Metadados do trabalho

Práticas Pedagógicas Da/Na Eja Em Tempos De Pandemia: Desafios No Ensino Remoto

Valéria Campos Cavalcante; Cléia Lima

Este artigo traz como objetivo analisar os desafios enfrentados pelos professores em suas práticas pedagógicas nas turmas de EJA, no contexto da pandemia da Covid-19, no município de Maceió. Compreende-se que no cenário pandêmico a Educação de Jovens e Adultos apresenta-se como uma das modalidades de ensino mais vulneráveis, sobretudo pelos aspectos sociais dos estudantes. Essa pesquisa se configura como qualitativa, no período de fevereiro a maio de 2021, tendo a coleta de dados sido realizada por meio de formulário online. O percurso metodológico é estudo de caso com abordagem qualitativa e pesquisa bibliográfica. Para corroborar, contamos com os teóricos: Moreira; Sclemmer (2020); Cavalcante (2017); Moreira, Henrique e Barros (2020); Santos (2020); Gonçalves (2020) Arruda (2020). O estudo apontou a mediação e interação no ensino remoto como um grande desafio para os professores e estudantes da EJA, no período de isolamento social. Muitas dificuldades socioeconômicas de acesso as aulas se revelaram, a situação de desigualdade social dos estudantes sobressaiu-se, expondo a falta de acesso à tecnologia, pacote de dados insuficiente, desemprego e crise econômica presente na realidade dos estudantes da EJA, tudo isso em muitas situações impediram uma educação remota bem sucedida na EJA.

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Como citar este trabalho

CAVALCANTE, Valéria Campos; LIMA, Cléia. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DA/NA EJA EM TEMPOS DE PANDEMIA: DESAFIOS NO ENSINO REMOTO. Anais do Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade, 2021 . ISSN: 1982-3657. Disponível em: https://www.coloquioeducon.com/hub/anais/15-pr%C3%A1ticas-pedag%C3%B3gicas-da-na-eja-em-tempos-de-pandemia-desafios-no-ensino-remoto. Acesso em: 16 out. 2025.

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DA/NA EJA EM TEMPOS DE PANDEMIA: DESAFIOS NO ENSINO REMOTO

Com a pandemia da COVID-19, o Ministério da Educação (MEC), em março de 2020, autorizou o fechamento das escolas, para conter a disseminação do vírus e muitos foram os caminhos escolhidos por profissionais e instituições da educação para garantir o direito aos estudantes de continuar seus estudos. No Brasil, entrou em vigor com a Lei n° 13.979, de 06/02/2020, e Portaria n° 343, de 17/03/2020, como medidas adotadas para o enfrentamento emergencial da saúde pública e direcionados à autorização e substituição das aulas presenciais por aulas remotas, enquanto durar a pandemia em âmbito nacional, sob o argumento de que crianças e adultos não podem deixar de receber os conteúdos e de contabilizar o número de horas-aula para validar o ano letivo 2020.

Logo, em Alagoas, o governo do estado emitiu o Decreto n° 69.501, de 13/03/2020, que determinou aumentar o isolamento e distanciamento social e a suspensão das aulas presenciais no estado, promovendo o ensino remoto como substituto dos momentos presenciais, seguindo o Decreto estadual n° 69.527, de 17/03/2020, ocasionando a ausência de oferta de atividades pedagógicas sob a necessidade de reduzir o contágio e disseminação com a interrupção das aulas presenciais, obrigando às escolas e alunos a buscar meios alternativos para o ensino e trabalhar o currículo no contexto da pandemia de forma remota.

Diante dessas normas, as escolas buscaram alternativas para dar continuidade as aulas, redesenhando a sala de aula, colocando o aluno longe fisicamente do professor, deixando os próprios estudantes responsáveis pelo ensino e aprendizagem, e de uma hora para outra os estudantes, sobretudo, os da Educação de Jovens e Adultos (EJA) tiveram que conciliar os afazeres de casa, a preocupação com a subsistência, a supervisão dos filhos e idosos com a rotina escolar online.

Dessa maneira, o ensino remoto, inicialmente temporário, se tornou uma alternativa para as escolas dentro desse contexto, o público da EJA se viu submetido às aulas remotas, essa estratégia se tornou essencial para o professor não perder o vínculo com os estudantes da modalidade. Muitas dificuldades socioeconômicas de acesso as aulas se revelaram, a situação de desigualdade social dos estudantes sobressaiu, expondo a falta de acesso à tecnologia, pacote de dados insuficiente, desemprego e a crise econômica presente na realidade dos estudantes da EJA, que frequentam as escolas públicas alagoanas, situação antes camuflada pelo acesso ao ensino de forma presencial nas salas de aula da EJA.

O ensino remoto, mediado ou não por tecnologias digitais em substituição das aulas presenciais, fez com que as escolas catalisassem angústias presentes na vida dos estudantes da EJA e nas práticas pedagógicas dos professores. Para melhor compreensão do conceito de ensino remoto recorremos a Moreira e Sclemmer (2020, p. 8), que assinalaram que:

O termo remoto significa distante no espaço e se refere a um distanciamento geográfico. O Ensino Remoto ou Aula Remota se configura então, como uma modalidade de ensino ou aula que pressupõe o distanciamento geográfico de professores e estudantes e vem sendo adotada nos diferentes níveis de ensino, por instituições educacionais no mundo todo, em função das restrições impostas pelo Covid-19, que impossibilita a presença física de estudantes e professores nos espaços geográficos das instituições educacionais.

 

Nesse sentido, trabalhar o processo de escolarização remotamente na EJA, pode ser considerado um dos maiores desafios para os professores, pois é necessário que a escola amenize os impactos aos currículos com a suspensão das aulas presenciais e obter um olhar diferenciado aos sujeitos que recebem atividades remotas online, forjando um novo processo de ensino e aprendizagem sem sair de casa. Conforme asseguram Schlemmer, Morgado e Moreira (2020, p. 772) “Entre os desafios, no campo da educação, está à necessidade de formar pessoas que sejam capazes de aprender, viver, conviver e atuar nessa sociedade hiperconectada, de maneira responsável, crítica e cidadã, a fim de transformá-la”.

Dessa forma, a prática pedagógica dos professores da EJA, neste momento pandêmico, está voltada, basicamente, ao uso do WhatsApp, com a intencionalidade de estimular novas aprendizagens aos alunos da EJA, mas o distanciamento, a ausência de mediação no momento da realização das atividades, na voz dos professores, não traz a qualidade esperada na aprendizagem, tampouco ajuda o aluno a avançar nos seus conhecimentos.

Trazemos aqui, nesse artigo, o recorte de uma pesquisa de natureza qualitativa, realizada no período de fevereiro a maio de 2021, tendo a coleta de dados realizada por meio de formulário online. O percurso metodológico é estudo de caso com abordagem qualitativa e pesquisa bibliográfica. Para corroborar, contamos com os teóricos: Moreira; Sclemmer (2020); Cavalcante (2017); Moreira, Henrique e Barros (2020); Santos (2020); Gonçalves (2020); e Arruda (2020).

Considerando esses pressupostos, organizamos este artigo seguindo os seguintes tópicos: 1. O Ensino remoto da/na EJA no período da pandemia: um desafio imposto;2. Docência da/na EJA em tempos covid-19: novos dilemas; 3. Caminhos metodológicos; e, 4. O que nos mostram os dados.

1 ENSINO REMOTO DA/NA EJA NO PERÍODO DA PANDEMIA: UM DESAFIO IMPOSTO

No momento em que as escolas foram fechadas para conter a disseminação do vírus da Covid-19, houve uma reconfiguração nas salas de EJA, o ensino remoto passou a ser mediado em casa, famílias inteiras passaram a coadunar as responsabilidades do trabalho com as da vida dos estudantes em tempos ampliados e em contextos diferenciados, necessidade de manutenção do emprego, ajudar os filhos na execução das atividades remotas diárias e também realizar as próprias atividades, adultos com pouca ou sem nenhuma leitura, confinados em espaços razoavelmente reduzidos.

A atual pandemia veio acrescentar novos desafios ao ensino, o uso de tecnologias em nossos cotidianos, o afastamento de estudantes das escolas e dos professores na fase fundamental de sua escolarização, a interrupção do processo de escolarização dos estudantes da EJA desde março de 2020, estudantes sem computadores, ou outro equipamento em casa, a falta de acesso à internet pelos estudantes da EJA, agregar ao ensino da EJA as novas plataformas de aprendizagem, professores sem formação para o trabalho remoto.

Considerando o ensino remoto como única alternativa para evitar paralisação do ano letivo, os professores demonstram uma preocupação com relação à importância da interação no processo ensino-aprendizagem. Nesse contexto, Valle e Marcom (2020, p. 141) afirmam que

Os profissionais da educação precisam repensar as formas de interação e mediação a serem utilizadas no processo ensino-aprendizagem, uma vez que foram obrigados a se reinventar e promover alternativas capazes de proporcionar aos alunos o acesso ao conhecimento, numa tentativa de salvar o ano letivo.

Nas entrelinhas, os autores ressaltam que professores e estudantes precisam procurar possibilidades e estratégias de interação, adaptar-se à escolarização, esse é um momento de adaptação, de adotar estratégias e práticas pedagógicas instigando conhecimentos que ultrapassem o aplicativo de WhatsApp e transborde nos ambientes familiares, uma vez que estamos vivenciando um momento atípico na história da educação, precisando estar atentos ao que vai além das lacunas criadas pela pandemia.

Para o educador da Educação de Jovens e Adultos, a efetivação de políticas de formação de professores é acima de tudo um desafio nesse momento pandêmico, estes desafios, transformam a educação em um elemento singular em meio ao acolhimento de tantas pluralidades e descobertas. A negação do direito de políticas de formação está sendo ampliada, como alega Cavalcante (2017), que a EJA, em Alagoas, se perpetua grandes dificuldades para assumir um patamar de visibilidade e garantia de direito, mesmo após a Constituição Federal de 1988.

Tardif (2002, p. 59) esclarece que “O desenvolvimento do saber profissional é associado tanto às suas fontes e lugares de aquisição quanto aos seus momentos e fases de construção”. Desta forma, nem todo professor tem formação contínua que o ajude a trabalhar remotamente, em momentos de emergência, como é o caso atual em que todos passam pelo isolamento social. Com a Pandemia do Novo Coronavírus, muitos olhares se voltaram para a prática pedagógica dos professores e sua formação, especificamente, em se tratando da necessidade de atendimento remoto emergencial.

Este momento nos parece muito desafiador para as turmas da EJA, pois, estudar por meio de ambientes digitais antes era exclusividade do ensino superior, hoje, em meio à pandemia, a EJA se vê obrigada a adequar e administrar essa modalidade de aprendizagem algo longe de sua realidade. Morais e Pereira (2009, p. 65) esclarecem que:

A educação a distância rompe com a relação espaço/tempo, que tem caracterizado a escola convencional, e se concretiza por intermédio da comunicação mediada, por meio da mídia. Diferentemente de uma situação de aprendizagem presencial, onde a mediação pedagógica é realizada pelo professor em contato direto com os alunos, na modalidade a distância a mídia torna-se uma necessidade absoluta para que concretize a comunicação educacional.

A prática pedagógica através das telas, na verdade, faz o estudante da EJA vivenciar uma aula onde o professor diz o que eles devem fazer e como responder as atividades remotas, quando na verdade os sujeitos da EJA são os protagonistas e não meros receptores. De acordo com Moreira, Henrique e Barros (2020, p. 354) “o professor, mais do que transmitir conhecimentos, deve agora guiar o processo de aprendizagem do estudante de forma a desenvolver as suas capacidades, sua autoaprendizagem e sua autonomia”. Visto que, os professores, neste momento, são responsáveis direto pelo planejamento e atividades das aulas, construção de vídeos, elaboração e aplicação de atividades remotas e contato direto com os alunos pelo WhatsApp.

As práticas pedagógicas em tempo de distanciamento nas turmas de EJA demanda que o professor adote novas práticas, elas devem melhorar o ensino e a aprendizagem, construir uma forma de pensar na abordagem da realidade online, cabendo ao professor agir como mediador, facilitador dos saberes e vivências culturais dessa modalidade no formato de ensino remoto.

Conforme explicita Moreira, Henrique e Barros (2020, p. 352)

Com efeito, a suspensão das atividades letivas presenciais, por todo o mundo, gerou a obrigatoriedade dos professores e estudantes migrarem para realidade online, transferindo e transpondo metodologias e práticas típicas dos territórios físicos de aprendizagem, naquilo que tem sido designado por ensino remoto de emergência.

Diante desse cenário, com a eclosão de ensino remoto em todo Estado de Alagoas, a virtualização das aulas, os professores conheceram de forma forçada um desafio imposto pela situação, tentando adaptar-se ao ensino remoto sem preparação ou orientação, substituindo recursos manuais por tecnológicos, fazendo com que todos passem a repensar suas práticas pedagógicas, metodologias de ensino, avaliação, sempre objetivando um ensino atrativo e dinâmico ao estudante da EJA, que ao longo da sua história o ensino ainda funciona de modo incipiente.

No tocante a ideia de que os professores não tiveram tempo e nem formação para exercer uma prática pedagógica voltada ao uso de ferramentas digitais durante a pandemia, Valle e Marcom (2020, p. 142) afirmam que

A crise instaurada pela covid-19 produziu nas escolas um cenário de muitas mudanças. Nessa esteira, apresentamos como um dos maiores desafios a imposição da exigência de um novo perfil que devem ter os professores para ministrar aulas nesse contexto de contradições vivenciadas dentro e fora do espaço escolar.

Diante do momento educacional atualmente imposto, os alunos sem acesso à internet devem ter atenção diferenciada dos professores, de forma a amenizar os efeitos negativos da exclusão digital, Valle e Marcon (2020, p. 147) afirmam que

A maior preocupação diante da pandemia é exatamente encontrar possibilidades e estratégias para reduzir os efeitos negativos do isolamento temporário, mas precisamos ficar atentos às evidencias que nos indicam lacunas de diversas naturezas que certamente serão criadas pela falta da interação presencial.

Diante disso, os professores precisam desenvolver práticas pedagógicas de inclusão desse público, trabalhar com material impresso ou até mesmo ensinar a fazer uma ligação, ou o envio de áudio. Com a oferta das atividades remotas por meio de aulas via WhatsApp, a modalidade ficou ainda mais exclusa em tempos de pandemia.

Na legislação educacional proposta para o ensino e as ações educativas emergenciais, vê uma indiferença demasiada para educação da EJA relacionada às demais etapas observaram uma ausência de orientação metodológica para EJA reafirmando a vulnerabilidade deste campo na educação; no próprio parecer CNE/ n° 05/2020, diferente do que ocorreu nas outras modalidades, para EJA não foram elaboradas orientações de ensino remoto e nem orientações metodológicas para o desenvolvimento do trabalho pedagógico durante o período de pandemia.

Conforme afirma Gonçalves (2020, p. 3), por desconsiderar as demandas, “Mas ainda não conseguimos discutir um modelo de EaD que dê conta das demais modalidades de ensino, quem dirá para EJA. É colocar embaixo do tapete todas as demandas por educação e atendimento de qualidade para jovens e adultos”.

Esse cenário contribui ainda mais para as dificuldades impostas aos professores, faz-se necessário construir práticas pedagógicas inovadoras, pautadas na construção e reflexão do conhecimento compartilhado, possibilitando o agir, transformar e refletir na prática doente. é necessário enxergar além do acúmulo de demandas e dificuldades decorrentes do trabalho, da saúde e da família relativas à pandemia, é preciso pouco a pouco olhar e perceber os obstáculos como possibilidades de construção de um novo trabalho, de novas práticas pedagógicas.

De acordo com Santos (2020, p. 7), a pandemia cumpre um papel discriminatório ao enfatizar que:

Sabemos que a pandemia não é cega e tem alvos privilegiados, mas mesmo assim cria-se com ela uma consciência de comunhão planetária, de algum modo democrática. A etimologia do termo pandemia diz isso mesmo: todo o povo. A tragédia é que neste caso a melhor maneira de sermos solidários uns com os outros é isolarmo-nos uns dos outros e nem sequer nos tocarmos. É uma estranha comunhão de destinos.

 

Logo, foi percebido mesmo antes do período pandêmico que os adultos que frequentam a EJA são, quase em sua totalidade, pessoas das classes menos favorecidas, com histórico de vulnerabilidade social, que precisou interromper os estudos para trabalhar, cuidar da família, exercer a maternidade, ajudar no sustento da casa, dentre inúmeras situações, como, por exemplo: trabalhadores analfabetos funcionais, em sua maioria compostos por idosos e um dos aspectos destacados no acompanhamento das atividades é a dificuldade dos familiares em não ter conhecimento específico para fazer as intervenções necessárias no momento de responder as atividades.

 

2 DOCÊNCIA DA/NA EJA EM TEMPOS COVID-19: NOVOS DILEMAS

Enfrentar uma pandemia com isolamento social, não é uma situação fácil, e dar continuidade a/na EJA é um processo de aprendizagem complexo e desafiador para os professores e estudantes, para Moreira, Henrique e Barros (2020, p. 352) a pandemia gerou essa “obrigatoriedade dos professores e estudantes a migrarem para a realidade online, transferindo e transpondo metodologias e práticas pedagógicas típicas dos territórios de aprendizagem”. Os autores destacam que ocorreu uma mudança no cenário da sala de aula física para online, os professores e estudantes ainda estão tentando adaptar-se a essa nova realidade de ensino em suas residências, estudando e dando aula distante, culminando no medo e a incerteza do momento.

O contexto pandêmico desafia cada vez mais à docência na/da EJA em tempos de Covid-19, a novos dilemas quanto ao uso da tecnologia. Arruda (2020, p. 259) defende que

É importante salientar que o contexto contemporâneo apresenta opções e possibilidades bem diferentes de emergências pandêmicas do passado. Uma delas diz respeito à disseminação de tecnologias digitais de informação e comunicação-sobretudo a internet.

É neste cenário que os professores enfrentam novos dilemas em manusear ferramentas tecnológicas, adequar os conteúdos e as metodologias de currículos de forma remota, na avidez de validar o ano letivo e legitimar as aulas. “Na prática, fere a docência [...] que, não dominando devidamente aparatos de tecnologia, são conduzidos a trabalhar mais horas improvisando apresentações [...]; a expor sua prática [...] suas habilidades (SANTANA FILHO, 2020, p. 6).

Assim, o sujeito docente, nesse contexto pandêmico, representa um novo ser e fazer da docência, propiciando reflexões, questões coerentes com as exigências do novo formato de dar aula e com a realidade e público que frequentam as aulas remotas.

O dilema de formar os estudantes da EJA durante o ensino remoto é uma realidade evidenciada e potencializou em toda educação um grande desafio para o professor da Educação de Jovens e Adultos que vem usando meios estratégicos para ensinar e para alcançar o maior número de estudantes adultos, além do desafio de mantê-los matriculados nesse momento pandêmico não é um processo fácil devido à distância e a falta de recursos para dar continuidade aos estudos online.

Na concepção de Santana Filho (2020, p. 6), é necessário que se repense a proposta pedagógica

A urgência para que [...] os professores [...] realizassem a transposição de seus planejamentos para plataformas virtuais [...] conduz à reprodução pura e simples da exposição oral presencial para a repetição à distância das explicações e exercícios. É um arremedo de proposta pedagógica [...] porque a prática educacional à distância [...] exige que se repense a concepção de aprendizagem, da ação pedagógica, do currículo e dos próprios sujeitos do processo e não se constrói assim, de improviso.

Vale salientar que o educador é mediador do processo de tomada de consciência do cidadão, capaz de agir sobre o mundo e transformá-lo, e este é um dos principais viés político do educador da EJA. Conforme Freire (1987, p. 40):

Ninguém luta contra as forças que não compreende, e a realidade não pode ser modificada senão quando o homem descobre que é modificável e que ele pode fazê-lo, antes de tudo, provocando uma atitude crítica, de reflexão, que comprometa a ação. É preciso, portanto, fazer dessa conscientização o primeiro objetivo de toda educação libertadora.

Assim, o professor da EJA tem um desafio de enriquecer metodologias e intervenções pedagógicas, que incluam a realidade do aluno nas questões das atividades remotas, principalmente porque na EJA se encontram os sujeitos que na sociedade são rotulados como marginais ao sistema.

Considerando o período da pandemia, compreende-se que a dificuldade de diálogo com os estudantes da EJA ampliou-se, principalmente os estudantes que não tem acesso à internet, que não possuem celulares ou dados móveis que comportem aulas remotas.

Nessa acepção, a implementação do processo de ensino-aprendizagem, requer dos professores, conhecimento e habilidades para uso de diferentes práticas pedagógicas para atender a EJA no ensino remoto.

 

3 CAMINHOS METODOLÓGICOS

No contexto da pandemia gerada pelo Vírus da Covid-19, enveredamo-nos por um percurso metodológico de natureza qualitativa. Segundo Minayo (1994, p. 21), “[...] responde a questões muito particulares, trabalha com um universo de significados, motivos, crenças, aspirações, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço profundo das relaçoes e processos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis”.

Quanto à técnica, optou-se por abordagem de estudo de caso, a qual apresenta como estratégia de pesquisa, contribuir com o conhecimento que se tem do fenômeno individual, organizacional social, político e de grupo, além de outros fenômenos relacionados.

A abordagem do estudo de caso requer sempre que o caso seja bem delimitado e deve ter seus contornos bem definidos no desenrolar da pesquisa, com possibiliddaes de utilização de abordagens qualitativas para o alcance dos objetivos propostos.

Realizamos inicialmente uma revisão bibliográfica de textos, artigos e livros sobre o tema investigado. Nesse sentido, a pesquisa bibliográfica busca confrontar diferentes perspectivas acerca do objeto da investigação, em vista de ampliar a discussão, revelando os limites e possibilidades da realidade. Dessa forma, compreende-se que “[...] a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas aproxima o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 183). Procuramos, portanto, não só apresentar a síntese das produções, mas contribuir com outros olhares que possibilitem ampliar e ressignificar o que já foi dito.

Como instrumentos de coleta de dados, usou-se um questionário por meio eletrônico (formulário do Google), teve participação de 9 (nove) professores, sendo três de cada escola, todos trabalham nas escolas lócus de investigação, no município de Maceió, no que se refere aos parcipantes da pesquisa, 80% são do sexo feminino, e 20% do sexo masculino. Em relação a faixa de idade, 50% tem entre 31 e 40 anos e os outros 50% entre 41 e 50 anos. No que diz respeito à escolaridade, 70% tem curso de licenciatura, e 30% tem curso superior, porém não em licenciatura. Vale salientar que todos os participantes da pesquisa atuaram com o ensino remoto emergencial nas turmas de EJA em Maceió, no período investigado.

O lócus inicial da pesquisa foram três escolas municipais de Maceió, localizadas nos bairros: Tabuleiro Novo, Poço e Jacintinho, que ofertam a EJA 1° segmento, na 2° e 3° fase, no turno noturno, esse município foi escolhido mediante aproximação da pesquisadora com as escolas investigadas, o que pode facilitar o contato com os sujeitos em tempos de distanciamento físico e social. No que concerne às perguntas, dialogamos com os participantes sobre o acesso dos professores aos equipamentos e materiais que eles têm usado nesse período de pandemia e quais os desafios encontrados pelos professores em dar aula online para os alunos da EJA.

Os sujeitos da pesquisa foram nove professores que atuavam como docentes das turmas investigadas, durante o período de coleta de dados, com um recorte temporal do mês de fevereiro até maio de 2021, investigaram os professores das turmas da Educação de jovens e adultos e do primeiro segmento da EJA, 2ª e 3ª fase. Os dados foram analisados a partir do princípio da análise textual discursiva (MORAES; GALIAZZI, 2013).

As inquietações surgidas estão centradas em torno de investigar os desafios impostos às práticas pedagógicas desenvolvidas na EJA em Maceió, no período da pandemia do COVID-19.

 

  1. O QUE NOS MOSTRAM OS DADOS

Considerando o cenário atual, tendo como foco a compreensão de como vem se delineando o processo pedagógico nas aulas com as turmas da Educação de Jovens e Adultos nesse período de pandemia com ensino remoto, acentuamos que os desafios dos professores aumentaram com a substituição de aulas presenciais por aulas não presenciais em meios digitais e atividades online. Dar voz para esses sujeitos tem por finalidade reconhecer a importância deles, enquanto sujeitos históricos e responsáveis pelas ações no ensino remoto.

Quando perguntamos aos professores sobre o acesso deles aos equipamentos e materiais que têm usado nesse período de pandemia, cerca de 70% dos participantes da pesquisa, informaram que não tem computador em suas residências, a maioria tem o celular como ferramenta de trabalho servindo para tirar dúvidas dos estudantes da EJA, que tem acesso e usa o WhatsApp, utiliza o celular para organizar as atividades, encaminhar aos estudantes durante o período de ensino remoto.

Inicialmente perguntamos se houve formação inicial para o ensino remoto, quanto à essa primeira pergunta os professores relatam que:

No começo eu estava assustada em ter que usar a tecnologia para trabalhar com meus alunos sem ter nenhuma formação de como faezr com a turma no momento de distanciamento físico. Confesso que esse novo jeito de dar aula incomoda, tenho dificuldades de me adptar as tecnologias, gosto de dar aula usando espaços da esocla e não a tela de um celular. Eu enviava no grupo de WhatsApp e dizia aos alunos que quem tivesse dúvidas podia perguntar. Mas nos dias de aula isso quase que não acontecia. (Professora A).

[...] às vezes ficava preocupada em como trabalha online, com o tempo fui trocando ideias com meus colegas para aprender a enviar atividades do computador para o WhatsApp, comecei acompanhar lives, acho que, nunca passei por um momento tão difícil porque tive primeiro que aprender e depois tentar ensinar [...] tive insegurança durante todo trabalho, dar aula pelo WhatsApp, enviar atividade do computador para WhatsApp, tive que comprar um computador sem ter me organizado naquele momento. Nós fomos pegos de surpresa por esta pandemia e estamos fadigados de tanta live e aula online, infelizmente formação continuada não tivemos (Professora B).

[...] nós não tivemos formação continuada aqui em Maceió, para lidar com as aulas remotas, por isso acho tão desafiador elaborar e corrigir as atividades pelo celular, avaliar o aluno pelo WhatsApp, não tenho como avaliar meus alunos se nem todos entram na aula, às vezes fico pensando se eu, que sou professora, tenho dificuldade e também não tenho equipamento para produzir o material imagine meus alunos. Eu uso meu celular para tudo! É um objeto pessoal que também virou instrumento de trabalho, minha prática pedagógica se resume ao grupo de WhatsApp, envio atividades, meus colegas produzem vídeos, me repassam e eu repasso no grupo dos meus alunos, esses são os matérias que usamos no momento, na reunião optamos por atividades impressas para tentar alcançar os alunos, mas ainda não ficou decidido. (Professora G).

Como podemos constatar, que em Maceió não houve um processo de Formação Continuada que permitisse que os docentes compreendessem os aspectos específicos do ensino remoto. Neste sentido, os professores foram negados do direito de estudar, refletir sobre este momento pandêmico, os currículos vivenciados, sendo assim, foi-lhes negado a oportunidade de significar e (res)significar o seu saber sobre a prática pedagógica na pandemia, impediu-se, portanto, a “(des)construção e (des)naturalização de valores, crenças e propósitos associados àquilo que está a ser, ou não, (res)significado” (DESGAGNÉ, 2007, p. 23).

Seguiu-se, portanto, neste momento a lacuna na formação dos professores, embora haja documentos legais que assegurem a formação docente dos educadores da EJA, e mesmo existindo um certo consenso presente nas discussões teóricas e na legislação acerca da necessidade de qualificação específica para professor da Educação de Jovens e Adultos, é recorrente em Alagoas, a ausência de políticas específicas para formação de professores da referida modalidade (SOARES, 2006).

Nessa perspectiva, compreende-se que essa ausência limitou a prática dos professores envolvidos no ensino remota da EJA, a compreensão/conhecimento, através de estudos sobre novas ferramentas digitais, plataformas e espaços de ampliação de experiência, o que acabou acontecendo de maneira informal, como eles mesmo afirmam: "Confesso que, muitas vezes meus colegas de trabalho me ajudaram na elaboração, e ou no, envio das atividades, meus colegas produzem vídeos, me repassam e eu repasso no grupo dos meus alunos”, como pode-se perceber nessas narrativas, como não houve formação, o planejamento que é individual, muitas vezes acabou sendo prejudicado, uma vez que nem todos/as dominam as ferramentas digitais.

Ressalta-se que refletir sobre a prática envolve tanto a necessidade de rever a teoria quanto de desvelar as vicissitudes da ação docente (SANTOS; FREITAS; CAVALCANTE, 2016). Apesar do contexto e da falta de formação, segundo os/as professores, tudo ocorreu muito rápido, mesmo com o improviso, a falta de estrutura, a única preocupação era como tudo ocorreria e como seria conduzido inicialmente o ensino remoto, usar o celular pessoal, pagar sua internet e atender aos alunos de casa e no formato online, mesmo sem estrutura, em muitas circunstâncias.

Indagamos ainda aos participantes da pesquisa no que concerne os desafios encontrados pelos professores em dar aula online para os alunos da EJA, que confidenciaram:

Eu e meus colegas esbarramos em dificuldades, por exemplo, como tirar a dúvida de um aluno que não tem celular para estudar online? Como vão enviar as respostas e tirar dúvidas sobre as atividades se eles não têm habilidades de usar o celular? Dar aula assim não é a mesma coisa que na sala presencial, no presencial eles falam mais, falam de suas vidas com a gente. E essa aula de WhatsApp não é aquela relação professor-aluno em sala de aula presencial. (Professor C).

Na minha escola, no início, as dificuldades foram muitas, nem todos os professores sabiam preparar o material e até hoje precisamos um da ajuda do outro para ir dando continuidade, os alunos não entram nas aulas online, só tem uma turma, que nem é a minha turma, que só um aluno conversa com a professora nas aulas. Às vezes a desmotivação do professor não é nem o aluno não ter acesso, é a devolução das atividades que não tem, a gente prepara o material coloca no grupo, mando áudio explicando e não temos retorno. (Professor D).

Os nossos alunos do 2° e 3° ano, 2° fase do 1° segmento, ainda não conseguem ler, talvez seja por isso que eles não conseguem responder as atividades colocadas nos grupos, alguns deles não tem telefone, outros dependem de uma pessoa da família para ajudar, e as nossas dificuldades aparecem em dar acompanhamento a um aluno que não estar presente no grupo, mas estar matriculado na turma. (Professor E).

Cinco dos meus estudantes dispunha de um único celular em casa, seja do filho, do neto ou dele, que só ficava disponível no momento em que ele largava do trabalho, algumas vezes eles diziam que os dados não davam para abrir o arquivo enviado. Havia semana de ter na sala de aula só um aluno para que eu fizesse o atendimento, o que faz com que sem querer a gente exclua os outros alunos da aprendizagem. Hoje dar aula é uma situação desagradável porque eles não participam e não há diálogo como nas aulas presenciais. (Professor F).

Para os professores, o desafio está em fazer com que os estudantes da EJA, interajam nas plataformas remotas, respondendo às demandas colocadas, realizando as atividades, sem ajuda, essas falas evidenciam que o ensino remoto, sobretudo para o público da EJA é extremamente limitante, como os/as professores/as afirmam: “Como vão enviar as respostas e tirar dúvidas sobre as atividades se eles não têm habilidades de usar o celular?” “Às vezes a desmotivação do professor não é nem o aluno não ter acesso, é a devolução das atividades que não tem, a gente prepara o material coloca no grupo, mando áudio explicando e não temos retorno”.

Segundo os professores, há vários obstáculos nas turmas da EJA, especificamente para os alunos dessa modalidade, muitos são economicamente desfavorecidos, não tem computador, aparelho celular, internet, não sabe ler para responder as atividades, não tem ajuda de outro familiar, recursos que podem influenciar nas aprendizagens. Diante dessa realidade, entendemos que não bastava discutir aspectos teóricos e conceituais, neste momento pandêmico de caos social, mas, sobretudo, trazer reflexões sobre as condições pedagógicas que possam impulsionar o diálogo com os estudantes da EJA.

Diante do caos na vida dos sujeitos da EJA na pandemia, sobretudo por fatores econômicos ou sociais, muitos estudantes acabaram se ausentando da escola, as mudanças econômicas, políticas, sociais e culturais aprofundadas e rápidas evidenciaram que esses sujeitos continuam às margens do processo de ensino, e sobretudo, da sociedade.

Dentro deste contexto, a implementação do processo de ensino-aprendizagem, requer dos professores, conhecimentos e habilidades para uso de diferentes gêneros textuais, dependendo de sua proposta para atender ao ensino remoto, proposto pela SEMED. Seguimos para tanto aquilo que já nos ensinava Freitas, Santos e Moura (2007, p. 14), que “o ensino-aprendizagem nessa perspectiva utiliza os gêneros como pretexto para temáticas que são significativas e muito próximas da realidade do aluno de EJA, e não para o ensino de gramática pela gramática”.

Diferente do momento presencial, a atividade de formação docente aconteceu de forma remota, pela impossibilidade de acesso presencial nos espaços da escola, seguindo as recomendações de isolamento social dos órgãos de saúde do Estado e do Município. Nos momentos formativos buscamos discutir com os professores estratégias de ensino, que pudessem contribui diretamente com o processo de aprendizagem, para que os estudantes se percebessem partícipes do processo de escolarização, que antes tinha o viés presencial, mas que agora, por conta do período de isolamento social passou a ser não presencial.

Considerando as narrativas analisadas, podemos perceber podemos perceber que a prática educativa não presencial é acima de tudo um desafio, este transforma a educação em um elemento singular em meio ao acolhimento de tantas pluralidades e descobertas. E para o sujeito docente, nesse contexto de pandemia, representa um novo ser e fazer da docência, propiciando reflexões, ações coerentes com as exigências do novo cenário educativo e com a realidade e público que ainda este ano não frequentaram a sala de aula. Mesmo assim, a “imprevisibilidade acaba por não permitir a estados e municípios terem uma visão mais precisa sobre quando será possível um retorno total à educação presencial” (ARRUDA, 2020, p. 262).

Importante salientar ainda que “o uso das tecnologias como recurso didático apresentam possibilidades de transformar as práticas pedagógicas dos professores” (HARACEMIV; ROSS; SILVA, 2019, p. 135), que precisam inserir novas abordagens de ensino e compartilhar saberes no fazer pedagógico, mas essa realidade ainda está por vir, pois, mesmo diante da pandemia “ainda faltam estruturas nas escolas e formação para que os docentes as utilizem de forma criativa em suas aulas” (HARACEMIV; ROSS; SILVA, 2019, p. 135), e possa contrib9uir de forma significativa para a superação dos limites postos no seu cotidiano.

Com o isolamento social, e sem a presença física do professor, consolidar o processo de nas turmas de EJA com aulas remotas tem sido uma tarefa difícil, pois muitos estudantes não tem telefone com internet, não tem acompanhamento para mediação das atividades em casa. Para os professores, o diálogo, a interação entre o estudante e professor é essencial no processo de ensino e aprendizagem ficando difícil obter êxito para consolidar uma prática pedagógica eficaz via WhatsApp no contexto da pandemia e distanciamento social.

Este artigo traz como objetivo analisar os desafios enfrentados pelos professores e estudantes da EJA nas aulas remotas, no contexto da pandemia da Covid-19, no município de Maceió. Com o ensino não presencial, não tem sido tarefa fácil para os professores administrarem o desenvolvimento de práticas pedagógicas a partir dos seus lares, com lousas em formato de telas, bem como a falta de acesso à internet por parte dos estudantes e até mesmo dos próprios professores.

Compreende-se que no cenário pandêmico a Educação de Jovens e Adultos apresenta-se como uma das modalidades de ensino mais vulneráveis, principalmente pelos aspectos sociais dos estudantes. No tocante aos professores, suas narrativas ressaltaram as limitações no manuseio das mídias digitais, principalmente pela falta de formação para trabalharem com os recursos tecnológicos nas plataformas digitais.

Nesse período, pode-se ainda perceber que a partir das vozes dos participantes da pesquisa, a prática pedagógica mediada fora do ambiente escolar, o professor no processo ensino aprendizagem, tem a responsabilidade de ensinar, mediar o processo, incentivar e orientar os estudantes a dar continuidade a essa etapa de escolarização.

Diante de todas os desafios impostos e enfrentados pelos professores durante esse período de atividade remota emergencial, precisamos refletir sobre o processo de ensino e aprendizagem, principalmente, o processo de acolhimento dos estudantes da EJA, que em virtude do afastamento físico da escola tiveram o grande desafio em transformar o seu ambiente residencial, semelhante aos professores, em sala de aula improvisada, compartilhando com todos os familiares saberes, dúvidas, afazeres e dificuldades.

O ensino remoto, na voz dos docentes, se apresenta como um grande desafio, por não proporcionar as condições de ensino para todos os estudantes, principalmente para os da EJA e, com isso, uma vez que a proposta sistematizada de ensinar remotamente não estar comprometida com a modalidade, incidindo diretamente sobre a aprendizagem dos sujeitos e o trabalho dos professores da modalidade acaba excluindo os sujeitos do processo formativo.

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