemos chamar de perspectivas.” O autor afirma ainda, que na Universidade são estabelecidas novas relações de saber. Esse fato, pode ser conferido também, no desenrolar desse relato, em que a princípio ao se depararem com uma atividade de iniciação no processo de construção da escrita científica os discentes mostraram dificuldades em assimilar de compreender a proposta proposta, porém, ao praticar, socializar com os colegas, professores e pedagogas, foram aos poucos encontrando sua própria forma de explorar o portal de periódicos, estabelecendo os filtros de busca, selecionando os artigos e refinando os resultados até culminar na escrita dos resumos.
No que se refere as novas relações com as aprendizagens que ocorrem a partir do ingresso na universidade como afirma Coulon (2008), essas ganham espaço reflexivo por autores que dialogam sobre a teoria da relação com o saber a partir de Charlot (2000,2001). As autoras Bicalho e Souza (2014) apresentam em uma produção a reflexão sobre a relação com o saber de jovens universitários e tomam como base teórica as discussões de Bernard Charlot (2000, 2001) as quais, indicam que a relação com o saber dos estudantes universitários está intimamente ligada ao valor atribuído a essas para o seu desenvolvimento pessoal e ainda ao reconhecimento da universidade como espaço de aprendizagem.
Bicalho e Souza (2014) realizam então a pesquisa em uma universidade privada comunitária, localizada em Minas Gerais, a qual é locus do presente relato. Em suas reflexões apontam que essas aprendizagens se dão de forma diversa nas diferentes áreas do conhecimento, porém no geral para os participantes da pesquisa o aprendizado construído no Ensino Superior apresenta uma relação com o desenvolvimento pessoal,
Assim, aprender os conteúdos científicos e profissionais é um processo que implica mudanças na maneira de ver a si mesmos, aos outros e ao mundo. Graduar-se é, também, ampliar os horizontes, adquirir outras formas de se relacionar com os outros: a formação pro fissional é valorizada como formação pessoal. (BICALHO, SOUZA, 2014, p.630)
As autoras Bicalho e Souza (2014) nos conduzem a uma leitura positiva da realidade acadêmica e das aprendizagens apresentadas pelos estudantes em seus relatos, uma vez que evidenciam que para estes sujeitos existe uma lógica atribuída ao saber, ao novo conhecimento e ainda há uma interpretação do mundo e da vida a partir de tais experiências acadêmicas. Entretanto, as autora evidenciam lacunas, aprendizagens epistêmicas que não foram evidenciadas pelos estudantes ao longo da pesquisa e que segundo Bicalho e Souza (2014, p. 630) “ [...] a ausência da referência a essas aprendizagens pode indicar a necessidade do desenvolvimento de processos de aprender que construam uma relação mais forte com o saber acadêmico”.
Por esses apontamentos feitos pelas autoras, podemos inferir que a proposta de APS desenvolvida com os estudantes se apresenta a estes como uma nova forma de se relacionar com as aprendizagens, uma nova forma de pensar o objeto de estudo, de interpretação dos conceitos e ainda a construção de uma nova relação com a escrita científica. Ao realizarem a busca no portal de periódicos a identificação dos estudos publicados mostra a atenção dos pesquisadores à temática dos direitos humanos proposta para a realização da atividade o que contribui para a ampliação desse diálogo pelos estudantes, bem como a articulação com os processos de aprendizagem.
Importante, assim, dizer que, de forma semelhante ocorre uma nova forma de olhar para os processos de aprendizagens pelos professores. A partir da APS observa-se uma atitude reflexiva por parte do corpo docente com um olhar sensível para os desafios enfrentados pelos estudantes, bem como para pensar uma forma mais propícia para a construção das aprendizagens. Destaca-se aqui, o incentivo conjunto de incentivar a produção e publicação científica, entendendo sua relevância para a academia, como também para a sociedade como meio de socialização do conhecimento produzido no cotidiano da Universidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao tecermos as considerações finais deste relato, esperamos avançar ainda mais nas reflexões acerca do processo de ensino e aprendizagem no âmbito da educação superior, como forma de pensar nos aspectos essenciais a construção do aprendizado pelo estudante, refletir a atuação docente em suas possibilidades de intervenção, avanços e limitações, bem como entender as relações estabelecidas pelos discentes com a escrita científica ao se inserir na Universidade.
Constatou-se, por meio da experiência que ainda há um longo caminho a ser percorrido pela instituição em análise, dado o seu comprometimento com uma educação de qualidade e com a formação dos estudantes. Neste sentido, nota-se uma via de atuação do setor de gestão pedagógica, como contribuição para pensar o processo de acolhida aos estudantes recém matriculados e auxiliar o corpo docente nas práticas desenvolvidas em sala com esses estudantes, para que se familiarizem com o ambiente acadêmico e se identifiquem com a nova realidade.
Da análise dos processos vividos pelo conjunto dos estudantes pode se afirmar que as oficinas de escrita foram relevantes, uma vez que nessa atividade além de explorar o portal de periódicos, os discentes compreenderam os principais caminhos para a produção de trabalhos científicos, o que acarreta em um salto na aprendizagem para essas turmas que desde os primeiros períodos já vivenciaram a experiência de escrita para uma possível publicação em simpósio de iniciação científica.
Reflete-se como limites da experiência desenvolvida, o tempo destinado aos momentos de orientação aos discentes que por ser a primeira experiência de construção da escrita, apresentaram a necessidade de maior acompanhamento por parte dos professores e pedagogas que conduziram as oficinas. No que se refere ao tempo, pode-se afirmar que este também se mostrou necessário para maiores estudos dos artigos identificados pelos estudantes, que embora tenham estabelecido critérios para leitura e agrupamento das produções, não conseguiram explorar todas as possibilidades teóricas que se apresentava. Um tempo a mais para diálogo, socialização, estudo e planejamento junto ao corpo docente do núcleo da saúde, também se apresenta como uma real necessidade, dada a riqueza de se pensar nos processos de ensino e aprendizagem que acontecem na universidade.
Destaca-se ainda com um dos limites da experiência com as oficinas de iniciação a escrita científica o ambiente virtual. Pensando no contexto de pandemia da Covid-19 vivido em todo o mundo houve-se a necessidade de realizar os encontros síncronos pela plataforma Google Meet o que impossibilitou maiores aproximações e interações com os estudantes no momento de discussão teórica da atividade, fato que ganharia outras escolhas metodológicas se realizada presencialmente no laboratório de informática da instituição. Nisto ressalta-se que muitos estudantes apresentaram dificuldades com a internet no momento das oficinas e dificuldade de articulação com os pares dada a instabilidade da conexão pelos colegas.
Ao final deste relato espera-se que tenhamos correspondido ao compromisso assumido pelo setor de gestão pedagógica de auxiliar, acompanhar e intervir junto ao corpo docente no processo de ensino e aprendizagem, além de contribuir para a qualidade do ensino ofertado pela instituição em foco. Esperamos ainda que, esse relato de experiência contribua para os debates sobre a atuação do pedagogo no Ensino Superior.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhano Ghebreyesus, anunciou que a COVID-19, foi caracterizada como uma pandemia. Conferir em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6120:oms-afirma-que-covid-19-e-agora-caracterizada-como-pandemia&Itemid=812. Acesso em 25 abr. 2021.
* Luiza Souza Freitas - Mestranda do Programa de Mestrado interdisciplinar em Gestão Integrada do Território - GIT/ universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE – Pedagoga do setor de Gestão Pedagógica da Univale. Governador Valadares / Minas Gerais. e-mail: luizafreitaslu@gmail.com.
** Fabrícia Abelha- Mestranda do Programa de Mestrado interdisciplinar em Gestão Integrada do Território - GIT/ universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE –Governador Valadares / Minas Gerais. Pedagoga do setor de Gestão Pedagógica da Univale. e-mail:fabricia.abelha@univale.br.
*** Karine Keily Rangel Teixeira- Mestranda do Programa de Mestrado interdisciplinar em Gestão Integrada do Território - GIT/ universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE – Governador Valadares / Minas Gerais. Pedagoga do setor de Gestão Pedagógica da Univale. e-mail:karine.teixeira@univale.br.
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