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As Peculiaridades Da Confederação Operária Brasileira(1906-1920).

Alessandro Cardoso Ribeiro

Esta pesquisa retrata os limites e as ações coordenadas pela confederação operária brasileira e as suas peculiaridades no seio do movimento operário brasileiro durante a primeira república. Idealizado por intelectuais e líderes operários, esta central sindical funcionou como órgão aglutinador da intelectualidade que se identificava com a causa operária, denominada pelos mesmos como aquestão social. Desse modo é que tem início a organização do proletariado brasileiro que, durante essa fase, contou com aliderança dos imigrantes libertários, além de intelectuais brasileiros das camadas médias urbanas, principalmente no eixo Rio-São Paulo. Porém dados os diferentes estágios de crescimento industrial, e a própria composição da classe operária brasileira, encontramos uma diversidade de movimentos operários, mesmo sob a direção da confederação operária brasileira, de cunho anarcossindicalista.

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RIBEIRO, Alessandro Cardoso. As Peculiaridades da Confederação Operária Brasileira(1906-1920).. Anais do Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade, 2021 . ISSN: 1982-3657. Disponível em: https://www.coloquioeducon.com/hub/anais/136-as-peculiaridades-da-confedera%C3%A7%C3%A3o-oper%C3%A1ria-brasileira-1906-1920. Acesso em: 16 out. 2025.

As Peculiaridades da Confederação Operária Brasileira(1906-1920).

Esta pesquisa retrata os limites e as ações coordenadas pela confederação operária brasileira e as suas peculiaridades no movimento operário brasileiro durante a primeira república. Idealizado por intelectuais e líderes operários, esta central sindical funcionou como órgão aglutinador da intelectualidade que se identificava com a causa operária, denominada pelos mesmos como a questão social. Desse modo é que tem início a organização do proletariado brasileiro que, durante essa conjuntura, contou também com a liderança dos imigrantes libertários estrangeiros. além de intelectuais brasileiros das camadas médias urbanas, principalmente no eixo Rio-São Paulo. Porém, dados os diferentes estágios de crescimento industrial, e a própria composição da classe operária, encontramos uma diversidade de movimentos operários, a exemplos do centro operário sergipano, que seguia uma vertente social-democrata e do centro operário da Bahia, de linha libertária cristã( Tolstoi), entre outros, todos esses filiados e sob a direção da confederação operária brasileira, de cunho anarcossindicalista. 

Esse importante órgão de classe, buscou a transformação dos operários brasileiros da primeira república- denominado pelos mesmos como conscientização- através de três instrumentos : as palestras, a leitura dos impressos pruduzidos( o jonal A Voz do Trabalhador; a revista A Vida; folhetins, entre outros) e da educação operária, nas escolas racionalistas. Esse mesmo modelo foi seguido pelos demais centros operários espalhados pelo Brasil afora, contudo com objetivos diferentes de fazer uma futura revolução ácrata, a depender da vertente política adotada pelo respectivo centro operário.

Fundada em abril de 1906, durante o primeiro congresso operário brasileiro, a confederação operária brasileira passou a funcionar efetivamente, a partir de 1908, na então capital do país, no Rio de Janeiro. Essa central sindical buscou formar, através dos seus aparelhos ideológicos, além da chamada consciência de classe libertária, o que eles denominavam de homem novo anarquista, ou seja, um arquétipo de um modelo libertário europeu, totalmente alheio  à nossa condição cultural, com uma classe operária fortemente marcada por uma economia moral( crença simbólica de direitos) contrarevolucionária e influenciada pela religiosidade cristã, em suas várias vertentes: católica, espírita e protestante, além das religiões de matriz africana. Assim, apesar de terem percebido que havia uma guerra cultural dentro do processo de luta de classes, desconstruir à curto prazo esses elementos culturais da classe operária, para se fazer uma revolução ácrata  seria praticamente impossível, visto que até mesmo em país no qual ocorreram revoluções marxistas maoístas no século XX, a exemplos da China e Vietnã, o partido comunista desses países não conseguiu de fato acaba com a relisiosidade desses povos, o taoísmo, o budismo são práticas ainda presentes nesses lugares. No caso da confederação operária brasileira, esse caráter cultural reduziu o processo da luta de classes a uma condição puramente reformista, limitando as ações tão somente como mediadora das relações capital x trabalho.     

A confederação operária brasileira funcionou até o ano de 1918, porém continuou atuando de forma descentralizada até o ano de 1920. Durante a década de 1930, foi substituída pela federação operária de São Paulo. As fontes utilizadas, foram os impressos publicados não só por essa central sindical, mas também por outros centros operários a ela filiados. já os procedimentos de análise, foram feitas a partir da teoria do historiador E.P.Thompson, abrangendo uma perspectiva, a partir de uma inter-relação dialética entre tradições, costumes e transformações sociais, denominado peo mesmo como peculiaridades, contemplando não só os aspectos econômicos dentro do processo histórico, mas também os elementos culturais, indo muito mais além da antiga análise marxista economicista, base-superestrutura.  

Ao meu Orientador , o Prof. Doutor Mauro Castilho Gonçalves;

A UFS;

A PUC-SÃO PAULO, um centro de excelência nas áreas de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado.

A ELAHP,  a escola latinoamericana de história e política.

FAUSTO, Boris. Trabalho Urbano e Conflito Social( 1889-1920). São Paulo: Difel, 1976.

HARDMAN, Francisco; LEONARDI, Victor. História da Indústria e do Trabalho no Brasil: das origens aos anos 20. São Paulo: Ática, 1991.

RIBEIRO, Alessandro. A Escola Operária Horácio Hora. São crsitóvão: ufs, 2011.

THOMPSON, E.P. As Peculiaridades dos ingleses e outros artigos. Campinas: UNICAMP, 2012.

_____________. Os Românticos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

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